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Super Apostila - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

19 - Gestão de Contratos

Prof. Everton Ventrice


Prof. Everton Ventrice

Sumário
1. Introdução e objetivos desta apostila................................................................................................. 3
2. O que é contrato? .............................................................................................................................. 3
3. A gestão de contratos......................................................................................................................... 3
3.1. Gerenciamento do contrato .............................................................................................................. 4

3.2. Acompanhamento e fiscalização da execução do contrato............................................................... 5

3.3. Recebimento do objeto contratado .................................................................................................. 6

4. Os contratos administrativos segundo a Lei nº 8.666/93 .................................................................... 8


4.1. Diferença entre contrato administrativo e contrato da administração ............................................. 8

4.2. Diferença entre contrato administrativo e convênio ......................................................................... 9

4.3. Espécies de contratos administrativos .............................................................................................. 9

4.4. Caraterísticas dos contratos ............................................................................................................ 11

4.5. Cláusulas necessárias ...................................................................................................................... 14

4.6. Cláusulas exorbitantes ..................................................................................................................... 16

4.7. Fiscalização dos contratos ............................................................................................................... 17

4.8. Garantias contratuais ...................................................................................................................... 18

4.9. Duração dos contratos .................................................................................................................... 19

4.10. Alteração dos contratos ................................................................................................................ 23

4.11. Sanções contratuais....................................................................................................................... 24

4.12. Execução dos contratos ................................................................................................................. 25

4.13. Recebimento do objeto contratado .............................................................................................. 27

4.14. Extinção dos contratos .................................................................................................................. 28

4.14.1. Anulação dos contratos .......................................................................................................... 28

4.14.2. Rescisão dos contratos ........................................................................................................... 29

4.15. Teoria da imprevisão ..................................................................................................................... 30

5. DICA DE OURO ................................................................................................................................. 38


6. Principais pontos a serem fixados .................................................................................................... 39
7. Lista de questões que resolvemos .................................................................................................... 45
8. Gabarito ........................................................................................................................................... 53

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1. Introdução e objetivos desta apostila

O assunto desta apostila não é difícil. A gestão de contratos em si – como


técnica - é tranquila e de fácil entendimento. O que a deixa um pouquinho
mais complicada é o fato de ser relativamente nova dentro da Administração
Pública, por isso há poucas referências teóricas e poucas questões de
concursos para praticarmos.
Já quando nos voltamos para o lado prático, representado pela Lei nº
8.666/93, há farto material teórico e muitas questões, pois é um assunto
frequente nas provas de Direito Administrativo. Por um lado isso é bom, já
que a presença de uma lei nos dá uma fonte segura para o estudo. Por outro,
porém, trata-se de uma lei extensa, com muitos detalhes e jurisprudências
que exigem bastante atenção.
Vamos estudar aqui os pontos mais cobrados da lei, mas não se esqueça que
a gestão de contratos, dentro da disciplina Administração Pública, deve ser
vista também como uma técnica gerencial cujos fundamentos se mantém,
ainda que a legislação se altere.

Sem mais demora, vamos estudar!

2. O que é contrato?

Em nosso estudo da Administração Pública para concursos, quando nos


referimos a “contratos” estamos falando da espécie contratos
administrativos, regulados principalmente pela Lei nº 8.666/1993.
De acordo com esta lei, contrato é “todo e qualquer ajuste entre órgãos ou
entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo
de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada”.
Note então que a ideia básica de um contrato é o acordo de vontades. O
Poder Público e o particular desejaram estabelecê-lo. Do contrário, caso
houvesse uma imposição do Poder Público – de acordo com suas
prerrogativas legais – teríamos um ato administrativo e não um contrato
administrativo.

3. A gestão de contratos

A doutrina define gestão de contratos como o conjunto de atos e


procedimentos voltados ao acompanhamento e fiscalização dos contratos
administrativos, com vistas ao seu integral cumprimento e atendimento das
necessidades dos órgãos.

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Segundo o mestre Augustinho Paludo, a Lei nº 8.666/93 traz, de forma


implícita ao longo de seus artigos, que a administração pública deve organizar
e implantar um eficiente sistema de gestão de contratos, que
compreende:
• O gerenciamento
• O acompanhamento e a fiscalização de sua execução
• O recebimento do objeto contratado.

Na esfera federal, a gestão de contratos conta com a ajuda do SICON


(Sistema de Gestão de Contratos), um dos módulos do SIASG (Sistema
Integrado de Administração de Serviços Gerais), que é o principal sistema
informatizado de apoio às atividades de suprimento nos órgãos públicos.
A Instrução Normativa nº 2 de 2003, que estabelece os procedimentos para
a operacionalização do SIASG, diz a respeito:

Art. 10. O Subsistema de Gestão de Contratos – SICON deve ser utilizado


para o registro dos extratos de contratos firmados pela Administração Pública
Federal e o seu envio eletrônico para publicação no Diário Oficial da União,
bem como para o acompanhamento da execução contratual, por intermédio
do cronograma físico-financeiro.
§ 1º Os contratos decorrentes das compras deverão ser registrados no
SICON, com as respectivas informações sobre os cronogramas físico-
financeiros, precedidos da geração dos empenhos.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no inciso I do art. 21 da Lei nº 8.666, de 1993,
os contratos, bem como as suas alterações, revogações, rescisões ou
anulações, os resultados parciais ou finais, deverão ser enviados
eletronicamente pela UASG (Unidade Administrativa de Serviços Gerais), para
publicação no Diário Oficial da União, por intermédio de rotina específica do
SICON.

3.1 Gerenciamento do contrato

O primeiro passo para a gestão de contratos, a ser tomado pela alta


administração da organização, é estruturar um setor ou departamento, ou
até mesmo um único funcionário, como responsável pelas atribuições
relacionadas aos contratos, tais como: controlar os prazos de vigência,
aditamentos, reequilíbrio econômico-financeiro, pagamentos, controle da
documentação, etc.
A partir daí, há uma série de providências mínimas que devem ser
adotadas com vistas a resguardar-se de eventuais responsabilidades e
assegurar um bom gerenciamento. Entre elas:

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• Elaborar manual com orientações em geral para a


gestão/gerenciamento de contratos.
• Constituir comissão permanente de licitações, ou comissão especial
para licitações peculiares.
• Promover ou contratar cursos de treinamento e reciclagem com vistas
a assegurar a atualidade dos conhecimentos da equipe, bem como a
formação de novos integrantes.
• Designar um ou mais fiscais para cada contrato.
• Designar comissão especial de recebimento do objeto (quando o valor
for acima de R$ 80.000,00), ou servidor para esta tarefa.
Outras providências menos destacadas também se fazem necessárias,
tais como:
• Informar aos contratados as regras internas do ente público.
• Definir onde e como o contratado poderá registrar eventuais
reclamações.
• Definir a conduta que deverá pautar o relacionamento com os
terceirizados.
• Estabelecer como monitorar os pagamentos efetuados.

3.2 Acompanhamento e fiscalização da execução do contrato

Enquanto o acompanhamento do contrato consiste em seu monitoramento


em tempo real, a fiscalização trata de verificar se os requisitos contratados
estão sendo obedecidos.
Diz o artigo 67 da Lei nº 8.666/93: “A execução do contrato deverá ser
acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração
especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-
lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição”.
Note, portanto, que não se trata de uma discricionariedade, mas sim de uma
obrigação. O acompanhamento e a fiscalização “devem” ser feitos. A omissão
ou negligência da administração nessa tarefa são consideradas infrações
disciplinares do profissional responsável.
Frisa-se ainda que o acompanhamento e a fiscalização realizados pela
contratante não excluem, nem atenuam a responsabilidade do contratado
decorrente da execução inadequada e de suas consequências.

Pela redação do dispositivo, a maioria dos autores e das questões de


concursos entendem que o fiscal deve ser sempre servidor do ente público,

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permitindo-se, quando se tratar de contratos que exigem conhecimentos


especializados, a contratação de terceiros para auxiliá-lo na fiscalização (mas
nunca para ocupar a função de fiscal).
O fiscal não se confunde com a figura do gestor do contrato. O gestor do
contrato será o servidor do ente público responsável, além da assinatura do
contrato em nome da Administração Pública, também pelo acompanhamento
e pelo bom andamento do contrato. O gestor pode ou não acumular também
a designação de fiscal, a depender da complexidade do contrato.
Também de acordo com as características do contrato, pode haver vários
fiscais, cada um responsável por determinado aspecto ou área técnica.
A Lei nº 8.666/93 diz ainda que “O contratado deverá manter preposto, aceito
pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na
execução do contrato”. O preposto será então o elo entre o fiscal e o
contratado.

3.3 Recebimento do objeto contratado

O recebimento do objeto contratado pode se dar de modo provisório ou


definitivo.
De modo resumido, o recebimento provisório ocorre quando o objeto
entregue necessita ser submetido a testes, verificações de requisitos,
conformidades, etc. Após tais procedimentos, estando algo em desacordo
com o contrato, o objeto pode ser rejeitado no todo ou em parte, devendo
então o contratado proceder os devidos ajustes.
Não havendo desconformidade ocorre o recebimento definitivo, mediante
termo circunstanciado (nos casos de grande vulto) ou recibo.
A Lei nº 8.666/93 diferencia o recebimento de obras e serviços do
recebimento de compras ou locação de equipamentos, havendo prazos e
procedimentos diferenciados em cada um dos dois casos.
Nem sempre o fiscal é o responsável pelo recebimento do produto. Contratos
que envolvam valores mais significativos são recebidos por uma comissão de
recebimento, instituída para esse fim.
Finalmente, é importante destacar ainda que o recebimento provisório ou
definitivo não exclui do contratado a responsabilidade civil pela solidez e
segurança da obra ou serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução
do contrato. Obras, por exemplo, comportam uma garantia de 5 anos após
sua entrega. A entrega também não exime a administração pública da
responsabilidade subsidiária pelos encargos trabalhistas.

