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Super Apostila - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

08 – Organização da
Administração Pública
brasileira

Prof. Everton Ventrice


Prof. Everton Ventrice

Sumário
1. Introdução e objetivos desta apostila................................................................................................. 2
2. Classificações da Administração Pública brasileira ............................................................................. 3
3. Princípios da Administração Pública................................................................................................... 5
3.1. Princípios básicos do regime jurídico-administrativo ........................................................................ 5

3.2. Princípios constitucionais .................................................................................................................. 8

4. Poderes da Administração Pública ................................................................................................... 12


5. Deveres do administrador público ................................................................................................... 18
6. A organização da Administração Pública brasileira ........................................................................... 19
6.1. Centralização X Descentralização X Desconcentração..................................................................... 19

6.2. Administração direta ....................................................................................................................... 23

6.3. Administração indireta .................................................................................................................... 26

7. DICA DE OURO ................................................................................................................................. 33


8. Principais pontos a serem fixados .................................................................................................... 34
9. Lista de questões que resolvemos .................................................................................................... 36
10. Gabarito ......................................................................................................................................... 44

1. Introdução e objetivos desta apostila

Nesta apostila veremos como a Administração Pública brasileira está


organizada. O início será com os princípios que pautam sua atuação,
passando pelos poderes e deveres dos administradores públicos, até
finalizarmos com a organização formal de seus órgãos e entidades.
Este assunto possui grande sobreposição com pontos cobrados em Direito
Administrativo. Porém o foco de seu estudo aqui está no funcionamento da
estrutura da Administração Pública para a execução de suas funções. Há
pouca cobrança literal de leis e jurisprudências, o que torna o estudo mais
leve e objetivo.
Em mais essa etapa da disciplina, você verá que muitos pontos estudados
anteriormente ajudam a compreender porque a estrutura hoje possui esse
formato. Da mesma forma, os pontos de agora serão fundamentais para o
estudo dos tópicos seguintes, que trazem aspectos cada vez mais práticos e
menos teóricos.
Falta pouco para tudo se encaixar, e a Administração Pública deixar de ser
uma pedra no seu sapato.
Vamos em frente!

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2. Classificações da Administração Pública brasileira

Classificação da Administração Pública de acordo com a abrangência:


a) Administração Pública em sentido estrito: Engloba apenas órgãos e
funções administrativas, ou seja, de execução dos interesses da
sociedade. É o conceito de Administração Pública mais utilizado.
b) Administração Pública em sentido amplo: Inclui também os órgãos e
as funções políticas, que se ocupam do planejamento, organização
e direção dos interesses da sociedade.

Vamos ver essa classificação numa questão:

1. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa – TRT/MT – adaptada).


A administração pública em sentido estrito abrange os órgãos
governamentais, encarregados de traçar políticas públicas, bem
como os órgãos administrativos, aos quais cabe executar os planos
governamentais.

Comentários:
É o contrário. Em sentido amplo ela engloba tudo, ou seja, órgãos de
execução (funções administrativas) e de planejamento (funções políticas). Já
no sentido estrito ela engloba apenas os órgãos e funções administrativas.
Gabarito: Errado.

Lembrando que a função administrativa (ou função executiva) é atribuída


de maneira predominante (mas não exclusiva) ao Poder Executivo, assim
como a função legislativa é atribuída predominantemente ao Poder
Legislativo, e a função jurisdicional é atribuída predominantemente ao Poder
Judiciário. Essas 3 funções – administrativa, legislativa e jurisdicional -
compõem as funções estatais. Portanto, os órgãos integrantes dos outros
Poderes também realizam função administrativa quando se organizam
internamente para exercerem suas funções típicas. Neste caso, elas se
utilizam da função administrativa como uma função meio.

Veja o que o CESPE já afirmou sobre isso:

2. (CESPE/Delegado – Polícia Federal). Não há, no sistema


constitucional brasileiro, uma rigorosa divisão de poderes; as funções
estatais é que são atribuídas a diferentes ramos do poder estatal, e
de modo não-exclusivo.

Comentários:

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Não há no Brasil uma rígida separação dos poderes, mas sim apenas uma
divisão das tarefas predominantes de cada um. Gabarito: Certo.

Classificação da Administração Pública de acordo com os sujeitos que


exercem a atividade administrativa:
a) Em sentido subjetivo (orgânico, formal, “Quem”), corresponde ao
conjunto de órgãos e pessoas jurídicas criados para a execução da
função administrativa, ou seja, que compõem as chamadas
administração direta e indireta. Pertencem, como regra, ao Poder
Executivo, mas não há impedimento para que haja algum pertencente
a outro Poder também. Aqui a Administração Pública é escrita em
maiúsculo, pois se trata daquela estritamente definida como tal.
b) Em sentido objetivo (funcional, material, “O Que”), compreende
todas as atividades administrativas desenvolvidas para atender as
necessidades da coletividade, seja quem for aquele que a executa. Aqui
a administração pública é escrita em minúsculo, pois engloba tudo
aquilo que exerce suas funções.
A Administração Pública em sentido material (objetivo, funcional)
compreende as seguintes atividades:
• Fomento
• Poder de Polícia
• Serviços Públicos
• Intervenção
o Direta (quando se dá através da atuação do Estado em
concorrência com empresas do setor).
o Indireta (quando se dá através de atividade regulatória).

Exemplo de como esse ponto foi cobrado em concurso:

3. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa – TRT/MT – adaptada).


As atividades de polícia administrativa, de prestação de serviço
público e de fomento são próprias da administração pública em
sentido objetivo.

Comentários:
Isso mesmo. Sempre são cobradas as atividades da administração pública em
sentido objetivo, que são o fomento, o poder de polícia, os serviços públicos
e a intervenção direta e indireta. Gabarito: Certo.

Há também a classificação da Administração Pública de acordo com


o objeto de suas ações:

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a) Introversa (instrumental): É aquela que ocorre no interior da


Administração Pública, como por exemplo, na nomeação de um
servidor.
b) Extroversa (finalística): Se dá entre a Administração Pública e
particulares.

Veja uma questão do CESPE sobre essa classificação:

4. (CESPE/Consultor do Executivo: Administração – SEFAZ/ES).


Define-se, como administração pública externa ou extroversa, a
atividade desempenhada pelo Estado, como, por exemplo, a
regulação, pela União, da atividade de aviação civil pelas respectivas
concessionárias.

Comentários:
A administração pública extroversa é aquela na qual o alvo da ação
governamental é alguém externo a ele, ou seja, particulares. É isso que
ocorre com a regulação, emanada pelo Estado, mas cujo objeto são as
empresas que atuam num determinado setor. Gabarito: Certo.

Por fim, a Administração Pública às vezes também é referida em seu sentido


operacional, pelo qual “a Administração Pública é o desempenho perene e
sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele
assumidos em benefício da coletividade”.

3. Princípios da Administração Pública

3.1 Princípios básicos do regime jurídico-administrativo

É conhecido como regime jurídico-administrativo o conjunto de


prerrogativas (privilégios) e sujeições (limitações) a que está submetida a
Administração Pública. As prerrogativas visam possibilitar que a
Administração Pública cumpra com seu papel, que é a satisfação dos
interesses públicos, por isso dão a ela um caráter de unilateralidade e
verticalidade à relação jurídica formada entre a Administração e o
administrado. Já as sujeições visam proteger os direitos e garantias
individuais.
O regime jurídico administrativo se baseia em dois princípios básicos que,
embora estejam presentes na Constituição federal apenas de modo implícito,
são a base para vários outros princípios que deles decorrem. São eles:

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a) A Supremacia do interesse público sobre o privado (ou princípio


do interesse público)
b) A Indisponibilidade do interesse público, pela administração.

1) Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado


Diz esse princípio que, existindo conflito entre o interesse público e o
interesse particular, deverá prevalecer o primeiro. Entretanto, embora ele dê
ao Estado algumas prerrogativas especiais para sua atuação, tal princípio não
é absoluto. É necessário que a atuação se dê sempre visando o interesse
público, além de respeitar os direitos individuais e coletivos previstos na
Constituição. Este princípio é limitado também pela proporcionalidade, ou
seja, o ato praticado pela Administração só será legítimo se o meio utilizado
for adequado para atender aos fins perseguidos, sem excessos.
É importante notar, porém, que o princípio da supremacia do interesse público
não está diretamente presente em toda a atuação da Administração Pública,
mas apenas naqueles em que ela manifesta seu poder de império (poder
extroverso). Tais atos de império são aqueles pelos quais a Administração
impõe sua vontade ao administrado, criando para ele obrigações, restrições
e condições para o exercício de direitos ou de atividade, ficando claro o
caráter de unilateralidade e verticalidade das decisões.
São exemplos de atos derivados desse princípio:
⋅ As várias formas de intervenção na propriedade privada, tais como
a desapropriação (mediante justa e prévia indenização), a requisição
administrativa (em que é permitido o uso, pela Administração Pública,
de propriedade privada sem remuneração, só havendo indenização
ulterior, se houver dano), e o tombamento de um imóvel que possua
interesse histórico.
⋅ As cláusulas exorbitantes presentes nos contratos administrativos,
que permitem, dadas certas condições, que a Administração Pública,
modifique ou rescinda unilateralmente o contrato.
⋅ O exercício do poder de polícia administrativa, que limita ou
condiciona o exercício de atividades privadas, em função do interesse
público.
⋅ A presunção de legitimidade dos atos administrativos.

2) Princípio da indisponibilidade do interesse público


Derivam deste princípio todas as restrições impostas à Administração Pública
(sujeições administrativas), no que se refere ao manejo da coisa pública,
partindo-se da noção de que ela não é a proprietária, mas apenas gestora
dos bens e interesses públicos.

