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UNIRP - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO

ALEX VITOR MARQUES (20212418)


AUGUSTO RAMOS CAMARGO (20187313)
FABIANA DA SILVA PENA (20153658)
JOYCE SUELEN DOS SANTOS CANDIDO (20186646)
PAULO HENRIQUE FRANCO (20220516)

10 diferenças entre a lei antiga e a nova lei de licitações:


Lei 8.666/1993 e a Lei 14.133/2021

São José do Rio Preto/SP


2022
ALEX VITOR MARQUES (20212418)
AUGUSTO RAMOS CAMARGO (20187313)
FABIANA DA SILVA PENA (20153658)
JOYCE SUELEN DOS SANTOS CANDIDO (20186646)
PAULO HENRIQUE FRANCO (20220516)

10 diferenças entre a lei antiga e a nova lei de licitações:


Lei 8.666/1993 e a Lei 14.133/2021

Trabalho Semestral da Disciplina de Direito


Administrativo do Curso de Direito do Centro
Universitário de Rio Preto, Campus I - SEDE, como
parte das atividades para conclusão da disciplina do
7º semestre da graduação

Professor Dr. Luis Roberto Thiesi

São Jose do Rio Preto/SP


2022
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SUMÁRIO

1. 10 DIFERENÇAS DA LEI ANTIGA E A NOVA LEI DE LICITAÇÕES: LEI


8.666/1993 E A LEI 14.133/2021 .......................................................................................... 4

1.1 INVERSÃO DE FASES ..................................................................................................... 4


1.2 FACULTATIVIDADE DO ORÇAMENTO SIGILOSO ................................................................ 5
1.3 PREVISÃO DE “COMPLIANCE” PARA CONTRATAÇÕES DE GRANDE VULTO ......................... 5
1.4 CRIAÇÃO DO PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS - PNCP ........................ 6
1.5 AGENTE DE CONTRATAÇÃO............................................................................................ 6
1.6 ATUALIZAÇÃO DOS VALORES DE CONTRATAÇÃO DIRETA ................................................ 7
1.7 SEGURO ........................................................................................................................ 7
1.8 DIÁLOGO COMPETITIVO................................................................................................. 7
1.9 PRINCÍPIOS .................................................................................................................... 8
1.10 MARGEM DE PREFERÊNCIA........................................................................................... 8
1.11 CONCLUSÃO................................................................................................................................ 9
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 10
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1. 10 DIFERENÇAS ENTRE A LEI ANTIGA E A NOVA LEI DE LICITAÇÕES: LEI


8.666/1993 E A LEI 14.133/2021

A Nova Lei de Licitações 14.133/21 chegou para implementar diversas mudanças no


processo licitatório e tornar a compra ou contratação de bens e serviços mais rápida e eficiente.
Dentre as principais mudanças, podemos destacar a queda de algumas modalidades de licitação,
como a Carta Convite e a Tomada de Preços, e a adição de uma nova modalidade de licitação,
o Diálogo Competitivo. A Nova Lei também estabelece que os processos licitatórios serão feitos
por meios eletrônicos, num processo online. Sendo assim, essa passa a ser a regra, e licitações
presenciais viram a exceção.

A lei 14.133/21 tem vigência desde a sua publicação, ou seja: 1° de abril de 2021. No
entanto, esta lei não revoga a lei anterior de imediato (Lei n° 8.666/1993), que permanece válida
no prazo de dois anos, ou seja, até 1° de abril de 2023. De idêntica forma, permanecem válidas,
no mesmo prazo acima, a Lei do Pregão (Lei n° 10.520/2002) e a Lei do Regime Diferenciado
de Contratação RDC (Lei no 12.462/2011). Assim, durante 2 anos terão vigência, ao mesmo
tempo, dois "sistemas" de licitações e contratos administrativos: de um lado, a nova lei de
licitações, de outro, as antigas leis que continuarão com eficácia durante 2 anos.
De acordo com o novo regramento, até o decurso deste prazo de dois anos, a
Administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de acordo com a nova lei ou de
acordo com demais leis já referidas. Essa opção escolhida deverá ser indicada expressamente
no edital ou no aviso ou instrumento de contratação direta, ficando vedada a aplicação
combinada da nova lei com as demais. Por fim, registre-se que, caso a Administração faça a
opção por licitar de acordo com as leis que já existiam anteriormente, o contrato respectivo será
regido pelas regras nelas previstas durante toda a sua vigência.

1.1 Inversão de Fases

A nova lei transforma a inversão de fases em regra. Inversão de fases é o nome que se
dá à realização do certame em que o julgamento é anterior à habilitação. A sistemática herdada
pela Lei nº 8.666/93 prevê as seguintes fases da licitação: edital, habilitação, julgamento,
homologação e adjudicação.
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De acordo com o art. 17 da Lei nº 14.133/2021, estão previstas as seguintes fases do


procedimento:
• Preparatória
• Edital de licitação
• Propostas e lances (quando for o caso)
• De julgamento
• De habilitação
• Recursal
• De homologação
Por conseguinte, primeiro são classificadas as propostas e lances, daí há o julgamento,
sendo que somente depois do julgamento que haverá a abertura da documentação e análise
(habilitação) das informações do licitante mais bem classificado. Note-se que o projeto também
admite que haja edital que estabeleça um procedimento em que a habilitação seja prévia ao
julgamento (hipótese de “desinversão”), mas a regra será a inversão de fases. A novidade trazida
é inspirada na experiência do pregão e do RDC (Regime Diferenciado de Contratação).

