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Introdução ao Adepto Externo

Consagrando da imagem de Exu e Pombagira

Esse “grau” visa abrir portas para uma nova forma de pratica dentro da
Quimbanda consolidada em nosso templo, bem como outros sistemas mágicos
empregados por nós. Não se trata de revelar aspectos e fundamentos internos e
secretos de sistemas mágico-religiosos, mas sim expor formas de trabalho que
pode ser exercida por um não iniciado em nossas fileiras. Entendemos que todos
têm o direito de cultuar de forma solitária, seus exus através da egrégora de Vossa
Santidade Maioral, e isso pode ocorrer pela carência de casas e templos sérios na
região do adepto, porem lembramos que a Quimbanda é um sistema religioso de
tribo, e muitas vezes é necessário o auxílio prático e oral de um Sacerdote
competente ou de um Iniciado mais experiente na senda, seja para o
desenvolvimento mediúnico (incorporação), rituais de corte e até outras
iniciações e práticas decorrentes que o culto exige. Logo a forma apresentada aqui
não atribui a uma iniciação, apenas a forma em que o adepto possa estreitar um
laço para com seus pais de coroa (Exu e Pombogira). Para se obter chaves ocultas
e práticas aprofundadas do culto e suas iniciações é necessário a afiliação em um
templo de Quimbanda. Essa ritualística tem o intuito de ajudar abrir portas para
o subconsciente, afim de estreitar os laços do adepto com as forças da
Quimbanda, V.S. Maioral e os pais de coroa Exu e Pombogira. É necessário que o
adepto saiba quem são seus mestres (Exu e Pombogira), através de uma consulta
oracular feito por um Sacerdote de Quimbanda, em um templo que o mesmo
julgue ser confiável. Para maiores informações ou consulta oracular, pode nos
contatar pelos meios inseridos no site.
Obs: Algumas entidades/nomes podem mudar de acordo com a egrégora da casa,
região e seguimento do culto exercido, tal confirmação é de suma importância.
Necessário também que o adepto passe por um período de 3 dias (antes da
ritualística) de abstinência sexual, drogas, álcool e que no dia do ritual o mesmo
consuma alimentos mais leves, evitando carne vermelha e outros alimentos
pesados!!!

A ritualística se divide em quatro partes:


1-Banho de limpeza.
2-Ritual de comunhão
3-Arriar as oferendas
4-Erigir o altar dos mestres (Exu e Pombogira)
*Banho de Limpeza
O banho de limpeza tem a função de desobstruir certas energias nocivas
impregnadas no campo vibracional do adepto, deixando seu campo astral mais
limpo possível para haver um sadio compartilhamento energético durante a
ritualística. Tal banho é feita com uma mistura de ervas “quentes”, água e marafo
(cachaça), de hipótese nenhuma o banho deve ser jogado na coroa (cabeça), pois
os elementos ígneos despertos no banho podem comprometer o fluxo energético
mental, acarretando aspectos nocivos para mente do adepto. O banho deve ser
feito e tomado no dia que precede a ritualística, algumas horas antes da mesma.
O banho não deve ser coado e não deve secar o corpo (apenas as partes intimas).
Após o banho deve se colocar roupas pretas (a vestimenta durante o ritual). As
ervas que foram usadas no banho devem ser despachadas na mata, parque, praça
ou jardim.

Ervas necessárias
 Arruda;
 Guiné;
 Comigo-ninguém-pode;
 Folhas de mamona;
 Mangueira;
As ervas devem ser maceradas em uma bacia de ágata, alumínio ou em uma
panela de ferro limpa, misturada em água e 200ml de cachaça. Em seguida deixar
descansar por três horas.

