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Sumário

Introdução ................................................ 5

Questão 1: A nova lei aplica-se a todos os entes


da federação, mas ..................................... 6

Questão 2: A nova lei tem vigência imediata,


mas............................................................. 9

Questão 3: Foram inseridos novos princípios na


nova lei em relação à Lei 8.666/93............. 12

Questão 4: Foram inseridas novas definições,


em elevado número, em relação à
Lei 8.666/93................................................ 18

Questão 5: Foram definidos 7 (sete) regimes de


execução possíveis de serem utilizados em
função da natureza da contratação............ 22

Questão 6: Foram definidas 5 (cinco)


modalidades de licitação, sendo 1 (uma) nova
em relação às leis anteriores. .................... 27

Questão 7: Foram estabelecidos seis critérios


de julgamento das propostas
dos licitantes............................................... 33
Questão 8: A regra na definição das fases do
processo licitatório é primeiro o julgamento
das propostas, depois a análise da habilitação
daquela melhor classificada...................... 37

Questão 9: Está vedada a aquisição de artigos


de luxo........................................................ 40

Questão 10: O edital poderá contemplar a


utilização de matriz de riscos, sendo
obrigatório seu uso nas contratações integrada
e semi-integrada ou nas obras e serviços de
grandevulto................................................ 43

Questão 11: O valor estimado das


contratações deverá ser calculado pela
Administração de acordo com os critérios
definidos em lei.......................................... 48

Questão 12: Possibilidade de utilização de


orçamento estimado da
contratação sigiloso................................... 55

Questão 13: Definição das figuras dos


profissionais responsáveis pela condução do
processo de contratação: agente de
contratação, comissão de licitação, e
manutenção da expressão pregoeiro.......... 59
Questão 14: Estabelecimento formal de Linhas
de defesa da contratação, gestão de riscos e
controle preventivo..................................... 63

Questão 15: Portal Nacional de Contratações


Públicas....................................................... 68

Questão 16: Exigência de garantias no valor de


até 30% do objeto contratado.................... 71

Questão 17: Prazos contratuais de até 10 anos


para serviços e fornecimentos
contínuos ou para alguns casos
de dispensa de licitação.............................. 76

Questão 18: restrição da exigência de


atestados às parcelas de maior relevância ou
valor significativo do objeto da licitação,
assim consideradas as que tenham valor
individual igual ou superior a 4%
(quatro por cento) do valor total estimado da
contratação................................................. 79

Questão 19: Possibilidade do uso de Registro


de Preços para contratação de obras e serviços
de engenharia............................................. 82

Questão 20: Estabelecimento da diretriz de


governança das contratações, sob a
responsabilidade da alta administração da
organização.................................................. 89
Introdução
28 anos: foi o tempo decorrido para a aprovação de
uma nova lei que substituísse a Lei 8.666/93 como uma
nova norma geral das contratações públicas. A Lei
14.133/2021!
Sem dúvida, muita coisa aconteceu nesse lapso
temporal que acabou por e elhece a nossa
8.666/93: desenvolvimento da tecnologia da
informação; aprovação de outras leis que trataram de
licitações, a exemplo da 10.520/02 e 12.462/11; criação
de robusta jurisprudência a respeito dos principais
pontos do processo de contratação; e desenvolvimento
de instrumentos auxiliares da licitação.
A nova lei surge como uma maneira de consolidar
todas essas questões em um texto específico. Como
toda novidade, poderíamos relacionar pontos positivos
e negativos nesse texto. Mas de pouco adiantaria
questionar a deliberação legislativa.
Resta a todos nós entendermos os pontos chaves
estabelecidos para as contratações públicas pelo
Congresso Nacional e aplicarmos de modo a maximizar
o benefício na utilização de recursos públicos.
O aumento do tamanho do texto em comparação a
Lei 8.666/93 é significativo: de 126 para 194 artigos;
de aproximadamente 30.000 palavras para 40.000.
Por esse motivo, considerando o tamanho do novo
texto que deverá despertar várias dúvidas, resolvi
elaborar este e-book para facilitar o entendimento
inicial dessa nova lei.
Espero que seja útil a todos!

CLÁUDIO SARIAN ALTOUNIAN


Material elaborado por Cláudio Sarian 5
Questão 1:
A nova lei aplica-se a todos
os entes da federação,
mas...

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Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de
licitação e contratação para as administrações
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e abrange:

I – os órgãos dos Poderes Legislativo e


Judiciário da União, dos Estados e do Distrito
Federal e os órgãos do Poder Legislativo dos
Municípios, quando no desempenho de função
administrativa;

II – os fundos especiais e as demais entidades


controladas direta ou indiretamente pela
Administração Pública.

§ 1º Não são abrangidas por esta Lei as


empresas públicas, as sociedades de economia
mista e as suas subsidiárias, regidas pela Lei nº
13.303, de 30 de junho de 2016, ressalvado o
disposto no art. 178 desta Lei.

§ 2º As contratações realizadas no âmbito das


repartições públicas sediadas no exterior
obedecerão às peculiaridades locais e aos
princípios básicos estabelecidos nesta Lei, na
forma de regulamentação específica a ser
editada por Ministro de Estado.

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1
Como a Constituição Federal estabelece em seu art. 37, XXVII, a
competência privativa da União para legislar a respeito de
normas gerais de licitação e contratação, em todas as
modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, deve ser
entendido que a Lei 14.133/2021 tem força de norma geral
para todos os entes, porém, os Estados ou Municípios poderão
estabelecer, caso desejem, normas específicas próprias;

As empresas estatais possuem regramento próprio, que é a Lei


13.303/2016, em face do art. 173 da Carta Magna.

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Questão 2:
A nova lei tem vigência
imediata, mas...

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Art. 190. Ficam revogados:

I – os arts. 89 a 108 da Lei nº


8.666, de 21 de junho de 1993, na
data de publicação desta Lei;

II – a Lei nº 8.666, de 21 de junho


de 1993, a Lei nº 10.520, de 17 de
julho de 2002, e os arts. 1º a 47 da
Lei nº 12.462, de 4 de agosto de
2011, após decorridos 2 (dois)
anos da publicação oficial desta
Lei.

Art. 191. Esta Lei entra em vigor


na data de sua publicação.

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2
A Lei 14.133/2021 foi aprovada com
o objetivo de substituir diversas leis e
normativos que cuidavam de
contratações públicas, a exemplo da Lei
8.666/1993, a Lei 10.520/2002, e os arts.
1º a 47 da Lei 12.462/2011.

Por esse motivo, o leitor perceberá a


grande extensão da nova lei.

Não obstante a entrada imediata em


vigor da Lei14.133/2021, haverá um
período de transição de 2 (dois) anos em
que as leis anteriores poderão ser
utilizadas.

