Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
dos 10 artigos
mais lidos no
Portal ONLL
Sumário
Critérios de julgamento.............................................................................................. 88
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
10 tópicos mais
relevantes do projeto
da nova Lei de
Licitação e Contrato
18 de dezembro de 2020
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
O Senado Federal aprovou no dia 10 de dezembro de 2020 o Projeto da Nova
Lei de Licitação e Contrato Administrativo. O texto aprovado agora, em sua
essência, é resultante do trabalho da Comissão Temporária de Modernização
da Lei de Licitações e Contratos, criada pela Presidência do Senado Federal
em 2013.
1
https://www.instagram.com/p/CIqHVjGjVdw/?igshid=18gqefl4wbp9d
2
Lei nº 10.520/2002.
3
Lei nº 12.462/2011.
4
NIEBUHR, Joel de Menezes. O grande desafio diante da nova lei de licitações e contratos. Disponível em:
<< https://www.zenite.blog.br/o-grande-desafio-diante-da-nova-lei-de-licitacoes-e-contratos/>>.
2 – Contratação Eletrônica
3 – Orçamento Sigiloso
5
Atualmente o orçamento sigiloso tem previsão legal expressa no RDC (art. 6º, § 3º, da Lei nº 12.462/2011)
e na Lei das Estatais (art. 34, da Lei nº 13.303/2016).
Além disso, se a licitação for julgada pelo critério de maior desconto, o preço
estimado ou o máximo aceitável deverá necessariamente constar do edital.
É que, nesses casos, a publicação do valor de referência da Administração é
essencial para que os proponentes ofereçam seus descontos.
4 – Modalidades de Licitação
MODALIDADE CABIMENTO
Contratação de serviços técnicos especializados de natureza
Concorrência (art.
predominantemente intelectual e obras e serviços de engenharia
6º, XXXVIII c/c art.
e arquitetura;Contratação de bens e demais serviços considerados
29)
especiais.
6
Vemos aqui uma grande contradição no projeto. Como dissemos, cada espécie de modalidade de licitação
indica um procedimento, ou seja, um rito. Se há modalidades de licitação com mesmo rito, ao fim e ao cabo
o que existe é só uma modalidade. Essa é uma incoerência da norma que pode levar a discussões capazes
de desconfigurar o desenho projetado no texto.
7
AMORIM, Victor Aguiar Jardim de; OLIVEIRA, Rafael Sérgio Lima de. Pregão Eletrônico: comentários ao
Decreto Federal nº 10.024/2019. Belo Horizonte: Fórum, 2020, p. 89.
8
Atualmente, no plano federal, o pregão eletrônico é obrigatório em razão do disposto no art. 1º do
Decreto nº 10.024/2019.
9
Já publicamos artigo de minha autoria sobre essa modalidade de licitação, tendo em conta, inclusive,
a sua regulamentação no PL. Seguem as referências: OLIVEIRA, Rafael Sérgio Lima de. O Diálogo
Competitivo do Projeto de Lei de Licitação e Contrato Brasileiro. Disponível em: http://licitacaoecontrato.
com.br/exibeArtigo.html?assunto=oDialogoCompetitivoProjetoLeiLicitacaoEContratoBrasileiro.
Essa modalidade é apta para casos complexos, sendo, por isso, de aplicação
restrita. Na Europa, poucos são os países que se valem dessa espécie de
procedimento, apesar de o terem positivado no seu direito interno. Ele é
bastante utilizado na Inglaterra e na França.
O PL abandona o termo tipo de licitação utilizado pelo art. 45, § 1º, da Lei
nº 8.666/1993, referindo-se aos critérios de julgamento das propostas em
diversos dispositivos, especialmente no seu art. 33.
Concorrência (art. 6º, Menor preço; Melhor técnica ou conteúdo artístico; Técnica
XXXVIII c/c art. 29) e preço; Maior retorno econômico; Maior desconto.
Pregão
Menor preço; Maior desconto.
(art. 5º, XLI, c/c art. 28)
10
O critério de maior retorno econômico e o contrato de eficiência são institutos que já vigoram no Brasil
no Regime Diferenciado de Contratação Pública – RDC.
11
JUSTEN FILHO, Marçal. O Contrato de Eficiência na Lei Federal nº 12.462. Informativo Justen, Pereira,
Oliveira e Talamini, n.º 73, Curitiba, março de 2013, disponível em http://www.justen.com.br//informativo.
php?l=pt&informativo=73&artigo=997, acesso em 03/05/2018.
