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Módulo 2 – Agentes e tarefas da fiscalização

Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem MOOC 38 Impresso por: LEANDRO DANTAS DOS SANTOS

Curso: Como Fiscalizar com Eficiência Contratos Públicos Data: quinta, 13 abr 2023, 15:07

Livro: Módulo 2 – Agentes e tarefas da fiscalização


Índice

1. Introdução

2. 1. Os responsáveis pela fiscalização - agentes 67

3. Aspectos e tarefas relacionadas à fiscalização


3.1. Do gestor do contrato
3.2. Do fiscal administrativo
3.3. Do fiscal do contrato
3.4. Do fiscal local
3.5. Do fiscal contratado
3.6. Do fiscal especializado

4. Revisão do Módulo 2
1. Introdução
2. 1. Os responsáveis pela fiscalização - agentes 67
A Lei 8.666/93 não menciona nomenclatura específica para o representante da administração, ou seja, para o agente público nomeado como responsável por fiscalizar a execução do contrato. 

Já a nova lei de licitações (Lei 14.133/2021) trouxe a expressão fiscais do contrato. No entanto, a nova lei usa essa expressão, de forma indistinta, para nomear todos os representantes da Administração, designados para fiscalizar contratos.  

Assim, quando o ente público, sem amparo em seus normativos internos, utiliza termos genéricos, como fiscal do contrato ou gestor do contrato ou outros, geram-se confusões e falhas no cumprimento das atribuições dos agentes
envolvidos na fiscalização dos contratos.

Para facilitar a forma de comunicação e fazer referência ao artigo 67 da Lei 8.666/93, o qual trata da nomeação dos responsáveis pela fiscalização, sugerimos utilizar o termo agentes 67 para indicar todos os envolvidos na fiscalização dos
contratos. Ressaltamos que a mesma regra prevista no art. 67 da Lei 8.666/93 encontra-se no Art. 117 da Lei  14.133/2021.

Os agentes 67 poderão ser indicados pela área requisitante do objeto do contrato, ou por outros setores da instituição, mas a homologação das indicações é de responsabilidade do gestor da instituição pública que assinou o respectivo
contrato. 

A escolha dos agentes 67 deverá considerar a complexidade da fiscalização de cada contrato, de maneira a nomear agentes com as competências (conhecimento, habilidade e atitude) compatíveis com as atividades a serem
desempenhadas, a fim de possibilitar o adequado acompanhamento da execução de cada contrato. Nesse sentido, o TCU determinou que Administração observe a compatibilidade da formação acadêmica do fiscal com o contrato a ser
fiscalizado. (Acórdão TCU 1094/2013 Plenário).

Além de compatibilizar esses elementos, a escolha dos agentes 67 deve, ainda, respeitar a segregação de funções: segundo o TCU, em respeito ao princípio da segregação de funções, os membros da comissão de licitação relativa ao
contrato não devem atuar como agente 67. (Acórdão TCU 1997/2006 Primeira Câmara).

O imperativo de compatibilizar a complexidade do contrato com as competências do agente 67 bem como o respeito ao princípio da segregação de funções foram acolhidos pela nova lei de licitações. De forma expressa, o Art. 7º da Lei
14.133/2021 determina que a autoridade máxima da instituição pública deverá promover gestão por competência e designar agentes 67 qualificados e ainda respeitar o princípio da segregação de funções.

Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as normas de organização administrativa indicarem, promover gestão por competências e designar agentes públicos para o desempenho das funções
essenciais à execução desta Lei […]

A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o princípio da segregação de funções, vedada a designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a
reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação. (Brasil, Lei 14.133/2021, Art. 7º cp e  §1º)

A quantidade de Agentes 67 dependerá das características de cada contrato, mas é imprescindível que o ente público tenha normas que definam as nomenclaturas, tarefas e responsabilidades de todos os envolvidos na fiscalização. A título
de sugestão, apresentamos seis nomenclaturas para os agentes 67, que assumirão as tarefas envolvidas na fiscalização de um contrato juntamente com o ordenador de despesa e o preposto da contratada.