Vejamos algumas questões sobre esses pontos:

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1. (CESPE/Agente Administrativo - MDIC). Na administração pública,


a gestão de contratos abrange as etapas de gerenciamento,
acompanhamento e fiscalização, desde a concepção do edital da
licitação até a assinatura do contrato.

Comentários:
A gestão de contratos abrange as etapas de gerenciamento,
acompanhamento e fiscalização da execução, e recebimento do objeto
contratado. Se dá desde a concepção do edital (tarefa da etapa de
gerenciamento), porém não se encerra com a assinatura do contrato, já que
a partir daí é que começará a execução do contrato. Gabarito: Errado.

2. (CESGRANRIO/Analista de Gestão Corporativa - EPE). A gestão de


contratos envolve ferramentas e recursos.
A ferramenta de colaboração que tem como objetivo permitir o
controle dos contratos desde sua criação até o recebimento ou
pagamento e que deve integrar-se a outros sistemas da empresa é
denominada
a) guarda física de documentos
b) controle direto de fornecimento
c) sistema de gestão de contratos
d) cadastro interno de fornecedores
e) gerenciamento eletrônico de documentos

Comentários:
Como vimos, a Lei nº 8.666/93 traz, implicitamente, que a administração
pública deve organizar e implantar um eficiente sistema de gestão de
contratos, que compreende: O gerenciamento, o acompanhamento e a
fiscalização de sua execução, e o recebimento do objeto contratado. No
âmbito federal, a ferramenta informatizada que auxilia nessa tarefa é o
SICON (Sistema de Gestão de Contratos). Gabarito: Letra C.

3. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa – TRE/GO). Na


administração pública, a gestão de contratos deve priorizar a
observância dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade e da publicidade em detrimento dos princípios da
eficiência e da eficácia.

Comentários:

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A Administração Pública deve se guiar pelos princípios constitucionais da


Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. A gestão de
contratos, obviamente, não deve se desviar desses princípios, já que sua
inobservância é considerada por muitos juristas como mais grave que o
próprio desrespeito aos instrumentos legais. Gabarito: Errado.

4. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa – STF). O Sistema de


Gestão de Contratos (SICON) é um subsistema do Sistema Integrado
de Administração de Serviços Gerais (SIASG), que, entre outras
finalidades, visa efetuar o acompanhamento da execução dos
contratos dos órgãos e entidades da administração federal, em
consonância com os respectivos cronogramas físico-financeiros.

Comentários:
Conforme a Instrução Normativa nº 2/2013, o Subsistema de Gestão de
Contratos – SICON deve ser utilizado para o registro dos extratos de contratos
firmados pela Administração Pública Federal e o seu envio eletrônico para
publicação no Diário Oficial da União, bem como para o acompanhamento da
execução contratual, por intermédio do cronograma físico-financeiro.
Gabarito: Certo.

4. Os contratos administrativos segundo a Lei nº 8.666/93

Veremos agora as principais características dos contratos administrativos


segundo as disposições trazidas pela Lei nº 8.666/93.

4.1 Diferença entre contrato administrativo e contrato da administração

Os contratos administrativos são uma espécie do gênero contratos da


Administração, que englobam também os chamados contratos semipúblicos.

Contratos da Administração = Contratos administrativos + Contratos


semipúblicos.
• Contratos administrativos:
o São chamados de contratos típicos.
o A Administração Pública figura numa posição de verticalidade em
relação ao particular (possui prerrogativas especiais).
o Regem-se predominantemente pelo Direito Público e apenas
supletivamente (no que couber) pelo Direito Privado.
o São exemplos desses contratos: Execução de obras, prestação
de serviços, compra de mercadorias e aluguel de equipamentos.

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• Contratos semipúblicos:
o São chamados de contratos atípicos.
o A Administração Pública figura numa posição se horizontalidade
em relação ao particular (mesmo nível).
o Regem-se predominantemente pelo Direito Privado e apenas
supletivamente (no que couber) pelo Direito Público.
o São exemplos desses contratos: Locação de imóveis,
contratação de seguros e utilização, por entidades públicas, de
serviços públicos (como água, luz, telefone, etc.).

4.2 Diferença entre contrato administrativo e convênio

Os contratos administrativos não incluem os chamados convênios


administrativos. Note suas principais diferenças:
• Contratos administrativos:
o Firmados entre a Administração Pública e particulares (os
envolvidos são ditos partes).
o Os interesses são antagônicos (A administração deseja algo, e o
particular deseja o lucro).
o São onerosos (existem preço e pagamentos).
• Convênios administrativos:
o Firmados entre duas ou mais organizações públicas, ou entre a
Administração Pública e particulares sem fins lucrativos (os
envolvidos são ditos partícipes).
o Os interesses são comuns.
o São não onerosos (existe mútua colaboração, que pode ser
através do compartilhamento de equipamentos e know how, ou
ainda, repasse de verbas, mas estas devem ser utilizadas
apenas no objeto do convênio).

4.3 Espécies de contratos administrativos

São 4 as espécies de contratos administrativos:


a) Contratos de serviços
b) Contratos de obras públicas
c) Contratos de fornecimento
d) Contratos de concessão

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Contratos de serviços: Inclui-se aqui toda atividade destinada a obter


determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como:
demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação,
reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade,
seguro ou trabalhos técnico-profissionais.

Contratos de obras públicas: Incluem-se na definição de obra toda


construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por
execução direta ou indireta. A contratação de um particular para a execução
de uma obra, chamada de execução indireta, pode se dar das seguintes
formas:
 Empreitada por preço global: A contratação é feita por preço certo,
fechado, por isso é mais usada nos contratos de objetos mais comuns
e frequentes, nos quais os quantitativos de materiais e mão de obra
podem ser estimados sem grande dificuldade. Ex: Construção de casas
populares padronizadas.
 Empreitada por preço unitário: A contratação é feita por preço certo
de unidades, ou seja, estipula-se o preço a ser pago, por exemplo, por
metro quadrado construído, por quilômetro de estrada asfaltada, etc.
São próprios de construções onde não se consegue estimar com
segurança, previamente, qual o volume de trabalho a ser executado.
 Empreitada integral: É aquela na qual, além da obra, o objeto do
contrato inclui também todos os equipamentos e demais providências
necessárias para colocar o empreendimento em funcionamento. Um
exemplo é a construção de um hospital, incluindo todos seus
equipamentos e mobiliários, entregando-o pronto para uso. Por isso é
também conhecida como “turn key”, ou, “chave na mão”.
 Tarefa: Refere-se à contratação de mão-de-obra para pequenos
trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais.

Contratos de fornecimento: São aqueles pelos quais a Administração


adquire bens móveis, tais como material hospitalar, material escolar,
equipamentos, gêneros alimentícios, etc.

Contratos de concessão: São aqueles pelos quais a Administração confere


ao particular a execução remunerada de serviço público ou de obra pública,
ou então lhe cede o uso de bem público, para que o explore por sua conta e
risco, pelo prazo e nas condições contratuais. Os contratos de concessão
podem ser de serviços públicos, de concessão de obra pública, de uso de bem
público, ou ainda as concessões especiais chamadas de parcerias público-
privadas (PPP). Não veremos aqui tais contratos, já que não são regulados
pela Lei nº 8.666/93.

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4.4 Caraterísticas dos contratos

A partir da Lei nº 8.666/93, a doutrina aponta 5 características principais dos


contratos administrativos (mnemônico: Con FO Com I “com fome comi”).
1. Consensuais
2. Formais
3. Onerosos
4. Comutativos
5. Intuitu personae

Vejamos o que significa cada uma:

Consensuais: Os contratos não são impostos, mas sim consensuais, já que


o contratado manifesta sua vontade ao participar da licitação. Porém,
ressalta-se que tal consenso não é total, pois, na prática, os contratos
administrativos são contratos de adesão, uma vez que, à exceção do preço,
definido na licitação, as demais cláusulas são estipuladas pela Administração
no edital.

Formais: Em regra, os contratos devem ser formais e escritos. Porém há


exceções, onde é possível firmar um contrato verbal, como no caso de
pequenas compras de pronto pagamento (valores não superiores a R$ 4 mil),
o chamado regime de adiantamento.
A Lei nº 8.666/93 estabelece os casos em que o instrumento contratual é
obrigatório, ficando facultativo nos demais casos:
• O contrato é obrigatório:
o Nos casos de concorrência e de tomada de preços
o Nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam
compreendidos nos limites destas duas modalidades de
licitação.
o Nas aquisições que impliquem garantia ou obrigações futuras
por parte da contratada.
• O contrato é facultativo:
o Nas licitações na modalidade convite
o Nas aquisições cuja entrega seja integral ou imediata, e não
gere obrigações futuras.
o Nos casos em que o contrato puder ser substituído por outros
instrumentos, tais como carta-contrato, nota de empenho de

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despesa, autorização de compra ou ordem de execução de


serviço.

Onerosos: Os contratos geram ônus financeiro, ou seja, a Administração


pagará pelo que contrata. Aqui também há exceções, como no caso de
contratos de alienação, onde a Administração não pagará, mas sim receberá
por ele.

Comutativos: Significa que as partes do contrato são compensadas


reciprocamente. Como regra, a Administração deve pagar, e o contratado
deve fornecer o produto/serviço.

Intuitu personae: Em tese, o particular vencedor da licitação é o que melhor


comprovou as condições de contratar com a Administração, por isso deve ser
ele o responsável pela execução do contrato. Mas aqui também há exceções,
já que a lei permite subcontratação parcial de obra, serviço ou fornecimento,
desde que satisfeitas, cumulativamente, 3 condições: Previsão no edital,
previsão no contrato, e estar dentro do limite admitido, em cada caso, pela
Administração.

Pausa para praticar:

5. (CESPE/Procurador Federal – AGU). Os contratos administrativos,


embora bilaterais, não se caracterizam pela horizontalidade, já que
as partes envolvidas não figuram em posição de igualdade.