12
Dada as características do diálogo competitivo, não parece razoável que esse critério possa ser adotado
no procedimento. Porém, optamos neste momento de gestação da lei vindoura por uma interpretação
mais formal, baseada na literalidade do texto (sem contar que uma leitura mais aprofundada possa concluir
pela inaplicabilidade do critério ainda com base em parâmetros literais).
13
O instituto é definido no art. 6º, XLIII, do PL com o seguinte texto: “XLIII – credenciamento: processo
administrativo de chamamento público em que a Administração Pública convoca interessados em
prestar serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os requisitos necessários, credenciem-se no
órgão ou na entidade para executar o objeto quando convocados”. Ainda sobre o conceito do instituto:
OLIVEIRA, Rafael Sérgio de. O que é e quando se aplica o credenciamento? Disponível em: <http://www.
licitacaoecontrato.com.br/lecComenta/o-que-e-e-quando-se-aplica-o-credenciamento-in-52017.html>.
14
OLIVEIRA, Rafael Sérgio de. Quais os requisitos do credenciamento e como ele se operacionaliza?
Disponível em: <http://www.licitacaoecontrato.com.br/lecComenta/quais-os-requisitos-do-
credenciamento-e-como-ele-se-operacionaliza.html>.
Talvez se possa dizer que a maior novidade nesse campo dos Instrumentos
Auxiliares é o Procedimento de Manifestação de Interesse – PMI (art. 80).
Embora já exista no Brasil, o PMI vigora em solo pátrio de modo limitado.
Sua relevância se deve ao fato de que umas das maiores dificuldades da
Administração Pública nas licitações é suprir a carência de informação
acerca das soluções, práticas e preços existentes no mercado. No intuito
Sobre o PMI, é possível dizer (art. 80): a) é uma solicitação à iniciativa privada
de realização de estudos e projetos para soluções da Administração Pública;
b) tem o objetivo de suprir a assimetria de informação entre a Administração
e o mercado; c) é uma etapa que antecede a licitação.
7 – Modos de Disputa
O projeto admite que a licitação pode ser disputada de dois modos, aberto e
fechado (art. 55). No primeiro, os licitantes apresentarão suas propostas por
meio de lances públicos e sucessivos; no segundo, as propostas apresentadas
15
No Brasil, a doutrina já caminhava no sentido de construir a possibilidade de diálogo entre a
Administração e o mercado na fase que antecede a licitação. Nesse prumo, resultou da I Jornada de
Direito Administrativo do Conselho da Justiça Federal o seguinte enunciado: “A Administração Pública
pode promover comunicações formais com potenciais interessados durante a fase de planejamento das
contratações públicas para a obtenção de informações técnicas e comerciais relevantes à definição do
objeto e elaboração do projeto básico ou termo de referência, sendo que este diálogo público-privado
deve ser registrado no processo administrativo e não impede o particular colaborador de participar em
eventual licitação pública, ou mesmo de celebrar o respectivo contrato, tampouco lhe confere a autoria do
projeto básico ou termo de referência”.
16
A Lei das Estatais, a Lei nº 13.303/2016, já prevê tanto a contratação integrada como a semi-integrada.
9 – Garantia Contratual
10 – Vigência Contratual
O art. 105 admite a assinatura de ajustes com vigência inicial de até cinco
anos para a contratação de serviço ou fornecimento considerados contínuos,
Juliano Heinen1
1
Doutor em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor
titular na Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP). Professor de pós-graduação
em diversas universidades e instituições, destacando-se a Escola Superior da Magistratura
Federal (ESMAFE), Escola Superior da Magistratura Estadual (AJURIS), UNIRITTER (Laurent
University). Professor convidado da Escola Superior de Direito Municipal (ESDM), Fundação
Escola Superior da Defensoria do RS (FESDEP), da Escola Superior da Advocacia Pública do RS
(ESAPERGS) e da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ). Palestrante.
Parecerista. Procurador do Estado do Rio Grande do Sul.
12 de fevereiro de 2020
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
1 Sistema de Registro de Preços
1
Contudo, a legislação que tutelava o RDC (falo, aqui, tanto da revogada Lei nº 12.482/11, como do
Decreto nº 7.581/11) deu cabo de cumprir com uma agenda relevantíssima: a regulamentação mais
completa e minuciosa desta modalidade licitatória.