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Um exemplo da aplicação deste princípio está na vedação de quaisquer atos


que impliquem renúncia de direitos do Poder Público ou que,
injustificadamente, onerem a sociedade, como por exemplo, renunciar ao
recebimento de receitas, salvo se houver previsão em lei.
Ao contrário do que ocorre com o princípio da supremacia do interesse
público, o princípio da indisponibilidade do interesse público está diretamente
presente em toda e qualquer atuação da Administração Pública.

Hora de praticar!

5. (ESAF/AFRFB – RFB). O estudo do regime jurídico-administrativo


tem em Celso Antônio Bandeira de Mello o seu principal autor e
formulador. Para o citado jurista, o regime jurídico-administrativo é
construído, fundamentalmente, sobre dois princípios básicos, dos
quais os demais decorrem. Para ele, estes princípios são:
a) indisponibilidade do interesse público pela Administração e
supremacia do interesse público sobre o particular.
b) legalidade e supremacia do interesse público.
c) igualdade dos administrados em face da Administração e controle
jurisdicional dos atos administrativos.
d) obrigatoriedade do desempenho da atividade pública e finalidade
pública dos atos da Administração.
e) legalidade e finalidade.

Comentários:
Não apenas para tal jurista, mas a literatura como um todo já adotou o
entendimento que o regime jurídico administrativo se baseia em dois
princípios básicos, dos quais todos os demais decorrem:
a) A Supremacia do interesse público sobre o privado (ou princípio
do interesse público)
b) A Indisponibilidade do interesse público, pela administração.
Gabarito: Letra A.

6. (CESPE/Analista Técnico-Administrativo - MJ). As restrições


impostas à atividade administrativa que decorrem do fato de ser a
administração pública mera gestora de bens e de interesses públicos
derivam do princípio da indisponibilidade do interesse público, que é
um dos pilares do regime jurídico-administrativo.

Comentários:

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A Administração Pública não é proprietária dos bens públicos, apenas é


responsável direta pelo seu uso e guarda, portanto não pode deles dispor
baseando-se apenas em sua vontade. Tal comando deriva diretamente do
princípio da indisponibilidade do interesse público. Gabarito: Certo.

7. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa - TRT 8ª Região -


adaptada). O princípio da indisponibilidade do interesse público e o
princípio da supremacia do interesse público equivalem-se.

Comentários:
Cuidado! Tais princípios possuem mesma hierarquia, ou seja, um não é mais
importante que o outro. Porém não se pode dizer que são equivalentes, já
que cada um possui seu fundamento. Gabarito: Errado.

3.2 Princípios constitucionais

Além dos dois princípios básicos do regime jurídico-administrativo, existem


também os princípios constitucionais, que se encontram explícitos no
texto da Constituição federal.
Diz a Constituição:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
(...):

Algumas observações importantes:


• Não há hierarquia entre esses princípios. Em caso de colisão entre
eles, o administrador (ou o juiz) deverá considerar o peso relativo de
cada um e verificar, no caso concreto, qual deverá prevalecer,
utilizando-se da chamada ponderação.
• Tais princípios, embora sejam os mais cobrados, não são os únicos
aplicados à Administração Pública. Há diversos outros, alguns explícitos
em leis ou súmulas, outros implícitos, como são conhecidos aqueles
frutos de estudos doutrinários e jurisprudenciais.

1) Princípio da Legalidade
É a regra central de todo Estado de Direito, pois significa que toda sua atuação
está sujeita ao ordenamento jurídico – a lei.
De acordo com esse princípio, aos particulares é lícito fazer tudo aquilo que
a lei não proíba. Sua justificativa encontra-se no inciso II do art. 5º da CF,

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que trata dos direitos e garantias fundamentais, onde se lê “ninguém será


obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei”.
Já a Administração Pública, por não ter vontade autônoma, está adstrita
àquilo que diz a lei. Portanto, para ela o princípio da legalidade significa que
a Administração Pública somente pode fazer aquilo que a lei determine
(atuação vinculada) ou autorize (atuação discricionária).

ATENÇÃO!!! Apesar de não haver hierarquia entre os princípios


constitucionais, o CESPE já considerou que há uma precedência do princípio
da legalidade em relação aos demais. Trata-se, porém, de uma ordem
sequencial, e não qualitativa, uma vez que um ato que desrespeite qualquer
um dos princípios será, igualmente, declarado ilegal.

Veja como isso foi cobrado pelo CESPE:

8. (CESPE/Delegado de polícia – PC/TO). Em toda atividade


desenvolvida pelos agentes públicos, o princípio da legalidade é o que
precede todos os demais.
Gabarito: Certo.

2) Princípio da Impessoalidade
Este princípio pode ser analisado sob 3 ângulos:
a) Toda a atuação da Administração Pública deve visar ao
interesse público, de modo que nenhum ato administrativo seja
praticado visando a interesses do agente ou de terceiros. Qualquer ato
praticado nesse sentido será nulo por desvio de finalidade.
b) Nenhum agente público pode se valer da Administração Pública
para obter promoção pessoal, o que ocorre, por exemplo, quando
políticos anunciam obras como feitos seus, e não do governo ao qual
pertencem.
c) Deve haver tratamento isonômico a todos os administrados,
sem privilégios (ou perseguições) a alguns em função de amizade,
parentesco, troca de favores ou afinidade política.

3) Princípio da Moralidade
Este princípio traz a exigência de atuação ética dos agentes público. Isso
significa que a moral administrativa é um requisito de validade do ato
administrativo, ou seja, um ato que atente contra a moral administrativa é
nulo.

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Veja o que diz o inciso II do Código de Ética Profissional do Servidor


Público Civil do Poder Executivo Federal: “O servidor público não poderá
jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e
o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o
honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e §
4°, da Constituição Federal”.
É importante destacar que essa moral não é baseada na mera opinião
subjetiva que o agente público tenha a respeito de uma situação, e também
não se baseia em alguma lei específica. O que vale é a noção objetiva, embora
indeterminada, que possa ser extraída do conjunto de normas aplicadas à
conduta dos agentes públicos.
Um exemplo de aplicação desse princípio se deu com a Súmula Vinculante 13
do STF, que veda a prática do nepotismo na Administração Pública. A partir
dela, entende-se que não é preciso de lei em sentido formal para se punir um
indivíduo por nomear parentes para cargos públicos, pois essa prática viola
frontalmente os princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade.
Outro ponto a saber é que o princípio da moralidade deve ser respeitado não
apenas pelos agentes públicos, mas também pelos particulares que se
relacionam com a Administração Pública, como por exemplo em uma
licitação.

4) Princípio da Publicidade
Também aqui podemos analisar este princípio sob dois ângulos:
a) A exigência de publicação em órgão oficial como requisito de
eficácia dos atos administrativos que devam produzir efeitos
externos, ou onerem o patrimônio público. Desse modo, enquanto
não for publicado, o ato não está apto a produzir efeitos.
b) A exigência de transparência da Administração Pública.

5) Princípio da Eficiência
Este princípio foi tornado expresso pela emenda constitucional nº 19 de 1998,
que o inseriu na redação do caput do art. 37. Lembre-se que a busca pela
eficiência se relaciona à reforma gerencial da Administração Pública,
empreendida no final daquela década.
Por este princípio, espera-se a melhor utilização possível dos recursos
públicos, a fim de obter os melhores resultados para a coletividade.
Note que, sendo um princípio expresso, a eficiência não é questão de
conveniência e oportunidade, mas sim uma obrigação do administrador, e sua
não observação possibilita, em tese, a apreciação pelo Poder Judiciário.

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ATENÇÃO!!! O princípio da eficiência tornou-se expresso (e não foi


introduzido) a partir da emenda constitucional nº 19/98. A doutrina entende
que ele já existia antes, implicitamente.

Pausa para praticar com questões de concursos!

9. (FGV/Analista Administrativo - PROCEMPA). O aparelho estatal


deve se orientar para gerar benefícios, prestando serviços à
sociedade e respeitando o cidadão contribuinte. O papel social da
organização pública deve seguir a estratégia do cliente, quer dizer,
dar prioridade total para o cliente cidadão.
Em conjunto com outros princípios reitores da atuação estatal, o
princípio da eficiência destaca-se, no caso do cliente-cidadão, porque
a) o Estado somente pode atuar nos limites permitidos pela lei, sendo
esta, o único fundamento da ação.
b) consubstancia o dever de rapidez, perfeição e rendimento do
serviço público prestado.
c) os atos da administração pública devem ser amplamente
divulgados, a fim de propiciar controle de sua legitimidade pelos
administradores.
d) a conduta da Administração Pública deve ser pautada pela
indispensabilidade dos valores éticos.
e) não se dirige a alguém em especial, primando pelo bem coletivo.

Comentários:
O princípio da eficiência prega a melhor utilização possível dos recursos
públicos, a fim de obter os melhores resultados para a coletividade, logo,
consubstancia o dever de rapidez, perfeição e rendimento do serviço público
prestado (alternativa B). As demais alternativas relacionam-se aos outros
princípios constitucionais da Administração Pública: Legalidade (alternativa
A), publicidade (alternativa C), moralidade (alternativa D) e impessoalidade
(alternativa E). Gabarito: Letra B.

10. (FCC/Juiz do Trabalho - TRT 6ª Região). Acerca dos princípios


informativos da Administração pública, considere:
I. O princípio da publicidade aplica-se também às entidades
integrantes da Administração indireta, exceto àquelas submetidas ao
regime jurídico de direito privado e que atuam em regime de
competição no mercado.