Apenas um cuidado: não misturar a


utilização de leis em uma contratação
específica!

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Questão 3:
Foram inseridos novos
princípios na nova lei em
relação à Lei 8.666/93.

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Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão
observados os princípios da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da
publicidade, da eficiência, do interesse
público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da
transparência, da eficácia, da segregação
de funções, da motivação, da vinculação
ao edital, do julgamento objetivo, da
segurança jurídica, da razoabilidade, da
competitividade, da proporcionalidade,
da celeridade, da economicidade e do
desenvolvimento nacional sustentável,
assim como as disposições do Decreto-Lei
nº 4.657, de 4 de setembro de 1942
(Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro)

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3
O legislador entendeu por bem fazer alguns
ajustes nos comandos principiológicos em relação a
Lei 8.666.
Por um lado, acrescentou princípios
interessantes, muitas vezes esquecidos. Destaco os
seguintes:
a) Segregação de funções: separação entre funções
de autorização e aprovação; de operações,
execução, controle e contabilização; de modo a
impedir que uma pessoa tenha o poder de
decidir em todas as fases do mesmo processo.
b) Segurança jurídica: esse princípio já estava
inserido no artigo 2º, caput, da Lei nº 9.784/99
(Lei do Processo Administrativo) e tem por
objetivo trazer estabilidade para as relações
jurídicas. De forma objetiva, trata da
irretroatividade de nova interpretação de lei no
âmbito da Administração Pública; de modo
subjetivo, sobre a confiança da sociedade nos
atos do Estado.
c) Competitividade: é por meio da competição,
que a Administração Pública poderá obter a
proposta mais vantajosa. Esse princípio impacta
fortemente a definição dos requisitos de
habilitação. A propósito, A Constituição Federal,
em seu art. 37, determina que no processo
licitatório somente serão permitidas as
exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.
d) Celeridade: advém do artigo 5º, LXXVIII, da Carta
Magna, no qual foi estabelecido que a todos,
no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e
os meios que garantam a celeridade de sua
a i açã
Material elaborado por Cláudio Sarian 14
Por outro, a nova lei ressaltou
a importância da aplicação da Lei
de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro.
Vale destacar dois artigos
essenciais dessa lei no tocante à
responsabilização do agentes
públicos:

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Art. 22. Na interpretação de normas sobre
gestão pública, serão considerados os
obstáculos e as dificuldades reais do gestor e
as exigências das políticas públicas a seu
cargo, sem prejuízo dos direitos dos
administrados.

§ 1º Em decisão sobre regularidade de


conduta ou validade de ato, contrato, ajuste,
processo ou norma administrativa, serão
consideradas as circunstâncias práticas que
houverem imposto, limitado ou
condicionado a ação do agente.

§ 2º Na aplicação de sanções, serão


consideradas a natureza e a gravidade da
infração cometida, os danos que dela
provierem para a administração pública, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes e
os antecedentes do agente.

§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão


levadas em conta na dosimetria das demais
sanções de mesma natureza e relativas ao
mesmo fato. (...)

Art. 28. O agente público responderá


pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
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A leitura desses dispositivos
deixa clara a necessidade da
adequada fundamentação dos
atos administrativos praticados
a fim de que os responsáveis
evitem problemas futuros.

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Questão 4:
Foram inseridas novas
definições, em elevado
número, em relação à Lei
8.666/93.

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Art. 6º.
X – compra: aquisição remunerada de bens para
fornecimento de uma só vez ou parceladamente,
considerada imediata aquela com prazo de entrega
de até 30 (trinta) dias da data prevista para
apresentação da proposta;

XI – serviço: atividade ou conjunto de atividades


destinadas a obter determinada utilidade,
intelectual ou material, de interesse da
Administração;

XII – obra: toda atividade estabelecida, por força de


lei, como privativa das profissões de arquiteto e
engenheiro que implica intervenção no meio
ambiente por meio de um conjunto harmônico de
ações que, agregadas, formam um todo que inova
o espaço físico da natureza ou acarreta alteração
substancial das características originais de bem
imóvel;

XIII – bens e serviços comuns: aqueles cujos


padrões de desempenho e qualidade podem ser
objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais de mercado;

XIV – bens e serviços especiais: aqueles que, por


sua alta heterogeneidade ou complexidade, não
podem ser descritos na forma do inciso XIII do caput
deste artigo, exigida justificativa prévia do
contratante;
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4
De início, importa lembrar que existem
três objetos principais que são contratados
pela Administração: bens, serviços e
obras. Ainda, em relação às características,
podem ser desdobrados em comuns ou
especiais, conforme tabela a seguir:
Art. 6º Bens Serviços Obras
Serviços Contínuos Escopo de
engenharia
Conceito inciso X inciso XI inciso XV inciso inciso XXI Inciso XII
geral e XVI XVII
Comuns inciso XIII inciso XIII - - XXI a -
Especiais Inciso XIV Inciso XIV - - XXI b -
De grande Inciso XXII
vulto

A fixação de conceitos claros e objetivos é


importante para facilitar a atuação dos
profissionais responsáveis pela utilização da lei.
Diferentemente da Lei 8.666/93, o novo
normativo procurou definir com maior detalhe
conceitos importantes a serem conhecidos
durante o processo de contratação.

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Em relação às obras, ficaram estabelecidas no
comando as seguintes considerações:
a) toda atividade estabelecida, por força de lei,
como privativa das profissões de arquiteto e
engenheiro;
b) implica intervenção no meio ambiente por
meio de um conjunto harmônico de ações
c) as ações agregadas formam um todo que
inova o espaço físico da natureza ou acarreta
alteração substancial das características
originais de bem imóvel
No que pertine a serviços, ficou como
atividade ou conjunto de atividades destinadas a
obter determinada utilidade, intelectual ou
material, de interesse da Administração.
Importante: apesar da lei não definir Obra
comum ou especial, em diversos trechos
é utilizada a expressão b a e serviços de
engenharia c e b a e serviços
especiais de e ge ha ia (ver art. 55, inciso II).
Da leitura sistêmica, podemos entender que
Obra comum é aquela em que o objeto pode ser
definido por meio de um projeto básico
simplificado e padronizado.
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Questão 5:
Foram definidos 7 (sete)
regimes de execução
possíveis de serem utilizados
em função da natureza da
contratação.

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Art. 45. Na execução indireta de obras e
serviços de engenharia, são admitidos os Origem
seguintes regimes:

I – empreitada por preço unitário;

II – empreitada por preço global;


Lei 8.666/93
III – empreitada integral;
IV – contratação por tarefa;

V – contratação integrada Lei 12.462/11

VI – contratação semi-integrada; Lei 13.303/16

VII – fornecimento e prestação de


Lei 14.133/2021
serviço associado.

