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CHICUMBI

É uma festa de iniciação juvenil feminino feita com objetivo de preparar a mulher para um
relacionamento conjugal ou matrimonial que parte da fase inicial da adolescência realizada pelos
povos tradicionais de Cabinda, nomeadamente pelos Kilinje, mukwakongo, muyombe e um restrito
grupo familiar muoyo, incluindo o povo do Muanda do país vizinho RDC, reservados pelos
adolescentes virgens. Foi introduzido pela primeira vez em Cabinda no Século XIV pelo príncipe
Nzinga que era também conhecido como Santo Nzinga por possuir diversos dons. Ele acreditava que
a falta de chuva, a existência da seca nos rios, a fraca produtividade tanto nos campos como em
outros sectores se devia ao facto das mulheres conceberem em alturas impróprias. Assim sendo, a
príncipe em referência tomou a decisão de estabelecer o princípio de que todas as mulheres daquela
época, antes de entrarem num relacionamento e terem uma vida sexual activa, tinham que passar
primeiro pelo ritual de chicumbi para se evitar contracção matrimonial prematuramente. Este acto
implicava a passagem de uma fase para outra, ou seja, a saída da adolescência para a fase adulta; e
era obrigatório para se fazer sentir o respeito tradição e aspectos culturais deste povo, que até então é
realizada, actualmente por alguns povos citados anteriormente. Para tal, pois, é realizável a medida
que a moça ou a jovem não podia ter relações conjugais, nem sexuais. E vigentemente, Este ritual é
chamado por muitos “casa de tinta”. A passagem por esta casa de tinta ou esta prática significava a
transição da adolescência para a emancipação em outros termos. Por isso que, a moça deveria ser
virgem ou apresentar-se-ia virgem, dali o uso da terminologia “chicumbi” que significa virgindade
ou puro.

Nessas atividades realizam-se várias cerimónias, entre as quais: rapagem de cabelo, ou seja, as
mulheres são rapadas todo o cabelo, e são pintadas tintas brancas e fiquem encarceradas num
determinado quarto escuro durante quinze (15) dias no máximo, e são obrigadas a se alimentar
apenas de galinha guisada e não o frango. As tias dessas moças é que procuram tratar de tudo isto. E
terminando o tempo necessário, elas ficam livres de qualquer adversidade que comprometa a sua
fertilidade e vivem uma vida de paz nos seus futuros lares, pois pressupõe-se que obedeceram a
tradição instituída pelos ancestrais e as bênçãos dessas recém-mulheres começam a dar fruto. Do
contrário ocorre muita desgraça.
ALAMBAMENTO

Em Angola o alambamento, que em Cabinda praticamente tem sido chamado habitualmente de


pedido é ainda uma tradição muito forte, e segundo vários anciões sábios que procuramos fazer uma
pequena entrevista em Cabinda, dizem que é um acto matrimonial muito importante do que o
casamento civil ou religioso. O alambamento consiste numa série de rituais como, por exemplo, a
entrega de uma carta com o pedido da mão da noiva, ofertas em bens alimentares por vezes até
mesmo dinheiro. Quando o jovem casal de namorados decide casar é necessário ter o aval da família
da noiva; e isso só é possível se durante o pedido, toda gente estiver de acordo com que o casamento
se concretizar. O jovem casal marca o dia do pedido. Esse dia é marcado a concordância ou a
resposta é relativa aos tios da noiva, pois é necessário reunir toda a família e é feita a entrega de uma
lista que contém o que o noivo tem de conseguir reunir até ao dia do pedido. Contudo, apesar de ser
normalmente comum estes rituais e extensa pelos bakongos, analisando, pode variar de família a
família em questão. Mas em Cabinda, o noivo é a parte fundamental esta cerimónia, porque é ele que
traz maior parte dos dotes, sem falar a contribuição dos seus familiares.

Inicialmente, apresenta-se uma lista vem diversos itens para que o dia combinado não haja nada em
falta. E o que vem nesta lista afinal de contas? Nesta lista em primeiro lugar, vem um envelope com
dinheiro dependentemente do que os tios da noiva vão estipular. Mas costumeiramente, dão-se os
dotes em função da altura da noiva, entretanto, grades de cerveja, grades de gasosa, dois garrafões de
vinho, cinco litros de maruvo, um fio de ouro, um pano de super wax, um fato para o tio e calçados
para a mãe biológica da moça, um cabrito, etc.

De forma resumida, são estes rituais que ocorrem no meu clã ou na província onde eu tenho origem,
Cabinda.

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