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II. O princípio da moralidade é considerado um princípio prevalente


e a ele se subordinam os demais princípios reitores da Administração.
III. O princípio da eficiência, que passou a ser explicitamente citado
pela Carta Magna a partir da Emenda Constitucional nº 19/1998,
aplica-se a todas as entidades integrantes da Administração direta e
indireta.
Está correto o que consta APENAS em
a) III.
b) I e II.
c) II e III.
d) I.
e) II.

Comentários:
O princípio da publicidade, assim como todos os demais princípios
constitucionais, aplica-se a toda a Administração Pública, sem exceções (item
I errado e item III certo). Não há hierarquia entre os princípios constitucionais
da Administração Pública. Alguns autores, entretanto, consideram que o
princípio da legalidade precede (cronologicamente) os demais, mas também
não se pode dizer que é superior (item II errado). Gabarito: Letra A.

11. (CESPE/Escrivão de Polícia – PC/DF). Os princípios


constitucionais que norteiam a administração pública podem ser
ampliados por outros dispositivos normativos, a exemplo da Lei nº
9.784/1999, que explicitou os seguintes princípios como norteadores
da administração pública: legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Comentários:
Lembre-se que os princípios constitucionais são assim chamados por estarem
explícitos no texto da Constituição federal. Mas há diversos outros, alguns
explícitos em leis ou súmulas, outros implícitos, como são conhecidos aqueles
frutos de estudos doutrinários e jurisprudenciais. Gabarito: Certo.

4. Poderes da Administração Pública

Poderes são prerrogativas especiais concedidas aos agentes públicos de


modo a permitir ou facilitar que o Estado atinja seus fins. São, portanto,
instrumentais.

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São seis os Poderes da Administração Pública:


1. Poder Discricionário.
2. Poder Vinculado (ou Regrado).
3. Poder Regulamentar.
4. Poder Hierárquico.
5. Poder de Polícia.
6. Poder Disciplinar.

Veremos agora cada um deles:

1) Poder Discricionário
O uso do poder discricionário se dá quando é facultado ao agente público
adotar uma dentre duas ou mais condutas definidas em lei.
Além dos requisitos legais, a discricionariedade deve se basear em critérios
de conveniência e oportunidade, além de respeitar os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade, do contrário pode resultar em
arbitrariedade, o que é ilegal.

2) Poder Vinculado (ou Regrado)


O poder vinculado ocorre quando não há discricionariedade por parte do
administrador público para a execução de algo. Assim, a maneira exata como
ele deve proceder está descrita na lei, sem espaço para interpretações.

3) Poder Regulamentar
O uso deste poder é uma atribuição do chefe do Executivo, para que ele
edite atos gerais para detalhar as leis, e, por conseguinte, permitir sua efetiva
concretização. Veja então que os decretos e regulamentos editados com base
nesse poder devem se basear fielmente na lei, pois do contrário o Executivo
estaria extrapolando sua competência e puxando para si uma competência
do Poder Legislativo.

ATENÇÃO!!! Segundo a maioria dos autores da área, a competência


normativa exercida por outros que não o chefe do Executivo, como por
exemplo a edição de uma instrução normativa pela Receita Federal, é fruto
do uso do poder normativo. Assim, de acordo com tais autores, o poder
regulamentar seria uma espécie do gênero poder normativo. Há alguns
autores, porém, que entendem que ambos são sinônimos.

ATENÇÃO!!! Poder regulamentar e poder regulador não são sinônimos. O


poder regulador é entendido, assim como o poder regulamentar, como uma

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espécie do gênero poder normativo. Sua prerrogativa é dar


instrumentalização ao “Estado regulador”, que é aquele que interfere na
economia para regulá-la. Dele provém a atuação das agências reguladoras,
criadas para estabelecer as condições de atuação dos setores econômicos
privatizados onde há a ocorrência de monopólios naturais.

4) Poder Hierárquico
O uso deste poder permite à Administração Pública organizar as funções de
seus órgãos e a atuação de seus agentes, estabelecendo as relações de
subordinação entre os servidores. Dele resultam, ainda, as prerrogativas dos
superiores de ordenar, fiscalizar, rever, delegar ou avocar, que possuem na
relação com seus subordinados.

ATENÇÃO!!! A subordinação hierárquica, fruto do poder hierárquico, não é o


mesmo que vinculação administrativa. Esta última tem caráter externo e se
refere ao controle que os entes federativos (União, estados, DF e municípios)
têm sobre instituições que compõem sua Administração Indireta. É o que
ocorre, por exemplo, com o controle finalístico do Ministério da Fazenda sobre
o Banco Central. Note, porém, que este é uma instituição autônoma, não
subordinada administrativamente ao ministério.

5) Poder de Polícia
Este poder refere-se à competência que a Administração Pública possui de
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais,
em benefício do coletivo e do próprio Estado.
Tal atuação ocorre tanto preventivamente (através de alvarás de licença ou
autorização), quanto repressivamente (fiscalização), e em sentido amplo,
é exercida pelos atos normativos em geral.
O poder de polícia possui três atributos importantes:
• A discricionariedade, já que a Administração tem a possibilidade de
decidir ou não pela restrição de certas práticas dos administrados,
desde que aja dentro dos parâmetros legais.
• A coercibilidade, já que a Administração Pública impõe sua decisão aos
administrados, ainda que estes discordem.
• A autoexecutoriedade, já que, como regra, a Administração não precisa
de decisões judiciais para aplicar suas decisões.
Entretanto, há limites ou condições de validade que precisam ser
respeitados:
⋅ Necessidade (relevante interesse da coletividade ou do Estado).
⋅ Proporcionalidade.

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⋅ Observância do devido processo legal (quando for o caso).


⋅ Eficácia (escolha da decisão adequada).

Chama-se abuso de poder o mau uso dos poderes da Administração, de


forma desproporcional, ilegal, ou em desacordo com o interesse público, que
pode se dar tanto de forma comissiva (ação positiva do administrador)
quanto omissiva (falta de ação do administrador).
O abuso de poder resulta na invalidade do ato, que poderá ser reconhecido
pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário.
Há duas modalidades do abuso de poder:
1) Excesso de Poder: O agente atua de modo além dos limites de sua
competência, ou ainda em desrespeito ao princípio da
proporcionalidade.
2) Desvio de Poder: O agente, embora dentro de sua competência,
afasta-se do interesse público, objetivando fim diverso daquele
previsto na norma.

ATENÇÃO!!! O poder de polícia administrativa não é o mesmo que o poder


de polícia judiciária. Veja as principais diferenças:

POLÍCIA POLÍCIA
ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA

Natureza Mais preventiva Mais repressiva

Sobre bens, direitos e Sobre pessoas


Incidência
atividades

Toda a Administração Corporações específicas


Competência
Pública (desde que de (como a Polícia Civil e a
Direito Público) Polícia Federal)

Sanções Administrativas Criminais (descritas no


Código Penal)

6) Poder Disciplinar

Este é o poder que permite ao administrador público apurar e aplicar


penalidades. Alcança todos aqueles que tenham algum vínculo com o Estado,
seja estatutário, contratual, celetista ou temporário.
Os atos ligados ao poder disciplinar são vinculados, com pouca
discricionariedade para a atuação da Administração. Além disso, qualquer

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aplicação de sanção administrativa (não só sanções disciplinares) precisa ser


motivada, ou seja, a Administração precisa justificar os motivos de sua ação.
Deverão também ser assegurados ao acusado o direito ao contraditório e à
ampla defesa.

Hora de ver como esse assunto já apareceu em provas:

12. (VUNESP/Auditor – Desenvolve SP). Quanto aos poderes dos


administradores públicos, pode-se afirmar que
a) o poder de polícia somente pode ser exercido de maneira
discricionária.
b) o poder disciplinar caracteriza-se pela discricionariedade, podendo
a administração escolher entre aplicar ou não sanções ante a falta
praticada pelo servidor.
c) uma empresa pública estadual está ligada a um Estado -membro
por uma relação de subordinação decorrente da hierarquia.
d) no exercício do poder regulamentar, a administração não pode
criar direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas, devendo
limitar-se a estabelecer normas sobre a forma como a lei vai ser
cumprida.
e) uma autarquia estadual está ligada a um Estado-membro por uma
relação de subordinação decorrente da hierarquia.

Comentários:
Apesar de ser um dos seus atributos, a discricionariedade não se dá de forma
absoluta no exercício do poder de polícia. Além de ela ter de se dar dentro
dos limites legais, há casos em que suas penalidades devem apenas seguir o
que for determinado pela lei, sem escolha para o administrador (letra A
errada). Como regra, os atos ligados ao poder disciplinar são vinculados, com
pouca discricionariedade para a atuação da Administração (letra B errada). A
subordinação hierárquica, fruto do poder hierárquico, não é o mesmo que
vinculação administrativa. Esta última tem caráter externo e se refere ao
controle que os entes federativos (União, estados, DF e municípios) têm sobre
instituições que compõem sua Administração Indireta, como as empresas
públicas (letra C errada) e autarquias (letra E errada). Gabarito: Letra D.

13. (ESAF/AFC – CGU). Uma determinada autoridade administrativa,


de um certo setor de fiscalização do Estado, ao verificar que o seu
subordinado havia sido tolerante com o administrado incurso em
infração regulamentar, da sua área de atuação funcional, resolveu
avocar o caso e agravar a penalidade aplicada, no uso da sua

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competência legal, tem este seu procedimento enquadrado no


regular exercício dos seus poderes
a) disciplinar e vinculado
b) discricionário e regulamentar
c) hierárquico e de polícia
d) regulamentar e discricionário
e) vinculado e discricionário

Comentários:
Ao avocar o caso (avocar = chamar para si) a autoridade usou seu poder
hierárquico para se sobrepor à decisão do seu subordinado. Ao aplicar uma
pena a um administrado (particular), a autoridade usou de seu poder de
polícia, que lhe permite condicionar e restringir o uso e gozo de bens,
atividades e direitos individuais, em benefício do coletivo e do próprio Estado.
Gabarito: Letra C.

