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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO

RESUMO

NOME DA ESTUDANTE:

ALICE MASHANDA

LICENCIATURA EM ENSINO DE INGLÊS COM HABILIDADE A PORTUGUÊS

CHIMOIO, SETEMBRO DE 2022


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO

RESUMO

ORIENTADORA:

DR Romão BACALHANE

REALIZADO POR:

ALICE MASHANDA

LICENCIATURA EM ENSINO DE INGLÊS COM HABILIDADES A PORTUGUÊS

CHIMOIO, SETEMBRO DE 2022


Resumo

A DIVERSIDADE CULTURAL E RELIGIOSA NO NORTE DE MOÇAMBIQUE


(NIASSA)

Difícil falar se em tribo ou etnia de qualquer país ou região do mundo sem se


apresentar uma definição clara e adequada. O significado clássico de tribo sugere um
agrupamento populacional que ocupa uma certa região geográfica, fala uma certa língua ou
dialecto, liga a sua origem histórica real ou mística a um ponto comum, partilha da mesma fé
religiosa e aceita a mesma autoridade política.

Constituem os factores culturais que caracterizam certos grupos populacionais


moçambicanos, e na base dos quais podemos falar de tribos ou etnias, são: Língua comum,
incluindo os seus dialectos; Certos usos e costumes característicos, tais como: arte plástica e
expressiva e Organização militar e económica. Podemos identificar os diferentes grupos
étnicos ou tribais, como por exemplo:

 NYANJA, que ocupa as margens oriental e sul do Lago Niassa;


 MACUA (e seus dialectos), que ocupa as províncias de Moçambique e parte da
Zambézia, Niassa e Cabo Delgado;
 YAU (ajaua), que ocupa a maior parte do Niassa;
 MACONDE, que compõe quase a metade da população da província de Cabo
Delgado.

1. Iniciação dos rapazes

Circuncisão: A circuncisão é uma operação efectuada no tratamento cirúrgico do aperto do


orifício prepúcios. É, consiste na recessão do prepúcio ou seja da pele que recobre a glande do
pénis. É feita uma incisão no prepúcio na sua porção dorsal, na extensão necessária a a
passagem fácil de grande através de abertura efectuada. A operação da circuncisão faz -se em
algumas regiões com um intervalo de 4 ou 5 anos, mas noutras todos os anos como entre os
Ayao e Macuas (11 anos).

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Rito consecratório: Etnologicamente falando a circuncisão é rito consecratório e de
passagem, usado entre diversos povos, com excepção dos Indo -germanos, Mongólicos, e
Ugro -Fineses. É especialmente importante entre os pastores Semite -Camitas e os Malasios
Polinésios de circuncisão venatória. A origem do rito é explicada diferentemente pelos
diversos povos. Em África tem origem casual, e há quem diga que se faz repetir pelo maior
prazer sexual consequente.

O recinto misterioso: existem um recinto especial, absolutamente interdito para as mulheres


e aos não circuncisos, que não pode mesmo aproximar –se dele, são encerrados todos os
rapazes escolhidos e que tenham de ser operados. O recinto não é igual em todas as partes;
Mas geralmente é formado por uma paliçada através da qual nada se pode ver do que sucede
no interior. Dentro há lugar para dormir: são palhotas rudimentares.

A operação e o ensino: a operação da circuncisão é acompanhada por muitas outras


cerimónias que simbolizam a mudança da adolescência para a puberdade, submetendo os
incircuncisos a várias provas: do frio, da fome, da sede, dos castigos corporais, da caça a
animais e, todos os dias, de manha cedinho, a tomarem banho de água fria e bem fria, pois a
circuncisão é quase sempre feita no estacão fria.

Toda a falta é punida e nada de incorrecto se lhes perdoa: é uma autêntica escola em que se
lhes ensina a resistência, a obediência, a virilidade, a paciência, a submissão e a educação, e
são instruídos sobre as tradições, instituições e ritos sagrados da tribo, para assumirem o seu
papel na sociedade adulta.

