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DIREITO ADMINISTRATIVO E

ÉTICO NO SERVIÇO PÚBLICO


1. Estado, Governo e Administração Pública.
1.1 Conceitos.
1.2 Elementos.

Estado, governo e administração pública são conceitos importantes para entender como uma
sociedade é organizada e como o poder é exercido em uma determinada região. A seguir,
apresento uma breve definição de cada um desses conceitos:

Estado: O Estado é uma instituição que exerce o poder em uma determinada região geográfica.
Ele é responsável por definir as leis e regulamentações que governam a sociedade, além de
prover serviços públicos e garantir a segurança e os direitos dos cidadãos. O Estado pode ser
dividido em três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Governo: O governo é o órgão que exerce o poder executivo em um Estado. Ele é responsável
por implementar as políticas públicas definidas pelo Estado e pela administração dos serviços
públicos. O governo é formado pelo chefe de Estado (presidente, governador ou prefeito) e
pelos ministros ou secretários responsáveis pelas diferentes áreas de governo.

Administração Pública: A administração pública é o conjunto de órgãos e entidades que têm


como função executar as políticas públicas definidas pelo Estado e pelo governo. Ela é
composta por servidores públicos que trabalham em diversas áreas, como saúde, educação,
segurança, infraestrutura, entre outras. A administração pública é responsável por prover
serviços públicos de qualidade e garantir o bem-estar dos cidadãos.

Em resumo, o Estado é a instituição que exerce o poder em uma região geográfica, o governo é
o órgão responsável pela administração do Estado e a implementação das políticas públicas, e
a administração pública é o conjunto de órgãos e entidades responsáveis pela execução dessas
políticas. Juntos, esses conceitos formam a estrutura básica de uma sociedade organizada e
bem-governada.
2. Direito Administrativo.
2.1 Conceito.
2.2 Objeto.
2.3 Fontes.
O Direito Administrativo é um ramo do direito público que regula a organização,
funcionamento e controle da Administração Pública. Seu objeto de estudo são as normas e
princípios que orientam as atividades do Estado, especialmente aquelas que se referem à
prestação de serviços públicos e à proteção dos interesses coletivos.

As fontes do Direito Administrativo incluem a Constituição Federal, as leis, os decretos, as


resoluções, as portarias e os regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas. Além
disso, a doutrina e a jurisprudência também são importantes fontes de interpretação e
aplicação do Direito Administrativo.

O objetivo principal do Direito Administrativo é assegurar que a Administração Pública atue de


forma eficiente, eficaz, transparente e respeitando os direitos fundamentais dos cidadãos. Para
tanto, o Direito Administrativo estabelece os mecanismos de controle, fiscalização e
responsabilização dos agentes públicos, bem como define os direitos e deveres dos cidadãos
frente ao Estado.

3. Ato administrativo.
3.1 Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies.
O ato administrativo é uma manifestação unilateral da vontade da Administração Pública que
produz efeitos jurídicos em relação aos administrados ou ao próprio Estado. É um instrumento
fundamental para a Administração exercer suas atividades e alcançar seus objetivos.

Para ser considerado um ato administrativo válido, é preciso preencher alguns requisitos
básicos, tais como competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Além disso, os atos
administrativos devem respeitar certos atributos, como a legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.

Os atos administrativos podem ser classificados de acordo com vários critérios, como a
discricionariedade ou vinculação da Administração, o grau de imperatividade e a formação do
ato. Quanto às espécies de atos administrativos, podem ser citados: atos normativos, que
criam normas e regulamentos; atos ordinatórios, que regulam a atividade interna da
Administração; atos negociais, que têm por objetivo estabelecer uma relação jurídica entre a
Administração e particulares; e atos enunciativos, que apenas declaram a existência de uma
determinada situação ou fato.
Os atos administrativos também podem ser revogados ou anulados, por meio de
procedimentos administrativos ou judiciais, nos casos em que não atendam aos requisitos
legais ou quando a Administração entender que não há mais necessidade de sua manutenção.

3.2 Extinção do ato administrativo.


3.2.1 Cassação, anulação, revogação e convalidação.
A extinção do ato administrativo pode ocorrer de diversas formas, sendo as principais a
cassação, a anulação, a revogação e a convalidação.

A cassação é uma forma de extinção do ato administrativo que ocorre quando o ato é retirado
pela própria administração pública em razão de sua ilegalidade, com a finalidade de proteger o
interesse público. Nesse caso, o ato é considerado nulo desde sua origem, ou seja, não produz
qualquer efeito jurídico.

A anulação, por sua vez, também se dá em razão de ilegalidade, mas é uma forma de extinção
do ato que pode ser realizada por meio de decisão judicial ou administrativa. Quando o ato é
anulado, ele é considerado inválido desde sua origem, ou seja, também não produz qualquer
efeito jurídico.

A revogação é uma forma de extinção do ato administrativo que ocorre quando a


administração pública entende que o ato não mais atende ao interesse público, mesmo que
esteja em conformidade com a lei e com os demais requisitos legais. Nesse caso, o ato deixa de
produzir efeitos a partir da decisão de revogação.

Por fim, a convalidação é uma forma de manutenção do ato administrativo, mesmo que ele
tenha sido praticado com algum vício, por meio da correção desse vício. Assim, o ato é mantido
com seus efeitos, mas apenas a partir da data em que ocorreu a correção do vício.

É importante destacar que a cassação e a anulação são formas de extinção do ato por vícios
insanáveis, enquanto a revogação é uma forma de extinção por razões de mérito, e a
convalidação é uma forma de correção de vícios sanáveis. Além disso, a revogação pode
ocorrer a qualquer tempo, enquanto a cassação e a anulação possuem prazos específicos para
sua realização, estabelecidos pela lei.