2
A adesão ou a figura do “carona” é definida no art. 6º, inciso XLIX, do PL.
3
TCU, Acórdão nº 991/2009,Pleno j. 13/05/2009.
O art. 81, “caput”, inciso V, determinou que o edital preveja somente dois
critérios de julgamento da licitação: o de menor preço ou o de maior desconto
sobre tabela de preços praticada no mercado. Neste último caso, mostra-se
importante que esta “tabela de preços” seja real e atualizada, porque serve
de base de cálculo às propostas formuladas.
4
TCU, Acórdãos nº 296/2007, 2ª Câmara; nº 1.615/2008, Pleno; nº 2.545/2008, Pleno; e nº 1815/2010,
Pleno. E mais recentemente, podemos consultar: TCU, Acórdão nº 2006/2012, Pleno.
5
TCU, Acordão nº 817/2005, 1ª Câmara; TCU, Acordão nº 2.079/2007, Pleno. Havia julgados do mesmo
TCU que vedavam a utilização de pregão (e de registro de preços) à contratação de equipamentos, obras
ou serviços de engenharia (Acórdão nº 3.605/2014, Pleno; Acórdão nº 980/2018, Pleno).
6
“A Lei 10.520/2002 e o Decreto 5.450/2005 [revogados] amparam a realização de pregão eletrônico para
a contratação de serviços comuns de engenharia, ou seja, aqueles serviços cujos padrões de desempenho e
qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.”
(TCU, Acórdão nº 286/2007, Pleno).
7
De acordo com o que se manifestou o TCU: “[….] os serviços intelectuais não podem ser
considerados comuns, muito menos repetitivos, a exemplo dos Acórdãos nº 1.615/2008-Plenário, nº
2545/2008-Plenário e nº 1815/2010-Plenário”.
8
TCU, Acórdão nº 4.411/2010, 2ª Câmara.
9
Nesse último caso, a vantagem da adoção do registro de preços mostra-se muito congruente, porque se
evitam desperdícios com a contratação de quantitativos maiores do que o realmente necessário. A Corte
de Contas federal declarou que não é incompatível com a lei ou com a Constituição Federal a utilização
desse sistema, que o admite, quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o
quantitativo a ser demandado pela Administração (TCU, Acórdão nº 0492/2012, Pleno, j. 07/03/2012).
10
Tanto que o próprio TCU apontou como sendo inadequado o uso do registro de preços em licitação para
objeto de entrega parcelada, porque não se justificava a adoção desta modalidade em relação ao certame
comum (TCU, Acórdão nº 3.272/2010, 2ª Câmara).
(c) Após e por fim, registram-se os preços e os quantitativos daqueles que não
praticam os valores do primeiro colocado, na ordem de classificação ordenada
pelos lances respectivos.
11
TCU, Acórdão nº 297/2011, Pleno.
12
TCU, Acórdão nº 113/2012, Pleno.
1
Advogada da União. Especialista em Direito do Estado e em Direito e Economia pela
Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora nos cursos de
Pós-graduação em Direito Público com ênfase em Direito Administrativo da UniRitter
– Laureate International Universities e em Direito Administrativo e Gestão Pública da
Fundação Escola Superior do Ministério Público no Estado do Rio Grande do Sul. Professora
em cursos de extensão: da Escola da Magistratura no Estado do Rio Grande do Sul.
Conferencista na área de licitações e contratações da Administração Pública.
3 de março de 2020
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
1. Modalidades licitatórias aplicáveis à execução de obra de engenharia
I – contratações de obras;
Art. 2º
[…]
[…]
[…]
[…]
[…]
[…]
Art. 6º
[…]
XII – obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como privativa
das profissões de arquiteto e engenheiro que implica intervenção no meio
ambiente por meio de um conjunto harmônico de ações que, agregadas,
formam um todo que inova o espaço físico da natureza ou acarreta alteração
substancial das características originais de bem imóvel; (grifei)
Art. 6º
Art. 6º
[…]
XXI […]
Art. 6º
[…]
[…]
a) menor preço;
c) técnica e preço;
e) maior desconto;
[…]
[…]
I – preparatória;
IV – de julgamento;
V – de habilitação;
VII – de homologação.
[…]
I – pregão;
II – concorrência;
III – concurso;
IV – leilão;
V – diálogo competitivo.