Agente 67 principal e atores auxiliares:


Outro ator que também realiza tarefas relacionadas à fiscalização dos contratos é o ordenador de despesas. Trata-se de agente público responsável por emitir o empenho e a ordem de serviço para iniciar a execução do contrato; a ele
também cabe a tarefa de autorizar o pagamento do contrato.

Quando o contrato for de obra ou prestação de serviço, haverá também a figura do “preposto da contratada”, em atendimento ao art. 68 da Lei 8.666/93. O “preposto da contratada” é um representante formalmente indicado pela
contratada e aceito pela Administração Pública que deverá acompanhar a execução da obra ou da prestação do serviço. Ele deverá atuar como interlocutor principal da contratada junto à Administração Pública, de maneira a evitar a
subordinação direta entre trabalhadores terceirizados e gestores do ente público contratante.
3. Aspectos e tarefas relacionadas à fiscalização

As atuações dos agentes 67 integram o processo de liquidação da despesa de que trata o Art. 63, § 2º da Lei 4.320/64, processo esse que constitui condição para o pagamento. Dessa forma, antes de efetuar o pagamento às empresas
contratadas, a Administração deve realizar a liquidação da despesa, isto é, verificar a efetiva execução do objeto contratado e o cumprimento de todas as obrigações pactuadas.

Muitos processos trazem o simples atesto na nota fiscal ou fatura como se ele fosse suficiente para comprovar a liquidação da despesa. Entretanto, para a efetiva comprovação, o atestado precisa vir acompanhado da checagem feita pelo
agente 67 dos seguintes aspectos:

conformidade dos serviços prestados ou dos materiais entregues com o previsto nas especificações técnicas do termo de referência;
cumprimento dos prazos pactuados;
alcance das metas pactuadas;
alcance dos resultados pactuados, em termos quantitativos e qualitativos - o que inclui verificar a satisfação dos usuários;
emprego de recursos humanos na quantidade e qualificação exigidas no termo de referência;
emprego de materiais e equipamentos em quantidade e qualidade pactuadas;
observância das rotinas de execução definidas nas especificações técnicas do termo de referência;
cumprimento das obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias;
cumprimento das demais obrigações constantes do contrato.

Diante do exposto, é possível perceber que a fiscalização de um contrato envolve realizar muitas tarefas, antes, durante e depois da execução do objeto pactuado.

Vimos que essas tarefas poderão ser atribuídas a vários agentes 67. A Administração Pública deve indicar quais tarefas são de responsabilidade de cada um.

A seguir, apresentamos aspectos sobre cada agente 67 (para as seis nomenclaturas sugeridas nesse curso) e indicamos, em tabelas, as tarefas atribuídas a cada um.
3.1. Do gestor do contrato

O gestor do contrato acompanha os aspectos gerenciais da execução contratual. Em geral, suas atribuições estão alocadas em um setor específico da administração pública, que cuida da gestão de todos os contratos. Nesse caso, essas
atribuições deverão estar expressas em normativos internos (manuais, regimentos, decretos, etc.) que detalham as responsabilidades relativas à gestão e à fiscalização dos contratos.

Apesar de não ser comum, nada impede que se nomeie um gestor do contrato para cada contrato, tal como ocorre com o fiscal do contrato.

Nos casos em que não há indicação do setor ou agente responsável pelas tarefas que seriam atribuídas ao gestor do contrato, essas tarefas ficarão sob a responsabilidade do fiscal de contrato.

