O Casamento Iraniano - Tipos, Tradições e Evolução

Trabalho realizado por Gabriela Dias Resende - número de aluno 159096

Unidade Curricular: Culturas Islâmicas

Docente: Sépideh Radfar

Licenciatura em Estudos Asiáticos – 3º ano, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Novembro de 2023

Introdução
A definição formal de casamento consiste na união voluntária entre duas pessoas que desejam constituir uma
família, formando um vínculo conjugal que é baseado nas condições dispostas pelo direito civil.

O casamento é uma instituição universalmente significativa que reflete tradições das sociedades. O Irão, que
conta com uma história rica e com uma cultura milenar, não é exceção e por isso possui diversos costumes e
rituais únicos associados a esta cerimónia.

Com este trabalho procuro explorar 2 diferentes tipos de casamento praticados neste país, bem como as
tradições e simbolismos que envolvem este evento tão importante na vida dos iranianos, destacando a forma
como evoluíram ao longo do tempo.

Tipos de Casamento

O Islão e a Lei muçulmana permitem a existência e prática de diversos tipos de matrimónio e, mesmo a sua
maioria sendo xiita, é possível encontrar esta variedade de casamentos no Irão. Acredito que os mais relevantes
sejam o Nikah e o Sigheh por serem tão opostos e contrastarem bem as realidades vividas neste país.

Nikah1 refere-se ao tipo mais comum e designa o casamento permanente. Envolve diversos rituais que carregam
séculos de tradição e inclui uma celebração pública para os familiares e amigos do casal. É um processo formal
e como tal, requer a presença de testemunhas e de um Imã. O casamento permanente têm variações dentro do
mesmo estilo, influenciadas pela região geográfica, pelas crenças e pelas preferências dos próprios noivos.

O casamento temporário, também chamado de Sigheh2, é uma prática baseada na lei islâmica que permite um
contrato de casamento com um período de validade definido. Embora seja controverso e não seja praticado por
todos os muçulmanos, ele é reconhecido legalmente no Irão.

Tradições

A maioria dos elementos presentes nesta cerimónia remontam ao tempo da Pérsia e alguns dos simbolismos ao
Zoroastrismo e ainda hoje se realizam da forma mais fiel possível. 3

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LawBhoomi; 2023; Types of Muslim Marriage; LawBhoomi
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LawBhoomi; 2023; Types of Muslim Marriage; LawBhoomi
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos

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Uma das primeiras tradições que se deve cumprir é a primeira visita que a família do noivo faz à família da
noiva, denominada de Khastegari4, sendo que ele a presenteia com flores ou com algo doce. Originalmente,
esta visita tinha o objetivo de que ambas as famílias se conhecessem melhor para então, mais tarde, oficializar o
pedido de casamento.5 Nos dias que correm os jovens rapazes preferem escolher a noiva eles próprios do que
manter a tradição de ser a família a fazer a seleção no entanto ainda procuram a aprovação dos progenitores no
que toca à sua escolha.

Após a primeira reunião, se despertar interesse e a intenção de realizar pedido de casamento, a família do noivo
volta a reunir-se com a família da noiva para o Bale Boroon6, ou seja, para receber o sim! É neste momento que
a mãe do comprometido oferece à jovem um anel como símbolo de compromisso 7 e que a noiva tem
oportunidade para mostra um pouco das suas qualidades, habilidades e dos seus objetivos pessoais e
profissionais8. O futuro esposo oferece à sua prometida uma “dádiva de amor” ou, em persa, Mehrieh9 que
consiste na oferta de moedas de ouro ou, no caso de se tratar de uma família abastada, de um local para ambos
morarem após se casarem. Esta oferta é realizada baseada num acordo entre ambas as famílias e permite que a
família da noiva se sinta mais segura e tranquila em relação à sua filha.

Com estas formalidades concluídas, chega a hora de iniciarem os preparativos para a cerimónia, denominada de
Aroosi10.

