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Direito Administrativo

Professor Cristiano de Souza

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Direito Administrativo

DA ADMINISTRAÇÃO DIREITA

O Código Civil de 2002, nos artigos 40 e 41, afirma que as pessoas jurídicas são de direito
público interno, ou externo, e de direito privado. Vejamos:
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I – a União;
II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III – os Municípios;
IV – as autarquias, inclusive as associações públicas;
V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Para Hely Lopes Meirelles o Estado (sentido genérico) é pessoa jurídica de Direito Público
Interno e ainda “como ente personalizado, o Estado pode atuar no campo do Direito Público
como no Direito Privado.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo, 28ª ed. 2015) elenca as teorias explicativas
da relação do Estado (pessoa jurídica) com seus agentes, vejamos:
a) Teoria do mandato: o agente público é mandatário da pessoa jurídica.
b) Teoria da representação: o agente público é representante do Estado por força de lei
equiparando o agente a figura do tutor ou curador.
c) Teoria do Órgão: a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos, de tal modo
que quando os agentes que os compõem manifestam a sua vontade, é como se o próprio
Estado o fizesse: representação por IMPUTAÇÃO.
Chegamos as seguintes conclusões sobre a personalidade jurídica do Estado:
1. As pessoas físicas, quando agem como órgãos do Estado, externam uma vontade que só
pode ser imputada ao Estado e não se confunde com a vontade individual do agente;
2. Deve-se considerar a personalidade jurídica do Estado para o tratamento dos interesses
coletivos, evitando-se a ação arbitrária em nome do Estado ou dos interesses coletivos;
3. Só as pessoas físicas ou jurídicas podem ser titulares de direitos e deveres jurídicos, por
isso o Estado é reconhecido como pessoa jurídica;
4. Por meio do reconhecimento do Estado como pessoa jurídica se estabelecem limites
jurídicos eficazes à ação do Estado no seu relacionamento como o indivíduo.

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ESTRUTURA LEGAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA

Como preceitua o art. 4º do Dec. 200/67 a administração direta constitui dos serviços integrados
na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
Art. 4º A Administração Federal compreende:
I – A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa
da Presidência da República e dos Ministérios.
Então, com base na Teoria do Órgão, podemos definir “órgão público” como um centro de
competências que congrega atribuições exercidas, por vez, pelos seus agentes públicos com o
objetivo de expressar a vontade do Estado.
Importante salientar que os órgãos públicos NÃO têm personalidade jurídica. Sendo assim,
quem não tem personalidade jurídica não poderia ter capacidade de ser parte nos processos
(carece de capacidade processual). Contudo, a doutrina e a jurisprudência flexibilizaram essa
regra, criando diversas exceções onde, mesmo não tendo personalidade jurídica, o órgão
público teria uma capacidade processual especial e específica.

Conclusão: Em regra, os órgãos, por não terem personalidade jurídica própria, não
teriam, também, capacidade processual, salvo nas hipóteses em que os órgãos são
titulares de direitos subjetivos, o que lhes confere capacidade processual especial
para a defesa de suas prerrogativas e competências.

NATUREZA ESPECIAL DE ALGUNS ÓRGÃOS

Os Tribunais de Contas, o Ministério Público e a Defensoria Pública são órgãos públicos da


estrutura organizacional, mas possuem natureza jurídica especial, vejamos:
a) São órgão independentes, com previsão na própria Constituição, inclusive o MP não
pertence a estrutura dos Poderes Executivo e Judiciário.
b) Não integram a tripartição dos poderes.
c) São destituídos de personalidade jurídica própria, mas integram a administração direita da
respectiva entidade federativa.
d) Gozam de capacidade processual, mesmo desprovidos de personalidade jurídica autônoma.
Assim possuem capacidade processual especial para atuar em Mandado de Segurança
e Habeas Data. Já no Caso do MP e Defensoria Pública a capacidade especial é geral e
irrestrita.

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Veja os casos especiais já definidos pela jurisprudência pátria:


TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
DÉBITO DA CÂMARA MUNICIPAL. RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO. PRECEDENTES DO STJ.
AGRAVO NÃO PROVIDO.

1. "A Câmara Municipal não possui personalidade jurídica, mas apenas personalidade
judiciária, a qual lhe autoriza apenas atuar em juízo para defender os seus interesses
estritamente institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia
e independência do órgão, não se enquadrando, nesse rol, o interesse patrimonial do ente
municipal."
(AgRg no REsp 1486651/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 09/12/2014, DJe 15/12/2014)
PROCESSO CIVIL, PROCESSO COLETIVO E CONSUMIDOR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. 4. A legislação
brasileira não exige, em regra, condição especial para que a pessoa (física ou jurídica) e/ou o
ente tenham legitimação passiva ad causam nas ações civis públicas, sendo suficiente a lesão ou
a ameaça de lesão a direitos transindividuais. 5. Possuem legitimação concorrentemente para a
defesa coletiva dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas: o Ministério Público;
a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; as entidades e órgãos da administração
pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados
à defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC; as associações legalmente constituídas
há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e
direitos protegidos por este código, dispensada a autorização em assembleia (art. 82, I a IV, do
CDC).
(REsp 1281023/GO, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em
16/10/2014, DJe 11/11/2014)
MANDADO DE SEGURANÇA. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DIVERGÊNCIA
QUANTO À LEGITIMIDADE RECURSAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS. PERSONALIDADE
JUDICIÁRIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
b) o caso concreto não guarda similitude fático-jurídica em relação ao REsp 1.047.037/MG,
no qual se reconhecera legitimidade recursal à Universidade Estadual de Minas Gerais –
UEMG, autarquia que, como tal, ostenta personalidade jurídica própria, característica que
não detém o Ministério Público Estadual; c) O reconhecimento da propalada personalidade
judiciária vincula-se às hipóteses em que o órgão despersonalizado está em juízo na defesa
de suas prerrogativas institucionais, situação que não se verifica in casu, pois o tão só fato
de o questionado procedimento administrativo disciplinar tramitar no âmbito do Ministério
Público Estadual não importa reconhecer haja, aí, interesse institucional do Parquet em
defender suas atribuições constitucionais;
(EDcl no AgRg nos EDcl nos EREsp 1245830/AM, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, CORTE
ESPECIAL, julgado em 01/10/2014, DJe 06/11/2014)
MUNICÍPIO. DÍVIDA DA CÂMARA DOS VEREADORES. 1. As Turmas integrantes da Primeira Seção
de Direito Público desta Corte possuem o entendimento no sentido de que o Município, órgão
da administração pública dotado de personalidade jurídica, tem a legitimidade para responder
pelas dívidas contraídas pela Câmara de Vereadores, ainda que na esfera administrativa.

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(AgRg no REsp 1404141/PE, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
12/08/2014, DJe 18/08/2014)
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DÉBITO DA CÂMARA MUNICIPAL. RESPONSABILIDADE DO
MUNICÍPIO. PRECEDENTES.

