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2ª FASE- XIV EXAME- PRIME - DIREITO ADMINISTRATIVO


Disciplina: Direito Administrativo
Prof.: Alexandre Mazza
Aula Online

MATERIAL DE APOIO - MONITORIA

Índice

I. Anotações de Aula
II. Lousa

I. ANOTAÇÕES DA AULA

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

É o estudo da estrutura da Administração Pública. Se estiver escrita com letras maiúsculas


significa Administração Pública em sentido orgânico ou subjetivo, que é o conjunto de órgãos e entidades
governamentais no exercício da função administrativa independentemente de a qual poder pertençam.

A noção de Administração Pública não coincide mais com o conceito de Poder Executivo.

Quem são os órgãos primários: são os previstos na CF e que não pertencem a nenhum dos
poderes. São eles: Tribunais de Contas, Ministério Público e Defensorias. Quando esses órgãos exercem
função administrativa, eles integram à Administração Pública.

Se estiver escrita com iniciais minúsculas significa administração pública em sentido objetivo ou
material do termo, que é sinônimo de função administrativa.

Art. 37, CF

Decreto lei 200/67

Lei 9.784

1 – DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO

São 02 técnicas de cumprimento de competências administrativas. Ressalta-se que a


descentralização, segundo o decreto lei 200, tem natureza jurídica de princípio fundamental da
organização administrativa.

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Desconcentração Descentralização
As competências são atribuídas a ÓRGÃOS. As competências são atribuídas a ENTIDADES.

 Órgãos - são unidades de atuação  Entidades – são unidades de atuação com


integrantes da estrutura da administração personalidade jurídica própria.
pública, sem personalidade jurídica.
Exemplos de órgãos: Exemplos de entidades:
a) Ministérios; a) Autarquias;
b) Secretarias Estaduais e Municipais; b) Fundações Públicas;
c) Delegacias; c) Sociedades de Economia Mista;
d) Subprefeituras. d) Empresas Públicas

Em regra, os órgãos estão submetidos ao princípio As entidades da administração indireta são


da subordinação hierárquica. vinculadas, mas não subordinadas a ministérios.
Não há subordinação na administração direta ao
poder central.
A desconcentração se dá no âmbito da A descentralização se dá no âmbito da
Administração Pública direta ou centralizada. Administração Pública INdireta ou DEScentralizada.

Entidades Federativas Entidades da administração indireta


Exemplos: Exemplos:
a) União; a) Autarquias;
b) Estados; b) Fundações Públicas, etc
c) DF;
d) Municípios
Sempre vão integrar à Administração Pública Direta Vão integrar à Administração Pública Indireta ou
ou Centralizada. Descentralizada.
São sempre pessoas jurídicas de direito público São pessoas jurídicas de direito público interno e
interno. Com exceção da União, que ao mesmo de direito público privado interno.
tempo, tem natureza de direito público interno e
simultaneamente de direito pública internacional.
Portanto, a União tem natureza dúplice.

União Autarquia Federal


São multicompetenciais São regidas pelo princípio da especialidade – atuam
em um setor determinado.
Exerce funções legislativas, jurisdicionais e Exercem somente função administrativa.
administrativas.
Gozam de todos os privilégios da Fazenda Pública. Gozam de todos os privilégios da Fazenda Pública.
A responsabilidade por danos causados é direta, A responsabilidade é direta, objetiva, mas não
objetiva (não depende de culpa ou dolo – exclusiva (a entidade federativa responde
fundamentada no risco administrativo) e exclusiva subsidiariamente).
(só a entidade federativa vai responder).
São imunes a todos os impostos (art. 150, VI, “a”, Têm imunidade restrita ao patrimônio, renda e
CF). serviços vinculados a suas atividades
essenciais/finalísticas (art. 150, § 2º, CF).