É comum as famílias iranianas realizarem duas celebrações. A primeira cerimónia é o casamento civil, ao qual
se dá o nome de Aghd11, com esta cerimónia ambos os lados do casal estabelecem um vínculo matrimonial e
passam a ser reconhecidos como marido e mulher. Um facto bastante curioso sobre esta etapa é a forma como o
casamento é apresentado à mulher pois é necessário um Imã, ou um diretor da oração, que tem a função de ler
algumas passagens do sagrado livro Alcorão e de perguntar à noiva se esta concorda com o que é lido e se
concorda com o casamento em si. O que distingue esta tradição com a prática ocidental é o número de vezes
que a pergunta é direcionada à mulher, enquanto o homem é questionado apenas uma vez, a figura feminina é
questionada 3 vezes, respondendo apenas à 3ª vez12. Esta cerimónia tem lugar durante o dia mas prolonga-se ate
à noite. Tipicamente, fazem parte do menu sumos e doces para os convidados. No que toca às roupas usadas, a
noiva enverga sempre um vestido com um véu que cobre a cabeça, tudo na cor branca, enquanto os noivos
vestem um fato social num estilo mais ocidental. A cor de eleição tende a ser o branco mas esta pode variar e,
noutros países muçulmanos é possível ver trajes cerimoniais na cor verde ou ate vermelho, dependendo do
simbolismo associado a cada cor.13

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Janaina Elias: 2012; Tradições de Casamento no Irã; Chá-de-Lima da Pérsia
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Janaina Elias: 2012; Tradições de Casamento no Irã; Chá-de-Lima da Pérsia
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Janaina Elias: 2012; Tradições de Casamento no Irã; Chá-de-Lima da Pérsia
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Janaina Elias: 2012; Tradições de Casamento no Irã; Chá-de-Lima da Pérsia
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Janaina Elias: 2012; Tradições de Casamento no Irã; Chá-de-Lima da Pérsia

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A próxima tradição que é cumprida de forma fiel é o Sofreh Aghd14 que pode ser traduzido para “toalha de
mesa”, ou seja, é um pano específico que é colocado à frente do mais recente casal e que é adornado por
elementos cheios de simbolismos. Este é um momento mais intimo e por isso apenas os familiares e amigos
próximos se encontram presentes para testemunhar.

Os primeiros elementos que são colocados sobre o pano são um espelho, que representa a imortalidade, e
candelabros com velas que, tal como no zoroastrismo, representam a luz e o calor. De seguida temos um
Termeh15, ou um tapete de oração, que simboliza a fé do casal no Islão. Tal como em muitas outras situações as
moedas de ouro são um elemento fundamental para trazer abundância e prosperidade financeira para o casal. O
ambiente é perfumado pelo incenso, aqui chamado de Espand16, que tem a capacidade de afastar o mau-olhado.
Símbolo de prosperidade e de tradição iraniana, o pão Sangak17 não pode faltar, assim como o açúcar
cristalizado que trás doçura e amor, os ovos pintados que simbolizam a fertilidade, as amêndoas, as nozes, as
avelas e frutas da época, sempre presentes nas mesas iranianas. Também esta presente o mel que tem um ritual
particularmente doce a si associado pois, após a troca das alianças, os noivos mergulham o dedo mindinho no
recipiente e colocam na boca um do outro. Os pães de açúcar, também denominados de Kalleh Ghand18, são
essenciais pois, durante a cerimónia, é erguido e estendido um véu por cima das cabeças do novo casal, com o
auxílio de 3 mulheres, são esfregados estes pães por cima do véu como forma de bênção. Por fim mas não
menos relevante, é colocado um tabuleiro com um arranjo com 7 especiarias, novamente, com o intuito de
afastar o mau-olhado.

É possível incluir outros itens, e enfeitar o Sofreh Aghd com muitos ramos de flores ou outros elementos
decorativos, dependendo do gosto de cada família.

De seguida, decorre a festa em si, com muita música, dança e diversão. É neste momento de festa que é servido
aquilo que em Portugal associamos ao jantar e chamamos de “copo-d’água”. No final da festa, todos os
convidados se juntam aos noivos num cortejo automóvel ate à casa dos recém-casados, dando la continuidade à
celebração mas agora num contexto mais intimo e apenas com a família de ambos os lados e amigos mais
próximos.

Pagosha19 está associado ao primeiro convite feito ao novo casal para que se juntem para uma refeição. Com o
casamento findado, os amigos e a família do casal começam a convida-los para jantarem. Na essência, trata-se
do primeiro convite oficial que serve para acolher o casal e que se sintam à vontade para visitar os anfitriões
com mais frequência.

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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos

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Uma tradição bastante interessante é que, mesmo nos tempos modernos, a maioria dos casais iranianos
preferem esperar pelo casamento para morarem juntos no entanto, nas cidades mais populosas como Teerão, já
é possível ver esta prática a alterar-se mesmo o governo ainda se mantendo contra ela. 20

Existe um costume chamado de Jahaz21, este é o nome dado à mobília e decoração que a noiva traz pra dentro
de casa do casal. É comum ser o noivo a pagar pelas festas e até mesmo pela própria casa por isso, a família da
noiva encarrega-se de ajudar a filha a comprar a mobília e os elementos decorativos do novo lar do casal. Esta é
uma forma utilizada pela família da noiva de mostrar riqueza e de se exibirem.