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5
Interessante como a aprovação das últimas leis
que cuidaram de licitações públicas foi
acrescentando novos regimes de execução
contratual para obras e serviços.
Regime de execução é a maneira pela qual os
serviços serão medidos e pagos ao contratado. E a
nova lei estabelece 7 novos regimes, sendo que
apenas 1 (um) representa inovação no cenário
jurídico.
Em essência, existem dois regimes de
execução: o por preço global, no qual o contratado
receberá por preço certo e total; e o unitário, no
qual esse contratado receberá por preço certo de
unidades determinadas. Os demais regimes são
variações desses dois primeiros.
Assim, o § 9º do art. 45 estabelece que os
regimes de execução a que se referem os incisos II,
III, IV, V e VI do caput deste artigo serão licitados
por preço global e adotarão sistemática de
medição e pagamento associada à execução de
etapas do cronograma físico-financeiro vinculadas
ao cumprimento de metas de resultado, vedada a
adoção de sistemática de remuneração orientada
por preços unitários ou referenciada pela execução
de quantidades de itens unitários.

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A empreitada integrada ou semi-
integrada somente poderá ser utilizadas nas
licitações para a contratação
de obras e serviços de engenharia.
Na integrada, basta que a Administração
disponibilize o anteprojeto no Edital, uma vez que
o contratado será responsável pela elaboração dos
projetos básico e executivo. Por sua vez, na semi-
integrada haverá necessidade de projeto
básico, porém será possível sua alteração desde
que demonstrada a superioridade das inovações
propostas pelo contratado em termos de redução
de custos, de aumento da qualidade, de redução
do prazo de execução ou de facilidade de
manutenção ou operação, assumindo o
contratado a responsabilidade integral pelos riscos
associados à alteração do projeto básico.
Por fim, no fornecimento e prestação de
serviço associado, além do fornecimento do
objeto, o contratado responsabilizar-se-á por sua
operação, manutenção ou ambas, por tempo
determinado.

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Regime de Documento Medição Objeto Lei origem
execução para
Empreitada contratação

preço unitário Projeto básico Por obra ou serviço 8.666/93


quantidade
executada

preço global Projeto básico associada à obra ou serviço 8.666/93


execução de
etapas

integral Projeto básico associada à obra ou serviço 8.666/93


execução de
etapas

por tarefa Projeto básico associada à mão de obra 8.666/93


execução de pequenos trabalhos
etapas

integrada Anteprojeto associada à obras e serviços de 12.462/11


execução de engenharia
etapas

Semi-integrada Projeto básico associada à obras e serviços de 13.303/16


execução de engenharia
etapas

fornecimento e Projeto básico - obras ou serviços Novidade


prestação de
serviço associado

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Questão 6:
Foram definidas
5 (cinco) modalidades de
licitação, sendo 1 (uma) nova
em relação às leis anteriores.

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Art. 28. São modalidades de
licitação:

I – pregão;

II – concorrência;

III – concurso;

IV – leilão;

V – diálogo competitivo.

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A definição das modalidades pelo legislador
ficou confusa, pois poderá haver identidade, em
determinadas situações, entre a concorrência e
o pregão.
Para o pregão, ficou definida que sua
utilização será obrigatória para aquisição de
bens e serviços comuns, cujo critério de
julgamento poderá ser o de menor preço ou o
de maior desconto. Porém, a lei não
estabeleceu para essa modalidade a
obrigatoriedade da fase de lances preceder a
análise da habilitação, a exemplo da Lei
10.520/02.
Por sua vez, a concorrência representa
modalidade de licitação para contratação de
bens e serviços especiais e de obras e serviços
comuns e especiais de engenharia, cujo critério
de julgamento poderá ser: a) menor preço; b)
melhor técnica ou conteúdo artístico; c) técnica
e preço; d) maior retorno econômico; e) maior
desconto.

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Desse modo, ficou uma lacuna entre a
diferença do pregão para concorrência quando o
critério de julgamento for menor preço ou maior
desconto, o que não ocorria quando da utilização
da Lei 10.520/02.
Por sua vez, o julgamento por técnica e preço
será escolhido quando estudo técnico preliminar
demonstrar que a avaliação e a ponderação da
qualidade técnica das propostas que superarem os
requisitos mínimos estabelecidos no edital forem
relevantes aos fins pretendidos pela
Administração nas licitações para contratação de:

I serviços técnicos especializados de


natureza predominantemente
intelectual, caso em que o critério de
julgamento de técnica e preço deverá
ser preferencialmente empregado;
II serviços majoritariamente
dependentes de tecnologia sofisticada
e de domínio restrito, conforme
atestado por autoridades técnicas de
reconhecida qualificação;

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III bens e serviços especiais de tecnologia
da informação e de comunicação;
IV obras e serviços especiais de
engenharia;
V objetos que admitam soluções
específicas e alternativas e variações de
execução, com repercussões significativas e
concretamente mensuráveis sobre sua
qualidade, produtividade, rendimento e
durabilidade, quando essas soluções e
variações puderem ser adotadas à livre
escolha dos licitantes, conforme critérios
objetivamente definidos no edital de
licitação.
Por fim, o diálogo competitivo contempla
modalidade de licitação para contratação de obras,
serviços e compras em que a Administração Pública
realiza diálogos com licitantes previamente
selecionados mediante critérios objetivos, com o
intuito de desenvolver uma ou mais alternativas
capazes de atender às suas necessidades, devendo
os licitantes apresentar proposta final após o
encerramento dos diálogos. Poderá ser utilizado nas
hipóteses em que:

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I vise a contratar objeto que envolva as
seguintes condições:
a) inovação tecnológica ou técnica;
b) impossibilidade de o órgão ou
entidade ter sua necessidade satisfeita
sem a adaptação de soluções disponíveis
no mercado; e
c) impossibilidade de as especificações
técnicas serem definidas com precisão
suficiente pela Administração;
II verifique a necessidade de definir e
identificar os meios e as alternativas que
possam satisfazer suas necessidades,
com destaque para os seguintes
aspectos:
a) a solução técnica mais adequada;
b) os requisitos técnicos aptos a
concretizar a solução já definida;
c) a estrutura jurídica ou financeira do
contrato;

Material elaborado por Cláudio Sarian 32


Questão 7:
Foram estabelecidos seis
critérios de julgamento das
propostas dos licitantes.

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Art. 33. O julgamento das
propostas será realizado de
acordo com os seguintes critérios:

I – menor preço;

II – maior desconto;

III – melhor técnica ou conteúdo


artístico;

IV – técnica e preço;

V – maior lance, no caso de leilão;

VI – maior retorno econômico.