Modalidades licitatórias
CRITÉRIO DE
OBJETO MODALIDADE JULGAMENTO RITO
DE PROPOSTA
Menor
Concorrência
preço Melhor
(art. 6º, inciso preparatória; de divulgação
técnica ou
XXXVIII) do edital de licitação; de
conteúdo
Serviço comum Pregão (art. apresentação de propostas e
artístico
de engenharia 29, parágrafo lances, quando for o caso; de
Técnica e preço
único c/c o art. julgamento; de habilitação;
Maior retorno
6º, inciso XXI, recursal; de homologação.
econômico Maior
alínea “a”)
desconto
Menor
preço Melhor
preparatória; de divulgação
técnica ou
do edital de licitação; de
Serviço Concorrência conteúdo
apresentação de propostas e
especial de (art. 6º, inciso artístico
lances, quando for o caso; de
engenharia XXXVIII) Técnica e preço
julgamento; de habilitação;
Maior retorno
recursal; de homologação.
econômico Maior
desconto
Menor
preço Melhor
preparatória; de divulgação
Concorrência técnica ou
do edital de licitação; de
(art. 6º, inciso conteúdo
Obra de apresentação de propostas e
XXXVIII e art. artístico
engenharia lances, quando for o caso; de
29, parágrafo Técnica e preço
julgamento; de habilitação;
único) Maior retorno
recursal; de homologação.
econômico Maior
desconto
Menor
preço Melhor
preparatória; de divulgação
técnica ou
do edital de licitação; de
Concorrência conteúdo
Serviços apresentação de propostas e
(art. 6º, inciso artístico
especiais lances, quando for o caso; de
XXXVIII) Técnica e preço
julgamento; de habilitação;
Maior retorno
recursal; de homologação.
econômico Maior
desconto
preparatória; de divulgação
do edital de licitação; de
Pregão (art. 6º, Menor preço ou apresentação de propostas e
Bens comuns
inciso XLI) maior desconto lances, quando for o caso; de
julgamento; de habilitação;
recursal; de homologação.
Menor
preço Melhor
preparatória; de divulgação
técnica ou
do edital de licitação; de
Concorrência conteúdo
apresentação de propostas e
Bens especiais (art. 6º, inciso artístico
lances, quando for o caso; de
XXXVIII) Técnica e preço
julgamento; de habilitação;
Maior retorno
recursal; de homologação.
econômico Maior
desconto
Tatiana Camarão1
1
Mestre em Direito Administrativo pela UFMG. Assessora Técnica Especializada
de Presidência do TJMG. Diretora-secretária do Instituto Mineiro de Direito
Administrativo – IMDA. Palestrante. Professora Universitária.
7 de abril de 2021
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
No dia 1º de abril foi publicada a Lei nº 14.133/2021, novo marco regulatório
das contratações públicas e várias dúvidas têm sido levantadas com
relação a possibilidade de contratação direta de serviços jurídicos por
meio da inexigibilidade de licitação, já que fixada outra configuração para o
enquadramento das hipóteses exemplificativas elencadas no art. 74, sem a
exigência da demonstração da singularidade do objeto.
Segundo o art. 74, inciso III, da nova lei, é inexigível a licitação quando houver
inviabilidade de competição, em especial nos casos de:
(…)
No que diz respeito aos serviços jurídicos, outra não deve ser a orientação,
1
TCU, Acórdão nº 1.273/2015 – Plenário.
Como se pode ver, a lei traz o contorno de avaliação que deve ser considerado
para efeito de aplicação da norma, isto é, descobrir se o serviço é rotineiro ou
comum para efeito de desqualificá-lo como passível via contratação direta.
Até mesmo a adequação dos órgãos e entidades públicas à nova lei pode
demandar apoio de consultoria jurídica especializada, já que o corpo próprio
Uma outra situação que desponta diz respeito à retração econômica, crise
fiscal e reforma da previdência, que acabaram comprometendo a estrutura
das procuradorias e contratação de novos servidores e realização de
concursos, gerando exiguidade de pessoal para execução das atividades
próprias da área e necessidade de apoio de consultoria jurídica.
É importante destacar que a nova lei prevê um ambiente propício e fértil para
Por fim, é importante alertar que esse novo olhar para as contratações
diretas como instrumento de aperfeiçoamento dos resultados das
contratações públicas deve ser considerado e aplicado na análise perceptiva
dos órgãos de controle evitando que esse tipo de contratação gere
insegurança aos gestores públicos que têm medo de adotar medidas que
possam gerar consequências gravosas no âmbito administrativo e judicial,
tais como processo administrativos e ações de improbidade administrativa.