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2 – TEORIA DO ÓRGÃO PÚBLICO

Até chegar a teoria atual, passamos por 03 teorias já superadas.

a) Teoria da entidade: o órgão público é igual a agente. Argumento de refutação: se o agente


morre o órgão não deveria ser extinto?

b) Teoria da representação: o Estado é um incapaz e o agente público surgiria para suprir a


incapacidade do Estado, assim como acontece nos institutos da tutela e curatela. Argumento de
refutação: se o Estado é incapaz, como que ele escolhe o seu agente?

c) Teoria do mandato: entre o Estado e o agente público há uma relação contratual semelhante ao
mandato. Argumento de refutação: se há um contrato, como que ele é assinado e onde estão as
cláusulas desse contrato?

d) Teoria do órgão público OU teoria da imputação volitiva: É ACEITA HOJE. Autor – Otto
Gierke. O órgão público é um conjunto de competências titularizadas pelo agente. O agente não é
o órgão, não representa o órgão nem é mandatários dele. Os comportamentos do agente no
exercício da função são juridicamente atribuídos (imputados) ao Estado.

 Consequências da teoria volitiva:

i) Se o dano for causado pelo agente FORA do exercício da função pública, o Estado NÃO responde;
ii) Se o prejuízo for causado pelo agente no exercício da função pública, a ação indenizatória deve ser
proposta contra a pessoa jurídica estatal, NUNCA contra a pessoa física do agente (teoria da ação
regressiva como dupla garantia. Garantia do Estado, porque poderá pedir indenização do agente e
garantia do agente, que não será acionado pela vítima diretamente). A responsabilidade do Estado
prescreve em 05 anos, enquanto que a responsabilidade pessoal do agente prescreve em 03 anos.

CUIDADO: órgão público NUNCA tem personalidade jurídica, mas alguns órgãos podem ter
capacidade processual para defesa de prerrogativas em juízo, especialmente, no mandado de
segurança e no habeas data.

3 – ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

Possuem 02 tipos: art. 37, XIX, CF

De direito Público De direito Privado


São criadas por lei específica São autorizadas por lei específicas
Não precisa de registro em cartório. São criadas com necessidade de registro em
cartório. É um processo em 03 fases: uma lei
autoriza a criação, o executivo decide se quer
criar ou não a lei, desde que o legislativo autorize
antes, após há o registro em cartório, nascendo a
personalidade jurídica da PJ.
Para extinguir basta publicar uma lei extinguindo. Dá-se pelo mesmo processo de sua criação.
Exemplos: Exemplos:
 Autarquias;  Empresas públicas;
 Fundações Públicas;  Sociedades de Economia Mista;
 Agências reguladoras e executivas;  Subsidiárias;
 Associações públicas.  Fundações governamentais de direito

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privado;
 Consórcios públicos de direito privado

OBS.: Associação pública e Consórcios públicos de direito privado - Lei 11.107/05 – Art. 6º - são
pessoas jurídicas criadas após a celebração de consórcio entre as entidades federativas (integram à
Administração Indireta de TODAS as entidades consorciadas).

OBS.: As associações públicas têm natureza de autarquia; os consórcios públicos de direito privado
têm natureza de empresa pública transfederativas.

OBS.: Fundações em geral: são personificações patrimoniais que se divide em fundações particulares
(o instituidor é um particular) e as fundações estatais (quando o instituidor é o Estado). A fundação
estatal pode ter natureza de fundação pública ou de fundação governamental de direito privado. A
fundação pública é uma pj de direito público e a fundação governamental de direito privado.

Fundação Estatal Fundação Governamental de direito privado


O legislador pode criar. Há controvérsia se é de direito público ou privado.
São PJ de direito público. São criadas por lei. São autorizados por lei. Precisam do registro dos
atos constitutivo em cartório.
FUNAI, FUNASA, PROCON e as universidades Fundação Padre Anchieta (TV cultura)
públicas.

Subsidiárias: são PJ’s de direito privado que integram grupos econômicos encabeçados por empresas
estatais. São criadas por autorização legislativa. A jurisprudência do STF diz que basta uma
autorização e essa autorização legislativa para criação de qualquer entidade da administração indireta.