*Ritual de comunhão
O ritual se dar início após o banho de limpeza, em uma segunda-feira, sexta-feira
ou sábado, de lua nova ou cheia, as 18:00 ou 00:00. De antemão o adepto já deve
ter em seu porte os seguintes elementos para a ritualística:
 Imagem do Exu
 Imagem da Pombogira
 Um padê para o exu (em um alguidar previamente lavado em cachaça e
defumado com mirra)
 Um padê doce para a Pombogira (em um alguidar previamente lavado
em cachaça e defumado com mirra)
 3 Fios de conta preto e vermelho (popularmente chamado de guia /
lavados na mistura do banho de ervas)
 Mel
 Azeite de dendê
 Peba preta
 Terra dos reinos
 Uma gilete ou pequeno bisturi
 Um casal de pombos escuros
 14 velas bicolores (vermelha e preta)
 2 velas de sete dias (preta e vermelha)
 Um copo (virgem)
 Uma taça (virgem)
 2 pequenos cinzeiros
 Uma caixa de fósforo
 Pipoca estourada em azeite de dendê (para espalhar em torno das
oferendas)
 Um morim preto
 Um morim vermelho
 2 garrafas de cachaça, conhaque ou gim
 2 garrafas de espumante ou vermute
 2 charutos
 2 cigarrilhas
Obs: As terras dos reinos (kalunga/cruzeiro/almas, encruzilhada, mata, praia e
lira/porta de banco, comercio ou casa de prostituição) devem ser coletadas nos
dias que antecedem o trabalho, e pagas conforme a tradição, louvando os reis e
rainhas do local e deixando três moedas no local após a coleta. Os alguidares
podem ter o ponto riscado da entidade em questão, desenhada no fundo (parte
interna) e forrado com folhas de bananeira ou mamona.

O ritual de comunhão se divide em duas etapas, a primeira parte consiste em


arriar as oferendas no reino das entidades ao qual estará sendo louvadas
naquele momento, e depois a segunda etapa ao qual culmina em erigir o altar
dos mesmos na residência do adepto (em um local apropriado, onde não bata
sol e chuva). Qualquer dúvida sobre o ritual, contatar o T.M.N.R.F.

*Preparando os padês:
Padê de Exu:
Em uma panela limpa refogue em fogo médio 7 pimentas dedo de moça, cheiro
verde e meia cebola roxa (ambos picados) em um pouco de dendê e 100ml de
cachaça, após estarem bem refogados misture com uma colher de pau, 500g. de
farinha de mandioca. Deixe esfriar, seguidamente põem o padê (com as próprias
mãos) já pronto no alguidar forrado (niveladamente assentado), em volta do
prato (por cima da farofa) coloque sete rodelas de cebola roxa, intercalando com
sete pimentas dedos de moça (sem caule e com a ponta da mesma para fora do
prato).
Padê de Pombogira:
Para a servir a Pombogira optamos por descrever um padê doce. Misture em uma
panela 300g de farinha de mandioca, 100ml de espumante rose, 150ml de melaço
de cana, erva doce, uma maçã cortada em pequenos cubos, uva passas e 7
morangos também cortado em pequenos pedaços, misture tudo até criar uma
massa homogênea, em seguida assente a farofa no alguidar (forrado com folha de
bananeira) e enfeite com um pequeno cacho de uva por cima.