Comentários:
Os contratos administrativos são chamados de contratos típicos. Neles a
Administração Pública figura numa posição de verticalidade em relação ao
particular (possui prerrogativas especiais), o que se materializa através das
cláusulas exorbitantes. Eles diferem dos contratos semipúblicos, chamados
contratos atípicos. Nestes sim, a Administração Pública figura numa posição
se horizontalidade em relação ao particular (mesmo nível). Gabarito: Certo.

6. (CESPE/Analista Técnico-Administrativo - MIN). Enquanto o


contrato se caracteriza por interesses opostos que se encontram, o
convênio é marcado pela coexistência de interesses convergentes
que nele se integram.

Comentários:
As principais diferenças entre os contratos administrativos e os convênios
são: Nos primeiros os interesses são antagônicos (a administração deseja
algo, e o particular deseja o lucro), e também são onerosos (existem preço e

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pagamentos). Já nos convênios administrativos os interesses são comuns,


pois pretendem obter uma mesma coisa que beneficie a ambos. Além disso,
eles são não onerosos (existe mútua colaboração, que pode ser através do
compartilhamento de equipamentos e know how, ou ainda, repasse de
verbas, mas estas devem ser utilizadas apenas no objeto do convênio).
Gabarito: Certo.

7. (ESAF/Analista: Geral - IRB-Brasil). De acordo com a Lei nº


8.666/93, que dispõe sobre licitações e contratos administrativos,
a) a execução direta é a de obras ou serviços executados por órgão
da própria Administração e indireta os executados por entidade
descentralizada.
b) regime de empreitada, quando se ajusta mão-de-obra para
pequenos trabalhos.
c) contratante, a pessoa signatária de contrato celebrado com a
Administração Pública.
d) obra, toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou
ampliação realizada por execução direta ou indireta.
e) compra, toda transferência de domínio de bens a terceiros.

Comentários:
Todas essas definições encontram-se no artigo 6º da Lei nº 8.666/93.
Vejamos: Execução direta é aquela feita pelos órgãos e entidades da
Administração (inclusive as descentralizadas), e a execução indireta é aquela
que o órgão ou entidade contrata com terceiros (letra A errada). Chama-se
tarefa (e não regime de empreitada) quando se ajusta mão-de-obra para
pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais
(letra B errada). Contratante é o órgão ou entidade (e não a pessoa)
signatária do instrumento contratual (letra C errada). Compra é toda
aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou
parceladamente (letra E errada). Gabarito: Letra D.

8. (FCC/Técnico Judiciário – TRE/SE). O Tribunal Regional Eleitoral


de Sergipe decidiu realizar procedimento licitatório para a construção
de relevante obra pública. Assim, no instrumento convocatório, fixou
as condições em que pretende contratar, estabelecendo previamente
as cláusulas do contrato administrativo.
Trata-se especificamente da seguinte característica inerente aos
contratos administrativos:
a) natureza intuitu personae.

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b) bilateralidade.
c) mutabilidade.
d) contrato de adesão.
e) comutatividade.

Comentários:
Uma das características dos contratos é que eles são consensuais, pois, ao
contrário dos atos administrativos, eles não são impostos, mas o contratado
concorda com suas disposições. Entretanto, ressalta-se que os contratos
administrativos são, na prática, contratos de adesão, já que, à exceção do
preço, definido na licitação, as demais cláusulas são estipuladas pela
Administração Pública, antecipadamente, através do edital. Gabarito: Letra
D.

9. (CESPE/Técnico de Administração Pública – TC/DF). Em


decorrência do princípio do formalismo, todas as contratações
celebradas pela administração pública devem ser formalizadas por
meio de instrumento de contrato, não sendo possível a sua
substituição por outros instrumentos, como a nota de empenho de
despesa.

Comentários:
Veja o que diz a Lei nº 8.666/93: “Art. 62. O instrumento de contrato é
obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas
dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a
Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como
carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou
ordem de execução de serviço”. Gabarito: Errado.

4.5 Cláusulas necessárias

O artigo 55 da lei nº 8.666/93 traz algumas cláusulas que são necessárias


em todos os contratos.
Entretanto, a doutrina entende que apenas algumas delas realmente têm de
estar expressamente presentes (em azul abaixo). As demais, ou são
dispensáveis (pois na sua ausência aplicam-se princípios que as substituem),
ou são facultativas de acordo com a natureza do contrato.
São elas:
I - o objeto e seus elementos característicos;

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II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;


III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e
periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação
funcional programática e da categoria econômica;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando
exigidas;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e
os valores das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão
administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão,
quando for o caso;
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a
inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos
omissos;
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
E ainda, conforme o § 2º, cláusula que declare competente o foro da sede da
Administração para dirimir qualquer questão contratual.

A lei traz também: “Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das
partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua
lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da
inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas
contratuais”.
E há menção ainda à sua publicação: “Art. 61. Parágrafo único. A
publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na
imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será
providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de
sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer

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que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26
desta Lei”.

4.6 Cláusulas exorbitantes

As cláusulas exorbitantes são as prerrogativas de direito público que a lei


confere à Administração Pública, fazendo com que esta adquira uma posição
de supremacia em relação ao contratado. Elas decorrem, principalmente, do
princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
Diz a Lei nº 8.666/93:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta
Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades
de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do
ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens
móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato,
na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas
contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato
administrativo.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do
contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-
financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o
equilíbrio contratual.

Em seu artigo 65, I, a Lei diz que a possibilidade de alteração unilateral


do contrato pela Administração ocorre nos seguintes casos:
• Qualitativa: Quando houver modificação do projeto ou das
especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos.
• Quantitativa: Quando necessária a modificação do valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto.
Porém é necessário respeitar os seguintes limites:

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a) No caso de obras, serviços ou compras, elas não podem exceder a


25% do valor inicial do contrato atualizado, limite válido tanto para
alterações qualitativas quanto quantitativas, e tanto para mais quanto
para menos. As supressões podem ultrapassar esse percentual se
houver acordo entre as partes.
b) No caso de reforma de edifícios ou de equipamentos, o limite será
de até 50%, sendo que só se aplica para acréscimos e, não para
supressões.

4.7 Fiscalização dos contratos

A Lei nº 8.666/93 traz:


Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por
um representante da Administração especialmente designado, permitida a
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição.
§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que
for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do
representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para
a adoção das medidas convenientes.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração,
no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou
substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em
que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou
de materiais empregados.
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução
do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização
ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
E ainda:
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
(...)
VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada
para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus
superiores;

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4.8 Garantias contratuais

Embora não esteja no artigo 58 da Lei, a possibilidade de exigir garantias


também é considerada uma cláusula exorbitante, já que é uma característica
própria dos contratos administrativos. Enquanto nos contratos privados quem
apresenta garantia é o comprador, no contrato administrativo é a
Administração Pública que pode exigir garantia daquele que está lhe
fornecendo, para se resguardar que o contratado tenha condições de arcar
com o eventual ônus financeiro decorrente da contratação.
Veja que a lei diz que a exigência de garantia é ato discricionário:
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que
prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de
garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

Devemos saber também que:


• A Administração não deve cobrar garantia quando não houver riscos
para ela, como por exemplo nas compras de entrega imediata.
• A garantia, quando exigida, é cláusula obrigatória no contrato
administrativo, e deve estar contida no próprio edital. Não estando no
edital, só poderá ser solicitada pela Administração com anuência do
contratado.
Diz ainda a Lei:
Art. 56, § 1º. Caberá ao contratado optar por uma das seguintes
modalidades de garantia:
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes
ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema
centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do
Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo
Ministério da Fazenda;
II - seguro-garantia;
III – fiança bancária.

Logo, veja que a Administração Pública pode exigir garantia, mas a escolha
do tipo de garantia fica a critério do contratado.
Temos ainda:
⋅ A garantia contratual não poderá exceder 5% do valor do contrato,
exceto nos casos de obras e serviços de grande vulto (maior ou igual
a R$ 37,5 milhões) onde o porcentual pode ser elevado a até 10% do
valor do contrato.

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⋅ Se o contrato for executado regularmente, ao término do contrato a


garantia, se houver sido depositada em dinheiro, será devolvida com
atualização monetária.

ATENÇÃO!!! A garantia exigida do contratado não se confunde com a


garantia exigida dos licitantes, como condição para participação na licitação
(art. 31, III).

4.9 Duração dos contratos

A Lei 8.666/1993, em seu art.57, §3º, veda a celebração de contratos por


prazo indeterminado. Além disso, em regra o prazo dos contratos
administrativos não pode ultrapassar a vigência dos créditos orçamentários,
ou seja, 1 ano.
Entretanto, a essa última regra a lei admite várias exceções:
• Os projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual, se houver interesse da
Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório
(portanto são prorrogáveis até o máximo de 4 anos).
• A prestação de serviços a serem executados de forma contínua,
que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos
períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas
para a administração, limitada a 60 meses (e, em caráter excepcional,
por mais 12 meses, atingindo o total de 72 meses).
• O aluguel de equipamentos e à utilização de programas de
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48
meses após o início da vigência do contrato.
• Compras de material de uso pelas Forças Armadas (com exceção de
materiais de uso pessoal e administrativo).
• O fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País,
que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e
defesa nacional.
• Quando houver possibilidade de comprometimento da segurança
nacional (neste e nos 2 casos anteriores, é possível a prorrogação dos
contratos para até 120 meses).

Mais questões para praticar:

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10. (FGV/Auditor do Tesouro Municipal - Recife/PE). Sobre as


cláusulas essenciais, indispensáveis à validade dos contratos
administrativos, analise as afirmativas a seguir.
I. Devem estabelecer os direitos e as responsabilidades das partes,
as penalidades cabíveis e os valores das multas.
II. Devem estabelecer as garantias oferecidas para assegurar sua
plena execução, quando exigidas.
III. Devem estabelecer o crédito pelo qual correrá a despesa,
independentemente da indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

Comentários:
O artigo 55 da Lei nº 8.666/93 traz como cláusulas necessárias:
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e
os valores das multas (afirmativa I correta).
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando
exigidas (afirmativa II correta).
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação
funcional programática e da categoria econômica (afirmativa III errada).
Gabarito: Letra D.