Os casais iranianos cumprem a tradição de ir de lua-de-mel ou, em persa, Mah-e Asal22. Muitos optam por ir até
Mashhad para homenagear o santuário de Imam Reza, outros por viajar até à Ilha de Kish, mas cada vez mais é
comum vermos outros destinos no estrangeiro a serem eleitos.

Por todo o território iraniano é possível encontrar varias tradições e costumes. Por vezes são pequenas
variações da mesma prática. O que há em comum entre todos os casamentos são os vestidos coloridos, músicas
tradicionais, danças bonitas e a busca da felicidade.

Evolução

O processo de modernização e de aproximação ao ocidente fez com que se alterassem mentalidades e fez com
que certas práticas se tinham adaptado aos tempos modernos, no entanto, é de ressaltar que há uma tentativa de
manter a base tradicional

Alguns exemplos são a forma como a noiva é escolhida pois já não é a família do homem a fazer a seleção mas
este continua a procurar a aprovação dos pais na sua escolha, a forma como a mulher se apresenta à família do
noivo sendo agora o foco os seus objetivos acadêmicos e profissionais e a tradição do casal passar a morarem
juntos apenas depois da cerimônia oficial porque, tendo em conta os maiores objetivos acadêmicos e
profissionais e a crescente dificuldade em ter casa própria sozinho a uma idade tão jovem leva a que o
casamento seja adiado e faz com que os casais não esperem para passarem a partilhar um teto.

Esta última transformação não é muito bem vistas pelos religiosos pois permite que os jovens vivam um
“casamento não consumado” correndo o risco de serem castigados se descobertos. Por não haver um contrato
que garanta as condições da vida em conjunto do casal, os mais tradicionais e conservadores acreditam que a
posição da mulher fica em causa pois ela não vai ter garantias de nada, acreditam que existe uma falta de
segurança principalmente a nível financeiro - isto demonstra a ideia de que a mulher é incapaz de se auto
sustentar se não tiver um homem ao seu lado, uma visão muito machista em pleno século XXI.

Este tipo de preconceito leva a que muitas pessoas, que só querem aproveitar a vida perto de quem amam, se
retirem do país para poderem viver em liberdade e sem o olhar de julgamento vindo dos outros 23.

Sigheh
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Janaina Elias: 2012; Tradições de Casamento no Irã; Chá-de-Lima da Pérsia
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos
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Ali Falahi; 2015; Casais em união estável no Irã desafiam tabus do país; El País Brasil

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No que toca ao casamento temporário, esta é uma prática bastante controversa pois algumas pessoas acreditam
demonstrar incoerência e certa hipocrisia.

É estritamente proibido que os casais ainda não casados demonstrem carinho em publico ou até que tenham
relações sexuais no âmbito privado. O descumprimento desta regra pode levá-los a serem multados, presos ou
açoitados24. Contudo, existe uma forma de casamento que desvaloriza a rigidez e seriedade moral iraniana: o
casamento temporário ou, em persa, Sigheh. Para oficializá-lo, o casal só necessita comparecer diante de um
mulá para assinar um contrato que simboliza o casamento. Sigheh não se trata de um casamento vitalício, mas
de uma união com uma duração previamente estipulada, sendo que não existe uma regra que defina o limite
mínimo nem máximo da duração do matrimónio.

Alguns vêm este tipo de casamento como um arranjo com um único objetivo, o de oferecer prazer a ambos os
envolvidos e, por isto, algumas pessoas vêm este tipo de casamentos como um contrato de serviços sexuais.
Sendo o homem que procura a mulher, esta poderá dizer não, o que implica numa série de problemas para sua
família, por desonrar um homem rico ao recusar o contrato no entanto, se for aceite e, se no fim, for da vontade
de ambos, o contrato poderá ser renovado. O homem tem a obrigação legal de sustentar a mulher durante o
tempo em que estão juntos, tendo este contrato os efeitos legais de um casamento permanente durante o tempo
definido. Após o fim do tempo estipulado, com a possibilidade da senhora estar gravida, o homem deve
continuar a sustenta-la monetariamente por 3 meses. Se, deste tempo juntos, surgir uma criança, esta não é
considerada bastarda e tem os direitos legais como se fosse um filho de um casamento permanente.