1. A orientação das Turmas que integram a Primeira Seção desta Corte pacificou-se no sentido
de que "a Câmara Municipal não possui personalidade jurídica, mas apenas personalidade
judiciária, a qual lhe autoriza apenas atuar em juízo para defender os seus interesses
estritamente institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia
e independência do órgão, não se enquadrando, nesse rol, o interesse patrimonial do ente
municipal" (REsp 1.429.322/AL, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de
28.2.2014). Consequentemente, não pode ser demandada em razão do descumprimento
de obrigação tributária, relativa à contribuição previdenciária, pois o sujeito passivo
da contribuição incidente sobre a remuneração de membros da Câmara Municipal é o
Município (que figura na condição de pessoa jurídica de direito público). Desse modo, cabe
ao Município responder pelo inadimplemento de contribuição previdenciária devida por
seus órgãos.
(AgRg no REsp 1448598/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 05/06/2014, DJe 11/06/2014)
Para finalizar, conforme preconiza a Lei nº 9.784/99, órgão públicos estão presentes na
administração direta assim como na administração indireta, pois são representação de
pequenos centros de competências. Vejamos o dispositivo legal:
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário
da União, quando no desempenho de função administrativa.
§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
I – órgão – a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura
da Administração indireta;
II – entidade – a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III – autoridade – o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃO PÚBLICOS

Conforme Di Pietro, vários são os critérios para classificar os órgãos públicos, vejamos:

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Centrais: atuação em todo território nacional, estadual ou


municipal: Ex: Ministérios, Secretarias de Estado e Secretaria
de Município.
Quanto à esfera de Ação
Locais: atuam sobre uma parte do território: Ex: Delegacias
Regionais da Receita Federal, Delegacias de Polícia, Postos de
Saúde.
Independentes: são os originários da Constituição e
representam os três poderes, sem qualquer subordinação
hierárquica ou funcional.
Estão sujeitos apenas aos controles constitucionais de um
sobre o outro (prestação de contas, orçamento público).
Suas atribuições são exercidas por agentes públicos.
Ex: Casas Legislativas, Chefia do Poder Executivo e dos Tribunais.
Autônomos: estão localizados na cúpula da administração
subordinando-se diretamente à chefia dos órgãos
independentes.
Quanto a Posição Estatal Gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica.
Ex: Ministérios , Secretarias de Estado e de Município.
Superiores: são órgão de direção, controle e comando, mas
sujeitos a subordinação e ao controle hierárquico de uma
chefia.
Não gozam de autonomia administrativa nem financeira.
Ex: Departamentos, Coordenadorias, Divisões e Gabinetes.
Subalternos: são os que se acham subordinados
hierarquicamente a órgãos superiores de decisão.
Exercem atividade de execução.
Ex: seções de expediente, de pessoal, de material, de portaria.
Simples ou Unitário: constituído por um único centro de
Quanto a estrutura atribuição, sem divisões internas.
Composto: constituído por vários outros órgãos. Ex: Ministérios
Singular: quando integrado por um único agente.
Quanto a composição
Coletivo: quando integrado por vários agentes.

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DIREITO ADMINISTRATIVO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para designar, em sentido am-
plo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração
Pública.
A expressão Administração Pública, em sentido estrito, compreende, sob o aspecto subjetivo,
apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa,
excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política.
No tocante a expressão administração pública, segundo Maria Sylvia Di Pietro, podemos classi-
ficar a expressão em dois sentidos, vejamos:

Sentido subjetivo, formal ou orgânico Sentido objetivo, material ou funcional


Designa os entes que exercem a atividade admi- Designa a natureza da atividade exercida pelos re-
nistrativa compreendendo as pessoas jurídicas, ór- feridos entes. É a própria função administrativa,
gãos, e agentes públicos incumbidos no exercício preponderantemente, ao do poder executivo.
da atividade administrativa: a função administrati-
va.
No sentido subjetivo abrange todos os entes com Abrange as atividades exercidas pelas pessoas jurí-
atribuição do exercício da atividade administrativa. dicas, órgãos e agentes no atendimento das neces-
O Poder Executivo exerce tipicamente essa fun- sidades coletivas. Nesse sentido temos o fomento
ção, assim como os Poderes Legislativo e Judiciário por subvenções orçamentárias, a polícia adminis-
exercem atipicamente a função administrativa. trativa com as limitações administrativas, os servi-
Portanto, todos os órgãos integrantes das pessoas ços públicos assim como as intervenções estatais
jurídicas (União, Estado, DF, Municípios) compõe a na regulação e fiscalização da atividade econômica
administração no sentido subjetivo. de natureza privada.
Incluindo, nesta lista, as pessoas jurídicas da
administração indireta (autarquias, fundações
públicas, empresa públicas, sociedade de economia
mista, consórcio público)
Características em sentido objetivo
É uma atividade concreta que põe a execução da
vontade do Estado contida na lei;
Sua finalidade é a satisfação direta e imediata dos
fins do Estado;
Seu regime é preponderantemente público.
Resumo: em sentido objetivo, a administração pode
ser definida como atividade concreta e imediata
que o Estado desenvolve, sob regime jurídico total
ou parcialmente público, para a consecução dos
interesses coletivos.

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

A administração pública pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regime ju-
rídico de direito público. Portanto, o “Regime Jurídico da Administração Pública” será público
ou privado.
A definição de regime jurídico é delineada pelo próprio texto constitucional ou pelas leis in-
fraconstitucionais, mas jamais poderá definir o regime jurídico por ato uniliteral tipicamente
administrativo (ex.: portarias, decretos, regulamentos, instruções normativas), pois tal conduta
ofenderia o princípio da legalidade.
Quando atua no regime de direito privado ficará equiparada para todos os efeitos de obriga-
ções, encargos e privilégios conferidos ao setor privado, sem nenhuma prerrogativa de superio-
ridade.
Por outro lado, quando atua no regime de direito público a administração gozará privilégios
(ex.: prescrição quinquenal, processo especial de execução, impenhorabilidade dos bens públi-
cos), mas também sofrerá restrições (Ex.: limitação e definição de competências, obediências
aos princípios da finalidade, forma, motivo, publicidade).
De forma mais restrita, a expressão “Regime Jurídico Administrativo” traduz a atuação da ad-
ministração numa posição de privilégio, portanto, de direito público. Obviamente, nesse regi-
me teremos o gozo de privilégios assim como a imposição de restrições.
O binômio de prerrogativas e restrições da administração pública geralmente é expresso em
princípios que norteiam a atuação da administração quando atua no regime público.
Do privilégio surge o princípio da supremacia do interesse público sobre o particular no in-
tuito da necessidade de satisfação dos interesses coletivos buscando o bem estar social (ex.:
poder de polícia quando limita o exercício de direito individuais).
De outra banda, da restrição surge o princípio da legalidade, vez que o administrador só pode
agir no estrito parâmetro da lei, representando a limitação do agente público na proteção aos
direitos individuais representado pelo princípio da indisponibilidade do interesse público.

Conclusão: os privilégios e restrições norteadores da atuação do administrador, no re-


gime público, pode ser representado pelo princípio da supremacia do interesse públi-
co sobre o particular e pelo princípio da indisponibilidade do interesse público.

Alguns princípios estão expressos na Constituição Federal, como a legalidade, impessoalidade,


moralidade, publicidade e a eficiência, no art. 37 da norma máxima. Outros princípios estão im-
plícitos no próprio texto constitucional, como a presunção de legitimidade, boa-fé e hierarquia.
Da mesma forma encontramos princípios expressos nas normas infraconstitucionais a exemplo
da Lei nº 9.784/99 (Processo Administrativo Federal), Lei nº 8.666/93 (Licitações e contratos),
Lei nº 8.987/95 (Concessão e permissão).