14. (CESPE/Defensor público – DPE/RR). Assinale a opção correta a


respeito dos poderes administrativos.
a) Os entes descentralizados estão submetidos ao controle
hierárquico exercido pela administração direta, já que o vínculo
existente nessa relação jurídica é o de subordinação.
b) O controle jurisdicional do poder disciplinar da administração
pública é amplo, podendo o juiz, inclusive, determinar concretamente
a sanção disciplinar aplicável ao caso.
c) A organização administrativa baseia-se nos pressupostos da
distribuição de competências e da hierarquia, razão por que o titular
de uma secretaria estadual, desde que não haja impedimento legal,
pode delegar parte da sua competência a outro órgão quando for
conveniente em razão de determinadas circunstâncias, como a de
índole econômica, por exemplo.
d) No âmbito do poder disciplinar, a administração pública possui
discricionariedade para decidir se apurará, ou não, infração funcional
cometida por servidor.
e) Com o objetivo de melhorar a eficiência administrativa, os estados-
membros podem delegar o poder de polícia administrativa a
sociedades de economia mista, especialmente a competência para a
aplicação de multas.

Comentários:

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Não existe controle hierárquico na relação entre a administração direta e a


indireta, mas apenas a chamada vinculação administrativa (letra A errada).
Há pouca discricionariedade no exercício do poder disciplinar, pois a lei
determina a maior parte das ações punitivas (letra D errada). Se
extrapolarem o que diz a lei, as ações punitivas podem ser objeto de controle
jurisdicional, mas não pode o próprio Poder Judiciário determinar as
penalidades por si mesmo, pois haveria uma clara invasão de competências
(letra B errada). A doutrina em geral não admite a delegação do poder de
polícia a pessoas jurídicas de direito privado, ainda que prestadores de serviço
de titularidade do Estado, porque o poder de império é próprio e privativo do
Poder Público. O que se admite apenas é que algumas atividades, tais como
a fiscalização, sejam delegadas a particulares, como por exemplo os radares
de velocidade (letra E errada). Gabarito: Letra C.

5. Deveres do administrador público

Além dos poderes, a doutrina descreve também alguns deveres do


administrador público, que objetivam pautar sua atuação sempre na direção
do interesse público. São eles:
1) Poder-dever de agir: Uma vez que a Administração Pública existe
para que seja buscado o fim público, o administrador tem o dever de
agir. Se para o particular agir é uma faculdade, para o administrador
público, desde que seja em função do benefício da coletividade, isso é
uma obrigação. Vêm daí duas decorrências:
a. Os poderes administrativos são irrenunciáveis, ou seja, seus
titulares, os agentes públicos, devem necessariamente exercê-
los.
b. A omissão do agente, portanto, caracteriza-se como abuso de
poder, implicando em todas as consequências administrativas e
legais relacionadas.
2) Dever de eficiência: Descrito na própria Constituição federal, exige
atuação pautada na busca dos melhores resultados possíveis.
3) Dever de probidade: Exige que o administrador público atue sempre
com ética, honestidade e boa-fé, de acordo com o princípio
constitucional da moralidade.
4) Dever de prestar contas: É decorrência do princípio da
indisponibilidade do interesse público.

Segue uma questão da FCC sobre esse ponto:

15. (FCC/Analista Judiciário - TRE/AC). Acerca dos poderes e deveres


do administrador público, é correto afirmar que

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a) o dever de prestar contas aplica-se apenas aos ocupantes de


cargos eletivos e aos agentes da administração direta que tenham
sob sua guarda bens ou valores públicos.
b) o agente público, mesmo quando despido da função ou fora do
exercício do cargo, pode usar da autoridade pública para sobrepor-se
aos demais cidadãos.
c) o poder tem, para o agente público, o significado de dever para
com a comunidade e para com os indivíduos, no sentido de que, quem
o detém está sempre na obrigação de exercitá-lo.
d) o dever de eficiência exige que o administrador público, no
desempenho de suas atividades, atue com ética, honestidade e boa-
fé.
e) o dever de probidade traduz-se na exigência de elevado padrão de
qualidade na atividade administrativa.

Comentários:
O dever de prestar contas aplica-se a todos aqueles que se envolvam com
bens públicas, sejam eles agentes públicos ou particulares (letra A errada).
Sobrepor-se aos demais cidadãos é uma afronta clara ao princípio da
moralidade e ao dever de probidade (letra B errada). O dever que exige que
do administrador público a atuação com ética, honestidade e boa-fé, é o dever
de probidade, e não o dever de eficiência, que exige elevado padrão de
qualidade na atividade administrativa (letras D e E erradas). Gabarito: Letra
C.

6. A organização da Administração Pública brasileira

6.1 Centralização X Descentralização X Desconcentração

Veremos agora as três formas básicas pelas quais o Estado se organiza para
a execução de suas tarefas:

1. Centralização: Ocorre quando o Estado executa suas tarefas


diretamente, através de um único sujeito (uma única pessoa jurídica).
Existem, portanto, apenas órgãos e agentes integrantes da chamada
administração direta, ou seja, despersonalizados, integrantes da mesma
pessoa política (União, estados, DF ou municípios). Tais órgãos não possuem
autonomia administrativas, e nem patrimônio próprio, sendo custeados
através do orçamento do ente da federação ao qual pertencem.

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2. Descentralização: Se dá quando uma pessoa política, ou seja, uma


pessoa jurídica, atribui competência a outra pessoa (física ou jurídica) para a
realização de algo. Aquele(a) que recebeu as atribuições será dotado de
personalidade jurídica e não será subordinado hierarquicamente ao ente que
descentralizou, mas apenas vinculado administrativamente, possuindo
autonomia formal.
Portanto, existirá necessariamente mais de uma pessoa jurídica, e o Estado
não mais atuará apenas através de sua administração direta.

3. Desconcentração: Nesse caso uma mesma pessoa jurídica distribui


competências internamente, ou seja, para seus órgãos. Não há a criação de
outras pessoas jurídicas. Há sempre a presença de subordinação hierárquica
em relação àquele que efetuou a desconcentração.
Note que a desconcentração pode ocorrer:
a) dentro de uma pessoa jurídica centralizada.
b) dentro de um órgão (ele próprio fruto de desconcentração).
c) dentro de uma pessoa jurídica descentralizada (que recebeu
competência de outra).
Assim, teoricamente pode haver:
⋅ Centralização concentrada e desconcentrada
⋅ Descentralização concentrada e desconcentrada.

ATENÇÃO!!! A descentralização aqui tratada é a chamada


Descentralização Administrativa (horizontal). Ela não deve ser
confundida com a Descentralização Política (vertical) que ocorre quando há a
criação de novos entes da federação, com capacidade legislativa própria.

Vejamos agora um quadro comparativo:

DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO

Descentralização (= Cria entidades) Desconcentração (CO = Cria órgãos)


Entidade: Unidade de atuação dotada de Órgão: Unidade de atuação desprovida
personalidade jurídica. de personalidade jurídica.

São apenas vinculadas àquele que as São subordinadas àquele que as


descentralizou. desconcentrou (ou seja, há hierarquia).

Pode ocorrer a transferência da titularidade e Ocorre a transferência apenas da


da execução ou apenas da execução de algo. execução de algo.

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Quando inclui a transferência da titularidade e A criação dos órgãos ocorre através de


da execução, ela ocorre por outorga (através lei.
de lei). É o que acontece quando a
descentralização é feita para entidades da
Administração Indireta.
Quando a transferência é apenas da execução,
ela ocorre por delegação (através de contrato
ou ato administrativo). É o que acontece
quando a descentralização é feita para
particulares através de concessões,
autorizações e permissões.

E novamente, vamos praticar!

16. (VUNESP/Executivo Público - SAP/SP). Assinale a alternativa


correta com relação à diferença entre a descentralização e a
desconcentração.
a) Na descentralização, existe a combinação entre as estruturas
governamentais da União, Estados e Municípios, com vínculo
hierárquico; na desconcentração, por sua vez, a atuação é entre a
União e os Municípios, com vínculo de subordinação.
b) A descentralização se verifica na atuação conjunta entre a União e
os entes locais, Estados e Municípios, com vínculo de hierarquia; na
desconcentração, parte da responsabilidade da União é repassada
aos Estados e Municípios, sem vínculo de subordinação.
c) A descentralização se configura a partir de duas pessoas distintas,
sejam particulares ou da Administração Pública, sem vínculo de
subordinação; na desconcentração, a regra é que seja a mesma
pessoa jurídica, unida pelo vínculo da hierarquia.
d) A descentralização se configura por meio de diversas combinações
jurídicas, pública, privada ou mista, com ou sem vínculo de
subordinação; na desconcentração, ocorre a parceria entre o público
e o privado, sem vínculo de subordinação.
e) Na descentralização, atribui-se aos Estados e Municípios parte da
responsabilidade da União, com vínculo de subordinação; na
desconcentração, os serviços públicos são compartilhados entre os
entes federativos, com vínculo de hierarquia.

Comentários:

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Na descentralização há a transferência de alguma atividade para uma outra


pessoa jurídica, ou seja, ela passa a ser desenvolvida fora da administração
direta do ente. Aquele(a) que recebeu as atribuições não será subordinado
hierarquicamente ao ente que descentralizou, mas apenas vinculado
administrativamente, possuindo autonomia formal.
Já no caso da desconcentração, uma mesma pessoa jurídica distribui
competências internamente, ou seja, para seus órgãos. Não há a criação de
outras pessoas jurídicas. Há sempre a presença de subordinação hierárquica
em relação àquele que efetuou a desconcentração. Gabarito: Letra C.