Tarefas do gestor do contrato

1 Indicar ao gestor da instituição situações de impedimentos para atuar na gestão e fiscalização do contrato;

2 Instruir o processo do contrato com toda a documentação relativa à execução e fiscalização do contrato;

3 Manter os registros em sistemas e controles institucionais atualizados;

4 Providenciar a transparência ativa dos dados relacionados ao contrato, no site da instituição;

5 Identificar situações de impedimento ou riscos não aceitáveis relativos ao preposto indicado pela contratada e solicitar nova indicação, se necessária;

6 Formalizar o aceite do preposto da contratada, após a adequada indicação;

7 Identificar situações de impedimento ou riscos não aceitáveis relativos aos agentes públicos indicados para atuar na fiscalização do contrato;

8 Homologar a indicação dos agentes envolvidos na fiscalização do contrato;

9 Publicar, no site da instituição, a identificação e o contato dos fiscais do contrato;

10 Dar ciência formal aos agentes nomeados e disponibilizar os documentos relacionados ao contrato, as descrições das tarefas a serem desempenhadas e demais orientações necessárias à fiscalização;

11 Aprovar, em conjunto com o chefe imediato do fiscal do contrato, o plano de fiscalização do contrato;

12 Solicitar ao Ordenador de Despesa a emissão de “Ordem de Início da Execução do Contrato”;

13 Convocar e conduzir, quando necessária, reunião com os agentes indicados para acompanhar a execução do contrato;

14 Convocar e auxiliar a condução de reunião com os agentes responsáveis pela fiscalização do contrato, quando solicitada pelo fiscal do contrato;

15 Elaborar os registros das reuniões (sugere-se gravar as reuniões e, adicionalmente, registrar as informações relevantes por escrito e de forma sucinta);

16 Acompanhar as ações dos agentes designados para fiscalizar o contrato, orientá-los e providenciar os recursos necessários à adequada fiscalização;

17 Receber documentos relativos ao contrato, respondê-los ou encaminhá-los para os demais agentes envolvidos no acompanhamento da execução do contrato;

18 Encaminhar documentos ao ordenador de despesa para emissão de ordem bancária de pagamento;

19 Gerenciar a vigência do contrato, de modo a detectar, em tempo hábil, necessidades de prorrogação ou nova contratação;

20 Encaminhar documentação para formalizar os procedimentos para prorrogação, alteração, reequilíbrio, pagamento, aplicação de sanções e extinção dos contratos.

Providenciar o registro dos dados relativos às sanções aplicadas no âmbito do contrato no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) e no Cadastro Nacional das Empresas Punidas (CNEP), conforme determinações d
21
Mais informações: https://ceiscadastro.cgu.gov.br/index.aspx?ReturnUrl=%2f

22 Participação da elaboração e atualização dos mapas de riscos relacionados à gestão do contrato;

23 Notificar o contratado nos casos de irregularidade, falhas graves ou falhas reiteradas detectadas na execução do contrato;
3.2. Do fiscal administrativo

De modo similar ao gestor do contrato, em geral, as atribuições do fiscal administrativo estão alocadas em um setor específico da administração pública, que cuida dos aspectos burocráticos ou
administrativos de todos os contratos. Nesse caso, essas atribuições deverão estar expressas em normativos internos (manuais, regimentos, decretos, etc.) que detalham as responsabilidades relativas
aos aspectos administrativos dos contratos.

Apesar de não ser comum, nada impede que se nomeie um fiscal administrativo para cada contrato, tal como ocorre com o fiscal de contrato.

Nos casos em que não há indicação do setor ou agente responsável pelas tarefas envolvidas na fiscalização dos aspectos administrativos, essas tarefas ficarão sob a responsabilidade do fiscal do contrato.