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO e PRINCÍPIOS

A administração pública pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regime


jurídico de direito público. Portanto, o “Regime Jurídico da Administração Pública” será público
ou privado.
A definição de regime jurídico é delineada pelo próprio texto constitucional ou pelas leis
infraconstitucionais, mas jamais poderá definir o regime jurídico por ato uniliteral tipicamente
administrativo (ex: portarias, decretos, regulamentos, instruções normativas), pois tal conduta
ofenderia o princípio da legalidade.
Quando atua no regime de direito privado ficará equiparada para todos os efeitos de
obrigações, encargos e privilégios conferidos ao setor privado, sem nenhuma prerrogativa de
superioridade.
Por outro lado, quando atua no regime de direito público a administração gozará privilégios (ex:
prescrição quinquenal, processo especial de execução, impenhorabilidade dos bens públicos),
mas também sofrerá restrições (Ex: limitação e definição de competências, obediências aos
princípios da finalidade, forma, motivo, publicidade).
De forma mais restrita, a expressão “Regime Jurídico Administrativo” traduz a atuação da
administração numa posição de privilégio, portanto, de direito público. Obviamente, nesse
regime teremos o gozo de privilégios assim como a imposição de restrições.
O binômio de prerrogativas e restrições da administração pública geralmente é expresso em
princípios que norteiam a atuação da administração quando atua no regime público.
Do privilégio surge o princípio da supremacia do interesse público sobre o particular no intuito
da necessidade de satisfação dos interesses coletivos buscando o bem estar social (ex: poder
de polícia quando limita o exercício de direito individuais).
De outra banda, da restrição surge do princípio da legalidade, vez que o administrador só pode
agir no estrito parâmetro da lei, representando a limitação do agente público na proteção aos
direitos individuais representado pelo princípio da indisponibilidade do interesse público.

Conclusão: os privilégios e restrições norteadores da atuação do administrador, no


regime público, pode ser representado pelo princípio da supremacia do interesse
público sobre o particular e pelo princípio da indisponibilidade do interesse público.

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Alguns princípios estão expressos na Constituição Federal, como a legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e a eficiência, no art. 37 da norma máxima. Outros princípios estão
implícitos no próprio texto constitucional, como a presunção de legitimidade, boa-fé e
hierarquia.
Da mesma forma encontramos princípios expressos nas normas infraconstitucionais a exemplo
da Lei nº 9.784/99 (Processo Administrativo Federal), Lei nº 8.666/9 (Licitações e contratos), Lei
nº 8.987/95 (Concessão e permissão)

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Representa a garantia aos direitos individuais do administrado, pois a administração pública só
pode fazer o que a lei permite. Diferente do que ocorre na relação horizontal entre particulares,
onde reina o princípio da autonomia das partes.
Encontramos esse princípio de forma expressa em duas passagens pela Constituição Federal,
vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade [...]
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência [...]
Portanto, o balizador da administração é os limites da lei, consequentemente, o administrador
não pode conceder direitos de qualquer espécie ou criar e impor obrigações por ato puro
administrativo, dependendo de lei formal nesse sentido.
Pela inobservância do referido princípio o administrado poderá requerer a declaração de
nulidade do ato pela via administrativa ou pela via judiciária. Exatamente nesse sentido, que
surge os sistemas de controle de legalidade na atuação do administrador público, vejamos
alguns exemplos na CF/88:
Art. 5º, XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Art. 5º, LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Art. 5º, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público;
Art. 5º, LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete:

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Direito Administrativo – Princípios Constitucionais da Administração Pública – Prof. Cristiano de Souza

I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer


prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a
das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores
que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

BLOCO DA LEGALIDADE
A administração pública está obrigada a respeitar o bloco da legalidade como requisito de
validade do ato administrativo. Portanto, o administrador dever respeitar outros comandos
legais concomitantemente, vejamos:
1. Constituição Federal e suas Emendas Constitucionais.
2. Constituição Estadual e Leis Orgânicas.
3. Medidas Provisórias.
4. Tratados e Convenções Internacionais.
5. Costume como fonte de direito.
6. Decretos, regimentos, resoluções.
7. Princípios gerais de direito.

PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Esse princípio está diretamente relacionado com a finalidade pública (bem comum coletivo).
Sendo assim, a administração não pode atuar com o intuito de prejudicar ou beneficiar
determinada pessoa. A exemplo da ordem impessoal para o pagamento de precatórios. Assim
como, de modo inverso, também não pode beneficiar o próprio administrador público. Nesse
sentido é vedado o uso de símbolos, nomes, imagens que caracterizem a promoção pessoal do
agente público.
No campo infraconstitucional, esse princípio também aparece expresso, a exemplo da Lei nº
9.784/99, Lei nº 8.666/93, vejamos:

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Art. 37 – § 1º – A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo
ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.
Art. 100 – § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão
CF/88
consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente
do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento
integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os
casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação
orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro
da quantia respectiva.
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre
outros, os critérios de:
[...]
III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção
Lei nº 9.784/99 pessoal de agentes ou autoridades;
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou
autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha
ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge,
companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou
respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para
a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
Lei nº 8.666/93 e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA


A moralidade administrativa difere da moral comum, pois o princípio administrativo não impõe
o dever de atendimento a moral comum dos homens, mas exige um comportamento regrado
em padrões éticos de boa fé, honestidade e probidade na conduta do administrador. Vejamos
o fundamento Constitucional desse princípio:

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Direito Administrativo – Princípios Constitucionais da Administração Pública – Prof. Cristiano de Souza

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]

Tal princípio também foi objeto de análise pelo STF culminando com a publicação da Súmula
Vinculante 13 e reiterada pelas decisões jurisprudenciais, vejamos:

Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha


reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Súmula Vinculante 13 e não exaustão das possibilidades de nepotismo
"Ao editar a Súmula Vinculante nº 13, a Corte não pretendeu esgotar todas as
possibilidades de configuração de nepotismo na Administração Pública, dada a
impossibilidade de se preverem e de se inserirem, na redação do enunciado, todas
as molduras fático-jurídicas reveladas na pluralidade de entes da Federação (União,
estados, Distrito Federal, territórios e municípios) e das esferas de Poder (Executivo,
Legislativo e Judiciário), com as peculiaridades de organização em cada caso.
Dessa perspectiva, é certo que a edição de atos regulamentares ou vinculantes por
autoridade competente para orientar a atuação dos demais órgãos ou entidades a
ela vinculados quanto à configuração do nepotismo não retira a possibilidade de, em
cada caso concreto, proceder-se à avaliação das circunstâncias à luz do art. 37, caput,
da CF/88." MS 31.697, Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, julgamento em
11.3.2014, DJe de 2.4.2014.
"(...) 3. A redação do enunciado da Súmula Vinculante nº 13 não pretendeu esgotar
todas as possibilidades de configuração de nepotismo da Administração Pública,
uma vez que a tese constitucional nele consagrada consiste na proposição de que
essa irregularidade decorre diretamente do caput do art. 37 da Constituição Federal,
independentemente da edição de lei formal sobre o tema. (...)" Rcl 15.451, Relator
Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno, julgamento em 27.2.2014, DJe de 3.4.2014.

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PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Esse princípio está atrelado ao direito de acesso dos indivíduos a informações de seu interesse
e de transparência na atuação da administração pública. Encontramos fundamento jurídico na
Constituição Federal desses direitos, vejamos:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
LXXII – conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

Contudo, há exceções à publicidade prevista no próprio texto da Constituição Federal, vejamos


as exceções:

Art. 5º – X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação;
Art. 5º – XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
IMPRESCINDÍVEL À SEGURANÇA da sociedade e do Estado;
OBS: o Inc. XXXIII do art. 5º da CF/88 foi regulamentado pela Lei nº 12.527/11
conhecida como Lei de acesso à Informação.