3.3 Decadência administrativa.


A decadência administrativa é uma figura jurídica prevista no direito administrativo que
consiste na perda do poder da administração pública de rever ou anular um ato administrativo
praticado, em razão do transcurso do prazo legal previsto em lei.

Assim, a decadência ocorre quando a administração pública não exerce seu poder de anulação
ou revisão de um ato administrativo dentro do prazo previsto em lei, que é contado a partir da
data em que o ato foi praticado. Esse prazo varia de acordo com a natureza do ato e com a
legislação aplicável.

Uma vez decorrido o prazo de decadência, a administração pública não pode mais rever ou
anular o ato, mesmo que se verifique posteriormente que o ato é ilegal ou que foi praticado
com vícios que o tornem inválido.

A decadência administrativa tem como objetivo garantir a segurança jurídica, evitando que os
atos administrativos possam ser questionados indefinidamente e assegurando a estabilidade
das relações jurídicas estabelecidas entre a administração pública e os particulares.

4. Agentes públicos.
Agentes públicos são todas as pessoas físicas que desempenham funções públicas, sejam elas
de caráter permanente ou transitório, remuneradas ou não, por meio de vínculo jurídico com o
Estado ou com as suas entidades da Administração Pública. Essas funções podem ser
desempenhadas em cargos, empregos ou funções públicas.

4.1 Disposições constitucionais aplicáveis.

A Constituição Federal de 1988 traz disposições específicas sobre os agentes públicos,


destacando-se as seguintes:

Princípios da administração pública: todos os agentes públicos devem obedecer aos princípios
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (art. 37, caput);

Cargo, emprego e função públicos: a investidura em cargo ou emprego público depende de


aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração (art. 37,
II e V);

Acumulação de cargos: é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando


houver compatibilidade de horários ou nos casos expressamente previstos na Constituição (art.
37, XVI);

Responsabilidade dos agentes públicos: os agentes públicos respondem civil, penal e


administrativamente pelos atos que praticarem no exercício de suas funções (art. 37, § 6º);

Regime jurídico: os agentes públicos estão sujeitos a diferentes regimes jurídicos, a depender
da natureza do vínculo que possuem com o Estado, podendo ser estatutário, celetista,
contratual ou militar (art. 39).
Além das disposições constitucionais, a legislação infraconstitucional também regula os
agentes públicos, trazendo regras sobre seus direitos, deveres e regime jurídico específico.

4.2 Disposições doutrinárias.


4.2.1 Conceito.
4.2.2 Espécies.
4.2.3 Cargo, emprego e função pública.
4.2.4 Provimento.
4.2.5 Vacância.
4.2.6 Efetividade, estabilidade e vitaliciedade.
4.2.7 Remuneração.
4.2.8 Direitos e deveres.
4.2.9 Responsabilidade.
4.2.10 Processo administrativo disciplinar.

Agentes públicos são pessoas que exercem atividades em nome do Estado, com vínculo jurídico
e remuneratório com a administração pública. As principais espécies de agentes públicos são:
servidores públicos (cargos, empregos e funções públicas), militares, membros do Poder
Legislativo, membros do Poder Executivo (inclusive o Presidente da República), magistrados e
membros do Ministério Público.

Os cargos públicos são criados por lei e destinados ao provimento por concurso público,
enquanto os empregos públicos são criados por lei específica e preenchidos por meio de
processo seletivo simplificado. As funções públicas, por sua vez, são atribuições temporárias
que podem ser exercidas por servidores ocupantes de cargos efetivos ou empregos públicos.

O provimento é a forma como o agente público é investido no cargo, emprego ou função


pública, podendo ser por nomeação, promoção, readaptação, reintegração, recondução ou
aproveitamento. Já a vacância ocorre em situações como exoneração, demissão,
aposentadoria, falecimento, entre outras.

A efetividade é a garantia de permanência no cargo, emprego ou função pública após o


cumprimento do estágio probatório, enquanto a estabilidade é uma garantia concedida aos
servidores públicos após três anos de efetivo exercício no cargo público, salvo em casos de
avaliação negativa de desempenho.

A remuneração dos agentes públicos é definida por lei e engloba o vencimento (salário),
adicionais, gratificações, auxílios e outras vantagens. Os direitos e deveres dos agentes públicos
também estão previstos em lei, bem como suas responsabilidades por eventuais atos ilícitos.
Em caso de violação dos deveres ou cometimento de ilícitos, os agentes públicos estão sujeitos
ao processo administrativo disciplinar, que pode resultar em sanções como advertência,
suspensão, demissão ou cassação de aposentadoria. O processo administrativo disciplinar deve
respeitar o devido processo legal e garantir ao agente público o direito à ampla defesa e ao
contraditório.

A vitaliciedade é uma das formas de garantia da estabilidade do servidor público, prevista na


Constituição Federal brasileira de 1988. Ela é conferida aos ocupantes de cargos efetivos após
três anos de efetivo exercício e consiste na impossibilidade de perda do cargo, salvo em casos
de sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo disciplinar com
garantia de ampla defesa.

A vitaliciedade é uma garantia importante para a manutenção da independência dos servidores


públicos em relação aos interesses políticos momentâneos e para a proteção contra possíveis
retaliações por parte de autoridades superiores. No entanto, a garantia da vitaliciedade não
significa impunidade em caso de cometimento de ilícitos administrativos ou criminais, sendo
possível a instauração de processo administrativo disciplinar ou ação penal em casos de
infração funcional.