Tarefas do fiscal administrativo

1 Indicar ao gestor do contrato situações de impedimentos para atuar como fiscal administrativo do contrato;

2 Participar de reuniões convocadas pelo gestor do contrato;

3 Analisar os documentos e informações elaborados ou encaminhados pela contratada;

4 Conferir o cumprimento das obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas;

5 Conferir o cumprimento dos deveres relacionados às informações de controle e prestação de contas pactuadas nos instrumentos contratuais;

6 Verificar se a contratada mantém as condições iniciais de habilitação;

7 Consultar, periodicamente, o Cadastro Nacional de Empresas Punidas – CNEP e o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas – CEIS, de que tratam os Art. 22 e 23 da Lei 12.846/2013, e comunicar ao gestor do contrato eve

8 Informar à contratada sobre falhas nos aspectos administrativos e solicitar correções;

9 Promover e acompanhar a correção e a readequação das falhas relacionadas aos aspectos administrativos;

10 Encaminhar, conforme cronograma de pagamento, os registros dos aspectos administrativos que comprovam a fiscalização, os quais devem indicar os problemas eventualmente encontrados, as providencias adotadas e os problemas

11 Atestar as faturas em conjunto com o fiscal do contrato;

12 Comunicar ao gestor do contrato e ao fiscal do contrato as falhas reiteradas ou não corrigidas pela contratada e sinalizar necessidade de notificação à contratada;

13 Comunicar, imediatamente, ao fiscal do contrato, com cópia ao gestor do contrato, as situações que exijam providências urgentes para corrigir problemas constatados durante a fiscalização do contrato;

14 Elaborar o relatório de fiscalização administrativa;

15 Emitir o "Termo de Recebimento Definitivo", em conjunto com o fiscal do contrato. Esse termo deverá referenciar os recebimentos provisórios emitidos;

16 Elaborar relatório final da fiscalização do contrato em conjunto com o fiscal do contrato. Esse relatório consolidará os registros e relatórios parciais de todos os agentes envolvidos no acompanhamento da execução do contrato;

17 Encaminhar ao gestor do contrato o relatório final da fiscalização do contrato e o "Termo de Recebimento Definitivo";
3.3. Do fiscal do contrato

O fiscal do contrato é o principal agente público responsável por acompanhar a execução do contrato.

Em obediência ao artigo 67 da Lei 8.666/93, o gestor da instituição deverá nomear pelo menos um fiscal do contrato para cada contrato. Esse fiscal representará a Administração Pública no dever de acompanhar a execução contratual e
comprovará sua atuação mediante seu plano de fiscalização e relatório final de avaliação da execução do contrato.

Conforme vimos acima, em geral o ente público indica, por meio de normativos internos, setores específicos para acompanhar os aspectos administrativos e gerenciais dos contratos. Em outras situações,
o ente público nomeia agentes 67 para acompanhar tais aspectos.  Nesses casos, o fiscal do contrato se responsabilizará basicamente por acompanhar a execução do objeto, ou seja, a efetiva entrega
dos bens ou serviços contratados.

No entanto, se o ente público não possuir tais normativos e nem nomear outros agentes 67, o fiscal do contrato assumirá a responsabilidade não só pela execução do objeto, mas também pelos aspectos administrativos e gerenciais do
contrato.

Aliás, conforme veremos a seguir, todas as outras tarefas relacionadas à fiscalização do contrato que não forem destinadas a agentes específicos ficarão sob responsabilidade do fiscal do contrato.

Tarefas do fiscal do contrato

(em fiscalizações em que há os seis agentes 67 específicos vistos nesse curso)

1 Tomar ciência de sua indicação e, se for o caso, comprovar situações de impedimentos para atuar como fiscal do contrato;

2 Participar de reuniões convocadas pelo gestor do contrato;

3 Elaborar o plano de fiscalização do contrato em conformidade com o mapa de riscos relacionado à fiscalização do contrato;

4 Analisar a conformidade dos serviços realizados ou dos bens entregues em relação aos critérios e condições estabelecidos no contrato e registrar as análises em lista de verificações construída a partir do plano de fiscalização do contra

5 Avaliar a qualidade dos serviços realizados ou dos bens entregues, com auxílio de listas de verificações e questionários de avaliações construídas a partir do plano de fiscalização do contrato;