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Direito Administrativo – Princípios Constitucionais da Administração Pública – Prof. Cristiano de Souza

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Acrescentado pela EC nº 19/98 busca a economicidade, redução de desperdício, qualidade no
serviço público e rendimento funcional. Ou seja, busca os melhores resultados por meio da
aplicação da lei. São exemplos desse instituto, vejamos:

Art. 5º – LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável


duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Art. 37 – § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades
da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal."
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Após o Estágio
Probatório)
[...]
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação
especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Estágio
Probatório)
Lei nº 8.987/95 – Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de
serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta
Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e
modicidade das tarifas.

SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO


Conforme Celso Antônio Bandeira de Mello, Supraprincípios ou Superprincípios são os
princípios centrais dos quais derivam os demais princípios da administração pública. São eles:
a) Supremacia do Interesse Público sobre o interesse privado: reflete os poderes da
administração pública. Está implícito no ordenamento jurídico colocando a administração
em posição de desigualdade jurídica em relação ao administrado, pois está em posição de
superioridade. Ex: desapropriação, requisição de bens, rescisão unilateral dos contratos,
impenhorabilidade de bens, exercício do poder de polícia.

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b) Indisponibilidade do interesse público: reflete os direitos dos administrados. Significa
que o agente público não é dono do interesse por eles tutelados. Sendo assim, não cabe
transação desses direitos.
OBS: Tanto a doutrina majoritária como o STF entende que os Supraprincípios não são
absolutos, podendo em casos excepcionais serem relativizados. Ex: compromisso arbitral.

ALGUNS PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS NA CF/88


PRINCÍPIO DA FINALIDADE: Toda atuação do administrador se destina a atender o interesse
público e garantir a observância das finalidades institucionais por parte das entidades da
Administração Indireta. A finalidade pública objetivada pela lei é a única que deve ser perseguida
pelo administrador. A Lei, ao atribuir competência ao Administrador, tem uma finalidade
pública específica. O administrador, praticando o ato fora dos fins, expressa ou implicitamente
contidos na norma, pratica DESVIO DE FINALIDADE.
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA : A Administração tem o dever de zelar pela legalidade e eficiência
dos seus próprios atos. É por isso que se reconhece à Administração o poder e dever de anular
ou declarar a nulidade dos seus próprios atos praticados com infração à Lei.
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS: O serviço público destina-se a atender
necessidades sociais. É com fundamento nesse princípio que nos contratos administrativos não
se permite de forma absoluta que seja invocada, pelo particular, a exceção do contrato não
cumprido, pois nossa legislação já permite que o particular invoque a exceção de contrato não
cumprido na Lei 8.666/93, apenas no caso de atraso superior a 90 dias dos pagamentos devidos
pela Administração.
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE e PROPORCIONALIDADE: Os poderes concedidos à
Administração devem ser exercidos na medida necessária ao atendimento do interesse
coletivo, sem exageros. O Direito Administrativo consagra a supremacia do interesse público
sobre o particular, mas essa supremacia só é legítima na medida em que os interesses públicos
são atendidos. Exige proporcionalidade entre os meios de que se utilize a Administração e os
fins que ela tem que alcançar.

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Direito Administrativo

AGENTES PÚBLICOS

Conceitos: agentes públicos são todos aqueles que exercem função pública como preposto do
Estado. Ou seja, são pessoas físicas que manifestam a vontade do Estado.
Classificação: conforme Hely Lopes, os agentes públicos dividem-se em:
a) Agentes políticos
b) Agentes administrativos
c) Agentes honoríficos
d) Agentes delegados
e) Agentes credenciados

a) Agentes políticos:

São aqueles que exercem a função política.


Ex: Presidente da República, Ministros de Estado, Deputados, Senadores, Juízes, Promotores.
- Possuem status constitucional, ou seja, não estão sujeitos as regras comuns dos servidores
públicos.
- Em regra não são sujeitos à hierarquia, salvo os auxiliares diretos (Ministros de Estado)

b) Agentes administrativos

São aqueles vinculados ao Estado por relação permanente de trabalho, salvo a função de
caráter temporário;
São denominados servidores públicos em sentido amplo.

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b) Agentes administrativos

servidores públicos em sentido restrito.

1. Servidor Estatutário: ocupam cargo público de provimento efetivo ou em comissão. Seu


regime jurídico está num Estatuto, por isso chama-se de Estatutário.
2. Empregado Público: que ocupa emprego público, pois seu regime jurídico é o contratual
conhecido como celetista.
3. Servidor temporário: exercem função temporária de caráter especial e transitório.

c) Agentes delegados

Recebem do Estado a incumbência de exercer determinada atividade pública, em seu nome


próprio e sem vínculo empregatício, mas sob fiscalização do Poder Público.
Ex: leiloeiro, peritos judiciais, serviços notariais, concessionários, permissionários.

d) Agentes honoríficos

Colaboram com o Estado de forma temporária em razão de sua condição cívica.


Ex: jurados e mesários.

e) Agentes Credenciados

Recebem a missão de representar a Administração Pública em determinadas atividades.


Ex: jogos olímpicos.

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Direito Administrativo

SERVIÇOS PÚBLICOS

Conceito muito amplo: os serviços públicos corresponde a todas as atividades do Estado na


função pública. Isso inclui a atividade Legislativa, Judicial e Executiva.
Conceito apenas amplo: os serviços públicos abrangeriam somente as atividades da
administração em sentido material. (exclui a atividade legislativa e judicial)
Inclui a execução de:

1. Serviço público em sentido estrito e os serviços administrativos;

2. Polícia administrativa;

3. Atividades de fomento;

4. Intervenção indireta no domínio econômico

Conceito restrito: abrangeriam os serviços públicos em sentido estrito (prestados diretamente


a população) e o serviços administrativos (atividades-meio = atividades internas).

Exclui:

1. atividade legislativa e judicial.


Exclui a execução de:

1. Serviço público em sentido estrito e os serviços administrativos;

2. Polícia administrativa;

3. Atividades de fomento;

4. Intervenção indireta no domínio econômico


Conceito mais restrito: abrangeria somente os serviços públicos em sentido estrito (prestados
diretamente a população).

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Exclui:

1. atividade legislativa e judicial


Exclui a execução de:

1. Serviço público em sentido estrito e os serviços administrativos;

2. Polícia administrativa;

3. Atividades de fomento;

4. Intervenção indireta no domínio econômico

FORMA DE PRESTAÇÃO:

1. CENTRALIZADA: o serviço é prestado pela própria administração.

2. DESCENTRALIZADA:
a) Por serviço: o serviço é prestado por entidade da administração indireta, a qual a lei
transfere a titularidade = outorga legal.
b) Por colaboração: o serviço é prestado por particulares mediante delegação. (art. 175, CF)

DELEGAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO


Disposições constitucionais:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. (contrato administrativo)
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
III – política tarifária;
IV – a obrigação de manter serviço adequado.
Espécies:
I - Concessão comum ou parceria público privada;
II - Permissão
III - Autorização

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Direito Administrativo – Delegação e Serviços Públicos – Prof. Cristiano de Souza

Espécies Concessão comum (Lei nº 8.987/95)


•• Concessão mediante licitação na modalidade concorrência;
•• Feita à pessoa jurídica ou consórcio de empresas;
•• Por prazo determinado;
Espécies Concessão comum (Lei nº 8.987/95)
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado;
III – concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total
ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse
público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência,
à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização,
por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e
amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;
Espécies Concessão Público Privada – Lei nº 11.079/04
Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade
patrocinada ou administrativa.
§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de
que trata a Lei no 8.987/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
§ 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração
Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento
e instalação de bens.
Espécie de Permissão: (Lei nº 8.987/95)
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
IV – Permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
Espécie de Autorização:
•• É ato administrativo discricionário pelo qual o Poder Público delega ao particular a
exploração de serviço público a título precário.
•• É unilateral
•• Discricionário
•• Como regra: é outorga sem prazo determinado, portanto, pode ser revogado a qualquer
momento.
•• OBS: a revogação de autorização concedida com prazo certo gera indenização

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Direito Administrativo

Atos Administrativos: Conceito, Requisitos, Atributos, Classificação, Espécies,


Revogação, Anulação E Invalidação.