Muitas mulheres sonham com a possibilidade de permanecer com o contratante mas essa é uma coisa difícil de
acontecer, pois, por normalmente ter altas posses financeiras, o sujeito prefere não estar sempre com a mesma
pessoa25. Além desta preferência, os homens ricos têm a tendência a casarem com mulheres de classe social alta
e virgens. Normalmente, as que aceitam o Sigheh são mulheres pobres, que passam dificuldades e que não
conseguem arranjar um bom casamento.

Ter uma filha casada de forma temporária não é honroso para a família, por isso, muitos contratos são mantidos
em sigilo, pois a jovem passa a não ser aceite nas famílias respeitáveis. Acabado o contrato, a mulher fica numa
situação complicada, pois a condição de virgem é muitas vezes exigida para um casamento.

Quem apoia esta prática invoca passagens do Corão para legitimar esta união. Afirmam que esta serve para
evitar que rígidos códigos de conduta, impostos a 70 milhões de habitantes, sendo que 70% dos quais têm
menos de 30 anos, provoquem explosões sociais. Se um casal de namorados demonstrar carinho em público,
uma licença de casamento temporário evita uma condenação por "afronta à moral". Entre as razões de apoio
temos a maior liberdade nas relações entre homens e mulheres, a satisfação das necessidades sexuais e o
objetivo de acabar com a obsessão do país pela virgindade mas o problema é a forma como é processado o
casamento. De facto, no Irão e pela Lei Islâmica, um homem pode ter quatro esposas permanentes e um número
ilimitado de mulheres temporárias26, podendo abrir mão do contrato quando bem quiser, mas às mulheres não é
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Lu Carvalho; 2015; Irã – Casamento Temporário x Prostituição; Vírus da Arte
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Lu Carvalho; 2015; Irã – Casamento Temporário x Prostituição; Vírus da Arte
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Caroline; 2012; Casamentos Temporários; Coordenada XY

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dado direito algum, a não ser o da sujeição. Além disto enfrentamos o facto de que a prostituição é ilegal mas a
base deste tipo de casamento é semelhante à base da prostituição, ou seja, a satisfação das vontades sexuais em
troca de um pagamento. Estes elementos ilustram bem o motivo pelo qual se associa o Sigheh à hipocrisia.

Conclusão

O casamento no Irão é uma celebração profundamente enraizada em tradições culturais e religiosas. Os

diferentes tipos de casamentos, juntamente com as práticas e rituais associados, demonstram a riqueza da
cultura iraniana. O respeito pela tradição e a importância dada à união familiar são elementos centrais que
definem o casamento iraniano. Ao entender essas práticas, ganhamos uma visão mais profunda da
complexidade e da riqueza da sociedade iraniana.

O casamento permanente iraniano representa uma cerimônia de extrema importância pelo simbolismo que
carrega e por aquilo que representa - transporta tradições milenares até aos dias atuais, carrega o peso de 2
grandes religiões, e é, para alguns, o momento mais esperado da vida toda.

Em contrapartida, temos o oposto quando falamos do Sigheh. É também através do casamento que vemos uma
certa hipocrisia por parte dos mais tradicionais por não aceitarem, por exemplo, a prostituição, mas aceitam e
defendem a prática do casamento temporário. É possível ver a forma como a mulher é percebida, muitas vezes
apenas como um objeto sexual e que, sem um homem, não tem capacidade de sobreviver.

Webgrafia

Portal do Irão; Cerimónias e rituais de casamento iranianos (disponível em https://iranianos.pt/cerimonias-e-

rituais-de-casamento-iranianos/)

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Janaina Elias: 2012; Tradições de Casamento no Irã; Chá-de-Lima da Pérsia (disponível em
https://chadelimadapersia.com/tradicoes/tradicoes-de-casamento-no-ira /)

Lu Carvalho; 2015; Irã – Casamento Temporário x Prostituição; Vírus da Arte (disponível em

https://virusdaarte.net/ira-casamento-temporario-x-prostituicao /)

Caroline; 2012; Casamentos Temporários; Coordenada XY (disponível em

http://www.coordenadaxy.com/2012/08/casamentos-temporarios.html)

Ali Falahi; 2015; Casais em união estável no Irã desafiam tabus do país; El País Brasil (disponível em
https://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/17/internacional/1431888069_239611.html)

Fariba Parsa; 2021; Temporary Marriage in Iran and women’s rights ; Middle East Institute (disponível em
https://www.mei.edu/publications/temporary-marriage-iran-and-womens-rights )

LawBhoomi; 2023; Types of Muslim Marriage; LawBhoomi (disponível em https://lawbhoomi.com/types-of-

muslim-marriage/)