A bem da verdade, esse olhar sistêmico e casuístico, que não a mera aplicação
seca da lei, já vem sendo exigido desde a entrada em vigor da LINDB, ora
reforçado pelo novo diploma legal das licitações e contratações públicas.
2
TCU, Acórdão nº 1.273/2015 – Plenário.
3
Art. 11, parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é responsável pela governança
das contratações e deve implementar processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles
internos, para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos, com
o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo, promover um ambiente íntegro e
confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao planejamento estratégico e às leis orçamentárias e
promover eficiência, efetividade e eficácia em suas contratações.
4
Art. 193, inciso II, da Lei nº 14.133/21.
Fernando Mânica1
1
Doutor em Direito pela USP. Mestre em Direito pela UFPR. Pós-Graduado em Direito
do Terceiro Setor pela FGV/SP. Professor do Mestrado Profissional em Direito da
Universidade Positivo/PR. Membro Efetivo da Associación Internacional de Derecho
Administrativo (AIDA). Coordenador Científico da empresa ADVCOM – Consultoria e
Treinamento em Parcerias. Procurador do Estado. Autor de diversos livros e artigos nas
áreas do Direito Administrativo, Terceiro Setor e Gestão da Saúde. Possui experiência
em estruturação, monitoramento e avaliação de parcerias na Administração Pública.
12 de janeiro de 2021
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
O Projeto de Lei n. 4.253/2020, aprovada pelo Congresso Nacional e
aguardando sanção presidencial, altera de forma substancial e significativa a
Lei Federal n. 8.666/1993, conhecida como Lei de Licitações.
O artigo 6º, inciso XLII do Projeto de Lei define o diálogo competitivo como
a “modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras
que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente
selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma
ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os
licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos”.
1
O artigo 55 do Projeto de Lei define como modo de disputa aberto a “hipótese em que os licitantes
apresentarão suas propostas por meio de lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes”,
enquanto o modo de disputa fechado é a “hipótese em que as propostas permanecerão em sigilo até a data
e hora designadas para sua divulgação”.
10- o diálogo competitivo será conduzido por comissão composta por pelo
menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes ao
quadro permanente da Administração;
O Edital pode prever a realização de fases sucessivas, caso em que cada fase
poderá restringir as soluções ou as propostas a serem discutidas.
RITO:
1
Advogada da União. Especialista em Direito do Estado e em Direito e Economia
pela Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora nos
cursos de Pós-graduação em Direito Público com ênfase em Direito Administrativo da
UniRitter – Laureate International Universities e em Direito Administrativo e Gestão
Pública da Fundação Escola Superior do Ministério Público no Estado do Rio Grande
do Sul. Professora em cursos de extensão: da Escola da Magistratura no Estado do Rio
Grande do Sul. Conferencista na área de licitações e contratações da Administração
Pública.
26 de fevereiro de 2021
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
O novo marco legal das licitações (PL 4253, de 2020, aguardando
sanção presidencial) repete artigos conhecidos da antiga Lei Geral de
Licitações (Lei nº 8.666/1993), da Lei do Pregão (Lei nº 10.520/2002), da
Instrução Normativa SEGES/MPDG nº 5, de 2017, assim como, incorpora
disposições do Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC (Lei
nº 12.462/2011), da jurisprudência do Tribunal de Contas da União, dos
Decretos federais nº 10.024/2019 e nº 7.892/2013 e, até, do estatuto
jurídico das empresas estatais (Lei nº 13.303/2016).
