Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 É o único contrato passível de ser firmado por um órgão público, eis que, em regra, não possui capacidade para
firmar contratos. O contrato de gestão está previsto pelo artigo 37, § 8°, da Constituição Federal.
2 Doutrina e jurisprudência sustentam a capacidade processual de certos órgãos para defesa em Juízo de suas
prerrogativas funcionais, mediante Mandado de Segurança, quando da violação da sua competência por outro órgão
público.
3 No caso de Mandado de Segurança, este é impetrado contra a pessoa do agente público responsável pelo órgão.
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 22ª ed. São Paulo, Malheiros, 1997, pp. 66/70.
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
2.1 Autarquias: serviço autônomo criado por lei e regulado por decreto, com personalidade
jurídica de Direito Público, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada. As autarquias operam com autonomia frente ao poder que a criou,
respondendo diretamente por seus atos.
O regime jurídico das autarquias é um regime de Direito Administrativo: contrata servidores
por concurso; somente pode contratar obedecendo a Lei de Licitações (Lei nº 8.666/1993); paga
seus débitos por meio de precatórios; seus bens são impenhoráveis etc. Como regra geral, a
autarquia terá o mesmo regime da pessoa política que a tiver criado. Contudo, a lei instituidora
pode conferir privilégios específicos e aumentar a sua autonomia comparativamente com as
autarquias comuns, dizendo-se nesta hipótese que foram constituídas sob regime especial.
São autarquias de regime especial, entre outras, o Banco Central do Brasil (Lei nº
4559/64), a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Lei nº 4118/62) e a Universidade de São Paulo
(Decreto-Lei nº 13855/44).
As agências reguladoras são pessoas jurídicas de Direito Público Interno, criadas por lei
geralmente sob a forma de autarquia especial, cuja finalidade é regular e/ou fiscalizar as
atividades de serviços públicos executados por empresas privadas, mediante prévia concessão,
permissão ou autorização, a exemplo dos setores de energia elétrica (ANEEL), telecomunicações
(ANATEL), produção e comercialização de petróleo (ANP), mercado audiovisual (ANCINE), planos e
seguros de saúde suplementar (ANS), aviação civil (ANAC) etc.
Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, serviço público, dotada de
personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade:
I – defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os
direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida
administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições
jurídicas;
II – promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a
disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil.
§ 1º A OAB não mantém com órgão da Administração Pública qualquer vínculo
funcional ou hierárquico.
§ 2º O uso da sigla “OAB” é privativo da Ordem dos Advogados do Brasil.
Nesta esteira, sob a ótica do STF, a OAB é pessoa jurídica "ímpar" no ordenamento jurídico
brasileiro. Assim, apesar de possuir todos os privilégios inerentes às autarquias e seguir o regime
público, como o julgamento perante a Justiça Federal, imunidade tributária, privilégios processuais,
não mais pode ser considerada uma espécie de autarquia propriamente dita.
2.2 Empresa pública: é uma entidade dotada de personalidade jurídica de Direito Privado, com
criação autorizada por lei e efetivada por decreto5, para a exploração de atividade econômica, com
capital exclusivamente público, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em Direito.
Exemplos: Caixa Econômica Federal, Casa da Moeda e Correios.
A partir da Emenda Constitucional nº 19 de 1998, contemplou-se como princípio basilar à
atuação da empresa pública no princípio da eficiência, cujo objetivo é uma maior credibilidade e
celeridade operacional dos atos praticados pelas mesmas.
2.4 Fundação pública: Di Pietro conceitua fundação pública como sendo “o patrimônio, total ou
parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito público ou privado, e destinado,
por lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem social, com capacidade de
autoadministração e mediante controle da Administração Pública, nos termos da lei.” 7
5 O decreto cria o estatuto social da empresa, o qual deverá ser levado a registro no Cartório ou Junta Comercial. Tal
como a empresa privada, somente com o registro a empresa pública adquirirá personalidade jurídica.