Material elaborado por Cláudio Sarian 34


7
Critério de julgamento representa a maneira
pela qual as propostas serão analisadas para que
seja definida aquela mais vantajosa. Na Lei
8.666/93 esses critérios eram denominados tipos
de licitação.

No julgamento por menor preço ou maior


desconto e, quando couber, por técnica e
preço, será avaliado o menor dispêndio para a
Administração, e poderão ser considerados, além
dos custos diretos apresentados, os custos
indiretos, relacionados com as despesas de
manutenção, utilização, reposição, depreciação e
impacto ambiental do objeto licitado, entre
outros fatores vinculados ao seu ciclo de vida,
poderão ser considerados para a definição do
menor dispêndio, sempre que objetivamente
mensuráveis, conforme disposto em
regulamento.

Detalhe interessante é que o julgamento por


maior desconto terá como referência o preço
global fixado no edital de licitação, e o desconto
será estendido aos eventuais termos aditivos.

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No julgamento por técnica e preço será
considerada a maior pontuação obtida a partir
da ponderação, segundo fatores objetivos
previstos no edital, das notas atribuídas aos
aspectos de técnica e de preço da proposta,
sendo 70% (setenta por cento) de valoração a
proporção máxima da proposta técnica.
Contudo, o critério mais inovador, sem
dúvida alguma é o de maior retorno
econômico, que poderá ser utilizado
exclusivamente para a celebração de contrato
de eficiência, definido como aquele cujo objeto
é a prestação de serviços, que pode incluir a
realização de obras e o fornecimento de bens,
com o objetivo de proporcionar economia ao
contratante, na forma de redução de despesas
correntes, remunerado o contratado com base
em percentual da economia gerada. A proposta
de preço corresponderá a percentual sobre a
economia que se estima gerar durante
determinado período, expressa em unidade
monetária.

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Questão 8:
A regra na definição das fases
do processo licitatório é
primeiro o julgamento das
propostas, depois a análise da
habilitação daquela melhor
classificada.

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Art.17. O processo de licitação observará as
seguintes fases, em sequência:

I – preparatória;

II – de divulgação do edital de licitação;

III– de apresentação de propostas e lances,


quando for o caso;

IV – de julgamento;

V – de habilitação;

VI – recursal;

VII – de homologação.

§1º A fase referida no inciso V do caput deste


artigo poderá, mediante ato motivado com
explicitação dos benefícios decorrentes, anteceder
as fases referidas nos incisos III e IV do caput
deste artigo, desde que expressamente previsto
no edital de licitação.
Material elaborado por Cláudio Sarian 38
8
Inspirada na lei 10.520/02 (pregão), a
definição das fases licitatórias definiu como regra
o julgamento das propostas antes da análise da
habilitação do vencedor. Existem diversas
vantagens nesse sequenciamento.
O primeiro é que a comissão de contratação
poderá analisar apenas a habilitação da licitante
que apresentou melhor preço, ou seja, fará o
trabalho de forma célere e com economia de
recursos.
A segunda é a utilização de fase recursal
única, uma vez que os recursos serão analisados
apenas após a análise da habilitação do provável
vencedor.
De qualquer modo, será possível, mediante
ato motivado com explicitação dos benefícios
decorrentes, definir que a fase de habilitação
anteceda a fase de proposta.

Material elaborado por Cláudio Sarian 39


Questão 9:
Está vedada a aquisição de
artigos de luxo.

Material elaborado por Cláudio Sarian 40


Art. 20. Os itens de consumo adquiridos
para suprir as demandas das estruturas
da Administração Pública deverão ser
de qualidade comum, não superior à
mínima necessária para cumprir as
finalidades às quais se destinam,
vedada a aquisição de artigos de luxo.

§ 1º Os Poderes Executivo, Legislativo


e Judiciário definirão em regulamento
os limites para o enquadramento dos
bens de consumo nas categorias
comum e luxo.

§ 2º A partir de 180 (cento e oitenta)


dias contados da promulgação desta
Lei, novas compras de bens de consumo
só poderão ser efetivadas com a edição,
pela autoridade competente, do
regulamento a que se refere o§ 1º
deste artigo.

Material elaborado por Cláudio Sarian 41


9
A lei veda a aquisição de artigos de
luxo com a utilização de recursos públicos.
O comando evita a farra do gasto público,
em face dos princípios da moralidade e da
eficiência.
Os Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário terão que definir em
regulamento, no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, os limites para o
enquadramento dos bens de consumo nas
categorias comum e luxo.

Material elaborado por Cláudio Sarian 42


Questão 10:
O edital poderá contemplar a
utilização de matriz de riscos, sendo
obrigatório seu uso nas contratações
integrada e semi-integrada ou nas
obras e serviços de grande vulto.

Material elaborado por Cláudio Sarian 43


Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de
alocação de riscos entre o contratante e o
contratado, hipótese em que o cálculo do valor
estimado da contratação poderá considerar taxa de
risco compatível com o objeto da licitação e os
riscos atribuídos ao contratado, de acordo com
metodologia predefinida pelo ente federativo.(...)

§ 3º Quando a contratação se referir a obras e


serviços de grande vulto ou forem adotados os
regimes de contratação integrada e semi-
integrada, o edital obrigatoriamente contemplará
matriz de alocação de riscos entre o contratante e o
contratado.

§4º Nas contratações integradas ou semi-


integradas, os riscos decorrentes de fatos
supervenientes à contratação associados à escolha
da solução de projeto básico pelo contratado
deverão ser alocados como de sua responsabilidade
na matriz de riscos.

Art. 90. Os contratos e seus aditamentos terão


forma escrita e serão juntados ao processo que
tiver dado origem à contratação, divulgados e
mantidos à disposição do público em sítio
eletrônico oficial. (...)

