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ESTADO DO CEARÁ

Município de Limoeiro do Norte


Departamento de Fiscalização de Contratos e Serviços
Setor de Controle Interno – PMLN

MANUAL DO FISCAL DE CONTRATOS

Um compilado de informações, orientações e atribuições para


uma fiscalização efetiva dos contratos administrativos.
POR QUÊ EXISTE FISCAL DE CONTRATOS?
Após procedimento licitatório e formalização contratual inicia-se a execução do contrato, que deverá ser
acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado. Lei 14.133/2021, art. 117.

QUEM É O FISCAL?

DESIGNAÇÃO DO
GESTOR E DO FISCAL
Ocorre por portaria,
constando as atribuições do
gestor e fiscal do contrato.

QUAL A IMPORTÂNCIA?
É POSSÍVEL RECUSAR A FUNÇÃO DE GESTOR OU FISCAL DE CONTRATO?
Em regra a recusa a esta função não é admitida. A doutrina analisa o tema sob a perspectiva do artigo
116 da Lei federal nº 8.112/90. Redação similar também está contemplada no artigo 220, VII da Lei
Complementar Estadual nº 046/1994, conforme destacamos a seguir:

DOS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO


Art. 220 - São deveres do servidor público:
(...)
VII – obedecer às ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

Contudo, pode existir a recusa motivada por impedimento, quando o servidor designado tiver alguma
relação de parentesco, for cônjuge ou companheiro do contratado. Quanto à recusa por não deter
conhecimento técnico que possibilite a fiscalização do contrato, em regra não é admitida. Na verdade,
isso pode até ser registrado pelo servidor designado, o que não afasta a obrigação dele em buscar
capacitação e preparação para eventuais funções decorrentes da fiscalização. Aliás, neste último caso, a
indicação de uma pessoa não capacitada para o exercício de fiscal de contrato pode acarretar culpa in
eligendo da autoridade que o nomeou.
Vale registrar que a indicação e nomeação de gestor e fiscal deve ser pautada na compatibilidade entre
as atividades funcionais da unidade em que o servidor estiver lotado e as atribuições que serão imputadas
em razão do objeto do contrato.
TAREFAS (BASE) DO FISCAL DO CONTRATO
1. Tomar ciência de sua indicação e, se for o caso, comprovar situações de impedimentos para atuar como fiscal do contrato;
2. Analisar a conformidade dos serviços realizados ou dos bens entregues em relação aos critérios e condições estabelecidos
no contrato e registrar as análises em lista de verificações construída a partir do plano de fiscalização do contrato;
3. Avaliar a qualidade dos serviços realizados ou dos bens entregues, com auxílio de listas de verificações e questionários de
avaliações construídas a partir do plano de fiscalização do contrato;
4. Comunicar-se com o preposto da contratada, ou com a contratada, para corrigir eventuais falhas na execução do objeto;
5. Acompanhar a correção e a readequação das faltas cometidas pela Contratada quanto ao objeto do contrato e comunicar, ao
gestor do contrato, situações que exijam notificação do contratado;
6. Solicitar ao gestor do contrato reunião com o corpo operacional e administrativo quando necessário;
7. Encaminhar os registros que comprovam a fiscalização, com destaque para eventuais problemas encontrados, providências
adotadas e problemas não corrigidos;
8. Atestar as faturas em conjunto com o almoxarife (quando houver e for necessário) ;
9. Emitir o "Termo de Recebimento Provisório". Esse termo deverá consolidar os "Termos de Recebimentos dos fiscais
locais" emitidos;
10. Emitir o "Termo de Recebimento Definitivo", em conjunto com o almoxarife (quando houver e for necessário) . Esse
termo deverá referenciar os recebimentos provisórios emitidos;
11. Elaborar relatório final da fiscalização do contrato. Esse relatório consolidará os registros e relatórios parciais de todos os
agentes envolvidos no acompanhamento da execução do contrato.
Ao registrar todas as ocorrências, o
gestor e o fiscal se resguardam de futuras
responsabilizações.
Os registros devem ser feitos de forma escrita e formal no livro de
ocorrências ou documentos similares, bem como todas as informações
formalizadas por e-mail ou chats .
O fiscal é a mão forte do dirigente e do ordenador de despesas do órgão ou
entidade, além de ser, também, o mais importante agente da Administração no que
se refere ao contrato que supervisiona, no que diz respeito à sua eficácia e
eficiência. Deve manter uma postura isenta e equilibrada, de forma a cobrar o
adequado cumprimento do objeto contratado. Ocupa uma posição de autoridade
sobre a empresa ou pessoa contratada e deve atuar, sempre, em prol da garantia de
qualidade na execução contratual, tendo em mente que um contrato cumprido em
“quase 100%” é, na verdade, um contrato descumprido.

Acórdão 1.450/2011-TCU-Plenário: é dever do gestor público responsável pela condução e fiscalização de


contrato administrativo a adoção de providências tempestivas a fim de suspender pagamentos ao primeiro
sinal de incompatibilidade entre os produtos e serviços entregues pelo contratado e o objeto do contrato,
cabendo-lhe ainda propor a formalização de alterações qualitativas quando de interesse da Administração, ou
a rescisão da avença (TCU, 2011a).
DA OBRIGATORIEDADE DA FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO CONTRATUAL

A fiscalização do contrato administrativo é a parcela da gestão contratual focada na exigência do seu


cumprimento pelo contratado, sendo obrigatória para todos os órgãos e entidades públicos. O fundamento
dessa obrigatoriedade encontra-se na nova lei de licitações e contratos: o artigo 104, inciso III, confere à
Administração a prerrogativa de fiscalizar a execução dos contratos administrativos; e o artigo 117 define que a
execução contratual deverá ser acompanhada e fiscalizada por um ou mais fiscais especialmente designados
ou por seus substitutos.

A jurisprudência do TCU confirma a importância de que a nomeação dos fiscais de contratos se dê de forma
transparente e evidencie sua responsabilidade. Assim, veda-se a nomeação de estranhos à Administração
Pública para o exercício da atribuição de fiscal de contrato, bem como a nomeação apenas genérica de
servidores, sem a necessária clareza na atribuição de responsabilidades.
DA APLICAÇÃO DE PENALIDADES OU SANÇÕES CONTRATUAIS

Administração tem a prerrogativa de aplicar sanções ao contratado, pela inexecução


total ou parcial dos contratos administrativos, nos termos da Lei nº 14.133/2021,
artigo 104, inciso IV.

A nova lei de licitações e contratos, em seu artigo 156, define que serão aplicadas aos
responsáveis pelas infrações administrativas previstas as sanções de advertência,
multa, impedimento de licitar e contratar e declaração de inidoneidade
para licitar ou contratar.

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