11. (FCC/Analista Judiciário: Contadoria - TRF 1ª Região). As


cláusulas exorbitantes, previstas na Lei no 8.666 de 1993, NÃO
incluem a
a) possibilidade de quebra do princípio do equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos administrativos.
b) alteração unilateral dos contratos administrativos.
c) aplicação de penalidades em casos de não cumprimento justificado
do contrato.

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d) ocupação provisória de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços


vinculados ao objeto do contrato nos casos de serviços essenciais.
e) fiscalização da execução do contrato sem a prévia anuência do
contratante.

Comentários:
Diz o artigo 58 da Lei nº 8.666/93:
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do
contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras
do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio
contratual.
Gabarito: Letra A.

12. (VUNESP/Analista de Tecnologia – Secretaria de Educação de


SP). A Administração indicará um gestor de contrato, que será
responsável pelo acompanhamento e fiscalização da sua execução,
procedendo ao registro das ocorrências e adotando as providências
necessárias ao seu fiel cumprimento, tendo por parâmetro os
resultados previstos no contrato. Entre as alternativas a seguir,
identifique aquela que é competência do gestor de contratos.
a) Atestar o cumprimento global da prestação de serviços.
b) Comunicar à autoridade competente as eventuais falhas não
sanadas ou danos causados pelo executor.
c) Manter livro de ocorrências.
d) Informar à autoridade competente sobre prazos de vigência.
e) Determinar as ações necessárias à correção das falhas na
execução do contrato.

Comentários:
Veja o que diz a Lei nº 8.666/93: “Art. 67. A execução do contrato deverá
ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração
especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-
lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que
for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

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§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do


representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para
a adoção das medidas convenientes”.
Repare que o § 1º traz obrigações do fiscal do contrato (e não do gestor) que
inclui as letras A, B, C e E da questão. Temos então que a letra D refere-se a
uma competência do gestor. Lembre-se que o fiscal não se confunde com a
figura do gestor do contrato. O gestor do contrato será o servidor do ente
público responsável, além da assinatura do contrato em nome da
Administração Pública, também pelo acompanhamento e pelo bom
andamento do contrato. O gestor pode ou não acumular também a
designação de fiscal, a depender da complexidade do contrato. Gabarito:
Letra D.

13. (CESPE/Analista Administrativo: Direito - ANATEL). Determinada


autarquia fez publicar edital de licitação para a construção de nova
sede, no qual estavam previstas todas as cláusulas obrigatórias de
contratação, mas não a de prestação de garantia. Decorridas todas
as fases legalmente previstas, foi firmado contrato com a empresa
vencedora, entretanto, faltando cinco dias para o início da execução
da obra, os trabalhadores da construção civil entraram em greve.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A referida autarquia poderá inserir no contrato cláusula por meio da
qual se exija da empresa vencedora a prestação de garantia.

Comentários:
Segundo a Lei nº 8.666/93, art. 56: “A critério da autoridade competente,
em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser
exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e
compras”. Portanto, a Administração pode exigir garantias do contratado, mas
desde que faça tal previsão já no edital de licitação. Se não o fizer, só poderá
incluir tal exigência no contrato com a concordância do contratado. Gabarito:
Errado.

14. (FCC/Assessor Jurídico - TCE-PI). A Administração estadual


contratou aluguel de equipamentos e utilização de programas de
informática para a implantação de um amplo programa de inclusão
digital voltado à população carente. A duração estimada do referido
programa é de 4 anos, coincidente com o mandato recém iniciado do
Governador. De acordo com as disposições da Lei nº 8.666/93, o
contrato em questão

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a) deverá ter sua duração limitada ao referido mandato, eis que se


trata de serviços de natureza contínua.
b) tem sua duração adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários, não admitindo prorrogação.
c) admite prorrogação por até 60 (sessenta) meses, desde que o
projeto esteja contemplado nas metas estabelecidas no Plano
Plurianual.
d) poderá, em razão do objeto, ter sua duração estendida pelo prazo
de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da sua vigência.
e) poderá ser prorrogado uma única vez, em caráter excepcional, pelo
prazo de até 12 (doze) meses, mediante autorização da autoridade
superior.

Comentários:
Segundo a Lei nº 8.666/93, Art. 57: “A duração dos contratos regidos por
esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários,
exceto quanto aos relativos:
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática,
podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses
após o início da vigência do contrato”.
Gabarito: Letra D.

4.10 Alteração dos contratos

Além das hipóteses de alterações unilaterais do contrato, previstas no art.


65, I, e consideradas como cláusulas exorbitantes, a Lei nº 8.666/93 prevê
também a possibilidade de alteração do contrato de comum acordo entre as
partes (mediante termo de aditamento ao contrato) nos seguintes casos:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra
ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por
imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial
atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao
cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação
de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

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d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre


os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força
maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual.

ATENÇÃO!!! Quaisquer alterações nunca podem descaracterizar o objeto


contratado.

A Lei nº 8.666/93 traz ainda, a respeito do reajuste contratual:

Art. 65, § 8º. A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de
preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou
penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele
previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares
até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo,
podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de
aditamento.

4.11 Sanções contratuais

Diz a Lei nº 8.666/93:


Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá,
garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I. Advertência;
II. Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III. Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento
de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois)
anos;
IV. Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes
da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que
o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e
após decorrido o prazo mínimo de 2 anos.

Quanto à multa, a lei diz ainda que:

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• A multa é a única que pode ser aplicada simultaneamente às demais.


• As multas poderão ser descontadas diretamente das garantias
oferecidas pelo contratado, caso estas tenham sido através de caução
em dinheiro ou título público. Se a garantia não for suficiente, a multa
pode ser deduzida dos pagamentos devidos ao contratado. Estas
decisões são auto executórias, ou seja, independem de autorização do
Poder Judiciário.
• Se as hipóteses acima não forem possíveis, e o contratado se recusar
a pagar as multas voluntariamente, a Administração terá de cobrar a
dívida na Justiça. Não é permitido à Administração reter bens da
contratada.

No artigo 88 a lei diz que as penas de suspensão temporária e declaração


de inidoneidade poderão também ser aplicadas às empresas ou aos
profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios
dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da
licitação;
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a
Administração em virtude de atos ilícitos praticados

Com relação à declaração de inidoneidade, a lei diz ainda que ela é de


competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou
Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo
processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a
reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.

4.12 Execução dos contratos

Diz a Lei nº 8.666/93:


Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo
com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma
pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.

A lei traz ainda algumas disposições sobre a responsabilidade do contratado:


Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou
substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em
que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou
de materiais empregados.

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Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à


Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução
do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização
ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos
trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato
ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante
o Registro de Imóveis.
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos
encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos
do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

ATENÇÃO!!! Súmula do Tribunal Superior do Trabalho deu novo


entendimento a respeito da responsabilidade da Administração Pública nos
contratos administrativos:
“Os entes integrantes da administração pública direta e indireta
respondem subsidiariamente em caso de inadimplemento das
obrigações trabalhistas caso evidenciada a sua conduta culposa no
cumprimento das obrigações da Lei nº 8.666/93, especialmente na
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da
prestadora de serviço”.
Portanto:
⋅ Não há responsabilidade nenhuma da Administração em caso de
inadimplemento de encargos fiscais e comerciais.
⋅ Há responsabilidade subsidiária da Administração em caso de
inadimplemento de encargos trabalhistas, mas apenas se provada a
culpa da Administração na fiscalização das obrigações por parte da
contratada.
⋅ Há responsabilidade solidária da Administração em caso de
inadimplemento de encargos previdenciários.

Lembrando que:
• Responsabilidade subsidiária: O subsidiário só responde após
exaurimento ou impossibilidade de pagamento por parte do principal.
• Responsabilidade solidária: O credor pode acionar tanto um quanto
o outro. Não há necessidade de acioná-los em conjunto.

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4.13 Recebimento do objeto contratado

Diz a Lei nº 8.666/93:


Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
I - em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e
fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até
15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o
decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do
objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade
do material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do
material e consequente aceitação.
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o
recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais,
mediante recibo.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil
pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela
perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou
pelo contrato.
§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá
ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente
justificados e previstos no edital.

Diz ainda a Lei:


Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes
casos:
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II - serviços profissionais;
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a",
desta Lei (R$ 80 mil), desde que não se componham de aparelhos,
equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e
produtividade.

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Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante
recibo.
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou
de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidas por normas
técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta
do contratado.
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou
fornecimento executado em desacordo com o contrato.

4.14 Extinção dos contratos

O contrato pode ser extinto por uma das seguintes formas:


• Extinção natural
o Por cumprimento do objeto (por exemplo, entrega da obra)
o Por término do prazo (por exemplo, fim do prazo para
fornecimento de refeições às escolas da rede pública).
• Anulação
• Rescisão

4.14.1 Anulação dos contratos

A anulação se aplica aos casos em que há ilegalidades na formação do


contrato. Pode ser declarada a qualquer tempo, tanto pela autoridade
administrativa, quanto pelo Poder Judiciário.
Sendo declarada pela Administração, pode se dar tanto de ofício quanto por
provocação de terceiros, mediante parecer devidamente fundamentado. Deve
também ser precedida de procedimento administrativo em que se assegure
ao contratado ampla defesa.
Caso seja a própria Administração quem tenha dado causa à anulação, ela
deve indenizar o contratado pela parcela do contrato já executada, bem como
por qualquer outro prejuízo devidamente comprovado oriundo do seu
desfazimento (são os chamados danos emergentes). Não está prevista,
porém, a indenização por lucros cessantes. Já se o contratado for o
responsável pela ilegalidade, ele não terá direito a indenização alguma.
A anulação possui efeito ex tunc. Assim, se o vício tiver ocorrido ainda na
fase de licitação, esta será declarada nula, assim como todos os atos
subsequentes, inclusive o contrato.
Em alguns casos, jurisprudências têm permitido à Administração Pública
optar pela manutenção de um contrato administrativo eivado de vício, em

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benefício da preservação do interesse público. Ainda assim será necessário


apurar quem é responsável pela ilegalidade, aplicando-se as medidas
cabíveis.