5. Poderes da Administração Pública.


5.1 Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia.
5.2 Uso e abuso do poder.
Os poderes da Administração Pública são instrumentos para que ela possa cumprir suas
atribuições de forma eficiente e eficaz. Dentre os principais poderes, destacam-se:

5.1 Hierárquico: Este poder é utilizado para organizar e coordenar as atividades


administrativas, tendo em vista a eficiência da administração. A hierarquia é a ordem de
subordinação e coordenação dos órgãos e agentes públicos.

5.1 Disciplinar: Este poder é exercido para apurar responsabilidades de agentes públicos e
aplicar as sanções previstas em lei, como advertência, suspensão e demissão. Visa garantir a
eficiência e a regularidade do serviço público.

5.1 Regulamentar: Este poder é utilizado para editar normas infralegais que visam disciplinar a
execução das leis e a organização da administração pública. As normas regulamentares têm
como objetivo garantir a uniformidade e a coerência das ações administrativas.
5.1 Polícia: Este poder é utilizado para disciplinar o exercício de atividades privadas que possam
afetar o interesse público, tais como a segurança pública, a saúde, a ordem pública, a defesa
nacional, entre outras. Visa garantir a proteção e a segurança da coletividade.

5.2 Uso e abuso do poder: A Administração Pública tem o dever de utilizar os seus poderes de
forma adequada e em conformidade com a lei e a Constituição. O uso do poder deve ser
sempre justificado e proporcional à finalidade a que se destina. O abuso do poder, por sua vez,
é a utilização indevida ou excessiva do poder, o que pode levar a violações de direitos
fundamentais. É importante ressaltar que o abuso de poder pode ser objeto de controle pelo
Poder Judiciário.

6. Regime jurídico-administrativo.
6.1 Conceito.
6.2 Princípios expressos e implícitos da administração pública.
O regime jurídico-administrativo é um conjunto de regras e princípios que orientam a atuação
da Administração Pública em suas diversas esferas de poder e em suas relações com os
particulares.

Os princípios expressos da Administração Pública estão previstos no artigo 37 da Constituição


Federal e incluem a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Já os
princípios implícitos decorrem da própria natureza da Administração Pública e incluem a
finalidade pública, a indisponibilidade do interesse público, a continuidade do serviço público,
a hierarquia e a autotutela.

O princípio da legalidade é o mais importante princípio expresso e significa que a


Administração Pública só pode fazer o que a lei autoriza ou determina. Já o princípio da
impessoalidade impõe que a Administração Pública deve tratar todos os cidadãos com
igualdade, sem discriminações ou favorecimentos indevidos. O princípio da moralidade exige
que a Administração Pública adote uma conduta ética e honesta em todas as suas atividades. O
princípio da publicidade determina que as informações relativas à Administração Pública sejam
divulgadas de forma clara e acessível ao público. Por fim, o princípio da eficiência exige que a
Administração Pública atue de forma eficaz e com o menor custo possível, buscando sempre a
melhor gestão dos recursos públicos.

7. Responsabilidade civil do Estado.


A responsabilidade civil do Estado é a obrigação que o Estado tem de reparar os danos
causados a terceiros em decorrência de atos ou omissões praticados por seus agentes, no
exercício da função pública. Em outras palavras, quando o Estado, por meio de seus agentes,
causa danos a pessoas ou empresas, ele é responsável por repará-los.

A responsabilidade civil do Estado pode ser objetiva ou subjetiva. A responsabilidade objetiva é


aquela em que o Estado é responsável pelo dano independentemente da existência de culpa
ou dolo, ou seja, basta que o dano tenha sido causado por um agente público no exercício da
função pública para que o Estado seja responsável por repará-lo. Já a responsabilidade
subjetiva é aquela em que é necessário comprovar a culpa ou o dolo do agente público para
que o Estado seja responsabilizado pelo dano causado.

Alguns exemplos de situações em que o Estado pode ser responsabilizado civilmente são:
acidentes de trânsito envolvendo veículos oficiais, falhas na prestação de serviços públicos
essenciais (como saúde, segurança e educação), danos ambientais causados por obras
públicas, entre outros.

É importante ressaltar que a responsabilidade civil do Estado é uma garantia para a sociedade,
já que o Estado tem o dever de proteger os cidadãos e garantir o cumprimento das leis. Além
disso, a responsabilidade civil do Estado também tem um papel importante na prevenção de
danos futuros, já que os agentes públicos são incentivados a agir com cautela e
responsabilidade para evitar causar danos a terceiros.

7.1 Evolução histórica.


A evolução histórica da responsabilidade civil do Estado é bastante complexa e varia de acordo
com o contexto social, político e jurídico de cada época. No entanto, podemos destacar
algumas fases importantes que marcaram essa evolução:

Fase da irresponsabilidade: Durante muito tempo, prevaleceu a ideia de que o Estado era
irresponsável pelos danos causados por seus agentes. Isso se devia, em parte, à concepção de
que o Estado era soberano e, portanto, não poderia ser responsabilizado pelos atos praticados
em nome do interesse público.

Fase da responsabilidade subjetiva: Com o surgimento do Estado liberal, no século XVIII,


começou a se desenvolver a ideia de que o Estado deveria ser responsabilizado pelos danos
causados por seus agentes, desde que houvesse culpa ou dolo por parte do agente. Nessa fase,
a responsabilidade do Estado era baseada no princípio da culpa.