17. (CESPE/Técnico Judiciário – TJ/CE). No que se refere à


desconcentração e descentralização, assinale a opção correta.
a) A desconcentração implica, necessariamente, a criação de novas
pessoas jurídicas.
b) A descentralização pode ocorrer por meio da delegação de
atividade administrativa a uma pessoa física.
c) A desconcentração refere-se à repartição de funções entre órgãos
de diferentes hierarquias da administração pública.
d) A descentralização pode ocorrer, em algumas situações, mediante
a transferência de competências da administração pública para
fundações.
e) A descentralização ocorre exclusivamente para a transferência de
competências da administração pública a pessoas jurídicas de direito
público.

Comentários:
Na desconcentração tudo ocorre internamente, sem a criação de novas
pessoas jurídicas (letra A errada). A descentralização pode ocorrer por meio
da delegação de atividade administrativa a uma pessoa física, quando se dá
através de autorizações, permissões ou concessões (letra B certa). A
desconcentração refere-se à repartição de funções entre órgãos de mesma
hierarquia da administração pública (letra C errada). A descentralização pode
se dar também mediante a transferência de competências para pessoas
jurídicas de direito privado, como as empresas públicas e sociedades de
economia mista (letra E errada). Com duas respostas certas, a questão
deveria ter sido anulada, mas banca considerou certa apenas a alternativa D.
Gabarito: Letra D.

18. (CESPE/Agente Administrativo - PF). A transferência, mediante


ato administrativo, da execução de determinado serviço público a

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uma autarquia configura descentralização administrativa por


outorga.

Comentários:
Lembre-se que quando a descentralização inclui a transferência da
titularidade e da execução, ela ocorre por outorga e se dá através de lei. É o
que acontece quando a descentralização é feita para entidades da
Administração Indireta, como uma autarquia. Gabarito: Errado.

6.2 Administração direta

É composta pelo conjunto de órgãos que integram cada pessoa


federativa. Atua, portanto, de forma centralizada desconcentrada na
execução das atividades administrativas do Estado.

ATENÇÃO!!! Pertencem à administração direta os órgãos de todos os


Poderes, e não apenas do Executivo.

ÓRGÃO PÚBLICO: É legalmente definido como “a unidade de atuação


integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da
Administração indireta”. É fruto da desconcentração, e não possui
personalidade jurídica. Portanto, é apenas uma instituição
despersonalizada (desprovida de personalidade jurídica própria), à qual se
atribui algumas competências.
Os órgãos devem ser criados por lei, e, por simetria, extintos por lei (princípio
da reserva legal).
Uma vez que são despersonalizados, os órgãos, como regra, não podem
assumir, em nome próprio, direitos e obrigações. São exceções a essa regra
apenas os órgãos de estatura constitucional (independentes e autônomos),
que possuem direitos subjetivos, para defesa de suas atribuições
constitucionais.

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS


I. Quanto à posição estatal:
a) Independentes (ou primários): São originários diretamente da
Constituição federal e representam os 3 Poderes do Estado, sem
subordinação hierárquica. Ex: Chefia do Executivo (Presidente,
Governador e Prefeito), Casas Legislativas, Tribunais (inclusive o
de Contas) e Ministério Público.
b) Autônomos: Também são trazidos diretamente pela Constituição
federal, estão imediatamente abaixo dos órgãos independentes e,
assim como eles, possuem plena autonomia financeira, técnica e

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administrativa. Ex: Ministérios (e as Secretarias, no caso de


estados e municípios) e a Advocacia Geral da União.
c) Superiores (ou diretivos): São órgãos encarregados por
atividades de controle, direção ou técnicas. Ex: inspetorias,
gabinetes, divisões.
d) Subalternos (ou subordinados): São responsáveis por serviços
rotineiros, de baixa complexidade e responsabilidade. Assim como
os órgãos superiores, não gozam de autonomia financeira e
administrativa. Ex: portarias, seções de expediente e protocolos.
II. Quanto à estrutura:
a) Simples (ou unitários): São órgãos que não possuem outros
órgãos a eles subordinados, ou seja, não se desconcentraram em
outros.
b) Compostos: São aqueles que possuem órgãos subordinados, ou
seja, se desconcentraram em outros órgãos.
III. Quanto à atuação funcional:
a) Singulares (ou unipessoais): São aqueles cujo poder decisório
está nas mãos de um único agente. Ex: Presidência da República.
b) Colegiados (pluripessoais ou coletivos): São órgãos
deliberativos, compostos por integrantes que estão num mesmo
nível (não há hierarquia entre eles), e cujas decisões são tomadas
de acordo com o voto, prevalecendo a decisão da maioria. Ex:
Tribunais de Contas.
IV. Quanto às funções exercidas:
a) Órgãos ativos: São aqueles que atuam diretamente para o
cumprimento dos fins da pessoa jurídica da qual fazem parte. Ex:
Ministérios.
b) Órgãos de consulta: São os que produzem pareceres ou qualquer
tipo de opinião que auxilie a tomada de decisão por parte dos
órgãos ativos. Ex: Assessorias jurídicas.
c) Órgãos de controle: São aqueles responsáveis por acompanhar
e fiscalizar outros órgãos. Ex: Tribunal de Contas da União.

Hora de ver esses conceitos na prática!

19. (FCC/Técnico Judiciário: Administrativa - TRF 5ª Região). Os


órgãos públicos são:
a) centros de competência dotados de personalidade jurídica.
b) os agentes públicos que desempenham as funções da
Administração Pública.
c) centros de competência instituídos para o desempenho de funções
estatais.

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d) unicamente os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.


e) as pessoas, os sujeitos de direitos e obrigações, dentro da
Administração Pública.
Comentários:
Os órgãos públicos são despersonalizados, ou seja, não possuem
personalidade jurídica própria (letra A errada). Os órgãos públicos são
unidades integrantes da estrutura da Administração Pública, logo, não se
confundem com os agentes públicos ou com pessoas (letras B e E erradas).
Também não se confundem com os Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, chamados de Poderes do Estado. Gabarito: Letra C.

20. (FCC/Analista: Planejamento e Execução Financeira – CVM).


Segundo o Direito Administrativo Brasileiro, as entidades e órgãos
públicos podem ser classificados, segundo sua hierarquia e função,
como independentes
a) autônomos, superiores, subalternos, simples, compostos,
singulares e colegiados.
b) autônomos, semi-autônomos, subalternos, simples, compostos,
singulares e colegiados.
c) semi-autônomos, superiores, subalternos, simples, compostos,
singulares e colegiados.
d) autônomos, superiores, subalternos, delegados, compostos,
singulares e colegiados.
e) semi-autônomos, autônomos, superiores, delegados, singulares,
compostos e colegiados.
Comentários:
Vemos que a FCC cobrou aqui as 3 principais classificações dos órgãos
públicos:
• Quanto à posição estatal: Independentes, autônomos, superiores e
subalternos.
• Quanto à estrutura: Simples (ou unitários) e compostos.
• Quanto à atuação funcional: Singulares (ou unipessoais) e
colegiados (ou pluripessoais ou coletivos).
Gabarito: Letra A.

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21. (VUNESP/Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ/SP). Todos os


órgãos públicos são
a) Independentes.
b) Autônomos.
c) Despersonalizados.
d) Superiores.
e) Pessoas jurídicas de direito público.
Comentários:
As alternativas A, B e D trazem classificações dos órgãos públicos, e não
características gerais que se aplicam a todos os órgãos públicos. Já a
alternativa E apresenta uma incorreção, já que os órgãos públicos não são
considerados pessoas jurídicas autônomas. Eles fazem parte da estrutura do
ente que lhes dá origem. São, portanto, despersonalizados. Gabarito: Letra
C.

22. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa - TRE/RJ). Os órgãos


da administração pública classificam-se, segundo a função que
exercem, em órgãos ativos, órgãos consultivos e órgãos de controle.
Comentários:
Uma das classificações dos órgãos públicos é quanto as funções exercidas.
Por ela temos os órgãos ativos, órgãos de consulta e órgãos de controle.
Gabarito: Certo.

6.3 Administração indireta

É composta por entidades administrativas dotadas de personalidade


jurídica própria. É fruto de descentralização promovida pelo ente público e,
caso alguma entidade sofra um processo de desconcentração, haverá a
criação de órgãos públicos que então também comporão a administração
indireta. Podem se vincular a qualquer um dos Poderes, e não apenas ao
Executivo.
Pertencem à administração indireta:
1) Autarquias
2) Empresas públicas
3) Sociedades de economia mista
4) Fundações públicas

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ATENÇÃO!!! A divisão entre Administração Direta e Indireta, e a composição


desta última, foi oficialmente trazida pelo Decreto nº 200/1967, mas antes
dele já havia entidades descentralizadas desde a reforma feita pelo DASP, na
década de 30, que introduziu as agências estatais descentralizadas.

Diz o inciso XIX do artigo 37 da Constituição Federal: Somente por lei


específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

Em função do entendimento do STF sobre esse inciso, temos


Autarquias e fundações públicas de direito público:
• São regidas pelo Direito Público.
• São criadas diretamente por lei específica.
• A própria lei específica será responsável por conceder sua
personalidade jurídica, independentemente de posterior registro de
seus atos constitutivos nos órgãos competentes.
Fundações públicas de direito privado, empresas públicas e
sociedades de economia mista:
• São regidas pelo Direito Privado.
• Sua criação é apenas autorizada por lei específica.
• A personalidade jurídica se dará apenas após o registro de seus atos
constitutivos nos órgãos competentes.