Conceito de Ato e Fato


Importante, inicialmente conceituarmos os termos Ato e Fato administrativo. Ato significa uma
manifestação de vontade, que pode ou não produzir efeitos para o mundo jurídico. Por outro
lado fato é um acontecimento do mundo em que nós vivemos, mas tanto o ato quanto o fato
só terão relevância para administração se forem jurídicos, ou seja, interferirem na esfera do
Direito, mais especificamente atingir o Direito administrativo.
Concluímos, portanto, no ato administrativo tem manifestação de vontade que é passível
de anulação quando ilegal ou de revogação por conveniência ou oportunidade gozando de
presunção de legitimidade até prova em contrário.

Elementos ou Requisitos
Os elementos estão elencados na Lei nº 4.717/1965 (Lei de ação popular), senão vejamos:

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo
anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as
seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais
do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei,
regulamento ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em
que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada
ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

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Conceitos Doutrinários:
a) Sujeito competente – Aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato. É
vinculado. Admite convalidação somente em alguns casos (ex.: ato praticado por autoridade
incompetente). Contudo, no caso de excesso de poder o ato será nulo, não passível de
convalidação. Por fim, cabe salientar que admite delegação e avocação, salvo nos casos
elencados no art. 13 da lei nº 9.784/1999.

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

I – a edição de atos de caráter normativo;

II – a decisão de recursos administrativos;

III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

b) Forma – Exteriorização, ou melhor, o modo pelo qual a declaração se exterioriza. É vinculado,


mas admite convalidação.
c) Motivo – É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo.
(Mérito do ato administrativo)
d) Objeto – é o efeito jurídico imediato que o ato produz. Maria Sylvia Zanella Di Pietro dá
como exemplo o ato de demissão de um servidor público, onde o objeto é a relação funcional
do servidor com a administração, sobre a qual, recai o conteúdo do ato, ou seja, a demissão.
(Mérito do ato administrativo).
e) Finalidade – é o resultado que a administração quer alcançar com a prática do ato. Então se
objeto é efeito imediato, a finalidade é mediato, ou seja, vem antes do ato administrativo. É
vinculado. Não permite convalidação.

Atributos do Ato Administrativo


a) Presunção de legitimidade: todos os atos administrativos presumem-se em conformidade
com a lei e verdadeiros quanto aos fatos alegados pela administração. Portanto, todo ato
administrativo presume-se Legal (legalidade) e Verídico (veracidade), mas admite prova em
contrário, sendo de presunção relativa (juris tantum). Conclui-se que para um ato ser legítimo,
tem que ser legal e verídico.
b) Imperatividade ou Coercibilidade: é o atributo pelo qual o ato administrativo se impõe a
terceiros independentemente de sua concordância, mas nem todos os atos vão possuir estas
características, como por exemplo, aqueles solicitados pelos administrados (autorização,
licença, permissão) ou apenas enunciativos (certidão, atestado, parecer), pois estes atos
apenas conferem direitos. Decorre do poder de polícia denominado poder extroverso da
administração.
c) Autoexecutoriedade: consiste basicamente na administração poder colocar em execução
seus próprios atos, sem a necessidade de intervenção do judiciário. Mas também não será
para todos os atos, mas apenas para aqueles em que a lei preveja expressamente e quando

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Atos Administrativos – Direito Administrativo – Prof. Cristiano do Souza

se tratar de medida urgente. (ex: guinchar um carro em local proibido; dispersão de passeata
ilegal; interdição de estabelecimento)
d) Exigibilidade: é a capacidade de aplicar punição aos particulares por violação de normas.
Não está presente em todos os atos a exemplo dos atos enunciativos. (Ex.: multa de trânsito)
e) Tipicidade: é a característica pela qual o ato administrativo deve corresponder a figuras
definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Está presente
nos atos unilaterais. Não está presente nos contratos, pois são bilaterais.

Classificação dos Atos:

Quanto aos Atos Descrição Exemplos


Destinam-se a uma parcela grande de sujeitos Edital;
Gerais indeterminados e todos aqueles que se vêem Regulamentos;
abrangidos pelos seus preceitos; Instruções.
Destinatários
Demissão;
Destina-se a uma pessoa em particular ou a um
Individuais Exoneração;
grupo de pessoas determinadas.
Outorga de Licença
Circulares;
Os destinatários são os órgãos e agentes da
Internos Portarias;
Administração; não se dirigem a terceiros
Alcance Instruções;
Alcançam os administrados de modo geral (só Admissão;
Externos
entram em vigor depois de publicados). Licença.
Aquele que a administração pratica no gozo de Desapropriação;
Império suas prerrogativas; em posição de supremacia Interdição;
perante o administrado; Requisição.
São os praticados pela Administração em situação Alienação e
Objeto
Gestão de igualdade com os particulares, SEM USAR SUA Aquisição de bens;
SUPREMACIA; Certidões
Aqueles praticados por agentes subalternos; atos
Expediente Protocolo
de rotina interna;
Quando não há, para o agente, liberdade de Licença;
Vinculado escolha, devendo se sujeitar às determinações da Pedido de
Lei; Aposentadoria
Regramento
Quando há liberdade de escolha (na LEI)
Discricionário para o agente, no que diz respeito ao mérito Autorização
(CONVENIÊNCIA e OPORTUNIDADE ).
Produzido por um único órgão; podem ser simples
Simples Despacho
singulares ou simples colegiais.
Produzido por um órgão, mas dependente da Dispensa de
Formação do Composto
ratificação de outro órgão para se tornar exequível. licitação
ATO
Resultam da soma de vontade de 2 ou mais órgãos.
Escolha em lista
Complexo Não deve ser confundido com procedimento
tríplice
administrativo (Concorrência Pública).

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Espécies:

Requisitos Tipo do Ato Características


É O PODER, resultante da lei, que dá ao agente administrativo a
COMPETÊNCIA Vinculado capacidade de praticar o ato administrativo. Admite DELEGAÇÃO
e AVOCAÇÃO.
É o bem jurídico OBJETIVADO pelo ato administrativo; é ao que
FINALIDADE Vinculado
o ato se compromete;
É a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser
FORMA Vinculado
praticado; É o revestimento externo do ato.
É a situação de direito que autoriza ou exige a prática do ato
MOTIVO Discricionário
administrativo; é o por que do ato.
É o conteúdo do ato; é a própria alteração na ordem jurídica; é
OBJETO Discricionário
aquilo de que o ato dispõe, trata.

Invalidade: Revogação, Anulação e Convalidação:


Previsão legal da invalidade dos atos administrativos conforme lei nº 9.784/1999:

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração.