IX – a matriz de risco, quando for o caso;


Ma teri al elaborado por Cl áudio Sarian 44
10
De acordo com a nova lei, inspirada na definição
da Lei 13.303/16, matriz de riscos representa
cláusula contratual definidora de riscos e de
responsabilidades entre as partes e caracterizadora
do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato, em termos de ônus financeiro decorrente
de eventos supervenientes à contratação, contendo,
no mínimo, as seguintes informações:
a) listagem de possíveis eventos supervenientes
à assinatura do contrato que possam causar
impacto em seu equilíbrio econômico-financeiro
e previsão de eventual necessidade de prolação
de termo aditivo por ocasião de sua ocorrência;
b) no caso de obrigações de resultado,
estabelecimento das frações do objeto com
relação às quais haverá liberdade para os
contratados inovarem em soluções
metodológicas ou tecnológicas, em termos de
modificação das soluções previamente
delineadas no anteprojeto ou no projeto básico;

Material elaborado por Cláudio Sarian 45


c) no caso de obrigações de meio,
estabelecimento preciso das frações do objeto
com relação às quais não haverá liberdade para
os contratados inovarem em soluções
metodológicas ou tecnológicas, devendo haver
obrigação de aderência entre a execução e a
solução predefinida no anteprojeto ou no
projeto básico, consideradas as características
do regime de execução no caso de obras e
serviços de engenharia.
A nova lei, a exemplo do RDC e da Lei das
Estatais, estabeleceu a necessidade de gestão de
riscos nas contratações, sempre que necessário. O
documento que registra a distribuição de riscos
entre o contratado e a contratante foi denominado
matriz de riscos.
Para as contratações integradas e semi-
integradas essa matriz será obrigatória a exemplo
do comando contido no art. 22, § 4º, com vistas a
estabecer, dentre outros pontos que os riscos
decorrentes de fatos supervenientes à contratação
associados à escolha da solução de projeto básico
pelo contratado deverão ser alocados como de sua
responsabilidade.

Material elaborado por Cláudio Sarian 46


Importante salientar que nas obrigações de
resultado, o contratado terá liberdade para inovar
em soluções metodológicas ou tecnológicas, em
termos de modificação das soluções previamente
delineadas no anteprojeto (na integrada) ou no
projeto básico (na semi-integrada). Por sua vez,
nas obrigações de meio, o contratado deverá
executar fielmente o projeto constante do Edital.
Por fim, segundo o manual de gestão de riscos
do TCU, é preciso avaliar o impacto e
probablidade de ocorrência de cada risco para dar
o tratamento adequado:

Material elaborado por Cláudio Sarian 47


Questão 11:
O valor estimado das
contratações deverá ser
calculado pela Administração de
acordo com os critérios
definidos em lei.

Material elaborado por Cláudio Sarian 48


Art. 23. O valor previamente estimado da
contratação deverá ser compatível com os
valores praticados pelo mercado, considerados
os preços constantes de bancos de dados
públicos e as quantidades a serem
contratadas, observadas a potencial economia
de escala e as peculiaridades do local de
execução do objeto.

§ 1º No processo licitatório para aquisição de


bens e contratação de serviços em geral,
conforme regulamento, o valor estimado será
definido com base no melhor preço aferido por
meio da utilização dos seguintes parâmetros,
adotados de forma combinada ou não:

I – composição de custos unitários menores ou


iguais à mediana do item correspondente no
painel para consulta de preços ou no Banco de
Preços em Saúde disponíveis no Portal
Nacional de Contratações Públicas (PNCP);

Material elaborado por Cláudio Sarian 49


II – contratações similares feitas pela
Administração Pública, em execução ou
concluídas no período de 1 (um) ano anterior à
data da pesquisa de preços, inclusive mediante
sistema de registro de preços, observado o
índice de atualização de preços correspondente;

III – utilização de dados de pesquisa publicada


em mídia especializada, de tabela de referência
formalmente aprovada pelo Poder Executivo
federal e de sítios eletrônicos especializados ou
de domínio amplo, desde que contenham a
data e hora de acesso;

IV – pesquisa direta com no mínimo 3 (três)


fornecedores, mediante solicitação formal de
cotação, desde que seja apresentada a
justificativa da escolha desses fornecedores e
que não tenham sido obtidos os orçamentos
com mais de 6 (seis) meses de antecedência da
data de divulgação do edital;

V – pesquisa na base nacional de notas fiscais


eletrônicas, na forma de regulamento.
Material elaborado por Cláudio Sarian 50
§ 2º No processo licitatório para contratação
de obras e serviços de engenharia, conforme
regulamento, o valor estimado, acrescido do
percentual de Benefícios e Despesas Indiretas
(BDI) de referência e dos Encargos Sociais (ES)
cabíveis, será definido por meio da utilização
de parâmetros na seguinte ordem:

I – composição de custos unitários menores ou


iguais à mediana do item correspondente do
Sistema de Custos Referenciais de Obras
(Sicro), para serviços e obras de infraestrutura
de transportes, ou do Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices de Construção
Civil (Sinapi), para as demais obras e serviços
de engenharia;

II – utilização de dados de pesquisa publicada


em mídia especializada, de tabela de
referência formalmente aprovada pelo Poder
Executivo federal e de sítios eletrônicos
especializados ou de domínio amplo, desde
que contenham a data e a hora de acesso;

Material elaborado por Cláudio Sarian 51


III – contratações similares feitas pela
Administração Pública, em execução ou
concluídas no período de 1 (um) ano
anterior à data da pesquisa de preços,
observado o índice de atualização de
preços correspondente;

IV – pesquisa na base nacional de notas


fiscais eletrônicas, na forma de
regulamento.

Material elaborado por Cláudio Sarian 52


11
A nova lei definiu os critérios de cotação
para a elaboração do orçamento-base.
Logicamente, como comando geral, foi
estabelecido que o valor previamente estimado
da contratação deverá ser compatível com os
valores praticados pelo mercado, considerados
os preços constantes de bancos de dados
públicos e as quantidades a serem contratadas,
além da economia de escala e as
peculiaridades do local de execução do objeto.
O texto normativo poderia ter se encerrado
neste momento, deixando que instruções
normativas detalhassem as regras para a
consecução do orçamento da Administração.
Porém, o legislador preferiu continuar
detalhando o método de pesquisa.

Material elaborado por Cláudio Sarian 53


No 1º, mencionou cinco passos
orientativos para aquisição de bens e
contratação de serviços em geral,
compilando orientações jurisprudenciais
e instruções normativas já existentes,
além de promover algumas inovações,
como a pesquisa na base nacional de
notas fiscais eletrônicas, na forma de
regulamento.
No mesmo sentido, para obras e
serviços de engenharia foram definidas as
bases do Sinapi e do Sicro como primeira
referência, a exemplo do que é feito no
Decreto 7.983/2013. A partir de agora,
essas referências, da mesma forma que o
RDC e a Lei das Estatais, passará a ter
base legal.

Material elaborado por Cláudio Sarian 54


Questão 12:
Possibilidade de utilização de
orçamento estimado da
contratação sigiloso.

Material elaborado por Cláudio Sarian 55


Art. 24. Desde que justificado, o
orçamento estimado da contratação
poderá ter caráter sigiloso, e, nesse caso:

I – o sigilo não prevalecerá para os órgãos


de controle interno e externo;

II – VETADO

Parágrafo único. Na hipótese de licitação


em que for adotado o critério de
julgamento por maior desconto, o preço
estimado ou o máximo aceitável constará
do edital da licitação.

