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Origem e Ritual de Kimbanda
Na tradição cultural banto, ki-mbanda é o curandeiro.
Supremo ocultista que possui uma gama de poderes,
compreendido muitas vezes como médico, exorcista,
feiticeiro, adivinho, benzedeiro, mago, necromante,
entre outros atributos, além de l í der espi ri tual , é
também um líder político, guardião e defensor
daquelas tribos.
A religião tradicional dos kimbandas, o kimbangismo,
já existia antes da chegada dos europeus na África.
Quando o rei Manikongo se converteu ao cristianismo
[1491] parte da população se opôs à nova religião
adotada, dando início a guerra civil. Os focos de
revolta foram liderados pelos reis [feiticeiros] que
não aceitavam as leis portuguesas, nem a religião
destes, ou que seus antepassados fossem taxados
de "diabos".
Após a guerra muitos líderes capturados foram trazidos para o Brasil como escravos.
Vira-se uma nova página na história.
Formação da religião no Brasil
No Brasil colonial foi inevitável o encontro das culturas nativas. Os
negros que fugiam das fazendas para os quilombos se
aliavam aos índios e criavam novos laços sociais, familiares e culturais.
Com isso, diversos cul tos ancestrai s trazidos
pelos negros foram se misturando com os cultos indígenas.
Dessa mistura surgiram outras formas de culto, que no século IXX foram
chamados de makumba. Após a abolição, quando
diversos grupos de nações começaram a procurar sua identidade, dividiram-
se os principais, aparecendo: Candomblé de
Angola, Candomblé de Congo, Candomblé de Caboclo, ou Encantados, entre
outros. Todos eles à procura de uma raiz cultural.
Foi no final deste século que surgiu a macumba urbana, onde se tinha a
participação em massa de brancos pobres e
descendentes de escravos.
Pela primeira vez se ouve falar em Mbanda e Kimbanda. Um tipo de culto
influenciado pelo sincretismo católico, mas com
profundas raízes culturais. Nesta época, a preocupação era em relação à
aceitação. As perseguições eram constantes,
tanto por parte da sociedade como pela própria polícia.
Durante estes anos a Kimbanda permaneceu escondida por razões óbvias.
Enquanto a Umbanda foi adotada pela classe
média, a Kimbanda permaneceu nas periferias, quase sempre camuflada e bastante
restrita.
O sincretismo forçou esta resignação dos quimbandeiros, enquanto os orixás
e nkisses vinham sendo sincretizados com
santos católicos, os espíritos da Kimbanda se identificavam melhor com "demônios".
Características do culto no Brasil
No ritual de Kimbanda chamamos de Mestre, o chefe e zelador do
terreiro. Este também é o responsável pelos sacrifícios,
preservando costumes e fundamentos passados de geração em geração. Mas
para chegar a tal posição, deve desenvolver
muitos aspectos, além do conhecimento e a mediunidade, deve adquirir
maturidade suficiente para liderar e iniciar novos
adeptos.
Empregamos pontos cantados [cânticos], tambor, roupas, bebidas e tabacos.
As roupas recriam o ambiente ancestral, os
trajes de época, onde a mulher se destaca pelas saias longas, carregadas
de mironga [segredos], emprestando beleza ao
culto e memorizando tempos em que a sensualidade se despertava pelo mistério.
A sua ritualística imita uma grande festa pagã, com reis e rainhas, nobres,
marinheiros, ciganos, malandros, feiticeiros,
enfim, todos os povos sob o mesmo teto e o mesmo chão sagrado. Neste
espaço não há distinções de raça, credo ou
condição social, ou mesmo sexual; todos são bem vindos e iguais.
As bebidas e tabacos têm várias funções no culto, assim como outras
essências utilizadas, as entidades manipulam o
álcool e a fumaça no corpo dos médiuns, equilibrando as energias e mantendo o corpo
na vibração ideal. Também é costume
presentear os Guias como forma de retribuição por alguma vitória
alcançada. Neste caso são ofertados bebidas, charutos
ou fumos de boa qualidade.
