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COBRANÇA DE HONORÁRIOS
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A reprodução total ou parcial bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer
forma ou por meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processo xerográfico, de fotocópias e de
gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa de seu autor. (Lei nº 9610/1998)
É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de qualquer forma ou por qualquer meio. (Código Penal
Brasileiro, artigo 184)
Prof. Gercino Bett Jr.
Orientar e alertar o profissional contábil sobre o Contrato e Distrato Contábil e a forma de Cobrança dos
Honorários.
CONTRATO
Num Contrato, as partes contratantes acordam como devem se conduzir um em face do outro, combinando
seus interesses, constituindo, modificando ou extinguindo obrigações.
“É muito importante que a oferta de serviços seja feita mediante proposta que contenha o detalhamento
dos serviços, negociados bem antes de concretizar o Contrato.”
O contrato escrito tem por finalidade comprovar a extensão e os limites da responsabilidade técnica,
propiciando segurança para as partes em relação às obrigações assumidas.
A importância do contrato e distrato contábil está explícita na Resolução nº 1.590/20 do CFC, cujo art. 11
determina que “A inobservância do disposto na presente Resolução constitui infração ao Regulamento
Geral dos Conselhos de Contabilidade e ao Código de Ética Profissional do Contador, sujeitando-se o
infrator às penalidades previstas, no art. 27, alíneas “c” e “g”, do Decreto-Lei n.º 9.295/1946.”
Essa apresentação terá por base as normas do CFC, disciplinado pela Resolução CFC 1.590 de 19 de Março de
2020 que entrou em vigor em 01º de julho de 2020 – que regulamenta a obrigatoriedade do contrato de
prestação de serviços contábeis e o distrato.
“A oferta de serviços deverá ser feita mediante proposta que contenha o detalhamento dos
serviços, a periodicidade, o valor de cada serviço, condições de pagamento, prazo de duração da
prestação de serviços, forma de reajuste, a parte dos serviços que deverá ser executada pelo
contratante (caso tenha) e outros elementos necessários para formalização do contrato”
“Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que se
obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições.”
O art. 2º nos apresenta os requisitos do Contrato:
• A Resolução CFC n.º 1.370/11, no inciso XIV do art. 24 declara que constitui infração deixar de apresentar
prova de contratação dos serviços profissionais.
• Retenção de documentos (indenização civil e processo criminal CP art.305, além de infração ética).
• Deixar sempre clara a data de entrega dos documentos e data de entrega do Balanço (protocolo).
• Paralisação das atividades – guarda de documentos – não significa a paralisação das obrigações das
atividades contábeis.
• Usar o termo que o Contrato poderá e não deverá ser rescindido por infração contratual.
• Uso do Certificado Digital (ter procuração específica e antes de qualquer alteração contratual informar
todos os sócios – e ter a confirmação da autorização).
• Contrato de prestação de serviços contábeis é considerado relação de consumo (CDC). Um ponto relevante
nesta relação de consumo é a inversão do ônus da prova, ou seja, o CDC determina que numa relação de
consumo, o ônus da prova é do fornecedor de bens ou serviços.
DISTRATO
O Distrato é a forma pela qual as partes põem fim a uma relação de prestação de serviços. É recomendado
que, no Contrato, haja a cláusula informando que o documento formal desse término é o Distrato.
Nossa explanação sobre Distrato tem por base a Resolução CFC nº 1.590/20 , na qual foram estipulados
alguns procedimentos.
Para uma melhor compreensão faremos a leitura dos artigos da nova Resolução e teceremos alguns
comentários:
Art. 6º O rompimento do vínculo contratual implica a celebração obrigatória de distrato entre as partes,
com o estabelecimento da cessação das responsabilidades dos contratantes.
Art. 9º A forma e o prazo de devolução de livros contábeis e auxiliares, documentos e arquivos das obrigações
fiscais entregues ao Fisco, inclusive os arquivos eletrônicos, deverá estar estabelecida em cláusula rescisória do
distrato de prestação de serviços. (O prazo de entrega dos documentos tem que ser razoável)
Parágrafo único. Fica a cargo do profissional rescindente a elaboração das demonstrações contábeis do período
correspondente à sua responsabilidade técnica, salvo disposição expressa em contrário no distrato de prestação de serviços.
Art. 10. Ao profissional rescindente caberá o cumprimento das obrigações tributárias acessórias cujo período de
competência tenha decorrido na vigência do contrato de prestação de serviços, ainda que o prazo de
vencimento da exigência seja posterior ao da vigência do mencionado contrato, salvo expressa disposição
contratual em sentido contrário.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
• O rompimento do vínculo contratual implica a celebração obrigatória de distrato entre as partes, com o
estabelecimento da cessação das responsabilidades dos contratantes. E na impossibilidade da celebração do
distrato, o profissional da contabilidade deverá notificar o cliente quanto ao fim da relação contratual, com a
confirmação da cessação das responsabilidades das partes.
• Constar a responsabilidade do cliente em recepcionar seus documentos que estejam de posse do antigo
responsável técnico. (Na entrega de documentos tem que existir um tempo hábil para que o cliente exerça o
direito de conferência de tais documentos)
• Em suma, deve-se discriminar todas as obrigações distratadas, a suspensão de responsabilidade técnica, as
possíveis dívidas ou serviços remanescentes e responsabilidades futuras.
• Havendo dívida: mencionar forma de pagamento e incluir anuentes-fiadores e/o sócios como coobrigados.
• Por fim, caso a Receita Estadual se recuse a transferir a responsabilidade técnica por causa de impostos em
atraso do Cliente entendo que cabe Mandado de Segurança.
COBRANÇA
DOS
HONORÁRIOS
O Contrato e o Distrato Contábil bem elaborados facilitam e agilizam na hora de eventuais controvérsias.
Sendo necessária uma demanda judicial, o tempo é bem menor quando a cobrança de honorários for por
título executivo extrajudicial e não através de um processo de conhecimento – Ação de Cobrança.
Ocorre que o contrato somente poderá ser executado como título executivo extrajudicial se cumprir alguns
requisitos legais:
• Este documento deverá estar assinado pelas partes, e para se tornar um documento público, deverá ser
levado para registro em cartório.
• Outra situação que torna o contrato um título executivo extrajudicial é a assinatura das partes e as
assinaturas de duas testemunhas, logo se percebe que a assinatura das testemunhas pode substituir o
registro em cartório.
• Lembrando que testemunhas com vínculo de parentesco com as partes podem ser questionadas
judicialmente.
• Não estando revestido destas formalidades legais o contrato para execução judicial, deverá passar por
um processo de conhecimento alongando o prazo de decisão da controvérsia existente e satisfação do
crédito.
EXECUÇÃO
I – (...);
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas;
OBS: Se não tiver os requisitos acima, tem que entrar com um Processo de Conhecimento de Ação de
Cobrança.
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus
honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato.
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