1. Regulamento federal
2. Diretrizes
(a) de acordo com o novo marco legal das licitações, o tratamento privilegiado
concedido às entidades de menor porte (microempresas e empresas
de pequeno porte), previsto nos artigos 42 a 49 da Lei Complementar
nº 123/2006 (ex.: prazo especial para regularizar as situações fiscal e
trabalhista e empate ficto) não será aplicado quando o valor estimado do
item ou objeto da contratação ultrapassar a cifra de R$4.800.000,00 (quatro
milhões e oitocentos mil reais); (b) no entanto, o tratamento privilegiado
previsto nos artigos 42 a 49 da Lei Complementar nº 123/2006 será
concedido às entidades de menor porte que, no ano-calendário de realização
da licitação, ainda não tenham celebrado contratos com a administração
pública cujos valores somados extrapolem a cifra de R$4.800.000,00
5. Modalidades licitatórias
6. Procedimentos auxiliares
7. Critérios de julgamento
9. Modos de disputa
São aqueles que, por sua alta heterogeneidade ou complexidade, não podem
ser descritos como comuns, exigida justificativa prévia do contratante,
atraentes da utilização da modalidade licitatória concorrência;
23. Anteprojeto
33. Concurso
34. Leilão
35. Pregão
37. Credenciamento
38. Pré-qualificação
40. Carona
Em licitação que envolva bens ou serviços especiais e cujo objeto não seja
rotineiramente contratado pela administração, poderá ser contratado, por
prazo determinado, serviço de empresa ou de profissional especializado para
assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução da licitação;
47. Superfaturamento
48. Reajustamento
49. Repactuação
53. Impedimentos
54. Consórcios
58. Amostra
59. Centralização
72. Vistoria
No caso dos Municípios com até 10.000 (dez mil) habitantes, serão
preferencialmente constituídos consórcios públicos para a realização de
compras em grande escala, nos termos da Lei nº 11.107/2005.
1
Professor. Conferencista, painelista, expositor ou relator em cursos, seminários e
congressos, regionais, nacionais ou internacionais, sobre processo administrativo,
controles da Administração, licitações, contratações e responsabilidade civil da
Administração Pública. Coordenador dos cursos de pós-graduação, lato senso, em
Direito Administrativo, da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro e da
Escola de Administração Judiciária.
20 de janeiro de 2020
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
Uma dos mais aguardados avanços do Projeto de Nova Lei de Licitações e
Contratos, aprovado pela Câmara dos Deputados, reside nos critérios de
julgamento de propostas. Não, propriamente, em sua enumeração – dos seis
critérios adotados, quatro reeditam a pauta que a Lei nº 8.666/93 chama
de “tipos de licitação” (art. 45, caput e § 1º), e dois foram transplantados,
com ajustamentos, da Lei nº 12.462/2011 (artigos 10 e 23), que instituiu
o Regime Diferenciado de Contratação -, mas, sim, em razão dos inúmeros
fatores e requisitos de sua aplicação, que abrem nova dimensão operacional
para o princípio do julgamento objetivo, que permanece do regime anterior,
porém agora instrumentalizado por parâmetros cuja elaboração haverá
de desenvolver-se na fase preparatória do processo e vinculará os agentes
julgadores das propostas, tanto que estampados no respectivo edital.
Deduza-se que o Projeto não se satisfaz com pesquisa de preço junto a uma
só fonte. Quer pesquisa ampla e em fontes variadas, o que, aliás, cumpre
antiga orientação do Tribunal de Contas da União. E que surge reforçada
no art. 34, § 2º, do Projeto, que define o julgamento por maior desconto
como aquele cuja referência é o preço global fixado no edital de licitação,
estendendo-se o desconto a eventuais termos aditivos. Reforça-se, por
29 de outubro de 2019
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
1. Introdução
Agora, a ideia do projeto de lei é que a futura lei geral de licitações contemple
as figuras das contratações integradas e semi-integradas, de modo que
possam ser utilizadas não apenas no âmbito das empresas estatais e dos
RDC.
1
O mesmo objetivo se verifica em outras modalidades contratuais, como as concessões administrativas
criadas pela Lei 11.079, de 2004.
1
Mestre em Direito e Administração Pública pela Universidade Federal de Minas
Gerais (2016-2018). Professora Voluntária de Direito Administrativo na Faculdade
de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (2017-2018) Pós-graduada em
Gestão e Finanças pela Fundação Dom Cabral (2014-2015). Graduada em Direito pela
Universidade Federal de Minas Gerais (2008-2012).
31 de março de 2021
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
O diálogo competitivo chega ao direito brasileiro com franca inspiração
nas diretivas de Contratações Públicas da União Europeia que desde 2004
preveem a figura do diálogo concorrencial.
Para começar nossa conversa sobre esse intrigante tema – e refletir sobre
as escolhas feitas pelo legislador brasileiro – selecionamos sete pontos
importantes para reflexão sobre o diálogo competitivo.