Subsidiárias Controladas
São criadas por autorização legislativa Não são criadas por autorização legislativa.
Integra à Administração Indireta É originariamente privada.

Empresas privadas com participação do Estado: o Estado possui parte minoritária do capital votante.

a) Empresas Estatais:

Empresas públicas Sociedades de economia mista


Todo o capital é Estatal. A maioria do capital votante é Estatal. O controle
societário pertence ao Estado.
Tem forma organizacional livre. São obrigatoriamente sociedades anônimas.
As empresas públicas da União demandam e são As SEM da União demandam e são demandadas na
demandadas na Justiça Federal justiça comum Estadual, exceto nas ações de MS e
HD que é demandado na justiça federal.
Exemplos: Exemplos:
a) Correios; a) Banco do Brasil;
b) Caixa econômica federal. b) Petrobrás

 Características comuns de EP e SEM:

i) Não podem falir;


ii) Estão sujeitas a controle pelos Tribunais de Contas;

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iii) Estão sujeitas ao teto remuneratório (seus dirigentes não podem ganhar mais que os
ministros do STF);
iv) Tem que fazer licitação e contratar mediante concurso público;
v) O regime é contratual celetista (emprego público), EXCETO os dirigentes, pois são
comissionados;
vi) Tem o dobro do limite (20%) para contratação direta por dispensa de licitação (art. 24, § 1º
lei 8.666/93). O dobro vale também para consórcios públicos e para agências executivas.
vii)

 Demais Características da Empresas públicas e das SEM: dependem da atividade dominante.

Se for prestadoras de serviços públicos: empresa Se for exploradoras da atividade econômica:


de correios e telégrafos banco do Brasil e Petrobrás

Têm responsabilidade objetiva Têm responsabilidade subjetiva


São imunes a impostos (art. 150, § 2º, CF) Pagam todos os tributos (Art. 173, § 1º, II e §
2º, CF).

b) Autarquias

São serviços autônomos criados por lei específica com autonomia (capacidade de autogoverno) gerencial,
orçamentária e patrimonial para exercer funções típicas da administração pública (Art. 5º, I, DC 200).

 Funções típicas das autarquias:

a) prestar serviços públicos;


b) exercer atividades de fomento;
c) exercer poder de polícia, que é a manifestação do ius imperium do Estado (ex.: ANVISA, ANS).

As autarquias são vinculadas, mas não subordinadas a ministérios.

 Espécies de Autarquias:

i) corporativas (são os conselhos de classe);


ii) fundacionais (são as fundações públicas);
iii) geográficas ou territoriais (são os territórios federais para uma corrente minoritária)
iv) associativas (são as associações públicas)
v) autarquias especiais (têm mais autonomia – como as agências);
vi) autarquias comuns ou de serviços.

 Outras características das autarquias:

i) possuem bens públicos;


ii) são executadas em regime de precatórios;
iii) a responsabilidade é objetiva;
iv) não podem falir;
v) nunca exploram atividade econômica.

 Agências:

Agências Executivas Agências Reguladoras

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Art. 37, § 8º, CF: uma qualificação dada pelo São autarquias com regime especial responsável
governo para autarquias e fundações por garantir a autonomia qualificada nas
ineficientes, celebrando contrato de gestão para agências, uma maior liberdade de atuação
ampliar sua autonomia em troca de metas de (independência administrativa). O regime
desempenho. especial é formado por duas características:
dirigentes estáveis e com mandatos fixos.

Quarentena nas agências: art. 8º da lei 9.896. A


quarentena é remunerada, temporária e
setorial.

DICA: As agências têm poder normativo (criam


regras de disciplina do setor) e seus dirigentes
são nomeados por ato complexo (indicação pelo
chefe do executivo + aprovação pelo
legislativo).
Exemplo: INMETRO

II. Lousas

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Organização Administrativa

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Autarquias (art. 5º, I do DC 200/67)

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