ATENÇÃO!!! Administração Descentralizada não é sinônimo de


Administração Indireta. Temos que:
Adm. Descentralizada = Adm. Indireta + (concessionários,
permissionários e autorizatários de serviços públicos).

AUTARQUIAS: Definidas como “Serviço autônomo, criado por lei, com


personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada”.
Classificação das autarquias:
• Territoriais: São os antigos territórios federais, que depois deram
origem a estados.
• Assistenciais: Destinadas a auxílio econômico ou social. Ex: SUDENE.
• Previdenciárias: Voltadas para a atividade de previdência social
oficial. Ex: INSS.

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• Culturais: Dedicadas à educação e cultura. Ex: As universidades


federais.
• de Controle: São as agências reguladoras, cuja função é controlar
as empresas que prestam serviços públicos ou atuam na área
econômica por força de concessões e permissões de serviços públicos.
Ex: ANAC.
• Associativas: São as associações públicas, ou seja, os consórcios
públicos, regidos pela Lei nº 11.107/2005.
• Profissionais (ou corporativas): São responsáveis pela inscrição de
certos profissionais, e pela fiscalização de sua atividade. Ex: Conselho
Federal de Medicina. Algumas particularidades:
o Apesar de desempenharem atividades típicas de Estado, essas
autarquias não se submetem a nenhum vínculo ministerial.
o A OAB não é uma autarquia. É a única exceção entre os
conselhos profissionais.
o As instituições do chamado Sistema S (Sesi, Sebrae, etc.),
também não são autarquias, pois integram o ‘Terceiro Setor’.
o As autarquias profissionais contam com todas as prerrogativas
dos demais tipos de autarquias, exceto o fato de que seus
servidores, apesar de contratados via concurso público, não são
regidos pela Lei 8.112/90, mas sim pela CLT.
• Administrativas: Trata-se de uma categoria residual, que engloba
entidades que se destinam a atividades administrativas diversas. Ex:
INMETRO, BACEN.

Autarquias especiais: São chamadas assim as autarquias que possuem


qualquer particularidade (prerrogativa ou restrição), não prevista no Decreto
nº 200/67, pois foi esse decreto que estabeleceu o regime jurídico geral das
entidades da Administração Indireta federal. É o caso da maioria das agências
reguladoras, que contam com maior autonomia em relação às autarquias
tradicionais, e das autarquias profissionais, cujos servidores são regidos pela
CLT, em vez do regime próprio que se aplica aos servidores das demais
autarquias.

Agências Executivas: São qualificadas assim as autarquias e as fundações


públicas que celebrem com o Poder Público contrato de gestão, com o
objetivo de obterem maior autonomia administrativa e financeira. Em troca,
assumem o compromisso de alcançar determinadas metas de desempenho.

Associações Públicas: São chamados assim os consórcios públicos


constituídos como pessoa jurídica de direito público, que também têm
natureza de autarquia. Já se forem constituídos como pessoa jurídica de
direito privado (pois a lei permite as duas opções), não serão autarquias.

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Os consórcios públicos são fruto da reunião entre entes da federação para a


realização de objetivos de interesse comum. Podem ter por objeto qualquer
relação de cooperação federativa, e não apenas a gestão associada de
serviços públicos. Os consórcios públicos diferem dos convênios porque os
convênios não possuem personalidade jurídica, enquanto os consórcios sim.
Além disso, enquanto os consórcios se dão apenas entre entes da federação,
os convênios são celebrados entre entidades públicas e privadas (pessoa
física ou jurídica).

EMPRESAS ESTATAIS: Compreendem as Empresas Públicas, as Sociedades


de Economia Mista e quaisquer outras empresas controladas direta ou
indiretamente pelo Estado.

EMPRESAS PÚBLICAS: São pessoas jurídicas de direito privado, instituídas


pelo Estado mediante autorização de lei específica, sob qualquer forma
jurídica (pode ser sociedade anônima ou não), e com capital
exclusivamente público, para a exploração de atividades econômicas ou
para a prestação de serviços públicos. São exemplos a Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos e a Caixa Econômica Federal.

SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA: São pessoas jurídicas de direito


privado, instituídas pelo Estado mediante autorização de lei específica, sob a
forma de sociedade anônima, com participação obrigatória de capital
privado e público, sendo o controle acionário pertencente ao ente
instituidor ou a entidade sua, para a exploração de atividades econômicas
ou para a prestação de serviços públicos. São exemplos o Banco do Brasil e
a Petrobras.

Observações sobre as Empresas Públicas e Sociedades de Economia


Mista:
• Enquanto as empresas públicas pertencem exclusivamente ao Estado,
as sociedades de economia mista contam com participação da iniciativa
privada, embora o controle permaneça com o Estado. Já aquelas
sociedades em que o Estado tem participação acionária, mas sem deter
o controle, não se encaixam como sociedades de economia mista e,
portanto, não integram a administração indireta.
• A lei não impede que mais de uma pessoa jurídica de direito público de
entes federativos diferentes, seja da administração direta ou da
indireta, se juntem para constituir uma empresa pública. O capital,
entretanto, deve permanecer 100% público.
• O Estado não pode sair criando empresas públicas e sociedades de
economia mista livremente. Segundo a Constituição federal, a criação
de empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem

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atividade econômica só pode ocorrer quando necessária aos


imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei. Já se a intenção for criar uma empresa
pública ou sociedade de economia mista para prestar serviço público,
tal serviço não pode ser algo exclusivo de Estado, e deve ter natureza
econômica em sentido amplo. Do contrário, tal serviço não poderá ser
objeto de empresas públicas ou sociedades de economia mista.

FUNDAÇÕES PÚBLICAS: São entidades dotadas de personalidade jurídica


de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas pelo Estado mediante
autorização de lei específica, para o desenvolvimento de atividades que não
exijam execução por órgãos ou entidades de direito público. Possuem
autonomia administrativa, e patrimônio próprio gerido pelos respectivos
órgãos de direção. Seu financiamento é custeado por recursos da União e de
outras fontes.

Observações sobre as Fundações Públicas:


• Não se admite a criação de fundações públicas para a exploração de
atividade econômica.
• Apesar de a Constituição federal mencionar apenas as fundações
públicas de direito privado, o STF entende que é possível a criação de
fundações públicas sob o regime de direito público, sendo então
chamadas de Fundações Autárquicas ou Autarquias Fundacionais.
Elas então serão criadas (e não apenas autorizadas) por lei. Mas
cuidado: É comum as questões de concursos generalizarem e
afirmarem que as fundações públicas têm sua criação somente
autorizada (e não feita) por lei, pois isso é o que diz a Constituição.

Fechando a teoria com questões de concursos:

23. (FGV/Analista Administrativo - BADESC). As pessoas jurídicas de


direito público de natureza meramente administrativa, criadas por lei
específica, para a realização de atividades descentralizadas da
entidade que as criou, são denominadas:
a) fundações.
b) autarquias.
c) entidades estatais.
d) entidades paraestatais.
e) organizações empresariais.

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Comentários:
As fundações podem ser de direito público ou privado, não possuem natureza
meramente administrativa e nem sempre são criadas por lei específica (só as
de direito público são) (letra A errada). Entidades estatais são pessoas
jurídicas de direito público que integram a estrutura constitucional do Estado
e possuem poderes políticos e administrativos. No Brasil são então os entes
federados, ou seja, União, estados, DF e municípios (letra C errada).
Entidades paraestatais são aquelas que não pertencem nem à administração
direta e nem à indireta, mas realizam atividades de interesse público ou
coletivo, tais como os serviços sociais autônomos (SESC, SESI, SENAI, etc.)
e as organizações sociais (letra D errada). Organização empresarial é um
conceito que engloba qualquer organização privada, e não aquelas trazidas
pelo enunciado (letra E errada). Gabarito: Letra B.

24. (IBFC/Técnico Judiciário: Administrativa – TRE/AM). De acordo


com o Decreto-Lei Nº 200/67, a Administração Federal compreende:
a) As Autarquias, as Empresas Públicas, as Sociedades de Economia
Mistas e as Fundações Públicas.
b) A Administração Direta, que compreende as Autarquias, as
Empresas Públicas, as Sociedades de Economia Mista e as Fundações
Públicas.
c) A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados
na estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios e, também, a Administração Indireta, que compreende as
Autarquias, as Empresas Públicas, as Sociedades de Economia Mista
e as Fundações Públicas.
d) A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados
na estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios.

Comentários:
Isso mesmo. A divisão entre Administração Direta e Indireta, e a composição
desta última, foi oficialmente trazida pelo Decreto nº 200/1967, e a
alternativa C trouxe a redação literal do seu artigo 4º. Mas lembre-se que
antes dele já havia entidades descentralizadas desde a reforma feita pelo
DASP, na década de 30, que introduziu as agências estatais descentralizadas.
Gabarito: Letra C.

25 (ESAF/AFCE: Controle Externo - TCU). As associações públicas são

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a) pessoas jurídicas de direito público interno de administração


indireta.
b) empresas públicas.
c) autarquias federais especiais.
d) agências reguladoras.
e) pessoas jurídicas de direito público interno de administração
direta.

Comentários:
As associações públicas, ou autarquias associativas, são os consórcios
públicos, regidos pela Lei nº 11.107/2005. Seu decreto regulamentador
define consórcio público como “pessoa jurídica formada exclusivamente por
entes da Federação, para estabelecer relações de cooperação federativa,
inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como
associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza
autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos”.
Assim, enquanto associação pública, trata-se de pessoa jurídica de direito
público interno da administração indireta. Gabarito: Letra A.