1.2 Facultatividade do orçamento sigiloso

Desde que justificado, o orçamento estimado da contratação poderá ter caráter sigiloso,
hipótese em que será tornado público ao final. Mas esse sigilo não atinge os órgãos de controle
interno e externo.
A ideia do orçamento sigiloso, experiência adotada no RDC, é que as empresas não
saibam dos valores estimados de contratação, pois, se souberem, é muito provável que
formulem propostas perto da estimativa do que a Administração deseja gastar (ainda que
algumas delas fossem oferecer valores mais baratos). Assim, entende-se que o sigilo da
estimativa de orçamento possa gerar contratações de valores mais vantajosos para a
Administração.

1.3 Previsão de “Compliance” para contratações de grande vulto

Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto, determina o


projeto da lei que o edital deverá prever a obrigatoriedade de implantação de um programa de
integridade pelo licitante vencedor, no prazo de 6 (seis) meses contados da celebração do
contrato, conforme orientações dos órgãos de controle.
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O compliance é uma medida que implementa integridade às organizações, sendo


louvável que se estabeleça a obrigatoriedade da sua presença, pois ele contribui em prevenir a
ocorrência de corrupção. Alguns entes federativos, como Mato Grosso, Rio de Janeiro, Espírito
Santo, Distrito Federal, Goiás, Rio Grande do Sul e Amazonas, já possuem legislação que
obriga também a presença de programa de compliance por parte das empresas que queiram
firmar determinados contratos com a Administração Pública. É muito positivo que a lei geral
tenha previsto essa exigência.

1.4 Criação do Portal Nacional de Contratações Públicas - PNCP

Novidade relevante será a criação do Portal Nacional de Contratações Públicas,


constituído por representantes de diversos entes federativos. Será considerado o sítio eletrônico
das licitações, contendo: planos de contratações anuais, catálogos eletrônicos de padronização,
editais de credenciamento e de pré-qualificação, avisos de contratações diretas, atas de registro
de preços, contratos e termos aditivos e, quando for o caso, notas fiscais eletrônicas.
Prevê-se que haja as seguintes funcionalidades no PNCP: sistema de registro cadastral
unificado; painel de consulta de preços; sistema de planejamento e gerenciamento de
contratações; sistema eletrônico para realização de sessões públicas; acesso ao CEIS e ao CNEP
e informações referentes à execução do contrato. Note-se que pelo PNPC haverá a divulgação
do contrato e de seus aditamentos, sendo inclusive a publicação no portal considerada condição
de eficácia do contrato.

1.5 Agente de contratação

Em vez de ter, como regra, a comissão de licitação, composta de 3 servidores, a nova


lei prevê para as licitações cotidianas da Administração que haja uma sistemática mais próxima
do pregão, isto é, que ocorra o empoderamento de um agente, devidamente capacitado, também
integrante do rol de servidores, que seja auxiliado por uma equipe de apoio.
A comissão de licitação, compostas por três membros, que respondem solidariamente
pelos atos, somente será utilizada doravante para bens e serviços especiais, que demandem
maior diálogo e debate para decisões de compras mais complexas, pois as do dia a dia, rotineiras
e padronizadas serão realizadas por um agente de contratação e sua equipe de apoio.
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1.6 Atualização dos valores de contratação direta

Ponto relevante será a ampliação dos valores passíveis de contratação direta na lei. A
partir da entrada em vigor da lei, os valores foram ampliados para:
– 50 mil reais para serviços e compras; e
– 100 mil reais para obras e serviços de engenharia ou de manutenção de veículos automotores.
Até a entrada em vigor da lei, são de 8 mil reais, sendo que o Decreto 9.412 ampliou,
em âmbito federal, para 17 mil e 600 reais, e para obras de engenharia: 15 mil reais, sendo este
valor ampliado em âmbito federal para 33 mil reais (120%).
Note-se que esse é um ponto que certamente fará com que muitos entes federativos já
optem por aplicar imediatamente a nova lei, para fazer contratações diretas em valores mais
elevados.