Obs: No preparo de ambos os pratos, o adepto deve estar concentrado no objetivo,


invocando a força de seus mestres (Exu e Pombogira) clamando suas bênçãos e
presença durante o trabalho. Ao levar os pratos para o reino em questão, pode ser
solicitado um acompanhante para ajudar a levar os mesmos, porem tal momento
deve ser respeitado e conversas entre ambos devem ser evitadas. Para feitura de
um prato mais elaborado e especifico, entrar em contato com o T.M.N.R.F.
Ao chegar no reino aonde se fara o trabalho, saudar pedir Agô aos reis que
governam aquele reino e jogar no solo 3 moedas de pequeno valor.
Reino da encruzilhada: Exu Rei das sete encruzilhadas e Pombogira Rainha das
sete encruzilhadas
 Reino da Lira: Exu Rei da lira e Pombogira Rainha da lira
 Reino das matas: Exu Rei das matas e Pombogira Rainha das matas
 Reino da Praia: Exu Rei da praia e Pombogira Rainha da praia
 Reino da Kalunga: Exu Rei da kalunga (Omolu Rei) e Pombogira Rainha
da kalunga
 Reino do cruzeiro: Exu Rei do cruzeiro e Pombogira rainha do cruzeiro
 Reino das almas: Exu Rei das almas e Pombogira Rainha das almas
Após saudar e pedir permissão dos Reis, pegar os dois morins (vermelho e preto)
e forrar o chão, um sob o outro (vermelho e preto). Após forrar o chão, com
cuidado, em cima dos morins pôr as oferendas (Exu na direita e Pombogira na
esquerda), em seguida pegar a imagem do Exu, soprar a cachaça e untar a mesma
em dendê e mel, em seguida exclamar:
“Esta imagem é o ícone de adoração e respeito entre eu (nome completo) e meu
mestre Exu (nome do mesmo), que este símbolo possa ser imantado com sua
força e poder, que esta imagem seja consagrada com as bênçãos da Quimbanda
sob a luz de Exu (nome do mesmo), Cobá laroye Exu, (nome do exu) émojuba,
salve vossas forças”.
Após recitar o encantamento, bafore com o charuto a imagem 7 vezes e ponha a
mesma atrás da oferenda. Em seguida, pegue o pombo com cuidado para o
mesmo não voar, aponte o mesmo para a imagem e recite:
“ Através do sacrifício ofertado, da vida sagrada desse animal e do calor do sangue
derramado, eu invoco a presença e força do mestre Exu (dizer o nome), para que
receba esta oferta e abençoe o meu trilhar nas sendas de Exu, Laroye Exu”.
Em seguida, arranque a cabeça do pombo (com as mãos) e deixe o sangue cair
sobre a imagem e oferenda. Após todo sangue ser derramado, o animal deve ser
posto ao lado direito do prato. Em seguida uma parte da cachaça deve ser jogada
no chão em sentido anti-horário em volta das duas oferendas, a garrafa deve ser
posta ao lado esquerdo do prato, o charuto novamente aceso e baforado sete vezes
na oferenda e posto em cima da garrafa. O mesmo processo deve ser feito com as
oferendas e imagem da Pomba gira, sendo modificado apenas o uso da palavra
Exu por Pombogira nas invocações, o uso da cigarrilha ao invés do charuto e o
uso do vermute ao invés da cachaça.
Ao terminar os processos de entregas de oferenda e imantação de imagem, as sete
velas (bicolores) devem ser acesas rodeando os pratos em anti-horário e
exclamar:
“Pelas graças desse sagrado reino e seus Reis (dizer qual reino e o Exu e
Pombogira governante), pelas as forças da gloriosa Quimbanda e benção dos
meus mestres Exu e Pombogira (dizer os nomes), eu concluo e saúdo este
trabalho com a certeza de que fui abençoado, salve os diabos e diabas do reino
(dizer o reino) ”.
Em volta das oferendas disponha as pipocas em sentido anti-horário. Ao finalizar
esta etapa, as imagens devem ser retiradas de trás das oferendas, cobri-las em um
pano preto limpo, de sete passos para trás e siga para sua residência sem olhar
para trás.
Ao chegar em casa, no local (de antemão lavado com cachaça e defumado com
bagaço de cana) apropriado aonde ficara as imagens imantadas, risque com a
pemba preta os pontos riscados do Exu e da Pombogira e bafore cachaça em cima,
ponha as imagens (Exu direita e Pombogira esquerda), circule as mesmas com a
terra dos reinos, coloque cada fio de conta em uma imagem (no pescoço ou
entorno) e o terceiro em frente as mesmas. Abra uma outra garrafa de cachaça e
charuto e bafore sete vezes a bebida na mesma (imagem do Exu), faça o mesmo
com o charuto (novo) soprando na imagem sete vezes, em seguida coloque um
pouco da bebida no copo (lado esquerdo da imagem), com a bebida da garrafa
bafore a vela e acenda a mesma (ao lado direito da imagem) junto do cinzeiro com
o charuto aceso. Exclame:
“Através do meu sangue eu fortaleço os laços entre eu e o mestre Exu (dizer o
nome), que eu seja merecedor de sua presença em minha vida”
Em seguida faça um pequeno corte no dedo anelar (com a gilete ou bisturi) da
mão esquerda, e deixe sete gotas cair sobre a imagem e três sobre o conteúdo no
copo.
Faça os mesmos procedimentos para com a imagem da Pombogira, mudando
apenas os termos empregados e elementos específicos. Após este processo acenda
a terceira vela de sete dias, ao qual o terceiro fio de conta vai estar envolta, e
acenda as outras sete velas bicolores. Pode neste momento o adepto cantar alguns
pontos dos mestres “firmados”.
Quando todas as velas de sete dias se findarem, o fio que está envolta da vela pode
ser usado pelo adepto, o local onde as imagens estão pode ser limpo com cachaça
e defumado com mirra, e este local será aonde o adepto vai cultuar seus mestres
e realizar seus rituais.
Obs: Após as velas findarem, as terras devem ser despachadas (soprada) em sete
encruzilhadas seguidas próximo à casa do adepto.
Estudos futuros de como proceder e cuidar de
suas firmações serão publicados
posteriormente. Que V. S. Maioral e seus
mestres possam lhe abençoar nesta
caminhada, é o que nós do T.M.N.R.F lhe
desejamos!!!

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