Uma nova vida: Para Wegher (1999:14p), terminado o tempo, e depois de várias palestras
sobre a higiene, a conduta que devem ter doravante na vida, e depois de bem cicatrizada a
ferida, recebem o circunciso um vestido novo, cujo significado indica a mudança de vida, uma
vida nova, na qual dão entrada nesse momento. De cabeça e tronco coberto por um pano para
ainda não serem reconhecidos, são apresentados na praça pública.

2. Iniciação das raparigas

Como aponta WEGHER (1999:25p), para as raparigas o ponto culminante do processo de


para a idade adulta consiste na transição da adolescência iniciação. É o momento em que a

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jovem, como o rapaz na circuncisão, se tem de mostrar capaz de ser um elemento útil para a
unidade social em que se integra, quer se trate de defende lá, contínua lá demograficamente
ou de preservar escrupulosamente as suas tradições. Entretanto, há vários sistemas de
iniciação que se distinguem de tribo para tribo pelos pormenores, sendo, o conteúdo e a
finalidade iguais para todas.

Regras:

Quando a uma rapariga, pela primeira vez, aparece a menstruação (regras), o facto é
comunicada a mãe, que a encerra imediatamente numa palhota, onde não podem entrar senão
mães. Durante o primeiro período das regras, não pode a rapariga sair da palhota nem falar
com homem algum. Há regiões onde a rapariga, quando pela primeira vez sai da palhota para
tomar banho, é acompanhada por outras mulheres que, no caminho, vão cantando varias
canções alusivas ao facto.

Clitoritomia: No que diz respeito ao MUIUANE (2006:16), defende que a “clitoritomia


também pode ser chamada de excisão e é o correspondente feminino da circuncisão que
consiste na ablação do clítoris (as vezes juntamente com os pequenos lábios), e é mais
dolorosa e sangrenta que a circuncisão. Esta operação tem o mesmo sentido da circuncisão,
Tem factores religiosos, de passagem à maior facilidade de relações sexuais e a fecundidade.

Ritos de iniciação: A rapariga também tem que passar por provas de resistências física, as
vezes, de uma dureza excepcional. Dificilmente uma jovem se casa com jovens que não sejam
circuncisos, nem sempre porém, se dá o caso contrário, isto é, de um rapaz não se unir a uma
jovem não iniciada.“ Na iniciação das raparigas entre os Ayao, o ensino que lhes ministrou os
mestres é não podem recusar as relações sexuais a quem lhas pede. Seja quem for, desde que
se trate de um circunciso, a rapariga acede ao seu pedido com docilidade”.

Iniciação das raparigas “AYAO”

Os ritos de iniciação feminina entre os Ayao efectuam se da seguinte modo: Quando a menina
tem 8 a 9 anos é levada pelos pais para a casa da mulher do chefe da aldeia ou do régulo. Ali é
escolhida uma madrinha, que leva a candidata para uma casa isolada e fechada, onde se

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encontram outras meninas, mais ou menos da mesma idade. Neste lugar só entram mulheres
idosas e as que já praticaram estes ritos.

Iniciação das raparigas macuas: Nestes ritos, quer dos Ayao como dos Macuas nenhum
homem pode ter interferência, caso surpreendam alguém a assistir, levam no e obrigam no a
mostrar os seus órgãos genitais e a deitar se com todas as raparigas iniciadas. Estes ritos
duram habitualmente 20 dias ou um mês.

As iniciadas são obrigadas a experimentarem os seus conhecimentos praticamente, com


qualquer homem, nem que tenha uma idade três vezes superior a delas. Ao encontrarem
alguém que as recuse, troçam, caluniam no até lhe dizem que ele não é nada em comparação
com elas. As meninas iniciadas não podem revelar os segredos da iniciação a nenhum dos
homens e também a rapariga que não sejam circuncidadas, a ameaça é grave, no caso de
dizerem alguma coisa sobre os ritos, as mães delas hão-de morrer. É grande tabu.

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