1.7 Seguro

Ponto que suscitou muitos debates no trâmite do projeto foi a elevação dos valores de
seguros. De acordo com a Lei nº 8.666/93, que poderá vigorar por mais 24 meses após a criação
da nova lei, o seguro é facultativo, sendo seu valor de 5%, podendo chegar a até 10% para
contratações mais custosas e complexas. Da entrada em vigor da nova lei, poderá haver seguro
(que continua facultativo) de até 30% do valor inicial do contrato, para contratações de grande
vulto (de mais de 200 milhões de reais).
A novidade maior é a cláusula de step in, estipulada também em caráter facultativo,
que é aquela em que a seguradora, no inadimplemento da contratada, assume a execução e pode
cumprir integralmente o contrato ajustado. Trata-se de uma grande e relevante novidade, mas
deve-se averiguar antes de realizar a cláusula e contratar o seguro, se ela não encarecerá
demasiadamente o contrato.

1.8 Diálogo Competitivo

Não haverá mais as seguintes modalidades de licitação: convite e tomada de preços,


mas, em contrapartida, o projeto contempla uma nova modalidade que é o diálogo competitivo.
Trata-se de modalidade inspirada sobretudo na União Europeia, no lá chamado diálogo
concorrencial.
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Diálogo competitivo é a modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e


compras, em que há diálogos realizados com licitantes previamente selecionados mediante
critérios objetivos, havendo o desenvolvimento de uma ou mais alternativas para atender às
suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento do
diálogo.
Com o diálogo a Administração Pública terá oportunidade de saber das soluções
inovadoras ou mesmo das possibilidades que o mercado dispõe para gerar uma contratação mais
técnica, com distinta metodologia, para melhor atender às suas necessidades.

1.9 Princípios

A lei 8666/1993 prevê os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,


da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
A lei 14133/2021 prevê os princípios, da impessoalidade, da moralidade, da
publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do
planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da
vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento
sustentável.

1.10 Margem de preferência

A lei 8666/93 prevê, margem de preferência para produtos manufaturados e para


serviços nacionais que atendem normas técnicas brasileiras e, bens e serviços produzidos e
prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos previsto em lei para
pessoa com deficiência ou reabilitação da Previdência Social, e que atendam as regras de
acessibilidade previstas na legislação, limite de até 25%.
A margem adicional para os serviços e produtos manufaturados nacionais resultantes
de desenvolvimento e inovação tecnologica realizados no país, já se inseria-se no limite de até
25%.
Por sua vez a lei 14133/21, prevê, margem de preferência, para bens manufaturados e
serviços nacionais que atendam normas técnicas brasileiras, bens recicláveis ou biodegradáveis,
conforme regulamento, limite de até 10%.
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A margem de preferência com o limite de até 20%, para os serviços e produtos


manufaturados nacionais, resultantes de inovação tecnológica no pais.
O critério previsto na lei 8666/93 como margem de preferência, para reserva de cargos,
se torna critério para habilitação para lei 14133/21 não fazendo sentindo portanto, continuar a
ser margem de preferência.

1.11 Conclusão

Como vimos, a Nova Lei de Licitações estabelece uma série de mudanças no processo
licitatório. Algumas das modalidades de licitação deixam de existir, como a Carta Convite e a
Tomada de Preços, dando lugar ao Diálogo Competitivo.
Além disso, a inversão de fases passa a ser a regra, e não a exceção, assim como as modalidades
de licitação por meios eletrônicos.
Essas e outras mudanças vieram para agilizar o processo licitatório e trazer mais transparência
para os gastos públicos de maneira geral e também com o propósito de organizar as iniciativas
já existentes para legislação das licitações e também ajudar a garantir maior eficiência no
processo e possibilitar contratos ainda mais pertinentes tanto para os governos quanto para os
prestadores, como uma forma de facilitar a participação de empresas nos processos licitatórios,
aumentando o alcance desses mecanismos aos empresários interessados.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993

BRASIL. Lei n°14.133, de 1° de abril de 2021

ALMEIDA, Hebert. Nova lei de licitações e Contratos- Lei 14.133/2022. Disponível em:
< https://www.youtube.com/watch?v=Xm4wRI0uSR4&t=6903s>

8 Principais mudanças com a Nova Lei De Licitações E Contratos. Disponível em:


<https://direitoadm.com.br/8-principais-mudancas-com-a-nova-lei-de-licitacoes-e-contratos/ >

Principais mudanças da nova Lei de Licitações. Disponível em:


<https://www.olhardireto.com.br/artigos/exibir.asp?id=14009&artigo=principais-mudancas-
da-nova-lei-de-licitacoes>

Da lei 8666/93 para a lei 14.133/21: saiba o que mudou na Lei de Licitação!
https://blog.juntoseguros.com/da-lei-8666-93-para-a-lei-14-133-21-saiba-o-que-mudou-na-
lei-de-licitacao/

Nova Lei de Licitações: vantagens e principais mudanças [2022]


https://www.portaldecompraspublicas.com.br/novidades/nova-lei-de-licitacoes-vantagens-e-
principais-mudancas-2021-_1072

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informação e


documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2011

SURDI, Diogo. Noções de direito administrativo – Licitações. Disponível em:


< https://www.grancursosonline.com.br/download-demonstrativo/download-aula-pdf-
demo/codigo/kBJa3gGEK5A%3D >. Publicado em: GRAN CURSOS ONLINE.

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