4.14.2 Rescisão dos contratos

Rescisão é o desfazimento de um contrato válido, em decorrência de


quaisquer razões que não sejam sua ilegalidade.
A rescisão do contrato normalmente faz surgir a obrigação de indenizar a
parte contrária pela parte que lhe tenha dado causa e, ao contrário da
anulação, possui efeitos ex nunc, ou seja, prospectivos, não retroativos.
A Lei nº 8.666/93 exige que os casos de rescisão contratual sejam
formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório
e a ampla defesa.
De acordo com ela, existem 3 tipos de rescisão: Unilateral, Amigável ou
Judicial.

1) Rescisão unilateral (ou administrativa): É aquela efetivada por ato


próprio e unilateral da Administração, por inadimplência do contratado ou por
interesse do serviço público. Os incisos I a XII e XVII do artigo 78 enumeram
tais casos, dentre eles:
a. O descumprimento de cláusulas contratuais pelo contratado.
b. A lentidão ou atraso injustificado na execução do contrato pelo
contratado.
c. Razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento.
d. Caso fortuito ou de força maior que impeça a execução do contrato.

Note que a rescisão unilateral não é cabível quando o inadimplemento


contratual for da Administração Pública.

Segundo o artigo 80, a rescisão unilateral acarreta as seguintes


consequências, sem prejuízo das demais sanções previstas na lei:
I. Assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se
encontrar, por ato próprio da Administração;
II. Ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua
continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
III. Execução da garantia contratual, para ressarcimento da
Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;

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IV. Retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos


prejuízos causados à Administração.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II fica a critério da
Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por
execução direta ou indireta.

2) Rescisão amigável (ou bilateral): É aquela que se realiza por mútuo


acordo das partes, para a extinção do contrato e acerto dos direitos de cada
um. Deverá ser precedida de autorização escrita e fundamentada da
autoridade competente, além de reduzida a termo no processo da licitação.
Em geral é feita em razão da inadimplência da Administração.

3) Rescisão judicial: É decretada pelo Judiciário em ação proposta pela


parte que tiver direito à extinção do contrato. Na prática se dá pelo
contratado, já que a Administração pode rescindir o contrato unilateralmente.
A ação para rescindir o contrato é de rito ordinário, e admite pedidos
cumulados de indenização, retenção, compensação e demais efeitos
decorrentes das relações contratuais.

Os incisos XIII a XVI do art. 78 da lei listam as situações que possibilitam a


rescisão amigável ou judicial, ou seja, situações em que há
descumprimento contratual por parte da Administração. São elas:
a) Falta de pagamento (atraso superior a 90 dias);
b) Não liberação da área, local ou objeto para a execução do contrato;
c) Suspensão do contrato por mais de 120 dias;
d) Supressão de valores contratuais em patamares não toleráveis.
A lei diz ainda que quando a rescisão ocorrer com base nas situações
anteriores, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos
prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito
a:
I. Devolução de garantia;
II. Pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III. Pagamento do custo da desmobilização.

4.15 Teoria da imprevisão

Tal teoria aplica-se a situações estranhas à vontade das partes, de


natureza imprevisível, extraordinária e extracontratual, e que provocam
forte e insuportável desequilíbrio da equação econômico-financeira.

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Aplica-se também a fatos previsíveis, porém de consequências


incalculáveis.
Tais situações devem possuir as seguintes características:
a) Dotadas de imprevisibilidade razoável quanto à sua ocorrência ou
quanto às suas consequências;
b) Estranhas à vontade das partes;
c) Excessivamente onerosas em relação a uma das partes;
d) Correspondente a álea extraordinário e extracontratual, logo, não o
simples risco empresarial.
Quando tais eventos levam à inexecução contratual, a parte inadimplente fica
isenta de responsabilidade, por conta da aplicação da teoria da imprevisão.
Justifica-se então a repactuação do contrato para o restabelecimento de
seu equilíbrio econômico-financeiro, ou até mesmo sua rescisão.

Considera-se que existem 4 circunstâncias que se aplicam à Teoria da


Imprevisão:
1. Força maior e caso fortuito: A lei não conceitua nem diferencia, caso
fortuito e força maior e, para os contratos administrativos, ambos são
considerados de idêntica aplicação. Pela doutrina mais popular temos:
a. Força maior: Evento humano que, por imprevisível e inevitável,
cria a impossibilidade material de se prosseguir na execução do
contrato. Ex: Greve que paralise os transportes ou a fabricação
de um produto do qual dependa a regular execução do contrato.
b. Caso fortuito: Evento da natureza, também inevitável e
imprevisível, gerador de impossibilidade total de prosseguir na
execução do contrato. Ex: Terremotos ou furacões em regiões
onde não se prevê tais ocorrências.

2. Fato do príncipe: É a medida praticada pela própria Administração


Pública, não relacionada diretamente com o contrato, mas que nele
repercute, impedindo ou provocando substancial desequilíbrio
econômico-financeiro em detrimento do contratado. Ex: Medida
provisória que dificulte a importação de matéria-prima necessária à
execução do contrato. A Lei nº 8.666/93, em seu § 5º do art. 65, prevê
a revisão contratual (para mais ou para menos) sempre que houver
modificação da carga tributária ou sejam editadas outras disposições
legais que repercutam nos preços contratados. Repare, portanto, que
tal dispositivo da lei não exige que a alteração seja substancialmente
onerosa, sendo, portanto, mais favorável ao contratado do que a
aplicação do fato do príncipe.

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3. Fato da Administração: É toda ação ou omissão do Poder Público,


especificamente relacionada ao contrato, que retarda ou impede a sua
execução. Trata-se, portanto, de falta contratual cometida pela
Administração, o que permite ao contratado recorrer ao Poder
Judiciário caso não haja negociação amigável. A Lei considera como
fato da Administração, entre outros:
a. A suspensão da execução do contrato, por ordem escrita da
Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte)
dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação
da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões
que totalizem o mesmo prazo.
b. O atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos
devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços
ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou
executados, salvo em caso de calamidade pública, grave
perturbação da ordem interna ou guerra.
c. A não-liberação, por parte da Administração, de área,
local ou objeto para execução de obra, serviço ou
fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de
materiais naturais especificados no projeto.
d. A supressão, por parte da Administração, de obras,
serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial
do contrato além do limite permitido.

4. Interferências imprevistas: São todos os acontecimentos de ordem


material, descobertos após a celebração do contrato, que dificultam
em demasia sua execução, tornando-a insuportavelmente dispendiosa,
embora não impeçam sua execução. É algo que, embora desconhecido
(oculto), já existia antes da celebração do contrato. Ex: A descoberta
de um lençol de água ou de canos do sistema de esgoto não indicados
pela Administração no projeto inicial.

Fechando com mais questões para praticar:

15. (FCC/Analista Previdenciário: Administrativa - MANAUSPREV).


Quando se fala das características dos contratos administrativos
normalmente há alguma referência à mutabilidade da avença, o que
consiste, dentre outras hipóteses,
a) na faculdade de o Poder Público impor alterações unilaterais
quantitativas e qualitativas, independentemente do valor, desde que
mantido o equilíbrio econômico-financeiro da avença e que haja
previsão orçamentária para tanto.

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b) na possibilidade de alteração do objeto, garantia e valor dos


contratos administrativos, irrestritamente, desde que haja interesse
público para tanto.
c) na possibilidade de, nos limites da lei, alteração unilateral pelo
Poder Público contratante, para adaptação à superveniente
necessidade de adequação ao interesse público, mantido o equilíbrio
econômico-financeiro.
d) em admitir alterações unilaterais pelas partes, de acordo com os
fundamentos legais existentes e desde que mantido o equilíbrio
econômico-financeiro da avença.
e) na possibilidade de aditamento para substituição da contratada
diante de inadimplência contumaz por parte da vencedora da
licitação.

Comentários:
Os artigos 58 e 65 conferem à Administração a possibilidade de alterar os
contratos unilateralmente, desde que as cláusulas econômico-financeiras do
contrato sejam revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Entretanto, no artigo 65, § 1º, são estabelecidos limites a tais acréscimos, de
25%, no caso de obras, serviços ou compras, e de 50% no caso de reforma
de edifícios ou de equipamentos. Logo, a possibilidade de alteração não é
irrestrita (letras A e B erradas). Tal possibilidade de alteração unilateral é
prerrogativa apenas da Administração, e não das partes (letra D errada). No
artigo 77 estão citadas as possibilidades de rescisão contratual (e não
aditamento para substituição da contratada) (letra E errada). Gabarito: Letra
C.

16. (FCC/Profissional de Nível Superior: Direito - ELETROSUL). A


empresa Construir S.A., após o respectivo procedimento licitatório,
celebrou contrato administrativo com o Estado do Mato Grosso para
a construção de importante obra pública naquele Estado. Todavia, em
razão de inexecução parcial do contrato administrativo, a empresa foi
sancionada com a declaração de inidoneidade para contratar com a
Administração pública.
Nos termos da Lei nº 8.666/1993, a reabilitação
a) deve, obrigatoriamente, ser requerida após dois anos de sua
aplicação.
b) será promovida perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, no caso, o Secretário Estadual.

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c) não exige, como condição para sua concessão, o ressarcimento de


prejuízos causados à Administração.
d) será promovida perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, no caso, o Governador do Estado.
e) pode ser requerida após um ano da rescisão contratual, sendo
irrelevante, para tanto, a data da aplicação da sanção.