Portanto, a Administração Pública pode Anular ou Revogar seus atos administrativos; Sendo
assim, no exercício do poder de autotutela poderá rever seus próprios atos.
Por outro lado, o Poder Judiciário não pode revogar atos da administração pública, pois tem
competência apenas para a análise de legalidade e não de conveniência ou oportunidade.
Cabe lembrar que o enquanto não for revogado o ato administrativo, será ele considerado
legítimo e eficaz.
Obs. 1: efeitos decorrentes:
a) Da anulação: EX TUNC; (retroage a data de início dos efeitos do ato)
b) Da revogação: EX NUNC; (produz efeitos só para o futuro)
c) Da convalidação: EX TUNC (pois convalida os atos viciados)

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Atos Administrativos – Direito Administrativo – Prof. Cristiano do Souza

Obs. 2: Cinco hipóteses que não admite Convalidação:


a) Atos que já exauriram seus efeitos;
b) Atos vinculados;
c) Atos que geraram direitos adquiridos;
d) Atos integrativos;
e) Atos de mero expediente.

Prescrição/Decadência:

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram


efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
percepção do primeiro pagamento.
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.

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Direito Administrativo

Licitações e Contratos

Art. 37 – CF - XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras


e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.

ADM Proc. Licitação Contrato

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993


Art.1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a


seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes
são correlatos.

LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002.

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de
pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo,
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo
edital, por meio de especificações usuais no mercado.
Art. 21. Compete à União:

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XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação
de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de
água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995.


Art. 1º As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços públicos
reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas normas legais
pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis contratos.
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado;
IV – permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

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Direito Administrativo

Licitações – Lei 8.666/93

Conceito: Licitação é um procedimento administrativo mediante o qual a administração pública


seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato.
Portanto, está sujeito ao princípio da legalidade e ao princípio da indisponibilidade do interesse
público.

Situações de Aplicação das Licitações:


a) Compras, alienações, serviços e obras (art. 37, XXI, CF/88);
b) Locações (art. 1º – Lei 8.666/93)
c) Concessões e permissões (art. 2º – Lei 8.987/95)

Para quem se aplica?


a) Administração Direta
b) Administração Indireta

Casos especiais:
a) Repartições sediadas no exterior:
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições sediadas no exterior
observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamentação
específica.

Casos especiais:
b) Empresas públicas (E.P.) e Sociedade de Economia Mista (S.E.M.)
Regra: submetem-se a lei 8.666/93 – art. 173, §1º da CF.
Exceção1: para contratação de bens e serviços que constituam sal atividade FIM.
Exceção2: Petrobras – STF – utiliza o Regulamento de Procedimento licitatório Simplificado –
Decreto 2.745/98 c/c art. 67 da Lei 9.478/97)

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Casos especiais:
c) Entidades Paraestatais:
•• Não integram a administração pública em sentido formal;
•• Portanto, não precisam licitar;
•• Mas os S.S.A. (serviços sociais autônomos) devem respeitar os princípios da administração
pública para suas contratações – TCU
•• Sofre o controle do TCU.

Finalidades da Licitação
a) Selecionar a proposta mais vantajosa para a administração = melhor relação custo/
benefício;
b) Assegurar a observância do princípio constitucional da isonomia promovendo a competição;
c) Promover o desenvolvimento sustentável no país.

PRINCÍPIOS

1) Legalidade
•• Na administração não há liberdade nem vontade pessoal, pois a ela só é permitido fazer o
que a lei autoriza;
•• Chamada de vontade legal.

2) Impessoalidade
•• Impõe ao administrador a busca do interesse público;
•• Diretamente ligado ao princípio da isonomia e do julgamento objetivo.

3) Igualdade ou Isonomia
•• Veda o estabelecimento de condições que impliquem preferência em favor de licitantes em
detrimento dos demais;
•• Veda as discriminações injustificadas;
•• São vedadas cláusulas e condições que frustrem o caráter da licitação.

3) Igualdade ou Isonomia
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

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Direito Administrativo – Licitações – Lei 8.666/93 – Prof. Cristiano de Souza

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações


serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas
as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

3) Igualdade ou Isonomia – Casos especiais


a) Critério de desempate
Art. 3º – § 2º  Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada
preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
II – produzidos no País;
III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País.

3) Igualdade ou Isonomia – Casos especiais


b) Margem de preferência
Art. 3º – § 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de
serviços, a que se referem os §§ 5º (produtos manufaturados e para serviços nacionais) e 7º
(produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação
tecnológica realizados no País) serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a
soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos
manufaturados e serviços estrangeiros.

4) Moralidade
•• Conduta pautada na moral jurídica;
•• Exigência de atuação ética dos agentes envolvidos

5) Publicidade
•• Requisito de eficácia dos contratos oriundos de licitação;
Art. 61. Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos
na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela
Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de
vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto
no art. 26 desta Lei.
•• Os atos do procedimento licitatório serão públicos, salvo quanto ao sigilo das propostas,
até a abertura dos envelopes;

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6) Adjudicação Compulsória
•• Significa entregar o bem ao vencedor da licitação;
•• Mas, a administração não está obrigada a convocar o vencedor para celebrar o contrato;

6) Adjudicação Compulsória – desdobramentos


a) Celebração do contrato;
b) Revogação do certame; (causa superveniente)
c) Anulação do certame; (vício de legalidade)

7) Vinculação ao instrumento convocatório


•• Edital ou carta convite é a lei interna da licitação;
•• Vincula os seus termos tanto os licitantes quanto a administração que o expediu;

8) Julgamento objetivo
A apreciação das propostas ocorre segundo critérios objetivos que devem estar definidos no
instrumento convocatório;

8) Julgamento objetivo
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável
pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º – Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:
I – a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a
Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo
com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço.
IV – a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de
uso.

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Direito Administrativo

Licitações – Lei 8.666/93


Prof. Cristiano de Souza

Licitações
Alienação de Bens
1) Bens Imóveis:
- Interesse público justificado
- Autorização Prévia
- Autorização Legislativa
- Modalidade Concorrência
- Ressalvadas as hipóteses de licitação dispensada (art. 17, inc. I,
alínea A a I)

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Licitações
Alienação de Bens
Bens Imóveis:
OBS: bens adquiridos de procedimento judiciais ou de dação em
pagamento.
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição
haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em
pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade
competente, observadas as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de
concorrência ou leilão.

Licitações
Alienação de Bens
Bens Móveis:

- Interesse público justificado


- Avaliação prévia
- Não há exigência de autorização legislativa;

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Direito Administrativo – Licitações - Contratação Direta – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
Alienação de Bens
Bens Móveis:

- Para venda de móveis avaliados em quantia não superior a R$


650.000,00 (art. 17, §6º) ou para bens inservíveis para a
administração (art. 22, §5º) será permitido o LEILÃO.

Licitações
Alienação de Bens
Bens Móveis:
- Para venda de móveis avaliados em quantia não superior a R$
650.000,00 (art. 17, §6º) ou para bens inservíveis para a
administração (art. 22, §5º) será permitido o LEILÃO.

- Para os demais casos a lei não estabelece modalidade específica


de licitação, ressalvado as hipóteses de licitação dispensada. (art.
17, inc II, alíneas A a F)

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Licitações – Lei 8.666/93
Prof. Cristiano de Souza

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Regra: exige-se licitação prévia para contratação em decorrência do


princípio da indisponibilidade do interesse público.

Exceção: Situações em que a licitação torna-se impossível ou


inadequada
- Inexigibilidade – art. 25
- Dispensa: dispensada (art. 17) e dispensável (art. 24)

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Direito Administrativo – Licitações - Contratação Direta – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Inexigibilidade de Licitação– art. 25

- A licitação é inexigível nas hipóteses em que haja inviabilidade


jurídica de competição (juridicamente impossível)
- O Art. 25 é meramente exemplificativo.