26. (CESPE/Auditor Governamental – CGE/PI). Agências reguladoras


são autarquias especiais cuja principal função é controlar empresas
públicas, uma vez que regulam e fiscalizam a prestação de serviços
por parte do governo.

Comentários:
As agências reguladoras obtiveram destaque a partir da reforma gerencial
dos anos 90, quando passaram a ser responsáveis pela regulação e
fiscalização das empresas que atuam em setores onde há a ocorrência de
monopólio natural, como as telecomunicações e a distribuição de energia,
muitas delas recém privatizadas. Portanto, não se limitam ao controle de
empresas públicas. Gabarito: Errado.

27. (FCC/Analista: Processual – DPE/RS). O Poder Executivo exerce


sua função executiva também por meio da Administração Indireta.
Sobre as pessoas jurídicas que a integram, tem-se que
a) a fundação é o ente cujas características são mais próximas da
administração direta, na medida em que possui a mesma forma de
criação, estruturação administrativa, regime de servidores e de bens.

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b) as empresas estatais revestem-se da natureza jurídica de direito


privado quando não estiverem prestando serviço público, embora
permaneçam submetidas ao regime especial de execução típico da
administração direta.
c) as autarquias são delegatárias de serviços públicos, distanciando-
se, quando em regime de competição com a iniciativa privada, do
regime jurídico de direito público, que fica derrogado enquanto
perdurar aquela condição.
d) as empresas públicas admitem participação privada no seu capital,
desde que essa autorização conste expressamente da lei que as criou.
e) as sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos,
embora submetidas ao regime jurídico típico das empresas privadas,
podem receber proteção do regime jurídico público, como no caso dos
bens afetados à prestação do serviço público.

Comentários:
Existem fundações públicas de direito público e privado. As de direito privado
têm sua criação autorizada por lei, enquanto os órgãos da administração
direta são criados diretamente pela lei (letra A errada). Quando não
estiverem prestando serviço público, as empresas estatais não permaneçam
submetidas ao regime especial de execução típico da administração direta,
que pode contar com artifícios como o pagamento de sentenças através de
precatórios e a impenhorabilidade de bens (letra B errada). As delegatárias
de serviços públicos são particulares que recebem do Estado a incumbência
de prestar algum serviço público. Portanto, não se confundem com as
autarquias (letra C errada). As sociedades de economia mista admitem
participação privada no seu capital, porém as empresas públicas não (letra D
errada). Gabarito: Letra E.

7. DICA DE OURO

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8. Principais pontos a serem fixados

CLASSIFICAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

De acordo com a abrangência:


a) Sentido estrito: Engloba apenas órgãos e funções administrativas, ou
seja, de execução.
b) Sentido amplo: Inclui também os órgãos e as funções políticas, que
se ocupam do planejamento, organização e direção.

De acordo com os sujeitos que exercem a atividade administrativa:


a) Sentido subjetivo (orgânico, formal, “Quem”), corresponde ao
conjunto de órgãos e pessoas jurídicas criados para a execução da
função administrativa.
b) Sentido objetivo (funcional, material, “O Que”), compreende todas
as atividades administrativas desenvolvidas para atender as
necessidades da coletividade, seja quem for aquele que a executa.

De acordo com o objeto de suas ações:


a) Introversa (instrumental): É aquela que ocorre no interior da
Administração Pública.
b) Extroversa (finalística): Se dá entre a Administração Pública e
particulares.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípios do regime jurídico-administrativo:


1. Supremacia do interesse público sobre o privado.
2. Indisponibilidade do interesse público.

Princípios constitucionais:
1. Legalidade
2. Impessoalidade
3. Moralidade
4. Publicidade
5. Eficiência

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


6. Poder Discricionário.
7. Poder Vinculado (ou Regrado).

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8. Poder Regulamentar.
9. Poder Hierárquico.
10.Poder de Polícia.
11.Poder Disciplinar.

DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO


1. Poder-dever de agir.
2. Dever de eficiência.
3. Dever de probidade.
4. Dever de prestar contas.

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO

Descentralização (= Cria entidades) Desconcentração (CO = Cria órgãos)


Entidade: Unidade de atuação dotada Órgão: Unidade de atuação
de personalidade jurídica. desprovida de personalidade jurídica.

São apenas vinculadas àquele que as São subordinadas àquele que as


descentralizou. desconcentrou (ou seja, há
hierarquia).

Pode ocorrer a transferência da Ocorre a transferência apenas da


titularidade e da execução ou apenas execução de algo.
da execução de algo.

Quando inclui a transferência da A criação dos órgãos ocorre através


titularidade e da execução, ela ocorre de lei.
por outorga (através de lei). É o que
acontece quando a descentralização é
feita para entidades da Administração
Indireta.
Quando a transferência é apenas da
execução, ela ocorre por delegação
(através de contrato ou ato
administrativo). É o que acontece
quando a descentralização é feita para
particulares através de concessões,
autorizações e permissões.

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Administração Direta: Conjunto de órgãos (despersonalizados) que


integram cada pessoa federativa.

Administração Indireta: Conjunto de entidades administrativas (e não


órgãos públicos) dotadas de personalidade jurídica própria. Segundo o
decreto 200/67, pertencem à administração indireta:
1) Autarquias
2) Empresas públicas
3) Sociedades de economia mista
4) Fundações públicas

9. Lista das questões que resolvemos

1. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa – TRT/MT – adaptada).


A administração pública em sentido estrito abrange os órgãos
governamentais, encarregados de traçar políticas públicas, bem
como os órgãos administrativos, aos quais cabe executar os planos
governamentais.

2. (CESPE/Delegado – Polícia Federal). Não há, no sistema


constitucional brasileiro, uma rigorosa divisão de poderes; as funções
estatais é que são atribuídas a diferentes ramos do poder estatal, e
de modo não-exclusivo.

3. (CESPE/Analista Judiciário: Administrativa – TRT/MT – adaptada).


As atividades de polícia administrativa, de prestação de serviço
público e de fomento são próprias da administração pública em
sentido objetivo.

4. (CESPE/Consultor do Executivo: Administração – SEFAZ/ES).


Define-se, como administração pública externa ou extroversa, a
atividade desempenhada pelo Estado, como, por exemplo, a
regulação, pela União, da atividade de aviação civil pelas respectivas
concessionárias.

5. (ESAF/AFRFB – RFB). O estudo do regime jurídico-administrativo


tem em Celso Antônio Bandeira de Mello o seu principal autor e
formulador. Para o citado jurista, o regime jurídico-administrativo é
construído, fundamentalmente, sobre dois princípios básicos, dos
quais os demais decorrem. Para ele, estes princípios são:

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a) indisponibilidade do interesse público pela Administração e


supremacia do interesse público sobre o particular.
b) legalidade e supremacia do interesse público.
c) igualdade dos administrados em face da Administração e controle
jurisdicional dos atos administrativos.
d) obrigatoriedade do desempenho da atividade pública e finalidade
pública dos atos da Administração.
e) legalidade e finalidade.

6. (CESPE/Analista Técnico-Administrativo - MJ). As restrições


impostas à atividade administrativa que decorrem do fato de ser a
administração pública mera gestora de bens e de interesses públicos
derivam do princípio da indisponibilidade do interesse público, que é
um dos pilares do regime jurídico-administrativo.

7. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa - TRT 8ª Região -


adaptada). O princípio da indisponibilidade do interesse público e o
princípio da supremacia do interesse público equivalem-se.

8. (CESPE/Delegado de polícia – PC/TO). Em toda atividade


desenvolvida pelos agentes públicos, o princípio da legalidade é o que
precede todos os demais.

9. (FGV/Analista Administrativo - PROCEMPA). O aparelho estatal


deve se orientar para gerar benefícios, prestando serviços à
sociedade e respeitando o cidadão contribuinte. O papel social da
organização pública deve seguir a estratégia do cliente, quer dizer,
dar prioridade total para o cliente cidadão.
Em conjunto com outros princípios reitores da atuação estatal, o
princípio da eficiência destaca-se, no caso do cliente-cidadão, porque
a) o Estado somente pode atuar nos limites permitidos pela lei, sendo
esta, o único fundamento da ação.
b) consubstancia o dever de rapidez, perfeição e rendimento do
serviço público prestado.
c) os atos da administração pública devem ser amplamente
divulgados, a fim de propiciar controle de sua legitimidade pelos
administradores.
d) a conduta da Administração Pública deve ser pautada pela
indispensabilidade dos valores éticos.

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e) não se dirige a alguém em especial, primando pelo bem coletivo.

10. (FCC/Juiz do Trabalho - TRT 6ª Região). Acerca dos princípios


informativos da Administração pública, considere:
I. O princípio da publicidade aplica-se também às entidades
integrantes da Administração indireta, exceto àquelas submetidas ao
regime jurídico de direito privado e que atuam em regime de
competição no mercado.
II. O princípio da moralidade é considerado um princípio prevalente
e a ele se subordinam os demais princípios reitores da Administração.
III. O princípio da eficiência, que passou a ser explicitamente citado
pela Carta Magna a partir da Emenda Constitucional nº 19/1998,
aplica-se a todas as entidades integrantes da Administração direta e
indireta.
Está correto o que consta APENAS em
a) III.
b) I e II.
c) II e III.
d) I.
e) II.

11. (CESPE/Escrivão de Polícia – PC/DF). Os princípios


constitucionais que norteiam a administração pública podem ser
ampliados por outros dispositivos normativos, a exemplo da Lei nº
9.784/1999, que explicitou os seguintes princípios como norteadores
da administração pública: legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

12. (VUNESP/Auditor – Desenvolve SP). Quanto aos poderes dos


administradores públicos, pode-se afirmar que
a) o poder de polícia somente pode ser exercido de maneira
discricionária.
b) o poder disciplinar caracteriza-se pela discricionariedade, podendo
a administração escolher entre aplicar ou não sanções ante a falta
praticada pelo servidor.
c) uma empresa pública estadual está ligada a um Estado -membro
por uma relação de subordinação decorrente da hierarquia.