Fase da responsabilidade objetiva: A partir do século XIX, a responsabilidade do Estado


começou a ser concebida de forma objetiva, ou seja, independentemente da existência de
culpa ou dolo. Essa mudança de paradigma foi motivada pela constatação de que o Estado
havia se tornado uma grande máquina burocrática, o que tornava difícil provar a culpa ou o
dolo dos agentes públicos.

Fase da responsabilidade pelo risco: A partir do século XX, a responsabilidade civil do Estado
passou a ser baseada no princípio da responsabilidade pelo risco. Isso significa que o Estado é
responsável pelos danos causados por suas atividades, independentemente da existência de
culpa ou dolo, desde que sejam atividades que apresentem risco para os cidadãos.
É importante destacar que a evolução da responsabilidade civil do Estado não se deu de forma
linear, e que em muitos países ainda existem controvérsias em relação aos limites dessa
responsabilidade. No entanto, o princípio da responsabilidade pelo risco é hoje amplamente
reconhecido como uma forma de garantir a proteção dos cidadãos e a responsabilidade do
Estado em relação aos danos que possam ser causados pela sua atividade.

7.2 Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro.


7.2.1 Responsabilidade por ato comissivo do Estado.
7.2.2 Responsabilidade por omissão do Estado.
No Brasil, a responsabilidade civil do Estado é regulada pela Constituição Federal de 1988, que
estabelece que o Estado é responsável pelos danos causados por seus agentes, no exercício de
suas funções ou em razão delas. Essa responsabilidade pode ser objetiva ou subjetiva,
dependendo do caso.

A responsabilidade objetiva é prevista no artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição, que


estabelece que o Estado é responsável pelos danos causados por seus agentes,
independentemente da existência de culpa ou dolo. Para que o Estado seja responsabilizado,
basta que seja comprovada a relação de causalidade entre o dano sofrido pelo particular e a
ação ou omissão do agente público.

Já a responsabilidade subjetiva é prevista no artigo 37, parágrafo 4º, da Constituição, que


estabelece que o Estado será responsável pelos danos causados por seus agentes, quando
estes agirem com culpa ou dolo. Nesse caso, o particular deverá provar a culpa ou o dolo do
agente público para que o Estado seja responsabilizado.

Além da Constituição, a responsabilidade civil do Estado é regulada pelo Código Civil Brasileiro
e pela Lei de Improbidade Administrativa. O Código Civil prevê que o Estado é responsável
pelos danos causados por seus agentes, ainda que estes ajam fora do exercício de suas
funções, desde que haja nexo causal entre a atividade desenvolvida pelo agente e o dano
causado ao particular.

Já a Lei de Improbidade Administrativa estabelece que o agente público que causar dano ao
erário ou a terceiros deverá ressarcir o prejuízo causado, além de estar sujeito a outras
sanções, como a perda do cargo ou a suspensão dos direitos políticos.

Em resumo, no direito brasileiro, a responsabilidade civil do Estado é uma garantia


constitucional e está prevista tanto para casos de responsabilidade objetiva como subjetiva,
sendo regulada também por outras leis específicas. A responsabilização do Estado é
importante para proteger os direitos dos cidadãos e garantir que os agentes públicos atuem de
forma responsável e cautelosa.
7.3 Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado.
7.4 Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado.
7.5 Reparação do dano.
7.6 Direito de regresso.

8. Serviços Públicos.
8.1 Conceito.
8.2 Elementos constitutivos.
8.3 Formas de prestação e meios de execução.
8.4 Delegação.
8.4.1 Concessão, permissão e autorização.
8.5 Classificação.
8.6 Princípios.

9. Organização Administrativa.
Em Direito Administrativo, a organização administrativa se refere à estrutura e ao
funcionamento da administração pública, ou seja, dos órgãos, entidades e agentes que
exercem as funções administrativas do Estado.

A estrutura da administração pública é organizada de forma hierárquica, sendo que cada órgão
ou entidade possui uma função específica dentro da estrutura. A coordenação geral é exercida
pelo Chefe do Poder Executivo, que tem a atribuição de definir as políticas públicas e orientar
as ações dos órgãos e entidades da administração pública.

Os agentes públicos que exercem as funções administrativas do Estado são classificados em


servidores públicos estatutários, que possuem vínculo empregatício com a administração
pública, e agentes políticos, que são nomeados pelo Chefe do Poder Executivo para cargos de
chefia ou direção.

No Direito Administrativo, a organização administrativa é importante para garantir a


efetividade das políticas públicas e a prestação de serviços de qualidade à população, além de
assegurar a eficiência e a transparência na gestão dos recursos públicos.

9.1 Centralização, descentralização, concentração e desconcentração.


No âmbito do Direito Administrativo, os conceitos de centralização, descentralização,
concentração e desconcentração estão relacionados com a organização administrativa do
Estado.

A centralização ocorre quando todas as funções administrativas são exercidas por um único
órgão ou entidade central, geralmente o poder executivo. Nesse modelo, as decisões são
tomadas de forma centralizada e há pouca ou nenhuma autonomia para as unidades locais ou
regionais.

Por outro lado, a descentralização ocorre quando parte das funções administrativas é delegada
a órgãos ou entidades locais, regionais ou setoriais, que possuem autonomia para tomar
decisões e agir de forma mais próxima às necessidades e demandas da população. Essa
descentralização pode ser por serviços, por colaboração ou por delegação, de acordo com a
extensão das atribuições transferidas.

A concentração se refere à concentração de competências em um órgão ou entidade


específica, que fica responsável por tomar decisões e agir em determinada área de atuação. Já
a desconcentração ocorre quando as competências são distribuídas entre vários órgãos ou
entidades subordinadas a uma autoridade central, que coordena e supervisiona as ações.