7 pontos do Diálogo competitivo que você precisa saber | Mariana Magalhães Avelar 106
• a Administração verifique a necessidade de definir e identificar
os meios e as alternativas que possam satisfazer suas
necessidades, com destaque para a solução técnica mais
adequada, requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já
definida e a estrutura jurídica ou financeira do contrato;
7 pontos do Diálogo competitivo que você precisa saber | Mariana Magalhães Avelar 107
Como se vê, as polêmicas envolvendo o diálogo competitivo brasileiro
começam desde as suas hipóteses de cabimento.
Além da seleção dos licitantes, outras duas grandes fases são previstas pela
lei: a fase de diálogo e a fase competitiva.
7 pontos do Diálogo competitivo que você precisa saber | Mariana Magalhães Avelar 108
da Administração e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da
proposta mais vantajosa. Haverá prazo mínimo de 60 (sessenta) dias úteis,
para todos os licitantes pré-selecionados apresentarem suas propostas, as
quais deverão conter os elementos necessários para a realização do projeto.
3. Assessoria
7 pontos do Diálogo competitivo que você precisa saber | Mariana Magalhães Avelar 109
5. Possibilidade de controle prévio pelos Tribunais de Contas
Apesar das boas novidades, já deu para perceber que nem tudo são flores
quando o assunto é diálogo competitivo, certo?
A primeira opção traz críticas já conhecidas por nós por conta do PMI, acerca
do suposto favorecimento de um participante (que apresentou a solução
adotada) em detrimento dos demais. Contudo, para o diálogo competitivo,
essa crítica ainda suscita uma pergunta adicional: já que, ao final do diálogo, o
7 pontos do Diálogo competitivo que você precisa saber | Mariana Magalhães Avelar 110
participante pode ser chamado a apresentar proposta para uma solução que
não seja aquela que ele apresentou, por que não abrir essa fase competitiva
para outros potenciais licitantes?
Esse risco, caso não seja bem equacionado pela nossa legislação, pode
impedir os participantes de apresentarem essas soluções e informações na
fase de diálogo. Trata-se de um possível efeito deletério da falta de clareza da
lei a impedir que o diálogo competitivo cumpra seu principal papel, qual seja,
obtenção da expertise dos privados.
Por fim, há muito o que aprender com os países que já utilizam o diálogo
competitivo. Uma experiência interessante é aquela de Portugal, país que
utiliza muito pouco essa modalidade licitatória. Isso porque Portugal transpôs
a Diretiva da União Europeia de maneira muito particular, adaptando o rito
do diálogo para aquele das licitações tradicionais. Este, muito mais rígido
e burocrático, acabou por inutilizar o diálogo competitivo, que exige maior
flexibilidade nos diálogos e nas negociações com os particulares.
A transposição foi feita dessa forma justamente para tentar retirar, o máximo
possível, a discricionariedade do gestor público. Ao tentar tornar o processo
mais objetivo, retiraram todas as suas vantagens.
7 pontos do Diálogo competitivo que você precisa saber | Mariana Magalhães Avelar 111
seleção dos participantes no diálogo, por exemplo.
Fica, então, a reflexão, para que os nossos medos não inviabilizem, logo de
cara, o diálogo competitivo.
Referências
COHEN. Isadora. Diálogo Competitivo já nasce com a efetividade questionada. Disponível em: https://
www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/infra/dialogo-competitivo-ja-nasce-com-a-efetividade-
questionada-26032021. Acesso em 30 mar 2021.
CUKIERT, Tamara. Consensualidade nas contratações públicas: uma análise do diálogo competitivo. Tese
de Láurea. São Paulo: USP, 2018.
GARCIA, Flávio Amaral. MOREIRA, Egon Bockmann. A futura nova lei de licitações brasileira: seus
principais desafios, analisados individualmente. Revista de Direito Público da Economia [recurso
eletrônico]. Belo Horizonte, v.18, n.69, jan./mar. 202
7 pontos do Diálogo competitivo que você precisa saber | Mariana Magalhães Avelar 112
O papel da assessoria
jurídica na nova lei
de licitações
1
Advogada da União. Especialista em Direito do Estado e em Direito e Economia
pela Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora nos
cursos de Pós-graduação em Direito Público com ênfase em Direito Administrativo da
UniRitter – Laureate International Universities e em Direito Administrativo e Gestão
Pública da Fundação Escola Superior do Ministério Público no Estado do Rio Grande
do Sul. Professora em cursos de extensão: da Escola da Magistratura no Estado do Rio
Grande do Sul. Conferencista na área de licitações e contratações da Administração
Pública.