6 Comunicar-se com o preposto da contratada, ou com a contratada, para corrigir eventuais falhas na execução do objeto;

7 Acompanhar a correção e a readequação das faltas cometidas pela Contratada quanto ao objeto do contrato e comunicar, ao gestor do contrato, situações que exijam notificação do contratado;

8 Solicitar ao gestor do contrato reunião com os agentes 67, quando necessário;

9 Encaminhar os registros que comprovam a fiscalização, com destaque para eventuais problemas encontrados, providências adotadas e problemas não corrigidos;

10 Atestar as faturas em conjunto com o fiscal administrativo;

11 Emitir o "Termo de Recebimento Provisório". Esse termo deverá consolidar os "Termos de Recebimentos dos fiscais locais" emitidos;

12 Emitir o "Termo de Recebimento Definitivo", em conjunto com o fiscal administrativo. Esse termo deverá referenciar os recebimentos provisórios emitidos;

13 Elaborar relatório final da fiscalização do contrato em conjunto com o fiscal administrativo. Esse relatório consolidará os registros e relatórios parciais de todos os agentes envolvidos no acompanhamento da execução do contrato.
3.4. Do fiscal local

O fiscal local atuará nos casos em que a presença do fiscal do contrato seja inviável. A nomeação do fiscal local é recomendada, principalmente, em duas situações: quando a execução do objeto ocorrer concomitantemente em mais de
um local, ou quando ela ocorrer em local que exija um deslocamento oneroso, de modo a representar custos acima dos benefícios obtidos com a atuação direta do fiscal do contrato.

Assim, deve-se nomear quantos fiscais locais forem necessários. A necessidade e o número de fiscais locais deverão ser definidos no plano de fiscalização do contrato, o qual incluirá também, as tarefas,
prazos e formas de registros que ficarão sob a responsabilidade de cada fiscal local.

Tarefas do fiscal local

1 Tomar ciência da indicação e, se for o caso, comprovar situações de impedimentos para atuar como fiscal local do contrato;

2 Participar de reuniões convocadas pelo gestor do contrato;

3 Validar ou promover alterações no plano de fiscalização do contrato relativas às tarefas sob sua responsabilidade;

4 Analisar a conformidade dos serviços realizados ou dos bens entregues em relação aos critérios e condições estabelecidos no contrato e registrar as análises em lista de verificações construída a partir do plano de fiscalização do contrat

5 Avaliar a qualidade dos serviços realizados ou dos bens entregues, com o auxílio de listas de verificações construídas a partir do plano de fiscalização do contrato;

6 Comunicar, imediatamente, ao fiscal do contrato, com cópia ao gestor do contrato, as situações que exijam providências urgentes para corrigir problemas constatados durante a fiscalização do contrato;

7 Elaborar os registros da fiscalização e encaminhá-los ao fiscal do contrato, conforme plano de fiscalização do contrato.
3.5. Do fiscal contratado

Fiscal contratado é a pessoa física ou jurídica contratada para subsidiar o fiscal do contrato nos casos em que a Administração Pública não dispõe de recursos humanos qualificados para auxiliar o fiscal em certas funções específicas. A
própria Lei 8.666/93 autoriza contratar terceiros para assistir ou subsidiar o fiscal do contrato:  

“A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes
a essa atribuição. (BRASIL, Lei 8.666/1993, Art. 67).” Grifamos.

Note que a Lei não autoriza contratar terceiros para fiscalizar o contrato, mas sim para auxiliar a fiscalização, que continua sob a responsabilidade de um agente público.