Cada modelo de organização administrativa tem suas vantagens e desvantagens, e a escolha


depende das necessidades e demandas da população, bem como das características do país e
do sistema político em questão. Em geral, a descentralização e a desconcentração são vistas
como formas mais eficientes e eficazes de gestão pública, pois permitem maior agilidade e
adaptação às necessidades locais e regionais.

9.2 Administração direta e indireta.


A organização administrativa pode ser dividida em duas categorias: administração direta e
administração indireta. A administração direta é composta pelos órgãos e entidades que
integram a estrutura do poder executivo, como ministérios, secretarias, departamentos e
autarquias. Já a administração indireta é formada pelas entidades que possuem personalidade
jurídica própria e atuam de forma descentralizada, como as empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações.

9.3 Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.


Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista são entidades
criadas pelo Estado para desempenhar funções específicas, cada uma com suas características
e finalidades próprias. Essas entidades são regulamentadas pelo Direito Administrativo e
podem ser criadas tanto pela União, quanto pelos Estados e Municípios.

As autarquias são pessoas jurídicas de direito público que possuem autonomia administrativa e
financeira. São criadas para desempenhar atividades de interesse público, com objetivos
específicos e definidos por lei. Exemplos de autarquias são a Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
As fundações são pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, criadas pelo Estado
para realizar atividades de interesse público, como assistência social, cultura, educação,
pesquisa científica, entre outras. São regidas por um estatuto próprio e possuem patrimônio
próprio. Exemplos de fundações são a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Fundação Nacional
de Artes (Funarte).

As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas pelo Estado com a
finalidade de explorar atividades econômicas de interesse público. Possuem personalidade
jurídica própria e patrimônio próprio, mas são controladas pelo Estado. Exemplos de empresas
públicas são a Petrobras e a Eletrobras.

As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, criadas pelo Estado
com participação de capital público e privado, com a finalidade de explorar atividades
econômicas de interesse público. Também possuem personalidade jurídica própria e
patrimônio próprio, mas são controladas tanto pelo Estado quanto por acionistas privados.
Exemplos de sociedades de economia mista são a Caixa Econômica Federal e a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Cada uma dessas entidades possui suas próprias regras de funcionamento e gestão, previstas
em lei e regulamentadas pelo Direito Administrativo. O objetivo é garantir a eficiência e eficácia
no desempenho das atividades de interesse público que lhes foram atribuídas.

9.4 Entidades paraestatais e terceiro setor.


Entidades paraestatais e terceiro setor são formas de organização da sociedade civil que atuam
em conjunto com o Estado na realização de atividades de interesse público, mas que possuem
natureza jurídica distinta das entidades governamentais.

As entidades paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado que são criadas com a
finalidade de colaborar com o Estado na realização de atividades de interesse público. São
exemplos de entidades paraestatais as organizações sociais, as organizações da sociedade civil
de interesse público e as fundações de apoio. Essas entidades possuem regras específicas de
criação e funcionamento, que devem ser seguidas para que possam firmar parcerias com o
poder público.

O terceiro setor é composto por entidades sem fins lucrativos que atuam na realização de
atividades de interesse público, mas que não fazem parte do Estado. As entidades do terceiro
setor podem ser organizações não governamentais (ONGs), associações, fundações, entre
outras. Elas atuam em áreas como assistência social, educação, cultura, saúde, meio ambiente,
entre outras.

Essas entidades são regulamentadas pelo Direito Administrativo, que estabelece as regras para
sua criação e funcionamento, bem como as formas de cooperação com o Estado. As parcerias
entre as entidades do terceiro setor e o poder público são realizadas por meio de convênios,
termos de parceria ou contratos de gestão, e devem atender às exigências legais para garantir a
transparência e a eficiência na aplicação dos recursos públicos.

Assim, as entidades paraestatais e o terceiro setor são importantes formas de participação da


sociedade civil na realização de atividades de interesse público, contribuindo para a promoção
do bem comum e para o fortalecimento da democracia.

9.4.1 Serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais,


organizações da sociedade civil de interesse público.
Os serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais e organizações da
sociedade civil de interesse público (OSCIPs) são entidades paraestatais que atuam em
conjunto com o Estado na realização de atividades de interesse público, mas que possuem
natureza jurídica distinta das entidades governamentais.

Os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado criadas com o objetivo
de prestar serviços de assistência social, saúde, educação, cultura, desporto, entre outros, em
benefício dos trabalhadores de determinado setor econômico ou profissional. São exemplos de
serviços sociais autônomos o Serviço Social da Indústria (SESI), o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE).

As entidades de apoio são pessoas jurídicas de direito privado que têm por finalidade apoiar e
fomentar atividades relacionadas às áreas de ciência, tecnologia e inovação, em colaboração
com instituições públicas ou privadas. São exemplos de entidades de apoio as fundações de
apoio e as associações de apoio.

As organizações sociais são pessoas jurídicas de direito privado que são qualificadas pelo
Estado para receber recursos públicos e gerir atividades nas áreas de saúde, educação, cultura,
desporto, meio ambiente, entre outras. Essas entidades são reguladas pela Lei nº 9.637/98 e
devem atender a requisitos específicos para serem qualificadas como organizações sociais.

As OSCIPs são pessoas jurídicas de direito privado que são qualificadas pelo Estado para
receber recursos públicos e realizar atividades de interesse público nas áreas de assistência
social, saúde, educação, cultura, meio ambiente, entre outras. Essas entidades são reguladas
pela Lei nº 9.790/99 e devem atender a requisitos específicos para serem qualificadas como
OSCIPs.

