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Ex: art. 21, IX, CF/88[1]. Nesse dispositivo consta, essencialmente, ser da competência
da União elaborar planos de desenvolvimento econômico e social. Ao desincumbir-se
dessa tarefa, estará o referido ente federativo fixando políticas públicas, estabelecendo
planos de ação. Estará, portanto, desempenhando a função de governo.
“(...)a função política ou de governo, que 'implica uma atividade de ordem superior
referida à direção suprema e geral do Estado em seu conjunto e em sua unidade, dirigida
a determinar os fins da ação do Estado, a assinalar as diretrizes para as outras funções,
buscando a unidade da soberania estatal.'
(...)
Além disso, podem ser assim considerados os atos decisórios que implicam a fixação de
metas, de diretrizes ou de planos governamentais. Estes se inserem na função política do
Governo e serão executados pela Administração Pública (em sentido estrito), no
exercício da função administrativa propriamente dita."
A partir das lições acima expostas, é possível afirmar que os órgãos que exercem função
de governo correspondem, sobretudo, às Chefias do Poder Executivo (Presidência da
República, Governadores e Prefeitos), bem assim seus auxiliares diretos (Ministros de
Estado, Secretários Estaduais e Municipais) e as Casas Legislativas (Congresso
Nacional, Senado da República, Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas e
Câmaras Municipais[2]).
Administração Pública (AP), por sua vez, admite diferentes acepções ou sentidos,
como adverte a doutrina. São os seguintes os sentidos comumente mencionados pelos
estudiosos do assunto:
AP em sentido amplo: abrange tanto os órgãos que exercem função de governo (acima
vistos), os quais estabelecem, portanto, as referidas políticas públicas, como também os
órgãos estritamente administrativos, ou seja, aqueles encarregados de tão somente
executar tais diretrizes gerais de atuação do Estado.
Aí estão contidos os órgãos que integram a chamada Administração Direta, bem como
as pessoas jurídicas que compõem a Administração Indireta. Além, é claro, dos agentes
públicos (pessoas físicas, indivíduos) que atuam nestes dois segmentos administrativos.
Vejam que o importante, de acordo com esse critério formal, volto a frisar, é quem
exerce a atividade, e não a atividade em si.
À luz desse critério – que não é o aceito pelo ordenamento jurídico brasileiro – o que
importa é a atividade desempenhada, e não quem a exerce.
Tais conceitos dizem respeito à forma através da qual o Estado irá exercer a função
administrativa.
Modalidades de Descentralização
a) descentralização por outorga legal (ou por serviços): Estado institui, ou seja, cria uma
nova pessoa jurídica para executar uma dada atividade administrativa ou prestar um
dado serviço público.
A criação se dá por lei criadora ou lei autorizadora (da criação). É o que determina o art.
37, inciso XIX[3], da Constituição Federal de 1988.
Retomada, pelo Estado, da titularidade? Sim, porém, somente através de nova lei
(princípio da simetria das formas).
Controle:
Existe controle do Estado sobre a entidade. Mas, esse controle não é exercido com base
em relação de hierarquia, e sim em mera vinculação. Fala-se, nesse caso, em controle
finalístico, ou tutela administrativa ou ainda em supervisão. Significa que o controle se
limita à verificação dos objetivos para os quais foi criada a entidade, i.é, limita-se à
verificação do cumprimento de suas funções institucionais. O controle é exercido nos
estritos limites da lei. Fiscalização, portanto, é condicionada aos termos da lei.
Exemplo 2: o INSS, que é uma autarquia federal, responsável por gerir os benefícios
previdenciários do Regime Geral de Previdência Social, encontra-se vinculado ao
Ministério da Previdência Social.
E assim sucessivamente.
Obs: autorização administrativa – pode não conter prazo certo, em vista da precariedade
de que se reveste = passível de revogação a qualquer tempo, sem direito a indenização
(via de regra).
Também não há relação de hierarquia. Porém, o controle é mais amplo porque envolve
diversas prerrogativas inerentes aos contratos administrativos (ex: rescisão e alteração
unilateral do contrato, fiscalização constante de sua execução, aplicação de sanções ao
delegatário em caso de irregularidades contratuais, entre outras medidas).
Rafael Pereira
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[3] XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
[4] Só é correto falar em hierarquia dentro de uma mesma pessoa jurídica! E aqui
estamos diante de pessoas jurídicas diferentes.