Comentários:
Conforme o artigo 87 da Lei nº 8.666/93:
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração
Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até
que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
aplicada com base no inciso anterior.
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência
exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal,
conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo,
no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser
requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.
Gabarito: Letra B.

17. (CESPE/Especialista em Gestão de Telecomunicações:


Administrativo - TELEBRAS).
Com o decorrer do tempo, a frota de veículos de passeio da empresa
estatal Beta alcançou a vida útil de cinco anos de uso em média.
Assim, a autoridade superior designou equipe de avaliação para
averiguar se seria mais vantajoso manter os atuais veículos, com os
gastos de manutenção, ou efetuar nova contratação, e, ainda, se, no
caso de nova contratação, seria mais vantajoso alugar ou adquirir
veículos. Por último, a autoridade recomendou que se verificasse,
junto aos setores que não tinham veículos exclusivamente à sua
disposição, se haveria necessidade, a partir de então, de se lhes
atribuir tal prerrogativa.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Caso se decida inicialmente pela locação de veículos, e, ao longo do
contrato, a economia brasileira sofra alterações que interfiram no
resultado da análise de viabilidade, poderá a administração usar o
saldo ainda não utilizado do contrato para converter a locação em

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aquisição, desde que a contratada aceite fornecer veículos zero


quilômetro.

Comentários:
A Lei nº 8.666/93 não menciona, entre as possibilidades de alteração nos
contratos, a alteração do objeto da licitação. Se a locação deixar de ser viável,
deve-se rescindir o contrato e elaborar nova licitação para a compra.
Gabarito: Errado.

18. (VUNESP/Analista: Tecnologia da Informação e Comunicação –


São Paulo/SP). Quando o contrato de compras no setor público é
executado, o recebimento
a) exclui a responsabilidade civil pela solidez ou segurança da obra
ou serviço.
b) é mediante recibo, nos casos de aquisição de equipamentos de
grande vulto.
c) é provisório ou definitivo, não podendo ser dispensado o
recebimento provisório.
d) não exclui a responsabilidade ético- profissional pela perfeita
execução do contrato.
e) é definitivo, uma vez verificada a conformidade do material com a
especificação.

Comentários:
Segundo a Lei nº 8.666/93: § 2º O recebimento provisório ou definitivo não
exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço,
nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites
estabelecidos pela lei ou pelo contrato (letra A errada e letra D certa). § 1º
Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-
se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo (letra B
errada). O artigo 74 traz hipóteses de dispensa do recebimento provisório,
entre elas quando se trata de gêneros perecíveis e alimentação preparada, e
no caso de serviços profissionais (letra C errada). Não existe apenas o
recebimento definitivo, mas também o provisório (letra E errada). Gabarito:
Letra D.

19. (FCC/Analista Previdenciário: Contabilidade - MANAUSPREV).


Concluída licitação para contratação de fornecimento de insumos
para merenda escolar e formalizado o respectivo contrato, durante
regular procedimento de controle externo, foi identificada ilegalidade

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pertinente aos aspectos orçamentário-financeiros da Administração,


viciando o certame. Declarado nulo o contrato, caberá
a) indenizar o contratado por todo o valor que lhe seria cabível ao
longo da execução do contrato, ainda que não tenha concluído o
fornecimento.
b) notificar o contratado e rescindir o contrato, ficando vedada
qualquer indenização ao contratado pela parcela da avença já
executada.
c) rescindir o contrato e notificar o contratado para devolução dos
valores já recebidos.
d) iniciar novo procedimento de licitação, sendo vedada a
participação da empresa contratada no certame declarado nulo.
e) indenizar o contratado pelos serviços executados até a data da
declaração de nulidade, tendo em vista que aquele não deu causa a
irregularidade que viciou o certame.

Comentários:
Diz o parágrafo único do artigo 59 da Lei nº 8.666/93: “A nulidade não
exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este
houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos
regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa”. Gabarito: Letra
E.

20. (FCC/Analista do Tesouro Estadual – SEFAZ/PI). Sabe-se que os


contratos administrativos diferem dos contratos regidos pelo direito
privado. São muitas as peculiaridades e derrogações, podendo ser
destacada, como característica privativa daqueles contratos em face
dos contratos regidos pelo direito privado, a
a) possibilidade de prorrogação do prazo de vigência,
independentemente da natureza do objeto, a fim de atender o
interesse público.
b) necessidade de autorização legislativa específica para celebração
de contratos de fornecimento e de prestação de serviços.
c) inexecução dos contratos, que enseja imediata suspensão dos
pagamentos devidos pela Administração pública, independentemente
da natureza jurídica do objeto da avença.

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d) necessidade de indenização do contratado por danos concretos e


lucros cessantes no caso de rescisão do contrato, ainda que se esteja
diante de hipótese de culpa do contratado, como caducidade ou
encampação.
e) duração de grande parte dos contratos administrativos adstrita à
vigência dos créditos orçamentários a eles relativos.

Comentários:
A prorrogação da vigência contratual não é ilimitada. Por exemplo, nos casos
de serviços a serem executados de forma contínua, eles poderão ter a sua
duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção
de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a 60
meses (e, em caráter excepcional, por mais 12 meses, atingindo o total de
72 meses) (letra A errada). Os contratos de fornecimento e de prestação de
serviços são regulados pela Lei nº 8.666/93. Não há necessidade de
autorização legislativa específica (letra B errada). A inexecução do contrato
enseja a rescisão do contrato, e não a mera suspensão do pagamento (letra
C errada). A necessidade de indenização do contratado só se verifica nos
casos em que não seja dele a culpa pela rescisão. Além disso, em nenhuma
hipótese está prevista sua indenização por lucros cessantes (letra D errada).
Gabarito: Letra E.

21. (FCC/Analista Judiciário: Administrativa - TRT 9ª Região). A


Administração pública licitou um contrato de obras de reforma das
instalações de uma escola, sagrando-se vencedora uma empresa
local. De acordo com as condições do edital e do contrato, a execução
das obras deveria respeitar o horário das aulas, de modo que o
período de trabalho diário era mais curto do que normalmente se
contrata. Passados alguns meses, a empresa enviou correspondência
ao Poder Público contratante, alegando desequilíbrio econômico
excessivo no contrato, em razão de seguidos aumentos de custo de
material, imputando o alongamento do prazo de execução ao período
de trabalho contratado. Aduzindo que essas consequências eram
inevitáveis e que estavam onerando excessivamente a empresa,
solicitou o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro com
base na teoria da imprevisão. O pedido
a) deve ser deferido, tendo em vista as condições excepcionais de
execução das obras a que estava sujeita a empresa, exigindo que esta
absorvesse mais aumentos nos custos de materiais.

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b) pode ser deferido, desde que a contratada demonstre que esses


eventos eram estranhos à sua vontade, o que os tornaria
imprevisíveis.
c) deve ser indeferido, tendo em vista que as condições de execução
do contrato eram conhecidas e não é possível alegar
imprevisibilidade na majoração dos custos de material.
d) pode ser indeferido se a Administração pública pretender rescindir
o contrato, pois poderá lançar mão de sua prerrogativa de extinção
unilateral do contrato.
e) depende de reconhecimento judicial das condições
caracterizadoras da teoria da imprevisão para que o pedido possa ser
deferido administrativamente.

Comentários:
A Teoria da Imprevisão trata de eventos que levam à inexecução contratual
sem que se atribua a responsabilidade ao contratado. Justifica-se então a
repactuação do contrato para o restabelecimento de seu equilíbrio
econômico-financeiro. Entretanto, tais eventos devem ter natureza
imprevisível e extraordinária, o que não se verifica na situação descrita pelo
enunciado. Note que os períodos de trabalho, embora incomuns, já haviam
sido descritos pelo edital e pelo contrato. Nada há de imprevisto na situação.
Gabarito: Letra C.

5. DICA DE OURO

Agora que acabamos o conteúdo da apostila, é ESSENCIAL que você vá


até este capítulo no sistema Nota11 de fichas interativas e pratique!
As fichas são neurologicamente formuladas para que esses pontos
nunca mais saiam da sua cabeça...
Esse será o grande diferencial para que você consiga estar pronto para
gabaritar a prova em um tempo até 10X mais rápido que nos materiais
e métodos disponíveis no mercado.

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6. Principais pontos a serem fixados

Contrato: Segundo a Lei nº 8.666/1993, é “todo e qualquer ajuste entre


órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada”.

Gestão de contratos: Conjunto de atos e procedimentos voltados ao


acompanhamento e fiscalização dos contratos administrativos, com vistas ao
seu integral cumprimento e atendimento das necessidades dos órgãos.
A Lei nº 8.666/93 traz, de forma implícita, que a administração pública deve
organizar e implantar um eficiente sistema de gestão de contratos, que
compreende:
• O gerenciamento (estruturação de um departamento de contratos)
• O acompanhamento e a fiscalização de sua execução (realizadas
principalmente pelo gestor e pelo fiscal do contrato).
• O recebimento do objeto contratado.

SICON (Sistema de Gestão de Contratos): Um dos módulos do SIASG


(Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais), que é o principal
sistema informatizado de apoio às atividades de suprimento nos órgãos
públicos.

Contratos da Administração = Contratos administrativos + Contratos


semipúblicos.

Contratos administrativos ≠ Convênios administrativos.

Espécies de contratos administrativos:


a) Contratos de serviços
b) Contratos de obras públicas
c) Contratos de fornecimento
d) Contratos de concessão

Características dos contratos administrativos (Con FO Com I “com


fome comi”):
1. Consensuais
2. Formais
3. Onerosos

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4. Comutativos
5. Intuitu personae

Cláusulas necessárias dos contratos:


Segundo o artigo 55 da Lei nº 8.666/93, são (em azul, as obrigatórias em
todo contrato, segundo a doutrina):
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e
periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação
funcional programática e da categoria econômica;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando
exigidas;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e
os valores das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão
administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão,
quando for o caso;
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a
inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos
omissos;
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
E ainda, conforme o § 2º, cláusula que declare competente o foro da sede da
Administração para dirimir qualquer questão contratual.