23 de outubro de 2019
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
1. Introdução
O papel da assessoria jurídica na nova lei de licitações | Marinês Restelatto Dotti 114
§ 1º Na elaboração do parecer jurídico, o órgão de assessoramento
jurídico da Administração deverá:
[…]
[…]
O papel da assessoria jurídica na nova lei de licitações | Marinês Restelatto Dotti 115
O controle da legalidade previsto no Projeto de Lei não afastará do órgão
jurídico a já conhecida tarefa de analisar previamente minutas de editais
e contratos que instruem o processo da contratação, tendo em vista que
irregularidades e ilegalidades, costumeiramente, materializam-se nesses
instrumentos.
2. Segregação de funções
[…]
O papel da assessoria jurídica na nova lei de licitações | Marinês Restelatto Dotti 116
Desde a edição do Decreto-Lei nº 200/1967, o qual dispõe sobre a
organização da administração federal, estabeleceu-se a diretriz da
compartimentalização ou segregação de atividades administrativas por
meio da coordenação, da descentralização e da delegação de competência.
Confira-se, a propósito, o disposto no art. 6º do referido diploma, em seu
texto original:
I – Planejamento.
II – Coordenação.
III – Descentralização.
IV – Delegação de Competência.
V – Controle.
[…]
1
http://www.participa.br/governanca-em-contratacoes-publicas/decreto-de-governanca-em-
contratacoes-publicas.
O papel da assessoria jurídica na nova lei de licitações | Marinês Restelatto Dotti 117
processo de contratações:
[…]
2
Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO
ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. EXERCÍCIO DE
ATIVIDADES DISTINTAS DO CARGO DE ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO. ILEGALIDADE.
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA PROVIDO.
1. O administrador deve agir de acordo com o que estiver expresso em lei, devendo designar cada servidor
para exercer as atividades que correspondam àquelas legalmente previstas.
2. Apenas em circunstâncias excepcionais previstas em lei poderá o servidor público desempenhar
atividade diversa daquela pertinente ao seu cargo.
3. Apesar da alegação do recorrido, referente ao número insuficiente de servidores na Contadoria Judicial,
não é admissível que o recorrente exerça atribuições de um cargo tendo sido nomeado para outro, para o
qual fora aprovado por meio de concurso público.
4. Recurso em mandado de segurança provido. (RMS 37.248-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe:
04/09/2013).
O papel da assessoria jurídica na nova lei de licitações | Marinês Restelatto Dotti 118
contratação, ou seja, na individualização de tais atividades. A atividade
administrativa não se confunde com atividade jurídica. Esta, por sua vez,
não se confunde com atividade técnica estranha ao Direito. Nesse sentido,
passo importante foi dado pela Advocacia-Geral da União por meio de seu
“Manual de boas práticas consultivas” e de suas orientações normativas ao
distinguir atribuições de órgãos consultivos de opiniões técnicas, funções
administrativas e decisões baseadas na conveniência ou oportunidade.
O papel da assessoria jurídica na nova lei de licitações | Marinês Restelatto Dotti 119
enquadramento da modalidade licitatória aplicável. Ainda, a Orientação
Normativa nº 16, de 1º de abril de 2009, estabelece a competência da
administração para averiguar a veracidade do atestado de exclusividade
apresentado nos termos do art. 25, inciso I, da Lei nº 8.666/1993, ou
seja, por tratar-se de atividade administrativa e não jurídica, compete ao
setor administrativo competente aquilatar a veracidade do atestado de
exclusividade exigido pela Lei Geral de Licitações.
3
Sobre classificação orçamentária, há diretrizes no Manual de contabilidade aplicada ao setor público,
disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>.
O papel da assessoria jurídica na nova lei de licitações | Marinês Restelatto Dotti 120
esses processos. Assim:
4. Conclusão
O papel da assessoria jurídica na nova lei de licitações | Marinês Restelatto Dotti 121
Esse material é protegido por direitos autorais sendo vedada a reprodução não autorizada,
gratuita ou onerosamente, sob pena de ressarcimento, em caso de infração desses direitos.
É permitido citar os excertos em petições, pareceres e demais trabalhos, desde que seja
informada a fonte, garantidos os créditos do autor do artigo, do órgão emanador da decisão
ou informação e da publicação específica, conforme a licença legal prevista no artigo 46, III
da Lei nº 9.610/1998.
Acompanhe
artigos e notícias
sobre a nova
Lei de Licitações.
Assine a newsletter
novaleilicitacao.com.br