"O Art. 67 da Lei nº 8.666/1993 exige a designação, pela Administração, de representante para acompanhar e fiscalizar a execução, facultando-se a contratação de empresa supervisora para assisti-lo. Assim, parece-me claro
que o contrato de supervisão tem natureza eminentemente assistencial ou subsidiária, no sentido de que a responsabilidade última pela fiscalização da execução não se altera com sua presença, permanecendo com a
Administração Pública.”  (Acórdão nº 1.930/2006 – Plenário)

O instrumento jurídico celebrado quando da contratação do fiscal contratado será um contrato de supervisão.  Esse contrato de supervisão disporá sobre as tarefas específicas, definidas de acordo com o objeto a ser fiscalizado e conterá
cláusulas que disponha sobre os recursos, as formas de execução, os prazos e os produtos a serem entregues. Esses produtos serão incorporados aos trabalhos do fiscal do contrato e deverão estar compatíveis com o plano de fiscalização
do contrato.

Essa contratação poderá ocorrer:

1. por provocação do fiscal do contrato, após ele comprovar que necessita de auxílio e diante da impossibilidade de nomear-se fiscal especializado, ou fiscal local, conforme o caso;
2. por decisão da Administração, mediante justificativas dela e conhecimento por parte do fiscal do contrato, que fará constar no plano de fiscalização do contrato as informações relativas à contratação;

Ressalta-se que essa nova contratação também está subordinada aos ditames da Lei 8.666/93 e, portanto, terá que ser fiscalizada. Em respeito ao princípio da segregação de funções, o fiscal do contrato a ser auxiliado não pode ser
nomeado como agente 67 para fiscalizar essa nova contratação. Assim, o gestor deverá nomear outro agente 67 para fiscalizar o contrato de “assessoramento ao fiscal do contrato”.

Além das obrigações específicas de cada objeto a ser fiscalizado, o instrumento celebrado para contratar o fiscal contratado estabelecerá estas tarefas:

Tarefas do fiscal contratado  

1 Participar de reuniões convocadas pelo gestor do contrato;

2 Analisar a conformidade dos serviços realizados ou dos bens entregues de acordo com os critérios e condições estabelecidos no contrato e registrar as análises em lista de verificações construída a partir do plano de fiscalização do cont

3 Avaliar a qualidade dos serviços realizados ou dos bens entregues, com o auxílio de listas de verificações construídas a partir do plano de fiscalização do contrato;

4 Comunicar, imediatamente, ao fiscal do contrato, com cópia ao gestor do contrato, as situações que exijam providências urgentes para corrigir problemas constatados durante a fiscalização do contrato;

5 Elaborar os registros técnicos da fiscalização e encaminhá-los ao fiscal do contrato, conforme plano de fiscalização do contrato.
3.6. Do fiscal especializado

O fiscal especializado é nomeado para subsidiar o fiscal do contrato em função de suas competências técnicas relacionadas ao objeto pactuado no contrato. É indicado, principalmente, para os casos em que o fiscal do contrato
necessite de assessoramento técnico para certificar a adequação dos produtos entregues ou serviços executados.

Tarefas do fiscal especializado

1 Tomar ciência da indicação e, se for o caso, comprovar situações de impedimentos para atuar como fiscal especializado do contrato;

2 Participar de reuniões convocadas pelo gestor do contrato;

3 Validar ou promover alterações no plano de fiscalização do contrato relativas às verificações e análises técnicas necessárias para o adequado acompanhamento da execução do contrato;

4 Analisar a conformidade dos serviços realizados ou dos bens entregues de acordo com os critérios e condições estabelecidos no contrato e registrar as análises em lista de verificações construída a partir do plano de fiscalização do cont

5 Avaliar a qualidade dos serviços realizados ou dos bens entregues, com auxílio de listas de verificações construídas a partir do plano de fiscalização do contrato;

6 Comunicar, imediatamente, ao fiscal do contrato, com cópia ao gestor do contrato, as situações que exijam providências urgentes para corrigir problemas constatados durante a fiscalização do contrato;

7 Elaborar os registros da fiscalização e encaminhá-los ao fiscal do contrato, conforme plano de fiscalização do contrato.
4. Revisão do Módulo 2

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