Cláusulas exorbitantes (prerrogativas da Administração Pública):

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Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta
Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades
de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do
ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens
móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato,
na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas
contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato
administrativo.

Fiscalização dos contratos:


A Lei nº 8.666/93 trata principalmente:
• Do fiscal da Administração, que pode ser auxiliado por terceiros, se
necessário.
• Do preposto da contratada, que deve ser aceito pela Administração.

Garantias dos contratos:


• Trata-se de ato discricionário da Administração (pode exigi-las ou não).
• Caso sejam exigidas, devem ser previstas no edital e no contrato.
• Sendo exigidas, caberá ao contratado optar por uma das seguintes
modalidades:
o Caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública
o Seguro-garantia
o Fiança bancária.

Duração dos contratos:


• É vedada a celebração de contratos por prazo indeterminado.
• Em regra, o prazo dos contratos não pode ultrapassar a vigência
dos créditos orçamentários, ou seja, 1 ano. Porém há várias
exceções:
o Os projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual.

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o A prestação de serviços a serem executados de forma


contínua, limitada a 60 meses (e, em caráter excepcional,
por mais 12 meses, atingindo o total de 72 meses).
o O aluguel de equipamentos e à utilização de programas
de informática.
o Material de uso pelas Forças Armadas, ou de alta
complexidade tecnológica e defesa nacional.
o Quando houver possibilidade de comprometimento da
segurança nacional.

Alteração dos contratos:


Possibilidade de alteração do contrato de comum acordo entre as partes
(mediante termo de aditamento ao contrato) nos seguintes casos:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra
ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
originários.
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por
imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial
atualizado, vedada a antecipação do pagamento.
d) para a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato.

Sanções contratuais:
Segundo a Lei nº 8.666/93 são:
1. Advertência.
2. Multa (é a única que pode ser aplicada simultaneamente às demais).
3. Suspensão temporária, por prazo não superior a 2 (dois) anos.
4. Declaração de inidoneidade.

Execução dos contratos:


A lei detalha principalmente:
• A responsabilidade do contratado em reparar os defeitos de sua
responsabilidade.
• A responsabilidade do contratado pelos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais.

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• A responsabilidade solidária da Administração Pública pelos encargos


previdenciários.
O TST, porém, entende que há responsabilidade subsidiária da Administração
em caso de inadimplemento das obrigações trabalhistas, mas apenas se
provada a culpa da Administração na fiscalização das obrigações por parte da
contratada.

Recebimento do objeto contratado:


O objeto será recebido:
1. em se tratando de obras e serviços, mediante termo circunstanciado:
a. provisoriamente, em até 15 (quinze) dias da comunicação
escrita do contratado.
b. definitivamente, em prazo não superior a 90 (noventa) dias,
salvo em casos excepcionais.
2. em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a. provisoriamente, para efeito de posterior verificação da
conformidade do material com a especificação;
b. definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade
do material e consequente aceitação.
• Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o
recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais,
mediante recibo.
• O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade
civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-
profissional pela perfeita execução do contrato.
• Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
a. gêneros perecíveis e alimentação preparada
b. serviços profissionais
c. obras e serviços no valor de até R$ 80 mil.

Extinção dos contratos:


• Extinção natural (por cumprimento do objeto ou término do prazo)
• Anulação (nos casos de ilegalidade):
o Pode se dar tanto pela autoridade administrativa, quanto pelo
Poder Judiciário.
o Possui efeito ex tunc.

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o Caso seja a própria Administração quem tenha dado causa à


anulação, ela deve indenizar o contratado pela parcela do
contrato já executada.
o Caso seja o contratado o responsável pela ilegalidade, ele não
terá direito a indenização alguma.
• Rescisão (se dá por outras razões, que não a ilegalidade):
o Normalmente faz surgir a obrigação de indenizar a parte
contrária.
o Possui efeitos ex nunc.
o Pode ser:

 Rescisão unilateral (ou administrativa): É aquela


efetivada por ato próprio e unilateral da Administração,
por inadimplência do contratado ou por interesse do
serviço público.

 Rescisão amigável (ou bilateral): É aquela que se


realiza por mútuo acordo das partes. Em geral é feita em
razão da inadimplência da Administração.

 Rescisão judicial: É decretada pelo Judiciário em ação


proposta pela parte que tiver direito à extinção do
contrato. Na prática se dá pelo contratado, já que a
Administração pode rescindir o contrato unilateralmente.

Teoria da imprevisão:
Tal teoria aplica-se a situações estranhas à vontade das partes, de natureza
imprevisível, extraordinária e extracontratual, e que provocam forte e
insuportável ônus econômico para o contratado, por isso justifica-se a
repactuação do contrato para reequilíbrio da equação econômico-financeira.
São 4 as circunstâncias que se aplicam à Teoria da Imprevisão:
1. Força maior e caso fortuito: A lei não conceitua nem diferencia, caso
fortuito e força maior e, para os contratos administrativos, ambos são
considerados de idêntica aplicação. Pela doutrina mais popular temos:
a. Força maior: Evento humano que, por imprevisível e inevitável,
cria a impossibilidade material de se prosseguir na execução do
contrato.
b. Caso fortuito: Evento da natureza, também inevitável e
imprevisível, gerador de impossibilidade total de prosseguir na
execução do contrato.

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2. Fato do príncipe: É a medida praticada pela própria Administração


Pública, não relacionada diretamente com o contrato, mas que nele
repercute, impedindo ou provocando substancial desequilíbrio
econômico-financeiro em detrimento do contratado.
3. Fato da Administração: É toda ação ou omissão do Poder Público,
especificamente relacionada ao contrato, que retarda ou impede a sua
execução.
4. Interferências imprevistas: São todos os acontecimentos de ordem
material, descobertos após a celebração do contrato, que dificultam
em demasia sua execução, tornando-a insuportavelmente dispendiosa,
embora não impeçam sua execução.

7. Lista das questões que resolvemos

1. (CESPE/Agente Administrativo - MDIC). Na administração pública,


a gestão de contratos abrange as etapas de gerenciamento,
acompanhamento e fiscalização, desde a concepção do edital da
licitação até a assinatura do contrato.

2. (CESGRANRIO/Analista de Gestão Corporativa - EPE). A gestão de


contratos envolve ferramentas e recursos.
A ferramenta de colaboração que tem como objetivo permitir o
controle dos contratos desde sua criação até o recebimento ou
pagamento e que deve integrar-se a outros sistemas da empresa é
denominada
a) guarda física de documentos
b) controle direto de fornecimento
c) sistema de gestão de contratos
d) cadastro interno de fornecedores
e) gerenciamento eletrônico de documentos

3. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa – TRE/GO). Na


administração pública, a gestão de contratos deve priorizar a
observância dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade e da publicidade em detrimento dos princípios da
eficiência e da eficácia.

4. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa – STF). O Sistema de


Gestão de Contratos (SICON) é um subsistema do Sistema Integrado
de Administração de Serviços Gerais (SIASG), que, entre outras

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finalidades, visa efetuar o acompanhamento da execução dos


contratos dos órgãos e entidades da administração federal, em
consonância com os respectivos cronogramas físico-financeiros.

5. (CESPE/Procurador Federal – AGU). Os contratos administrativos,


embora bilaterais, não se caracterizam pela horizontalidade, já que
as partes envolvidas não figuram em posição de igualdade.

6. (CESPE/Analista Técnico-Administrativo - MIN). Enquanto o


contrato se caracteriza por interesses opostos que se encontram, o
convênio é marcado pela coexistência de interesses convergentes
que nele se integram.

7. (ESAF/Analista: Geral - IRB-Brasil). De acordo com a Lei nº


8.666/93, que dispõe sobre licitações e contratos administrativos,
a) a execução direta é a de obras ou serviços executados por órgão
da própria Administração e indireta os executados por entidade
descentralizada.
b) regime de empreitada, quando se ajusta mão-de-obra para
pequenos trabalhos.
c) contratante, a pessoa signatária de contrato celebrado com a
Administração Pública.
d) obra, toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou
ampliação realizada por execução direta ou indireta.
e) compra, toda transferência de domínio de bens a terceiros.

8. (FCC/Técnico Judiciário – TRE/SE). O Tribunal Regional Eleitoral


de Sergipe decidiu realizar procedimento licitatório para a construção
de relevante obra pública. Assim, no instrumento convocatório, fixou
as condições em que pretende contratar, estabelecendo previamente
as cláusulas do contrato administrativo.
Trata-se especificamente da seguinte característica inerente aos
contratos administrativos:
a) natureza intuitu personae.
b) bilateralidade.
c) mutabilidade.
d) contrato de adesão.
e) comutatividade.

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9. (CESPE/Técnico de Administração Pública – TC/DF). Em


decorrência do princípio do formalismo, todas as contratações
celebradas pela administração pública devem ser formalizadas por
meio de instrumento de contrato, não sendo possível a sua
substituição por outros instrumentos, como a nota de empenho de
despesa.

10. (FGV/Auditor do Tesouro Municipal - Recife/PE). Sobre as


cláusulas essenciais, indispensáveis à validade dos contratos
administrativos, analise as afirmativas a seguir.
I. Devem estabelecer os direitos e as responsabilidades das partes,
as penalidades cabíveis e os valores das multas.
II. Devem estabelecer as garantias oferecidas para assegurar sua
plena execução, quando exigidas.
III. Devem estabelecer o crédito pelo qual correrá a despesa,
independentemente da indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

11. (FCC/Analista Judiciário: Contadoria - TRF 1ª Região). As


cláusulas exorbitantes, previstas na Lei no 8.666 de 1993, NÃO
incluem a
a) possibilidade de quebra do princípio do equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos administrativos.
b) alteração unilateral dos contratos administrativos.
c) aplicação de penalidades em casos de não cumprimento justificado
do contrato.
d) ocupação provisória de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços
vinculados ao objeto do contrato nos casos de serviços essenciais.
e) fiscalização da execução do contrato sem a prévia anuência do
contratante.