Em resumo, os serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais e OSCIPs


são entidades paraestatais que desempenham um papel importante na realização de
atividades de interesse público, colaborando com o Estado na prestação de serviços à
sociedade. Para tanto, devem seguir as normas legais e regulamentares aplicáveis e ser
fiscalizadas pelo poder público.

10. Controle da Administração Pública.


10.1 Controle exercido pela administração pública.
O controle exercido pela administração pública é uma atividade fundamental para garantir a
legalidade, eficiência e efetividade da atuação dos órgãos e entidades públicas. Esse controle é
exercido tanto pela própria administração quanto por órgãos e entidades externos.

A administração pública realiza o controle interno, por meio de auditorias, fiscalizações,


inspeções e outros mecanismos, com o objetivo de verificar se as atividades estão sendo
realizadas de acordo com as normas e os procedimentos estabelecidos, se os recursos estão
sendo utilizados de forma adequada e se os objetivos e metas estão sendo alcançados.

Além disso, a administração pública também pode realizar o controle externo, por meio da
participação de órgãos de controle, como o Tribunal de Contas, que tem a função de analisar e
julgar as contas dos gestores públicos, bem como fiscalizar a legalidade, eficiência e eficácia
dos atos da administração pública.

Outra forma de controle exercido pela administração pública é o controle social, que ocorre
por meio da participação da sociedade na fiscalização e acompanhamento da gestão pública.
Esse controle pode ser exercido por meio de audiências públicas, conselhos de políticas
públicas, ouvidorias, entre outros mecanismos.

Por fim, a administração pública também pode recorrer ao controle judicial, que é exercido
pelo Poder Judiciário, para solucionar questões relacionadas à legalidade e constitucionalidade
dos atos da administração pública.

Em resumo, o controle exercido pela administração pública é fundamental para garantir a


transparência, eficiência e efetividade da gestão pública, e pode ocorrer de diversas formas,
tanto interna quanto externamente, por meio de mecanismos próprios da administração,
órgãos de controle, sociedade civil e Poder Judiciário.

10.2 Controle judicial.


O controle judicial é uma forma de controle externo exercido pelo Poder Judiciário sobre os
atos da administração pública. Esse controle se baseia no poder que o Judiciário possui de
interpretar a Constituição e as leis, e de aplicá-las aos casos concretos que lhe são submetidos.

O controle judicial pode ocorrer tanto de forma preventiva, antes da prática do ato
administrativo, como de forma repressiva, após a sua prática. Na primeira hipótese, o controle
judicial se dá por meio do Mandado de Segurança, por exemplo, que tem por objetivo evitar a
ocorrência de ilegalidades ou abusos por parte da administração pública.

Já na segunda hipótese, o controle judicial se dá por meio de ações judiciais específicas, como
a Ação Popular, a Ação Civil Pública, entre outras, que visam anular ou corrigir os atos da
administração que estejam em desacordo com a Constituição e as leis.

Para que o controle judicial seja exercido, é necessário que haja uma lesão ou ameaça de lesão
a direitos fundamentais, como a legalidade, a moralidade, a impessoalidade, a eficiência, a
igualdade, entre outros. O Poder Judiciário, nesses casos, tem o poder de anular ou corrigir os
atos da administração que estejam em desacordo com a ordem jurídica, e de impor sanções
aos responsáveis.

Em resumo, o controle judicial é uma importante forma de controle externo exercido sobre a
administração pública, que tem por objetivo garantir a legalidade e a constitucionalidade dos
atos administrativos. Esse controle se dá por meio do poder de interpretação e aplicação das
leis pelo Poder Judiciário, e pode ocorrer de forma preventiva ou repressiva, dependendo da
situação específica.

10.3 Controle legislativo.


O controle legislativo é uma forma de controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a
administração pública, com o objetivo de fiscalizar e monitorar os atos do Poder Executivo.
Esse controle se dá por meio da atividade parlamentar, que pode ocorrer de diversas formas,
tais como:

Fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial: o Poder Legislativo pode fiscalizar


as contas públicas, examinando a execução do orçamento e a gestão dos recursos públicos.

Convocação de autoridades: o Poder Legislativo pode convocar autoridades para prestar


esclarecimentos ou informações sobre atos da administração pública.

Criação de comissões parlamentares de inquérito (CPIs): as CPIs têm por objetivo investigar
fatos determinados que interessem à vida pública e à ordem constitucional, legal, econômica e
social.

Aprovação de leis e de emendas à Constituição: o Poder Legislativo tem o poder de legislar


sobre todas as matérias de competência da União, estados e municípios.
Julgamento político de autoridades: o Poder Legislativo é responsável pelo julgamento de
autoridades políticas em casos de crimes de responsabilidade.

O controle legislativo é uma forma importante de garantir a transparência e a accountability


(prestação de contas) da administração pública, garantindo que os recursos públicos sejam
utilizados de forma eficiente e em benefício da sociedade. Através do controle legislativo, o
Poder Legislativo atua como um fiscal da administração pública, assegurando a observância das
leis e da Constituição Federal.

10.4 Improbidade administrativa.


A improbidade administrativa é um conceito jurídico que se refere a atos ilícitos praticados por
agentes públicos ou particulares que causem prejuízo ao erário ou violem os princípios da
administração pública. O controle exercido pela administração pública sobre a improbidade
administrativa se dá por meio de diversos instrumentos, tais como:

Ação de improbidade administrativa: trata-se de uma ação civil pública que tem por objetivo
responsabilizar os agentes públicos e particulares que tenham praticado atos de improbidade
administrativa. A ação pode ser proposta pelo Ministério Público ou por terceiros e pode
resultar em diversas sanções, tais como perda do cargo, suspensão dos direitos políticos,
pagamento de multa, entre outras.

