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DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

04.DIREITO ADMINISTRATIVO

SUMÁRIO
CAPÍTULO III – ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA....................................................................2
1. ORGANIZAÇÃO.................................................................................................................................................2
2. CENTRALIZAÇÃO.............................................................................................................................................2
3. DESCENTRALIZAÇÃO......................................................................................................................................2
3.1. Instrumentos da Descentralização de serviço público..............................................................................2
4. DESCONCENTRAÇÃO.....................................................................................................................................2
5. ÓRGÃOS PÚBLICOS........................................................................................................................................3
5.1. Teorias sobre a natureza jurídica da relação entre o Estado e os agentes.............................................3
5.2. Conceito.....................................................................................................................................................3
5.3. Características dos órgãos públicos..........................................................................................................3
5.4. Classificação dos órgãos públicos............................................................................................................4

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CAPÍTULO II – ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


1. ORGANIZAÇÃO: A organização administrativa resulta de um conjunto de normas jurídicas que regem a
competência, as relações hierárquicas, a situação jurídica, as formas de atuação e controle dos órgãos e
pessoas, no exercício da função administrativa. Como o Estado atua por meio de órgãos, agentes e pessoas
jurídicas, sua organização se baseia em 3 situações fundamentais: a centralização, descentralização e a
desconcentração.
2. CENTRALIZAÇÃO: Ocorre a chamada centralização administrativa quando o Estado executa suas tarefas
diretamente, por meio dos seus órgãos e agentes integrantes da denominada administração direta. Nesse
caso, os serviços são prestados diretamente pelos órgãos do Estado, despersonalizados, integrantes de uma
mesma pessoa política (União, Distrito Federal, Estados ou municípios).
3. DESCENTRALIZAÇÃO: Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o Estado desempenha
algumas de suas atribuições por meio de outras pessoas, e não pela sua administração direta. A
descentralização pressupõe duas pessoas distintas: o Estado (União, o Distrito Federal, um estado ou um
município) e a pessoa que executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição.
3.1. Instrumentos da Descentralização de serviço público: Os instrumentos podem ser: (i) outorga
(somente por lei); e (ii) delegação (pela lei, via contrato ou via ato administrativo). Vejamos:
a) Outorga: A descentralização será efetivada quando o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica)
e a ela transfere determinado serviço público (titularidade e execução). A outorga pressupõe obrigatoriamente
a edição de uma lei que institui a entidade, ou autoriza a sua criação, e normalmente seu prazo é
indeterminado.
É o que ocorre na criação das entidades da administração indireta: o Estado descentraliza a
prestação dos serviços, outorgando-os a outras pessoas jurídicas (autarquias, EP, SEM e fundações
públicas).
Curiosidade: Para as empresas públicas e sociedades de economia mista, que são também pessoas que compõem a
Administração Indireta (mas regidas pelo direito privado) a descentralização seria somente da execução dos serviços, feita
mediante delegação formalizada por lei, conforme estabelece o art. 37, XIX, CF.
b) Delegação: A descentralização será efetivada quando o Estado transfere, por contrato
(concessão ou permissão de serviços públicos) ou ano unilateral (autorização de serviços públicos), unicamente
a execução do serviço, para que a pessoa delegada o preste à população, em seu próprio nome e por sua
conta e risco, sob fiscalização do Estado.
• Delegação legal: feita por lei às pessoas da Administração Indireta. São beneficiadas as
pessoas jurídicas de DIREITO PRIVADO – empresas públicas, sociedade de economia mista e fundações
públicas de direito privado.
• Delegação via contrato administrativo: feita ao particular – concessionárias e permissionárias
de serviço público. É necessária autorização legislativa, por meio de lei específica. É permitida a concessão
somente para pessoa jurídica, enquanto a permissão pode ser feita à pessoa física.
• Delegação via ato administrativo: feita também ao particular – autorizativas de serviço público.
Exemplo: táxi, despachante etc.
4. DESCONCENTRAÇÃO: Diferentemente da descentralização, que envolve sempre mais de uma pessoa, a
desconcentração ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se de
mera técnica administrativa de distribuição interna de competências de uma pessoa jurídica.
Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma entidade da administração
indireta distribui competências no âmbito de sua própria estrutura a fim de tornar mais ágil e eficiente a
prestação dos serviços. Vale repetir, desconcentração envolve, obrigatoriamente, uma só pessoa jurídica.
Exemplo: quando a União distribui competências entre diversos órgãos de sua própria estrutura, a
exemplo dos ministérios (Ministério da Educação, Ministério dos Transportes etc.); ou quando uma autarquia,
a exemplo da UFPB, estabelece uma divisão interna de funções, criando, na sua própria estrutura, diversos
departamentos (departamento de graduação, departamento de pós-graduação, departamento de direito, etc.)

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Curiosidade: Concentração administrativa. Trata-se do fenômeno inverso, quando uma determinada pessoa jurídica integrante da
administração pública (direta ou indireta) extingue órgãos antes existentes em sua estrutura, reunindo em um número menor de
unidades as respectivas competências. Exemplo: caso a administração pública municipal decidisse, em face de restrições
orçamentárias, extinguir os postos de atendimento, atribuindo às agências as competências que aqueles exerciam.

DESCONCENTRAÇÃO X DESCENTRALIZAÇÃO
DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
Deslocamento para nova PJ/PF. Regra é para pessoa
Deslocamento ocorre na mesma pessoa jurídica jurídica, mas excepcionalmente pode ser para pessoa
física (permissão).
Tem como base a hierarquia. Quando alguém Não existe hierarquia entre Administração Direta e
manda deslocar um serviço dentro da mesma PJ. Indireta e Direta e Particulares, há controle e
fiscalização.
Há subordinação. Não há subordinação.
5. ÓRGÃOS PÚBLICOS:
5.1. Teorias sobre a natureza jurídica da relação entre o Estado e os agentes:
a) Teoria do mandato: para esta teoria, a relação entre o Estado e seus agentes públicos teria por
base o contrato de mandato. Assim, o agente (pessoa física) seria o mandatário da pessoa jurídica, agindo
em seu nome e sob a responsabilidade dela, em razão de outorga específica de poderes.
Crítica: 1ª crítica – a impossibilidade lógica de o Estado, que não possui vontade própria, outorgar o
mandato. 2ª crítica – se fosse adotada a disciplina jurídica delineada para o instituto do mandato no direito
privado, o Estado não responderia perante terceiros quando o mandatário agisse com excesso de poderes
(ultrapassa as atribuições a ele conferidas).
b) Teoria da representação: para esta teoria, o agente público seria equiparado ao representante
das pessoas incapazes (incapacidade civil, como a do menor de idade). O agente seria uma espécie de tutor
ou curador do Estado, que o representaria nos atos que necessitasse praticar.
Crítica: (i) equipara pessoa jurídica ao incapaz; a impossibilidade lógica de o Estado, que não
possui vontade própria, outorgar o mandato. (ii) implica na ideia de que o Estado confere representantes a si
mesmo; (iii) caso o representante ultrapassasse os poderes da representação o Estado não responderia por
esses atos perante terceiros prejudicados.
c) Teoria do órgão: adotada pela doutrina e jurisprudência, presume-se que a pessoa jurídica
manifesta sua vontade por meio dos órgãos, que são partes integrantes da própria estrutura da pessoa
jurídica, de modo que, quando os agentes que atuam nestes órgãos manifestam sua vontade, considera-se
que esta foi manifestada pelo próprio Estado. Fala-se em imputação (e não representação) da atuação do
agente, pessoa natural, à pessoa jurídica.
Não é qualquer ato que será imputado ao Estado. É necessário que o ato se revista, ao menos, de
aparência de ato jurídico legítimo e seja praticado por alguém que se deva presumir ser um agente público
(teoria da aparência). Fora desses casos, o ato não será considerado ato do Estado.
5.2. Conceito: São unidades integrantes da estrutura de uma mesma pessoa jurídica nas quais são
agrupadas competências a serem exercidas por meio de agentes públicos. Como se vê, órgãos são meros
conjuntos de competências, sem personalidade jurídica própria; são resultado da técnica de organização
administrativa conhecida como “descentralização”.
5.3. Características dos órgãos públicos:
a) integram a estrutura tanto da administração direta (União, estados, Distrito Federal e municípios) ,
como da administração indireta (autarquia, fundação pública, empresa pública ou sociedade de economia mista) ;
b) não possuem personalidade jurídica;
c) são resultado da desconcentração;
d) alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira;
e) podem firmar, por meio de seus administradores, contratos de gestão com outros órgãos ou com
pessoas jurídicas (art. 37, § 8°1, CF);
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Art. 37. § 8° A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
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f) não possuem capacidade de representar em juízo a pessoa jurídica que integram;


g) alguns têm capacidade processual para defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais;
h) não possuem patrimônio próprio.
Curiosidade: Órgãos possuem CNPJ. A receita federal precisa saber de onde sai e para onde vai o dinheiro, especialmente
porque dependendo do caminho gera renda, e se gera renda gera imposto de renda. Apesar de reconhecer que o órgão
público não tem personalidade jurídica, ele recebe dotação orçamentária, então terá de ter CNPJ, isso não significa dar a ele
personalidade jurídica. O objetivo é acompanhar o fluxo do recurso.

Curiosidade: Órgão público não pode ir a juízo. Em regra, não pode, contudo, excepcionalmente, o órgão público poderá ir a
juízo como sujeito ativo para pedir alguma coisa, no exercício de prerrogativa funcional. Exemplo: Câmara municipal deixa de
receber verba do orçamento do município como represália do prefeito. Nesse caso, a câmara pode ir a juízo buscar a verba,
pois está em busca de prerrogativa da função.
5.4. Classificação dos órgãos públicos:
5.4.1. Quanto a estrutura:
a) Órgãos simples (ou unitários): são aqueles constituídos por um só centro de competência, não
possuindo subdivisões, pouco importando o número de cargos que tenha o órgão. Exemplo: gabinetes na sua
maioria.
b) Órgãos compostos: são aqueles constituídos por vários órgãos, como resultado da
desconcentração administrativa. É o que acontece com os Ministérios e Secretarias. Exemplo: O Ministério da
Fazenda é integrado por vários órgãos, dentre eles a Secretaria da Receita Federal do Brasil, que é
integradas as Superintendências Regionais, que são integradas as Delegacias, e estas por Seções etc.
5.4.2. Quanto a sua atuação funcional:
a) Órgãos singulares (ou unipessoais): são aqueles em que a atuação ou as decisões são
atribuições de um único agente, seu chefe e representante. Exemplo: Presidência da República, Prefeitura
Municipal, Juízo monocrático.
b) Órgãos colegiados (ou pluripessoais): são aqueles caracterizados por atuarem e decidirem
mediante obrigatória manifestação conjunta de seus membros. Os atos e decisões são tomados após
deliberação e aprovação pelos membros integrantes do órgão, conforme as regras regimentais. Exemplo:
Congresso Nacional, a Câmara Municipal e Tribunais.
5.4.3. Quanto à posição estatal:
a) Órgãos independentes: são aqueles diretamente previstos no texto constitucional,
representando os três Poderes (Câmara dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ e demais tribunais,
Presidência da República).
b) Órgãos autônomos: são aqueles que situam na cúpula da administração, hierarquicamente
logo abaixo dos órgãos independentes. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica,
caracterizando-se como órgãos diretivos. Exemplo: Ministérios, Secretarias de Estado e Municipais, AGU etc.
c) Órgãos superiores: são aqueles que possuem atribuições de direção, controle e decisão, mas
que estão sujeitos ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não têm autonomia administrativa nem
financeira. Exemplo: gabinetes da presidência, procuradorias, coordenadorias etc.
d) Órgãos subalternos: são todos aqueles que exercem atribuições de mera execução, sempre
subordinados a vários níveis hierárquicos superiores (órgãos independentes, autônomos e superiores). Têm
reduzido poder decisório. Exemplo: seções de expediente, de pessoal, de material, de portaria etc.

metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:


I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
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