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Inexigibilidade de Licitação– art. 25


1ª - Hipótese: Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
inviabilidade de competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido
pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou
Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
(fornecedor exclusivo)

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Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Inexigibilidade de Licitação– art. 25


2ª - Hipótese: Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
inviabilidade de competição, em especial:

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta


Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
divulgação; (serviços técnicos especializados)

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
Inexigibilidade de Licitação– art. 25
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais
especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou
tributárias;
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

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Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Inexigibilidade de Licitação– art. 25


3ª - Hipótese: Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
inviabilidade de competição, em especial:

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico,


diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado
pela crítica especializada ou pela opinião pública. (profissional artístico)

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Licitação dispensável - art. 24: a licitação é juridicamente possível, ou


seja, há viabilidade jurídica de competição.

- Rol exaustivo, fechado numero clausus;

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Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Motivação obrigatória

DA MOTIVAÇÃO – Lei 9.784/99


Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação
dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Motivação obrigatória

DA MOTIVAÇÃO – Lei 9.784/99


Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação
dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

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Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA

Licitação dispensável - art. 24: a licitação é juridicamente possível, ou


seja, há viabilidade jurídica de competição.

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
1) Obras, serviços e compras de pequeno valor (art. 24, I e II):
- Obras e serviços de engenharia = até 10% do valor do convite = 15 mil;
- Outros serviços e compras = até 10% do valor do convite = 8 mil;
OBS: podem adotar nas despesas o limite de 20% do convite (art.
24,§1º):
a) Consórcio público;
b) Sociedade de economia mista;
c) Empresa pública;
d) Agência executiva.

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Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
2) Emergência ou calamidade pública:
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando
caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar
prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços,
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os
bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa
e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade,
vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
3) Licitação Deserta
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta,
justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições
preestabelecidas;

OBS: ocorre quando a licitação é convocada, mas não aparecem


interessados;

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Direito Administrativo – Licitações - Contratação Direta – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
4) Licitação fracassada
Art. 24 - VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem
incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que,
observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será
admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
constante do registro de preços, ou dos serviços;
Art. 48. Serão desclassificadas:
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas
forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de
oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras
propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de
convite, a redução deste prazo para três dias úteis.

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
4) Licitação fracassada

Somente dispensará após fixar aos licitantes prazo de 8 dias úteis para
nova proposta, se for convite prazo de 3 dias úteis.

Persistindo a situação se admitida a adjudicação direta dos bens ou


serviços por valor não superior ao constante do Registro de preços.

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Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
5) Remanescente
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento,
em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de
classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço,
devidamente corrigido;
- Rescisão contratual;
- Ordem de classificação;
- Nas mesmas condições.

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
6) Entidades sem fins lucrativos
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a
implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à
água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as
famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de
água.

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Direito Administrativo – Licitações - Contratação Direta – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
CONTRATAÇÃO DIRETA
7) Organizações Sociais

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as


organizações sociais (OS), qualificadas no âmbito das respectivas esferas
de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

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Noções de Administração de
Recursos de Materiais

COMPRAS – Lei nº 8.666/93

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e
contratos da Administração Pública e dá outras providências.
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões
e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

Seção V
DAS COMPRAS
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação dos
recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de
quem lhe tiver dado causa.
Requisitos:
•• adequada caracterização de seu objeto;
•• indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento.

Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:


I – atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações
técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção,
assistência técnica e garantia oferecidas;
II – ser processadas através de sistema de registro de preços;
III – submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;
IV – ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades
do mercado, visando economicidade;
V – balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração
Pública.
[...]
§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.

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§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração,
na imprensa oficial.
§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto (Dec. nº 7.892/2013),
atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:
I – seleção feita mediante concorrência;
II – estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;
III – validade do registro não superior a um ano.
§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que
deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação
relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de
condições.
§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível, deverá ser
informatizado.
§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em
razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.
§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
I – a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;
II – a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do consumo
e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas
técnicas quantitativas de estimação;
III – as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do material.

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Direito Administrativo

Licitações – Lei 8.666/93


Prof. Cristiano de Souza

Licitações
Modalidades de Licitação

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;
II - tomada de preços;
III - convite;
IV - concurso;
V - leilão.

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Licitações
Art. 22. São modalidades de licitação:
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar,
comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos
no edital para execução de seu objeto.

Licitações
Concorrência:
- Qualquer interessado pode participar, mas tem que se habilitar
previamente;
- Obras e serviços de engenharia acima de 1.500.000,00;
- Compras e serviços que não sejam de eng. Acima de 650.000,00;
- Compra e alienação de imóveis;
- Concessão de direito real de uso;
- Licitações internacionais.
- OBS: se aplica a concorrência aos casos em que couber a tomada
de preço e convite.

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Direito Administrativo – Modalidades de Licitação – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
Art. 22. São modalidades de licitação:
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à
data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.

Licitações
Tomada de preços

- Interessado devidamente cadastrados; (prévio)


- Interessados não cadastrados, mas que atenderem os requisitos
até o 3º dias anterior a data de recebimento das propostas.
- Obras e serviços de engenharia ATÉ de 1.500.000,00;
- Compras e serviços que não sejam de eng. ATÉ de 650.000,00;
- Licitações internacionais, se a administração possuir cadastro
internacional;
- OBS: a tomada de preço se aplica aos casos em que couber o
convite.

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Licitações
Art. 22. São modalidades de licitação:

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo


pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas.

Licitações
Convite
- Convidados interessados do ramo cadastrados ou não cadastrados;
- Número mínimo de 3 participantes;
- Cadastrados que manifestarem interesse até 24 horas antes do prazo
para entrega das propostas;
- Obras e serviços de engenharia ATÉ de 150.000,00;
- Compras e serviços que não sejam de eng. ATÉ de 80.000,00;
- Se não houver pelo menos 3 participante, repete-se o convite, salvo
limitação de mercado ou falta de interesse dos convidados
- Carta convite diretamente para os participantes (não é edital)

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Direito Administrativo – Modalidades de Licitação – Prof. Cristiano de Souza

Licitações
Concurso
- Utilizado para escolha de trabalhos técnicos, científicos ou
artísticos.
- Para serviços técnicos profissionais especializados;
- Constituição de comissão especial para julgamento;
- O Julgamento será realizado conforme critérios definidos em
regulamento próprio. (não se aplica os tipos de licitação do art.
45).

Licitações
Art. 22. São modalidades de licitação:
§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de
produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a
alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o
maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação

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Licitações
Leilão
- Adotado para Alienações
- Móveis avaliados quantia não superior a R$ 650.000,00;
- Imóveis cuja aquisição tenha sido de procedimentos judiciais ou
dação em pagamento;
- Produtos legalmente apreendidos ou penhorados.
- Permite a participação de qualquer interessado;
- Não há exigência de prévia habilitação (cadastro);
- Vencedor que ofertar maio lance igual ou superior a avaliação.