Material elaborado por Cláudio Sarian 56


12
A nova lei cria a possibilidade do órgão ou
entidade contratante estabelecer sigilo no
orçamento-base, desde que jusifique os motivos.
Desse modo, conclui-se que a regra da
licitação é a divulgação do referido orçamento. A
propósito, esse comando é interessante, pois
muda uma diretriz que vinha sendo adotada no
RDC e na Lei das Estatais de que a regra era o
orçamento-base sigiloso.
A vantagem do mencionado sigilo está na
indução dos licitantes terem que elaborar seu
próprio orçamento e, com isso, estudar o objeto
que será licitado. Evita, desse modo, que algum
licitante apenas forneça um desconto em relação
ao orçamento-base e, caso vencedor,

Material elaborado por Cláudio Sarian 57


venha questionar a Administração durante a
execução contratual por eventuais equívocos na
planilha de preços.
Em nosso sentir, é muito vantajoso que a
Administração estabeleça o sigilo do orçamento
sempre que estiver em uma licitação que
contemple obrigações de resultado, uma vez que
caberá aos licitantes o estudo detalhado do
objeto.

Material elaborado por Cláudio Sarian 58


Questão 13:
Definição das figuras dos
profissionais responsáveis pela
condução do processo de
contratação: agente de
contratação, comissão de
licitação, e manutenção da
expressão pregoeiro.

Material elaborado por Cláudio Sarian 59


Art. 6º, LX - agente de contratação: pessoa
designada pela autoridade competente, entre
servidores efetivos ou empregados públicos dos
quadros permanentes da Administração
Pública, para tomar decisões, acompanhar o
trâmite da licitação, dar impulso ao
procedimento licitatório e executar quaisquer
outras atividades necessárias ao bom
andamento da licitação.
(...)

Art. 8º A licitação será conduzida por agente de


contratação, pessoa designada pela autoridade
competente, entre servidores efetivos ou
empregados públicos dos quadros permanentes
da Administração Pública, para tomar decisões,
acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso
ao procedimento licitatório e executar
quaisquer outras atividades necessárias ao bom
andamento da licitação.

§ 1º O agente de contratação será auxiliado


por equipe de apoio e responderá
individualmente pelos atos que praticar, salvo
quando induzido a erro pela atuação da equipe.

Material elaborado por Cláudio Sarian 60


§ 5º Em licitação na modalidade pregão,
o agente responsável pela condução do
certame será designado pregoeiro.

Art. 63, § 1º No julgamento da


habilitação, a comissão de licitação
poderá sanar erros ou falhas que não
alterem a substância dos documentos e
sua validade jurídica, mediante despacho
fundamentado registrado e acessível a
todos, atribuindo-lhes eficácia para fins
de habilitação e classificação.

Material elaborado por Cláudio Sarian 61


13
A nova lei traz o conceito geral de
agente de contratação, como aquela pessoa
designada pela autoridade competente,
entre servidores efetivos ou empregados
públicos dos quadros permanentes da
Administração Pública, para tomar decisões,
acompanhar o trâmite da licitação, dar
impulso ao procedimento licitatório e
executar quaisquer outras atividades
necessárias ao bom andamento da licitação.
Contudo, mantém a denominação do
mencionado agente como pregoeiro quando
a modalidade escolhida for o pregão.
Ainda, se refere à expressão c i ã
de lici açã quando esses agentes
estiverem atuando no julgamento da
habilitação.

Material elaborado por Cláudio Sarian 62


Questão 14:
Estabelecimento formal de
Linhas de defesa da
contratação, gestão de riscos e
controle preventivo.

Material elaborado por Cláudio Sarian 63


Art.168. As contratações públicas deverão
submeter-se a práticas contínuas e permanentes
de gestão de riscos e de controle preventivo,
inclusive mediante adoção de recursos de
tecnologia da informação, e, além de estar
subordinadas ao controle social, sujeitar-se-ão
às seguintes linhas de defesa:

I – primeira linha de defesa, integrada por


servidores e empregados públicos, agentes de
licitação e autoridades que atuam na estrutura
de governança do órgão ou entidade;

II – segunda linha de defesa, integrada pelas


unidades de assessoramento jurídico e de
controle interno do próprio órgão ou entidade;

III – terceira linha de defesa, integrada pelo


órgão central de controle interno da
Administração e pelo tribunal de contas.

Material elaborado por Cláudio Sarian 64


14
De acordo com o Roteiro de Avaliação de
Maturidade da Gestão de Riscos do Tribunal de
Contas da União, a ab dage das Três Linhas
de Defesa, embora não seja um modelo de
gestão de riscos, é uma forma simples e eficaz
para melhorar a comunicação e a
conscientização sobre os papéis e as
responsabilidades essenciais de gerenciamento
de riscos e controles, aplicável a qualquer
organização não importando o seu tamanho ou
a sua complexidade ainda que não exista uma
estrutura ou sistema formal de gestão de i c .
Ainda de acordo com o manual, existem três
linhas de defesa, ou grupos de responsáveis
envolvidos com o gerenciamento de riscos:
Funções que gerenciam e têm propriedade de
riscos: a gestão operacional e os
procedimentos diários de controles
constituem a primeira linha de defesa no
gerenciamento de riscos.

Material elaborado por Cláudio Sarian 65


A gestão operacional serve naturalmente
como a primeira linha de defesa, porque os
controles são desenvolvidos como sistemas e
processos sob sua orientação e
responsabilidade. É nesse nível que se
identificam, avaliam e controlam riscos,
guiando o desenvolvimento e a
implementação de políticas e procedimentos
internos e garantindo que as atividades
estejam de acordo com as metas e objetivos.
- Funções que supervisionam riscos: a segunda
linha defesa é constituída por funções
estabelecidas para garantir que a primeira
linha funcione como pretendido no tocante ao
gerenciamento de riscos e controles. As
funções específicas variam muito entre
organizações e setores, mas são, por
natureza, funções de gestão. Seu papel é
coordenar as atividades de gestão de riscos,
monitorar riscos específicos (funções de
compliance ou de conformidade), ajudar a
desenvolver controles e ou monitorar riscos e
controles da primeira linha de defesa; Funções
que fornecem avaliações independentes: a
auditoria interna constitui a terceira linha de
defesa no gerenciamento de riscos,
Material elaborado por Cláudio Sarian 66
fornecendo avaliações (asseguração)
independentes e objetivas sobre os processos de
gerenciamento de riscos, controle e governança
aos órgãos de governança e à alta administração,
abrangendo uma grande variedade de objetivos
(incluindo eficiência e eficácia das operações;
salvaguarda de ativos; confiabilidade e a
integridade dos processos de reporte;
conformidade com leis e regulamentos) e
elementos da estrutura de gerenciamento de
riscos e controle interno em todos os níveis da
estrutura organizacional da entidade.