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d) no exercício do poder regulamentar, a administração não pode


criar direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas, devendo
limitar-se a estabelecer normas sobre a forma como a lei vai ser
cumprida.
e) uma autarquia estadual está ligada a um Estado-membro por uma
relação de subordinação decorrente da hierarquia.

13. (ESAF/AFC – CGU). Uma determinada autoridade administrativa,


de um certo setor de fiscalização do Estado, ao verificar que o seu
subordinado havia sido tolerante com o administrado incurso em
infração regulamentar, da sua área de atuação funcional, resolveu
avocar o caso e agravar a penalidade aplicada, no uso da sua
competência legal, tem este seu procedimento enquadrado no
regular exercício dos seus poderes
a) disciplinar e vinculado
b) discricionário e regulamentar
c) hierárquico e de polícia
d) regulamentar e discricionário
e) vinculado e discricionário

14. (CESPE/Defensor público – DPE/RR). Assinale a opção correta a


respeito dos poderes administrativos.
a) Os entes descentralizados estão submetidos ao controle
hierárquico exercido pela administração direta, já que o vínculo
existente nessa relação jurídica é o de subordinação.
b) O controle jurisdicional do poder disciplinar da administração
pública é amplo, podendo o juiz, inclusive, determinar concretamente
a sanção disciplinar aplicável ao caso.
c) A organização administrativa baseia-se nos pressupostos da
distribuição de competências e da hierarquia, razão por que o titular
de uma secretaria estadual, desde que não haja impedimento legal,
pode delegar parte da sua competência a outro órgão quando for
conveniente em razão de determinadas circunstâncias, como a de
índole econômica, por exemplo.
d) No âmbito do poder disciplinar, a administração pública possui
discricionariedade para decidir se apurará, ou não, infração funcional
cometida por servidor.

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e) Com o objetivo de melhorar a eficiência administrativa, os estados-


membros podem delegar o poder de polícia administrativa a
sociedades de economia mista, especialmente a competência para a
aplicação de multas.

15. (FCC/Analista Judiciário - TRE/AC). Acerca dos poderes e deveres


do administrador público, é correto afirmar que
a) o dever de prestar contas aplica-se apenas aos ocupantes de
cargos eletivos e aos agentes da administração direta que tenham
sob sua guarda bens ou valores públicos.
b) o agente público, mesmo quando despido da função ou fora do
exercício do cargo, pode usar da autoridade pública para sobrepor-se
aos demais cidadãos.
c) o poder tem, para o agente público, o significado de dever para
com a comunidade e para com os indivíduos, no sentido de que, quem
o detém está sempre na obrigação de exercitá-lo.
d) o dever de eficiência exige que o administrador público, no
desempenho de suas atividades, atue com ética, honestidade e boa-
fé.
e) o dever de probidade traduz-se na exigência de elevado padrão de
qualidade na atividade administrativa.

16. (VUNESP/Executivo Público - SAP/SP). Assinale a alternativa


correta com relação à diferença entre a descentralização e a
desconcentração.
a) Na descentralização, existe a combinação entre as estruturas
governamentais da União, Estados e Municípios, com vínculo
hierárquico; na desconcentração, por sua vez, a atuação é entre a
União e os Municípios, com vínculo de subordinação.
b) A descentralização se verifica na atuação conjunta entre a União e
os entes locais, Estados e Municípios, com vínculo de hierarquia; na
desconcentração, parte da responsabilidade da União é repassada
aos Estados e Municípios, sem vínculo de subordinação.
c) A descentralização se configura a partir de duas pessoas distintas,
sejam particulares ou da Administração Pública, sem vínculo de
subordinação; na desconcentração, a regra é que seja a mesma
pessoa jurídica, unida pelo vínculo da hierarquia.
d) A descentralização se configura por meio de diversas combinações
jurídicas, pública, privada ou mista, com ou sem vínculo de

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subordinação; na desconcentração, ocorre a parceria entre o público


e o privado, sem vínculo de subordinação.
e) Na descentralização, atribui-se aos Estados e Municípios parte da
responsabilidade da União, com vínculo de subordinação; na
desconcentração, os serviços públicos são compartilhados entre os
entes federativos, com vínculo de hierarquia.

17. (CESPE/Técnico Judiciário – TJ/CE). No que se refere à


desconcentração e descentralização, assinale a opção correta.
a) A desconcentração implica, necessariamente, a criação de novas
pessoas jurídicas.
b) A descentralização pode ocorrer por meio da delegação de
atividade administrativa a uma pessoa física.
c) A desconcentração refere-se à repartição de funções entre órgãos
de diferentes hierarquias da administração pública.
d) A descentralização pode ocorrer, em algumas situações, mediante
a transferência de competências da administração pública para
fundações.
e) A descentralização ocorre exclusivamente para a transferência de
competências da administração pública a pessoas jurídicas de direito
público.

18. (CESPE/Agente Administrativo - PF). A transferência, mediante


ato administrativo, da execução de determinado serviço público a
uma autarquia configura descentralização administrativa por
outorga.

19. (FCC/Técnico Judiciário: Administrativa - TRF 5ª Região). Os


órgãos públicos são:
a) centros de competência dotados de personalidade jurídica.
b) os agentes públicos que desempenham as funções da
Administração Pública.
c) centros de competência instituídos para o desempenho de funções
estatais.
d) unicamente os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
e) as pessoas, os sujeitos de direitos e obrigações, dentro da
Administração Pública.

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20. (FCC/Analista: Planejamento e Execução Financeira – CVM).


Segundo o Direito Administrativo Brasileiro, as entidades e órgãos
públicos podem ser classificados, segundo sua hierarquia e função,
como independentes
a) autônomos, superiores, subalternos, simples, compostos,
singulares e colegiados.
b) autônomos, semi-autônomos, subalternos, simples, compostos,
singulares e colegiados.
c) semi-autônomos, superiores, subalternos, simples, compostos,
singulares e colegiados.
d) autônomos, superiores, subalternos, delegados, compostos,
singulares e colegiados.
e) semi-autônomos, autônomos, superiores, delegados, singulares,
compostos e colegiados.

21. (VUNESP/Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ/SP). Todos os


órgãos públicos são
a) Independentes.
b) Autônomos.
c) Despersonalizados.
d) Superiores.
e) Pessoas jurídicas de direito público.

22. (CESPE/Técnico Judiciário: Administrativa - TRE/RJ). Os órgãos


da administração pública classificam-se, segundo a função que
exercem, em órgãos ativos, órgãos consultivos e órgãos de controle.

23. (FGV/Analista Administrativo - BADESC). As pessoas jurídicas de


direito público de natureza meramente administrativa, criadas por lei
específica, para a realização de atividades descentralizadas da
entidade que as criou, são denominadas:
a) fundações.
b) autarquias.
c) entidades estatais.
d) entidades paraestatais.
e) organizações empresariais.

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24. (IBFC/Técnico Judiciário: Administrativa – TRE/AM). De acordo


com o Decreto-Lei Nº 200/67, a Administração Federal compreende:
a) As Autarquias, as Empresas Públicas, as Sociedades de Economia
Mistas e as Fundações Públicas.
b) A Administração Direta, que compreende as Autarquias, as
Empresas Públicas, as Sociedades de Economia Mista e as Fundações
Públicas.
c) A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados
na estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios e, também, a Administração Indireta, que compreende as
Autarquias, as Empresas Públicas, as Sociedades de Economia Mista
e as Fundações Públicas.
d) A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados
na estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios.

25 (ESAF/AFCE: Controle Externo - TCU). As associações públicas são


a) pessoas jurídicas de direito público interno de administração
indireta.
b) empresas públicas.
c) autarquias federais especiais.
d) agências reguladoras.
e) pessoas jurídicas de direito público interno de administração
direta.

26. (CESPE/Auditor Governamental – CGE/PI). Agências reguladoras


são autarquias especiais cuja principal função é controlar empresas
públicas, uma vez que regulam e fiscalizam a prestação de serviços
por parte do governo.

27. (FCC/Analista: Processual – DPE/RS). O Poder Executivo exerce


sua função executiva também por meio da Administração Indireta.
Sobre as pessoas jurídicas que a integram, tem-se que
a) a fundação é o ente cujas características são mais próximas da
administração direta, na medida em que possui a mesma forma de
criação, estruturação administrativa, regime de servidores e de bens.
b) as empresas estatais revestem-se da natureza jurídica de direito
privado quando não estiverem prestando serviço público, embora

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permaneçam submetidas ao regime especial de execução típico da


administração direta.
c) as autarquias são delegatárias de serviços públicos, distanciando-
se, quando em regime de competição com a iniciativa privada, do
regime jurídico de direito público, que fica derrogado enquanto
perdurar aquela condição.
d) as empresas públicas admitem participação privada no seu capital,
desde que essa autorização conste expressamente da lei que as criou.
e) as sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos,
embora submetidas ao regime jurídico típico das empresas privadas,
podem receber proteção do regime jurídico público, como no caso dos
bens afetados à prestação do serviço público.

10.Gabarito

1–E 2-C 3–C 4-C 5–A

6–C 7–E 8–C 9–B 10 – A

11 – C 12 - D 13 - C 14 - C 15 - C

16 – C 17 - D 18 – E 19 - C 20 – A

21 – C 22 – C 23 – B 24 – C 25 – A

26 - E 27 - E

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