Todo esse aparato ritualístico aparenta exalar certo glamour, mas esta
prática visa resgatar o espírito sagaz daqueles
ancestrais, pois, é através deles que adquirimos força para enfrentar as
adversidades da vida.
Vl og - Umbanda São Mi guel Arcanj o
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Iniciação e desenvolvimento
O rito que marca a entrada do filho na Kimbanda é aparentemente
simples. Há terreiros em que o adepto deve ser
preparado, recebe banhos e isola-se da vida mundana durante alguns dias.
Isto inclui abster-se de sexo e bebidas
alcoolicas.
Este procedimento visa desenvolver responsabilidade. Alguns aspectos
individuais podem ser colocados à prova, como o
nível de interesse, a postura e lealdade diante dos irmãos de terreiro. Algo que o
fará renascer para uma nova vi da.
Mas o processo perdura durante muito tempo e a cada ano os preceitos
devem ser renovados, iniciando um novo ciclo. Não
há um mês específico para este reinício; depende da data em que a
pessoa foi iniciada. Algumas vezes se organiza os
festins numa noite específica conforme o terreiro, ou por necessidade
mesmo. De qualquer modo o encerramento sempre
acompanha uma festa para celebrar o ano que passou, as conquistas e o
desenvolvimento alcançado.
Os graus são atingidos com a construção da coroa e do assentamento, e também das
experiências vividas, o que irá refletir
no amadurecimento como indivíduo. Com o tempo, por mérito, a entidade de
trabalho [ou de frente] recebe a capa, o
primeiro símbolo de conquista; obtendo maior autonomia dentro do culto. Não há uma
regra que indique em qual momento a
entidade poderá usar capa. Normalmente é resultante de uma grande resposta ou
demonstração de firmeza nos trabalhos.
Após receber a capa, o adepto poderá acessar os locais sagrados da Kimbanda, os
reinos e moradas; realizar trabalhos. Mas
não poderá imolar nenhum animal. A imolação só poderá ser feita após um ritual em
que receberá os Obés [facas sagradas]
de sacrifício. Este processo pode levar sete anos ou mais para estar
devidamente pronto. Ainda assim, sempre haverá
novos ciclos para serem trilhados.
***
Alguns terreiros costumam presentear as entidades da Kimbanda com um par
de sapatos; tornando este acessório um
símbolo de evolução na terra. Quero deixar claro que o uso de sapatos pelas
entidades nunca foi fundamento. Esse costume
é bem recente, e começou por causa do inverno gaúcho, muito rigoroso.
Sendo assim nas grandes reuniões [festas] as
entidades passaram a usar sapatos para proteger seus aparelhos.
Entre as famílias mais tradicionais ainda se cultiva os pés no chão,
pois o chão é sagrado para a Kimbanda. E aqueles que
conhecem, ao visitar uma casa tradicional, logo observam os pés do chefe
do terreiro. Se ele estiver descalço, todos tiram
os calçados em respeito ao solo que estão pisando.
Gl ossári o
1. Bantos - Grupos étnicos do centro-sul da África, tais como os de Congo, Angola e
Uganda.
2. Ki mbangi smo - Referente às práticas de feitiçaria dos ki-mbandas.
3. Mani kongo - Rei do Congo.
4. Makumba - originalmente a madeira utilizada para fabricar um tipo de
tambor primitivo, batizado com o mesmo nome.
Mais tarde esta palavra seria usada pra designar os cultos que faziam uso destes
tambores em seu ritual.
5. Mbanda - do kimbundo, significa curandeirismo, bruxaria, feitiçaria.
Alguns autores traduzem como "a arte da cura", ou
"conhecimento das ervas".
6. Macumba Urbana - fenômeno sócio-religioso e popular do final do séc. IXX.
Tags
Religião afro brasileira
Origem da Kimbanda
Ritual de Kimbanda

POSTADO POR RAFAEL SI L VEI RA ÀS 21 : 47


MARCADORES: KI MBANDA
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