Importante assinalar que a lei insere os


tribunais de contas na terceira linha de defesa,
atribuição desalinhada ao roteiro do TCU.

Material elaborado por Cláudio Sarian 67


Questão 15:
Portal Nacional de
Contratações Públicas.

Material elaborado por Cláudio Sarian 68


Art. 174. Fica criado o Portal Nacional
de Contratações Públicas (PNCP), sítio
eletrônico oficial destinado à:

I – divulgação centralizada e
obrigatória dos atos exigidos por esta
Lei;

II – realização facultativa das


contratações pelos órgãos e entidades
dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário de todos os entes
federativos.

Material elaborado por Cláudio Sarian 69


15
A criação de um Portal Nacional
de contratações é uma novidade
importante que viabilizará visão
sistêmica de todas as contratações
dos entes federativos (União,
Estados e Municípios) no país.
Com isso, espera-se um melhor
controle a respeito dos andamentos
dos processos de contratação, com
maior facilidade para avaliação de
preços de mercado e, até mesmo,
de objetos inacabados, a exemplo
das obras públicas.

Material elaborado por Cláudio Sarian 70


Questão 16:
Exigência de garantias no
valor de até 30% do objeto
contratado.

Material elaborado por Cláudio Sarian 71


Art. 97. Nas contratações de obras,
serviços e fornecimentos, a garantia
poderá ser de até 5% (cinco por cento) do
valor inicial do contrato, autorizada a
majoração desse percentual para até 10%
(dez por cento), desde que justificada
mediante análise da complexidade técnica
e dos riscos envolvidos.

Parágrafo único. Nas contratações de


serviços e fornecimentos contínuos com
vigência superior a 1 (um) ano, assim
como nas subsequentes prorrogações,
será utilizado o valor anual do contrato
para definição e aplicação dos percentuais
previstos no caput deste artigo.

Art. 98. Nas contratações de obras e


serviços de engenharia de grande vulto,
poderá ser exigida a prestação de
garantia, na modalidade seguro-garantia,
com cláusula de retomada prevista no art.
101 desta Lei, em percentual equivalente
a até 30% (trinta por cento) do valor
inicial do contrato.
Material elaborado por Cláudio Sarian 72
Art. 101. Na contratação de obras e
serviços de engenharia, o edital poderá
exigir a prestação da garantia na
modalidade seguro-garantia e prever a
obrigação de a seguradora, em caso de
inadimplemento pelo contratado, assumir
a execução e concluir o objeto do contrato,
hipótese em que:

I – a seguradora deverá firmar o contrato,


inclusive os aditivos, como interveniente
anuente, e poderá: a) ter livre acesso às
instalações em que for executado o
contrato principal; b) acompanhar a
execução do contrato principal; c) ter
acesso a auditoria técnica e contábil; d)
requerer esclarecimentos ao responsável
técnico pela obra ou pelo fornecimento;

II - a emissão de empenho em nome da


seguradora, ou a quem ela indicar para a
conclusão do contrato, será autorizada
desde que demonstrada sua regularidade
fiscal;

Material elaborado por Cláudio Sarian 73


III – a seguradora poderá
subcontratar a conclusão do
contrato, total ou parcialmente.
Parágrafo único. Na hipótese de
inadimplemento do contratado,
serão observadas as seguintes
disposições:

I – caso a seguradora execute e


conclua o objeto do contrato, estará
isenta da obrigação de pagar a
importância segurada indicada na
apólice;

II – caso a seguradora não assuma a


execução do contrato, pagará a
integralidade da importância
segurada indicada na apólice.

Material elaborado por Cláudio Sarian 74


16
A maior novidade em termos de garantia foi a
possibilidade de exigência de até 30% do valor
inicial do contrato para obras e serviços de
engenharia de grande vulto (acima de R$ 200
milhões). Também é novidade a utilização de
cláusula de retomada do objeto pela
seguradora.
Para os demais contratos, continuará
valendo a regra dos 5%, com autorização de
exiogência de 10% desde que justificada
mediante análise da complexidade técnica e dos
riscos envolvidos.
Na contratação de obras e serviços de
engenharia, o edital poderá prever a obrigação
de a seguradora, em caso de inadimplemento
pelo contratado, assumir a execução e concluir o
objeto do contrato. Com certeza é uma grande
novidade. Aguardemos como o mercado se
comportará em relação a esse comando.

Material elaborado por Cláudio Sarian 75


Questão 17:
Prazos contratuais de até 10
anos para serviços e
fornecimentos contínuos ou para
alguns casos de dispensa de
licitação.

Material elaborado por Cláudio Sarian 76


Art. 106. Os contratos de serviços e
fornecimentos contínuos poderão ser
prorrogados sucessivamente,
respeitada a vigência máxima decenal,
desde que haja previsão em edital e
que a autoridade competente ateste
que as condições e os preços
permanecem vantajosos para a
Administração, permitida a negociação
com o contratado ou a extinção
contratual sem ônus para qualquer das
partes.

Art. 107. A Administração poderá


celebrar contratos com prazo de até 10
(dez) anos nas hipóteses previstas nas
alíneas f e g do inciso IV e nos incisos V,
VI, XII e XVI do caput do art. 74 desta
Lei.

Material elaborado por Cláudio Sarian 77


17
A possibilidade de contratos mais
longos no caso de serviços e
fornecimentos contínuos é interessante
em função do caso.
Em muitas situações é necessário
avaliar a vantajosidade de um contrato
em termos de alternativas de soluções a
serem implementadas pelo contratado, a
exemplo da comparação do investimento
inicial somado aos custos mensais dos
serviços.
A lei propicia essa possibilidade.
Logicamente será preciso critério objetivo
de julgamento das propostas dos
licitantes.

Material elaborado por Cláudio Sarian 78


Questão 18:
Restrição da exigência de atestados às
parcelas de maior relevância ou valor
significativo do objeto da licitação,
assim consideradas as que tenham
valor individual igual ou superior a 4%
(quatro por cento) do valor total
estimado da contratação.

Material elaborado por Cláudio Sarian 79


Art. 66. (...)

§1º A exigência de atestados será restrita às


parcelas de maior relevância ou valor
significativo do objeto da licitação, assim
consideradas as que tenham valor individual
igual ou superior a 4% (quatro por cento) do
valor total estimado da contratação.

§2º Observado o disposto no caput e no


§1º deste artigo, será admitida a exigência de
atestados com quantidades mínimas de até 50%
(cinquenta por cento) das parcelas de que trata
o referido parágrafo, vedadas limitações de
tempo e de locais específicos relativas aos
atestados.

§ 3º Salvo na contratação de obras e serviços


de engenharia, as exigências a que se referem
os incisos I e II do caput deste artigo, a critério
da Administração, poderão ser substituídas por
outra prova de que o profissional ou a empresa
possui conhecimento técnico e experiência
prática na execução de serviço de características
semelhantes, hipótese em que as provas
alternativas aceitáveis deverão ser previstas em
regulamento.

Material elaborado por Cláudio Sarian 80


18
Apesar de sútil a inclusão da conjunção
alternativa OU no lugar da aditiva E (como
era feito na Lei 8.666/93), haverá
significativa mudança na exigência de
qualificação técnica, uma vez que fica
ampliado o leque de exigências a serem
inseridas no edital.
Ainda, a definição objetiva do valor de
4% para as parcelas de valor significativo
também representa novidade, uma vez que
as lei anteriores não definiam o número.
Por fim, a possibilidade de substituição
de exigências, salvo na contratação de
obras e serviços de engenharia, por outra
prova de que o profissional ou a empresa
possui conhecimento técnico e experiência
prática na execução de serviço de
características semelhantes é bastante
interessante.

Material elaborado por Cláudio Sarian 81


Questão 19:
Possibilidade do uso de Registro
de Preços para contratação de
obras e serviços de engenharia.

Material elaborado por Cláudio Sarian 82


Art. 81, § 5º O sistema de registro de preços
poderá ser usado para a contratação de bens e
serviços, inclusive de obras e serviços de
engenharia, e observará as seguintes condições:
I – realização prévia de ampla pesquisa de
mercado;
II – seleção de acordo com os procedimentos
previstos em regulamento;
III – desenvolvimento obrigatório de rotina de
controle;
IV – atualização periódica dos preços
registrados;
V – definição do período de validade do registro
de preços;
VI – inclusão, em ata de registro de preços, do
licitante que aceitar cotar os bens ou serviços em
preços iguais aos do licitante vencedor na
sequência de classificação da licitação e inclusão
do licitante que mantiver sua proposta original.

Material elaborado por Cláudio Sarian 83


Art. 84. A Administração poderá
contratar a execução de obras e
serviços de engenharia pelo
sistema de registro de preços,
desde que atendidos os seguintes
requisitos:
I – existência de projeto
padronizado, sem complexidade
técnica e operacional;
II – necessidade permanente ou
frequente de obra ou serviço a ser
contratado.

Material elaborado por Cláudio Sarian 84


19
A jurisprudência do TCU quando da utilização
da Lei 8.666/93 era no sentido da possibilidade da
contratação de serviços comuns de engenharia com
base em registro de preços quando a finalidade
fosse por demanda pelo objeto repetida e rotineira.
Contudo, o sistema de registro de preços não era
aplicável à contratação de obras, uma vez que nesta
situação não havia demanda de itens isolados, pois
os serviços não podiam ser dissociados uns dos
outros.
A nova lei alterou os contornos objetivos da
jurisprudência vigente, permitindo a contratação da
execução de obras e serviços de engenharia pelo
sistema de registro de preços, desde que atendidos
os seguintes requisitos:
I existência de projeto padronizado, sem
complexidade técnica e operacional;
II necessidade permanente ou frequente de obra
ou serviço a ser contratado.

Material elaborado por Cláudio Sarian 85


Questão 20:
Estabelecimento da diretriz de
governança das contratações,
sob a responsabilidade da alta
administração da organização.

Material elaborado por Cláudio Sarian 86


Art. 11. O processo licitatório tem por
objetivos: (...)

Parágrafo único. A alta administração do


órgão ou entidade é responsável pela
governança das contratações e deve
implementar processos e estruturas,
inclusive de gestão de riscos e controles
internos, para avaliar, direcionar e
monitorar os processos licitatórios e os
respectivos contratos, com o intuito de
alcançar os objetivos estabelecidos no
caput deste artigo, promover um
ambiente íntegro e confiável, assegurar o
alinhamento das contratações ao
planejamento estratégico e às leis
orçamentárias e promover eficiência,
efetividade e eficácia em suas
contratações.

Material elaborado por Cláudio Sarian 87


20
Louvável a iniciativa do legislador em
responsabilizar a alta administração das
organizações públicas pela governança das
contratações.

É constante no âmbito da Administração a


reclamação quanto à falta de planejamento nas
contratações, erros de projeto, despreparo das
equipes responsáveis pelas contratações e
dificuldade em acompanhar a execução do objeto.
E essa reclamação repete-se frequentemente nas
últimas décadas. A solução desses problemas deve
ser buscada pela alta administração.

O Decreto 9.203/17 que dispôs sobre a política


de governança da administração pública federal
direta, autárquica e fundacional, já indicava a
responsabilidade da alta administração (Ministros
de Estado, ocupantes de cargos de natureza
especial, ocupantes de cargo de nível 6 do Grupo-
Direção e Assessoramento Superiores - DAS e
presidentes e diretores de autarquias, inclusive as
especiais, e de fundações públicas ou autoridades
de hierarquia equivalente) pela governança pública.

Material elaborado por Cláudio Sarian 88


Entenda-se, nos termos do art. 2º do
mencionado decreto, governança pública como o
conjunto de mecanismos de liderança, estratégia
e controle postos em prática para avaliar,
direcionar e monitorar a gestão, com vistas à
condução de políticas públicas e à prestação de
serviços de interesse da sociedade.
De acordo com o Referencial de Governança
do TCU (3ª edição), governança não pode ser
confundida com gestão. Governança é a função
direcionadora, a gestão é a função realizadora .
A Figura a seguir representa essas distinções
de modo resumido: enquanto governança é
responsável por estabelecer a direção a ser
tomada, com fundamento em evidências e
levando em conta os interesses do(s)
proprietário(s) e partes interessadas, a gestão é a
função responsável por planejar a forma mais
adequada de implementar as diretrizes
estabelecidas, executar os planos e fazer o
controle de indicadores e de i c .

Material elaborado por Cláudio Sarian 89


Ainda segundo o mencionado referencial, o
modelo criado pelo TCU e fa i a a distinção
entre governança e gestão, porém admite que
há uma região em que as duas funções se tocam
e, eventualmente, se sobrepõem. As diretrizes
(direção/dirigir) necessárias ao planejamento
organizacional vêm da função de governança,
exercida por instâncias internas e externas de
governança.

Material elaborado por Cláudio Sarian 90


O controle da gestão gera informações para
subsidiar o monitoramento praticado pelas
instâncias de governança, a fim de saber se as
partes interessadas estão sendo atendidas e de
decidir quais as correções a fa e .

Portanto,
Louvável essa orientação legislativa.

Material elaborado por Cláudio Sarian 91


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