Tomada de contas especial: é um procedimento administrativo que tem por objetivo apurar
responsabilidades por omissão ou irregularidades na gestão de recursos públicos. O
procedimento é instaurado quando há indícios de irregularidades na aplicação de recursos
públicos e pode resultar em sanções como devolução de recursos, multa, inabilitação para
exercício de cargos públicos, entre outras.

Controle interno: os órgãos de controle interno, como a Controladoria-Geral da União, têm por
atribuição fiscalizar a gestão dos recursos públicos e apurar irregularidades. Esses órgãos têm
acesso a informações e documentos da administração pública e podem recomendar a adoção
de medidas para corrigir eventuais irregularidades.

Responsabilização de empresas: a administração pública também pode responsabilizar


empresas que tenham praticado atos de improbidade administrativa, como, por exemplo,
fraudes em licitações. Nesses casos, as empresas podem ser impedidas de contratar com a
administração pública, além de estarem sujeitas a outras sanções.

O combate à improbidade administrativa é fundamental para a garantia da lisura e da


transparência na gestão pública. A administração pública deve atuar de forma efetiva no
controle e na prevenção da improbidade administrativa, utilizando todos os mecanismos e
instrumentos disponíveis para a apuração de irregularidades e responsabilização dos
envolvidos.
10.4.1 Lei nº 8.429/1992.
A Lei nº 8.429/1992, também conhecida como Lei de Improbidade Administrativa, é uma lei
brasileira que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos que praticarem atos de
improbidade no exercício de suas funções. Alguns dos principais pontos da lei são:

Conceito de improbidade administrativa: a lei define a improbidade administrativa como a


conduta do agente público que atenta contra os princípios da administração pública, como a
legalidade, a moralidade, a honestidade, a lealdade, a eficiência, entre outros.

Sanções aplicáveis: a lei prevê três tipos de sanções que podem ser aplicadas aos agentes
públicos que praticarem atos de improbidade: as sanções civis (como perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa), as sanções administrativas (como a
demissão do cargo público) e as sanções penais (como prisão e multa).

Tipos de atos de improbidade: a lei classifica os atos de improbidade em três categorias: atos
que causam prejuízo ao erário (como desvio de dinheiro público), atos que violam os princípios
da administração pública (como nepotismo) e atos que beneficiam terceiros em detrimento do
interesse público (como favorecimento a empresas).

Procedimento de apuração: a lei estabelece um procedimento específico para a apuração dos


atos de improbidade, que deve ser iniciado por meio de uma ação civil pública proposta pelo
Ministério Público ou por qualquer cidadão. Durante o processo, o agente público acusado tem
direito ao contraditório e à ampla defesa.

Prescrição: a lei estabelece prazos de prescrição para a aplicação das sanções previstas. No
caso das sanções civis, o prazo é de cinco anos a partir da data do ato de improbidade; para as
sanções penais, o prazo é de 12 anos; e para as sanções administrativas, o prazo é de cinco
anos a partir da data em que o fato foi apurado.

Aplicação subsidiária do Código de Processo Civil: a lei prevê a aplicação subsidiária do Código
de Processo Civil nos casos em que não houver normas específicas para a apuração dos atos de
improbidade.

Esses são alguns dos principais pontos da Lei de Improbidade Administrativa. A aplicação da lei
é de extrema importância para a promoção da ética e da moralidade na administração pública,
contribuindo para o fortalecimento da democracia e da transparência no uso dos recursos
públicos.
11. Direito de acesso à informação no Brasil: normas
constitucionais, Lei nº 12.527/2011, Decreto nº 7.724/2012
(regulamenta a Lei nº 12.527/2011) e Decreto nº 8.777/2016
(institui a Política de Dados Abertos do Poder Executivo Federal).
O direito de acesso à informação é um direito fundamental previsto na Constituição Federal de
1988, que estabelece que "todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral" (art. 5º, XXXIII).

Para regulamentar e garantir esse direito, foi promulgada a Lei nº 12.527/2011, conhecida
como Lei de Acesso à Informação (LAI). Essa lei estabelece as regras para o acesso à informação
pública em todos os órgãos e entidades da administração pública federal, estadual e municipal.

A LAI define o que é informação pública, os procedimentos para solicitação e obtenção de


informações, as hipóteses de sigilo e as exceções ao acesso, bem como as sanções em caso de
descumprimento da lei. Além disso, a lei prevê a criação de mecanismos para a promoção da
transparência e o controle social, como o Portal da Transparência.

O Decreto nº 7.724/2012 regulamenta a LAI, estabelecendo normas complementares sobre os


procedimentos e prazos para o acesso à informação, bem como os critérios para classificação
das informações quanto ao seu grau de sigilo.

Já o Decreto nº 8.777/2016 institui a Política de Dados Abertos do Poder Executivo Federal, que
tem por objetivo a divulgação e o compartilhamento de informações públicas em formato
aberto e de fácil acesso. Essa política visa a fomentar a transparência, a participação cidadã e a
inovação no uso dos dados públicos.

12. Tratamento de dados pessoais pelo Poder Público: Capítulos II


e IV da Lei nº 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais - LGPD).
A Lei nº 13.709/2018, também conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD), trata do tratamento de dados pessoais por entidades públicas e privadas. O capítulo II
da lei, intitulado "Dos Direitos do Titular", estabelece que toda pessoa tem direito ao acesso,
retificação e exclusão de seus dados pessoais, bem como o direito de ser informada sobre o
tratamento de seus dados. O capítulo IV da lei, intitulado "Do Tratamento de Dados Pessoais
pelo Poder Público", estabelece regras específicas para a coleta, armazenamento, uso e
compartilhamento de dados pessoais por órgãos e entidades públicas.
De acordo com a LGPD, o tratamento de dados pessoais pelo Poder Público deve ser realizado
com transparência e respeito à privacidade dos titulares dos dados. Além disso, a lei estabelece
que o tratamento de dados pessoais deve ter uma finalidade legítima, específica e explícita, e
que os dados devem ser mantidos apenas pelo tempo necessário para atingir essa finalidade.

A lei também estabelece que o Poder Público deve adotar medidas de segurança para proteger
os dados pessoais dos titulares, incluindo medidas técnicas e organizacionais adequadas para
prevenir o acesso não autorizado, a perda ou a destruição dos dados. Além disso, a LGPD
estabelece que os órgãos e entidades públicas devem designar um encarregado de proteção de
dados, responsável por receber reclamações e garantir o cumprimento da lei.

O descumprimento das regras estabelecidas na LGPD pode acarretar sanções administrativas,


civis e criminais, incluindo multas e a suspensão do tratamento de dados pessoais. É
importante ressaltar que a LGPD é uma lei relativamente recente no Brasil e ainda está em
processo de implementação, o que significa que ainda há desafios e incertezas quanto à sua
aplicação prática.

13. Processo administrativo. Lei Estadual nº 7.692, de 1º de julho


de 2002 (Regula o Processo Administrativo no âmbito da
Administração Pública Estadual).
A Lei Estadual nº 7.692/2002 regula o processo administrativo no âmbito da Administração
Pública Estadual de Mato Grosso, estabelecendo normas e procedimentos para a prática de
atos administrativos, a fim de garantir a transparência, a eficiência e a efetividade na gestão
pública.

Dentre os principais pontos estabelecidos pela lei, destacam-se:

O processo administrativo deve observar os princípios constitucionais da legalidade,


impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência;

É assegurado o direito à participação do interessado no processo administrativo, garantindo-se


o contraditório e a ampla defesa;

Os atos administrativos devem ser motivados, com indicação dos fatos e fundamentos jurídicos
que os embasam;

É facultado ao interessado a apresentação de documentos, requerimentos, informações e


manifestações durante o processo administrativo;

A Administração Pública tem o dever de prestar informações claras e precisas ao interessado,


bem como de orientá-lo sobre o andamento do processo administrativo;
A Administração Pública pode rever seus atos quando ilegais, podendo anulá-los ou revogá-los,
mediante processo administrativo regular;

É assegurado o direito de recurso administrativo ao interessado, que poderá recorrer da


decisão proferida, dentro do prazo legal.

A lei também estabelece a criação da Comissão Permanente de Processo Administrativo


(CPPA), responsável por acompanhar e fiscalizar a tramitação dos processos administrativos,
bem como propor medidas para a melhoria dos procedimentos adotados pela Administração
Pública.

14. Lei Complementar Estadual nº 112, de 1º de julho de 2002.


A Lei Complementar Estadual nº 112, de 1º de julho de 2002, dispõe sobre a organização e
funcionamento da Administração Pública Estadual de Mato Grosso. Essa lei complementar tem
como objetivo estabelecer as normas gerais para a estruturação, o funcionamento e o controle
dos órgãos da Administração Pública Estadual, visando à eficiência e eficácia dos serviços
prestados à população.

Dentre as principais disposições da lei complementar, destacam-se:

Definição dos órgãos que compõem a estrutura da Administração Pública Estadual, como as
Secretarias de Estado, as Autarquias, as Fundações, as Empresas Públicas e as Sociedades de
Economia Mista;

Estabelecimento das competências dos órgãos da Administração Pública Estadual, com o


objetivo de garantir a efetividade das políticas públicas e dos serviços prestados à população;

Regulamentação do processo de planejamento e orçamento, visando à otimização dos recursos


públicos;

Estabelecimento de normas para a gestão de pessoas na Administração Pública Estadual, com o


objetivo de garantir a eficiência e a eficácia dos serviços prestados à população;

Definição das normas para a prestação de serviços públicos, com o objetivo de garantir a
efetividade dos direitos dos usuários dos serviços públicos;

Regulamentação do processo de controle interno da Administração Pública Estadual, visando à


transparência e à accountability dos atos e decisões governamentais.

15. Lei Complementar nº 04, de 15 de outubro de 1990.


A Lei Complementar nº 04, de 15 de outubro de 1990, é uma norma estadual de Mato Grosso
que dispõe sobre a Organização e o Funcionamento do Tribunal de Contas do Estado de Mato
Grosso (TCE-MT), órgão responsável por fiscalizar a gestão financeira e orçamentária dos
órgãos públicos estaduais e municipais.
A lei estabelece a composição, a estrutura e as competências do TCE-MT, que é formado por
sete conselheiros nomeados pelo governador do estado, com a aprovação da Assembleia
Legislativa. Também define as atribuições do presidente, do vice-presidente e dos demais
membros do tribunal.

Além disso, a lei complementar dispõe sobre as contas públicas e a fiscalização financeira e
orçamentária dos órgãos públicos do estado e dos municípios. Estabelece as normas para a
elaboração e a apresentação das contas, as responsabilidades dos gestores públicos, os prazos
para a realização da fiscalização, entre outras questões relacionadas à gestão pública.

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