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12. (VUNESP/Analista de Tecnologia – Secretaria de Educação de


SP). A Administração indicará um gestor de contrato, que será
responsável pelo acompanhamento e fiscalização da sua execução,
procedendo ao registro das ocorrências e adotando as providências
necessárias ao seu fiel cumprimento, tendo por parâmetro os
resultados previstos no contrato. Entre as alternativas a seguir,
identifique aquela que é competência do gestor de contratos.
a) Atestar o cumprimento global da prestação de serviços.
b) Comunicar à autoridade competente as eventuais falhas não
sanadas ou danos causados pelo executor.
c) Manter livro de ocorrências.
d) Informar à autoridade competente sobre prazos de vigência.
e) Determinar as ações necessárias à correção das falhas na
execução do contrato.

13. (CESPE/Analista Administrativo: Direito - ANATEL). Determinada


autarquia fez publicar edital de licitação para a construção de nova
sede, no qual estavam previstas todas as cláusulas obrigatórias de
contratação, mas não a de prestação de garantia. Decorridas todas
as fases legalmente previstas, foi firmado contrato com a empresa
vencedora, entretanto, faltando cinco dias para o início da execução
da obra, os trabalhadores da construção civil entraram em greve.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A referida autarquia poderá inserir no contrato cláusula por meio da
qual se exija da empresa vencedora a prestação de garantia.

14. (FCC/Assessor Jurídico - TCE-PI). A Administração estadual


contratou aluguel de equipamentos e utilização de programas de
informática para a implantação de um amplo programa de inclusão
digital voltado à população carente. A duração estimada do referido
programa é de 4 anos, coincidente com o mandato recém iniciado do
Governador. De acordo com as disposições da Lei nº 8.666/93, o
contrato em questão
a) deverá ter sua duração limitada ao referido mandato, eis que se
trata de serviços de natureza contínua.
b) tem sua duração adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários, não admitindo prorrogação.

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c) admite prorrogação por até 60 (sessenta) meses, desde que o


projeto esteja contemplado nas metas estabelecidas no Plano
Plurianual.
d) poderá, em razão do objeto, ter sua duração estendida pelo prazo
de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da sua vigência.
e) poderá ser prorrogado uma única vez, em caráter excepcional, pelo
prazo de até 12 (doze) meses, mediante autorização da autoridade
superior.

15. (FCC/Analista Previdenciário: Administrativa - MANAUSPREV).


Quando se fala das características dos contratos administrativos
normalmente há alguma referência à mutabilidade da avença, o que
consiste, dentre outras hipóteses,
a) na faculdade de o Poder Público impor alterações unilaterais
quantitativas e qualitativas, independentemente do valor, desde que
mantido o equilíbrio econômico-financeiro da avença e que haja
previsão orçamentária para tanto.
b) na possibilidade de alteração do objeto, garantia e valor dos
contratos administrativos, irrestritamente, desde que haja interesse
público para tanto.
c) na possibilidade de, nos limites da lei, alteração unilateral pelo
Poder Público contratante, para adaptação à superveniente
necessidade de adequação ao interesse público, mantido o equilíbrio
econômico-financeiro.
d) em admitir alterações unilaterais pelas partes, de acordo com os
fundamentos legais existentes e desde que mantido o equilíbrio
econômico-financeiro da avença.
e) na possibilidade de aditamento para substituição da contratada
diante de inadimplência contumaz por parte da vencedora da
licitação.

16. (FCC/Profissional de Nível Superior: Direito - ELETROSUL). A


empresa Construir S.A., após o respectivo procedimento licitatório,
celebrou contrato administrativo com o Estado do Mato Grosso para
a construção de importante obra pública naquele Estado. Todavia, em
razão de inexecução parcial do contrato administrativo, a empresa foi
sancionada com a declaração de inidoneidade para contratar com a
Administração pública.
Nos termos da Lei nº 8.666/1993, a reabilitação

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a) deve, obrigatoriamente, ser requerida após dois anos de sua


aplicação.
b) será promovida perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, no caso, o Secretário Estadual.
c) não exige, como condição para sua concessão, o ressarcimento de
prejuízos causados à Administração.
d) será promovida perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, no caso, o Governador do Estado.
e) pode ser requerida após um ano da rescisão contratual, sendo
irrelevante, para tanto, a data da aplicação da sanção.

17. (CESPE/Especialista em Gestão de Telecomunicações:


Administrativo - TELEBRAS).
Com o decorrer do tempo, a frota de veículos de passeio da empresa
estatal Beta alcançou a vida útil de cinco anos de uso em média.
Assim, a autoridade superior designou equipe de avaliação para
averiguar se seria mais vantajoso manter os atuais veículos, com os
gastos de manutenção, ou efetuar nova contratação, e, ainda, se, no
caso de nova contratação, seria mais vantajoso alugar ou adquirir
veículos. Por último, a autoridade recomendou que se verificasse,
junto aos setores que não tinham veículos exclusivamente à sua
disposição, se haveria necessidade, a partir de então, de se lhes
atribuir tal prerrogativa.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Caso se decida inicialmente pela locação de veículos, e, ao longo do
contrato, a economia brasileira sofra alterações que interfiram no
resultado da análise de viabilidade, poderá a administração usar o
saldo ainda não utilizado do contrato para converter a locação em
aquisição, desde que a contratada aceite fornecer veículos zero
quilômetro.

18. (VUNESP/Analista: Tecnologia da Informação e Comunicação –


São Paulo/SP). Quando o contrato de compras no setor público é
executado, o recebimento
a) exclui a responsabilidade civil pela solidez ou segurança da obra
ou serviço.
b) é mediante recibo, nos casos de aquisição de equipamentos de
grande vulto.

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c) é provisório ou definitivo, não podendo ser dispensado o


recebimento provisório.
d) não exclui a responsabilidade ético- profissional pela perfeita
execução do contrato.
e) é definitivo, uma vez verificada a conformidade do material com a
especificação.

19. (FCC/Analista Previdenciário: Contabilidade - MANAUSPREV).


Concluída licitação para contratação de fornecimento de insumos
para merenda escolar e formalizado o respectivo contrato, durante
regular procedimento de controle externo, foi identificada ilegalidade
pertinente aos aspectos orçamentário-financeiros da Administração,
viciando o certame. Declarado nulo o contrato, caberá
a) indenizar o contratado por todo o valor que lhe seria cabível ao
longo da execução do contrato, ainda que não tenha concluído o
fornecimento.
b) notificar o contratado e rescindir o contrato, ficando vedada
qualquer indenização ao contratado pela parcela da avença já
executada.
c) rescindir o contrato e notificar o contratado para devolução dos
valores já recebidos.
d) iniciar novo procedimento de licitação, sendo vedada a
participação da empresa contratada no certame declarado nulo.
e) indenizar o contratado pelos serviços executados até a data da
declaração de nulidade, tendo em vista que aquele não deu causa a
irregularidade que viciou o certame.

20. (FCC/Analista do Tesouro Estadual – SEFAZ/PI). Sabe-se que os


contratos administrativos diferem dos contratos regidos pelo direito
privado. São muitas as peculiaridades e derrogações, podendo ser
destacada, como característica privativa daqueles contratos em face
dos contratos regidos pelo direito privado, a
a) possibilidade de prorrogação do prazo de vigência,
independentemente da natureza do objeto, a fim de atender o
interesse público.
b) necessidade de autorização legislativa específica para celebração
de contratos de fornecimento e de prestação de serviços.

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c) inexecução dos contratos, que enseja imediata suspensão dos


pagamentos devidos pela Administração pública, independentemente
da natureza jurídica do objeto da avença.
d) necessidade de indenização do contratado por danos concretos e
lucros cessantes no caso de rescisão do contrato, ainda que se esteja
diante de hipótese de culpa do contratado, como caducidade ou
encampação.
e) duração de grande parte dos contratos administrativos adstrita à
vigência dos créditos orçamentários a eles relativos.

21. (FCC/Analista Judiciário: Administrativa - TRT 9ª Região). A


Administração pública licitou um contrato de obras de reforma das
instalações de uma escola, sagrando-se vencedora uma empresa
local. De acordo com as condições do edital e do contrato, a execução
das obras deveria respeitar o horário das aulas, de modo que o
período de trabalho diário era mais curto do que normalmente se
contrata. Passados alguns meses, a empresa enviou correspondência
ao Poder Público contratante, alegando desequilíbrio econômico
excessivo no contrato, em razão de seguidos aumentos de custo de
material, imputando o alongamento do prazo de execução ao período
de trabalho contratado. Aduzindo que essas consequências eram
inevitáveis e que estavam onerando excessivamente a empresa,
solicitou o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro com
base na teoria da imprevisão. O pedido
a) deve ser deferido, tendo em vista as condições excepcionais de
execução das obras a que estava sujeita a empresa, exigindo que esta
absorvesse mais aumentos nos custos de materiais.
b) pode ser deferido, desde que a contratada demonstre que esses
eventos eram estranhos à sua vontade, o que os tornaria
imprevisíveis.
c) deve ser indeferido, tendo em vista que as condições de execução
do contrato eram conhecidas e não é possível alegar
imprevisibilidade na majoração dos custos de material.
d) pode ser indeferido se a Administração pública pretender rescindir
o contrato, pois poderá lançar mão de sua prerrogativa de extinção
unilateral do contrato.
e) depende de reconhecimento judicial das condições
caracterizadoras da teoria da imprevisão para que o pedido possa ser
deferido administrativamente.

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8. Gabarito

1–E 2-C 3–E 4-C 5–C

6–C 7–D 8–D 9–E 10 – D

11 – A 12 – D 13 - E 14 – D 15 – C

16 – B 17 – E 18 – D 19 – E 20 – E

21 – C

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