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

TIPOS DE LICITAÇÃO § 3º No caso da licitação do tipo "menor


preço", entre os licitantes considerados
Art. 45. O julgamento das propostas será qualificados a classificação se dará pela
objetivo, devendo a Comissão de licitação ordem crescente dos preços propostos,
ou o responsável pelo convite realizá-lo em prevalecendo, no caso de empate,
conformidade com os tipos de licitação, os exclusivamente o critério previsto no
critérios previamente estabelecidos no ato parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei
convocatório e de acordo com os fatores nº 8.883, de 1994)
exclusivamente nele referidos, de maneira a
possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos § 4º Para contratação de bens e serviços
órgãos de controle. de informática, a administração observará
o disposto no art. 3º da Lei nº 8.248, de
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem 23 de outubro de 1991, levando em conta
tipos de licitação, exceto na modalidade os fatores especificados em seu parágrafo
concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, 2º e adotando obrigatoriamento o tipo
de 1994) de licitação "técnica e preço", permitido o
emprego de outro tipo de licitação nos casos
I – a de menor preço – quando o critério indicados em decreto do Poder Executivo.
de seleção da proposta mais vantajosa (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
para a Administração determinar que
será vencedor o licitante que apresentar a § 5º É vedada a utilização de outros tipos de
proposta de acordo com as especificações licitação não previstos neste artigo.
do edital ou convite e ofertar o menor
preço; § 6º Na hipótese prevista no art. 23, §
7º, serão selecionadas tantas propostas
II – a de melhor técnica; quantas necessárias até que se atinja
a quantidade demandada na licitação.
III – a de técnica e preço. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
IV – a de maior lance ou oferta – nos casos Art. 46. Os tipos de licitação "melhor
de alienação de bens ou concessão de técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados
direito real de uso. (Incluído pela Lei nº exclusivamente para serviços de natureza
8.883, de 1994) predominantemente intelectual, em especial
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização,
propostas, e após obedecido o disposto supervisão e gerenciamento e de engenharia
no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação consultiva em geral e, em particular, para a
se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em elaboração de estudos técnicos preliminares
ato público, para o qual todos os licitantes e projetos básicos e executivos, ressalvado o
serão convocados, vedado qualquer outro disposto no § 4º do artigo anterior. (Redação
processo. dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

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§ 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" parágrafo anterior, o seguinte procedimento
será adotado o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento
claramente explicitado no instrumento convocatório:
convocatório, o qual fixará o preço máximo
que a Administração se propõe a pagar: I – será feita a avaliação e a valorização
das propostas de preços, de acordo com
I – serão abertos os envelopes contendo critérios objetivos preestabelecidos no
as propostas técnicas exclusivamente dos instrumento convocatório;
licitantes previamente qualificados e feita
então a avaliação e classificação destas II – a classificação dos proponentes far-
propostas de acordo com os critérios se-á de acordo com a média ponderada
pertinentes e adequados ao objeto licitado, das valorizações das propostas técnicas
definidos com clareza e objetividade e de preço, de acordo com os pesos
no instrumento convocatório e que preestabelecidos no instrumento
considerem a capacitação e a experiência convocatório.
do proponente, a qualidade técnica da § 3º Excepcionalmente, os tipos de
proposta, compreendendo metodologia, licitação previstos neste artigo poderão
organização, tecnologias e recursos ser adotados, por autorização expressa
materiais a serem utilizados nos trabalhos, e mediante justificativa circunstanciada
e a qualificação das equipes técnicas a da maior autoridade da Administração
serem mobilizadas para a sua execução; promotora constante do ato convocatório,
II – uma vez classificadas as propostas para fornecimento de bens e execução de
técnicas, proceder-se-á à abertura das obras ou prestação de serviços de grande
propostas de preço dos licitantes que vulto majoritariamente dependentes de
tenham atingido a valorização mínima tecnologia nitidamente sofisticada e de
estabelecida no instrumento convocatório e domínio restrito, atestado por autoridades
à negociação das condições propostas, com técnicas de reconhecida qualificação, nos
a proponente melhor classificada, com base casos em que o objeto pretendido admitir
nos orçamentos detalhados apresentados soluções alternativas e variações de
e respectivos preços unitários e tendo execução, com repercussões significativas
como referência o limite representado pela sobre sua qualidade, produtividade,
proposta de menor preço entre os licitantes rendimento e durabilidade concretamente
que obtiveram a valorização mínima; mensuráveis, e estas puderem ser
adotadas à livre escolha dos licitantes, na
III – no caso de impasse na negociação conformidade dos critérios objetivamente
anterior, procedimento idêntico será fixados no ato convocatório.
adotado, sucessivamente, com os demais
proponentes, pela ordem de classificação, § 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
até a consecução de acordo para a 1994)
contratação; Art. 47. Nas licitações para a execução de
IV – as propostas de preços serão obras e serviços, quando for adotada a
devolvidas intactas aos licitantes que não modalidade de execução de empreitada por
forem preliminarmente habilitados ou preço global, a Administração deverá fornecer
que não obtiverem a valorização mínima obrigatoriamente, junto com o edital, todos os
estabelecida para a proposta técnica. elementos e informações necessários para que
os licitantes possam elaborar suas propostas de
§ 2º Nas licitações do tipo "técnica e preço" preços com total e completo conhecimento do
será adotado, adicionalmente ao inciso I do objeto da licitação.

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Direito Administrativo – Tipos de Licitação – Prof. Cristiano de Souza

Art. 48. Serão desclassificadas: b) valor orçado pela administração.


(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
I – as propostas que não atendam às
exigências do ato convocatório da licitação; § 2º Dos licitantes classificados na forma
do parágrafo anterior cujo valor global da
II – propostas com valor global superior proposta for inferior a 80% (oitenta por
ao limite estabelecido ou com preços cento) do menor valor a que se referem
manifestamente inexequíveis, assim as alíneas "a" e "b", será exigida, para
considerados aqueles que não venham a a assinatura do contrato, prestação de
ter demonstrada sua viabilidade através garantia adicional, dentre as modalidades
de documentação que comprove que os previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença
custos dos insumos são coerentes com entre o valor resultante do parágrafo
os de mercado e que os coeficientes de anterior e o valor da correspondente
produtividade são compatíveis com a proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de
execução do objeto do contrato, condições 1998)
estas necessariamente especificadas no ato
convocatório da licitação. (Redação dada § 3º Quando todos os licitantes forem
pela Lei nº 8.883, de 1994) inabilitados ou todas as propostas forem
desclassificadas, a administração poderá
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis
deste artigo consideram-se manifestamente para a apresentação de nova documentação
inexequíveis, no caso de licitações de menor ou de outras propostas escoimadas das
preço para obras e serviços de engenharia, causas referidas neste artigo, facultada, no
as propostas cujos valores sejam inferiores caso de convite, a redução deste prazo para
a 70% (setenta por cento) do menor dos três dias úteis.
seguintes valores: (Incluído pela Lei nº
9.648, de 1998)
a) média aritmética dos valores das
propostas superiores a 50% (cinquenta por
cento) do valor orçado pela administração,
ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

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Slides - Tipos de Licitação

TIPOS DE LICITAÇÃO

Prof. Cristiano de Souza

TIPOS DE LICITAÇÃO
CONCEITO: é o critério utilizado para o julgamento das propostas.

São admitidas apenas os tipos previstos na legislação. Então é um rol


taxativo, exaustivo e fechado.

O tipo de ser objetivo e estar previamente estabelecido no instrumento


convocatório.

OBS: não se aplica as modalidades de licitação:


a) Concurso;
b) Concessão e permissão de serviço público.

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Direito Administrativo – Tipos de Licitação – Prof. Cristiano de Souza

TIPOS DE LICITAÇÃO
Art. 45. § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação,
exceto na modalidade concurso:

I - a de menor preço
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou
concessão de direito real de uso.

TIPOS DE LICITAÇÃO
MENOR PREÇO
Art. 45. § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na
modalidade concurso:

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a


Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta
de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

§ 3o No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados


qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos,
prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo
anterior.

OBS: no pregão admite só o tipo menor preço.

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TIPOS DE LICITAