Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Primeiramente, há de se concluir que os órgãos públicos, como entes despersonalizados que são, não têm
capacidade de ser parte na relação processual, capacidade essa que deve ser atribuída à pessoa jurídica a cuja estrutura
pertença. Depois, é preciso reconhecer que, a despeito da regra geral, tem sido plenamente admitida a sua personalidade
judiciária desde que, é claro, atendidas as condições acima enunciadas – serem eles integrantes da estrutura superior da
pessoa federativa; terem a necessidade de proteção de direitos e competências outorgadas pela Constituição; e não se
tratar de direitos de natureza meramente patrimonial. – José dos Santos Carvalho Filho.
Em razão do princípio da legalidade, a criação dos órgãos públicos depende de
previsão legal; essa estruturação não pode ser realizada pelo administrador; a lei que
cria o órgão público também estabelece a sua estrutura organizacional, fixa a
competência e impõe limites às pessoas físicas.
O ato de rubricar/assinar o contrato pode ser transferido para o dirigente do
órgão. Exemplo: o Presidente da República não teria condições de assinar todos os
contratos em que a união for parte, podendo delegar essa atividade.
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
DE ACORDO COM A POSIÇÃO ESTATAL:
a) Órgãos independentes: tem origem na CF e são representativos de cada
um dos poderes. Gozam de independência – não sofrem qualquer relação de
subordinação. Está sujeito a controle (de um poder pelo outro), mas não a
subordinação.
Ex.: presidência da República; corregedoria do Estado; prefeitura; casas
legislativas; STF; tribunais superiores, etc.
b) Órgãos autônomos: gozam de autonomia – técnica, administrativa e
financeira; possuem uma ampla liberdade, mas estão subordinados aos órgãos
independentes; exercem função de planejamento, supervisão e controle. Exemplos:
Ministérios, Secretarias Estaduais e Secretarias Municipais.
c) Órgãos superiores: não gozam de autonomia administrativa e financeira;
gozam de poder de direção, decisão e controle, mas estão subordinados aos dois
anteriores.
Ex.: Gabinetes e Procuradorias.
d) Órgãos subalternos (ou de mero expediente): são meros órgãos de execução.
Exemplo: almoxarifado, zeladoria, departamento de reprodução (cópias);
departamento de RH. São chamados de seções administrativas.
Nota – copiar pirâmide.
- DE ACORDO COM A ESTRUTURA DOS ÓRGÃOS
a) Órgãos simples: caracteriza-se por ser um único centro de competência; não
tem desdobramentos, agregados, ramificações. Independe do número de cargos e
agentes. Ex.: gabinete
b) Órgãos compostos: possuem desdobramentos dentro de uma função
idêntica. Ex.: Secretaria de Educação e escolas ligadas à secretaria; Secretaria de
Saúde e os postos de saúde e os hospitais;
Obs.: não há órgãos complexos (NÃO CONFUNDIR COM ATOS
COMPLEXOS).
- DE ACORDO COM A ATUAÇÃO FUNCIONAL (COMPOSIÇÃO
INTERNA DO ÓRGÃO).
a) Órgão singular ou unipessoal: quando a tomada de decisão é feita de forma
individual, por um único agente.
Ex.: presidência da República; Prefeitura; Juízo Monocrático.
b) Órgão colegiado: quando a tomada de decisão é coletiva;
Ex.: casas legislativas, tribunais.
Obs.: admite-se órgão unipessoal – composto por uma única pessoa.
- QUANTO À FUNÇÃO
Órgãos ativos: execução de atividade ou direção de atividade
Órgãos consultivos
Órgãos de controle
CONTROLE
Externo: é realizado pelo Tribunal de Contas, pelo Poder Judiciário, pelo
cidadão (ação popular; análise de contas municipais) ou pela entidade que criou a
Administração Indireta. Tal entidade pode realizar tanto um controle ordinário
(depende de previsão legal), como um controle extraordinário (independe de lei).
Interno: dentro da própria pessoa jurídica.
Observações
Pode haver entidade da Administração Indireta vinculada a qualquer dos
3 poderes.
Vide caput do art. 37 CF
Os órgãos integram a estrutura orgânica de uma pessoa jurídica; as entidades,
não (já que as entidades são pessoas jurídicas elas próprias).
Organização da Administração:
ADMINISTRAÇÃO DIRETA – entes políticos – essa organização é Estudada
pelo Direito Constitucional.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA –
Autarquias: Agências Reguladoras, Agencias Executivas, Conselhos de Classe,
Autarquias Territoriais;
Fundação Pública
Empresa Pública
Sociedade de Economia Mista
Associação que surge de Consórcios Públicos – Lei nº 11.107/2005.
CARACTERÍSTICAS COMUNS:
- Gozam de personalidade jurídica própria, podendo ser sujeito de
direitos e de obrigações, sendo responsável pelos seus atos;
- Possuem receita e patrimônio próprios, independente da origem;
- Gozam de autonomia técnica, administrativa, financeira;
Obs.: agência reguladora regula em complementação à lei (NÃO GOZA DE
AUTONOMIA POLÍTICA).
AS PESSOAS JURÍDICAS DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA NÃO
GOZAM DE AUTONOMIA/CAPACIDADE POLÍTICA (NÃO LEGISLAM).
- A criação das pessoas da Administração Indireta depende de lei
(verdadeiro!!). Ora a lei cria, ora a lei autoriza.
Criação e extinção das pessoas da Adm. Indireta. Artigo 37, inciso XIX CF
Lei ordinária específica2 cria a Autarquia e autoriza a criação de EP, SEM e
Fundação.
2
*lei ordinária específica: lei que trata só de um assunto. Cada pessoa jurídica vai ter a sua lei.
Se a lei cria, a autarquia já existe no mundo jurídico. Se a lei autoriza a criação
das EP, SEM e Fundação, a criação efetiva depende do registro dos atos constitutivos
da pessoa jurídica (o registro tem natureza privada – CESPE).
Natureza empresarial: registro na junta comercial – EP e SEM
Natureza cível: registro no cartório – Fundação.
Lei complementar definirá as finalidades das fundações – listará as
possíveis finalidades das fundações, mas é a lei ordinária é que autoriza a sua
criação;
Paralelismo de formas: se a lei ordinária específica autoriza/cria, a lei
também tem que autorizar a sua extinção;
- não possuem fins lucrativos.
Obs.: fins lucrativos: ser criada para o lucro. As pessoas jurídicas da
Administração Indireta não possuem fins lucrativos (isso não significa que o lucro não
possa acontecer).
Vide art. 173 CF
O Estado não intervirá na atividade econômica, exceto por meio de EP e SEM
em caso de segurança nacional ou relevante interesse coletivo. O fim não será o
lucro, mas a segurança nacional e o interesse coletivo.
- possuem uma finalidade específica, definida por meio da lei de criação.
Tal finalidade só pode ser modificada por meio de lei. As pessoas da
Administração Indireta estão vinculadas às finalidades para as
quais foram criadas (princípio da Especialidade).
Não estão subordinadas à Administração Direta, mas estão sujeitas à
controle.
Controle da Indireta pela Direta através do Poder Legislativo: Tribunal de
Contas: controla as contas de todas as pessoas da Adm. Indireta, inclusive Sociedade
de Economia Mista (o que não ocorria até 2005); CPI;
Controle da Indireta pela Direta através do Poder Executivo: Supervisão
Ministerial (exercida pelo Ministério, de acordo com o ramo da atividade) -> existe
vinculação entre o Ministério e a pessoa da Administração Indireta; essa vinculação
não significa hierarquia, mas controle.
Vide art. 71 CF – Supervisão Ministerial
1º exerce controle de finalidade – verifica-se se a pessoa jurídica criada está
cumprindo a sua finalidade.
2º exerce controle de receitas e despesas
3º via supervisão ministerial, de acordo com a lei que cria a pessoa jurídica. A
Adm. Direta irá nomear os dirigentes da Adm. Indireta. A Adm. Direta não manda lá,
mas se a pessoa jurídica não fizer o que foi determinado, o dirigente poderá ser
demitido (via de regra). Isso, por vias transversas, acaba gerando ingerência.
Esse tipo de nomeação é criticado pela doutrina por comprometer a autonomia.
Controle da Indireta pela Direta através do Poder Judiciário realizado através
das diversas ações judiciais.
Esse controle da Adm. Indireta com relação ao cumprimento de sua finalidade
também pode ser realizado pelo povo através de: ação popular, audiência pública,
consulta pública, representação, etc.