6 Tal como ocorre com a empresa pública, o decreto cria o estatuto social da sociedade, o qual deverá ser levado para
registro no Cartório ou Junta Comercial, para que, com o registro, a sociedade adquira personalidade jurídica.
7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 15ª ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 373.
As fundações são criadas por decreto após autorização legislativa (a lei autoriza sua
criação, que é feita por decreto), regulada por lei complementar, para o desenvolvimento de
atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de Direito Público.
Não possuem donos ou sócios nem fins lucrativos; consistem em um patrimônio destinado
a um fim específico8, gerido pelos respectivos órgãos de direção, na conformidade de seus
estatutos, com funcionamento custeado por recursos estatais e de outras fontes.
Nossos tribunais vêm entendendo que essas fundações têm natureza jurídica de autarquia
(autarquias fundacionais ou fundações autárquicas), com natureza jurídica de Direito Público.
Autarquia Fundação
Criada por decreto após autorização
Criada por lei ordinária e específica
legislativa; lei complementar define a atuação
Dotação patrimonial exclusivamente pública Dotação patrimonial pública e/ou privada
3. Entes de cooperação
Como bem ensina Odete Medauar, existem entes em situação peculiar, que colaboram com
o Estado, mas que não se enquadram exatamente na administração direta ou indireta. 9
Os entes de cooperação, também chamados de paraestatais, são pessoas jurídicas de
Direito Privado, mas sem fins lucrativos. Podem até obter lucro de algum modo, mas ele sempre
será revertido para suas finalidades, não constituindo a atividade lucrativa seu verdadeiro fim.
3.1 Serviços sociais autônomos: são as pessoas jurídicas conhecidas como SEBRAI, SESC,
SESI, SENAI, entre outros, que oferecem cursos, lazer, apoio, para diversas categorias
profissionais. Recebem recursos orçamentários, mas sua principal receita advém das contribuições.
8 As fundações geralmente são destinadas a fins culturais, educacionais, técnicos, científicos, sociais, artísticos etc.
9 MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. São Paulo, RT, 1996, p. 104.
3.2 Entidades de apoio: podem ter a natureza de fundação privada ou de associação, seguindo,
por óbvio, o regime jurídico de Direito Privado. São criadas pelos próprios servidores da
Universidade Pública e não pelo Poder Público. Funcionará a entidade de apoio dentro das
Universidades Públicas (previsão na Lei 8.958/1994), podendo também atuar excepcionalmente
dentro de Hospitais Públicos, não havendo neste caso lei prevendo a situação.
3.3 Organizações Sociais (OSs): definidas pela Lei 9.637/1998, são pessoas jurídicas de Direito
Privado que nascem a partir da extinção de outras estruturas da Administração.
O Estado se incumbe do serviço, dos bens e dos servidores que trabalhavam em
determinado órgão que iria ser extinto e passa à formação de uma Organização Social, para
prestar serviços não exclusivos do Estado.
As OSs colaboram com pesquisas, saúde, meio-ambiente, ensino etc. Não prestam
diretamente o serviço, mas atuam complementando a área para a qual foram instituídas.
4. Agências executivas
Agência executiva é a qualificação dada à autarquia, fundação pública ou órgão da
administração direta que celebre contrato de gestão com o próprio ente político com o qual está
vinculado. Atuam no setor onde predominam atividades que por sua natureza não podem ser
delegadas à instituições não estatais, como fiscalização, exercício do poder de polícia, regulação,
fomento, segurança interna etc.
Segundo Di Pietro, "Em regra, não se trata de entidade instituída com a denominação de
agência executiva. Trata-se de entidade preexistente (autarquia ou fundação governamental) que,
uma vez preenchidos os requisitos legais, recebe a qualificação de agência executiva, podendo
perdê-la se deixar de atender aos mesmos requisitos."10
São instituídas pelo Poder Público com intuito de otimizar recursos, reduzir custo e
melhorar a prestação de serviços.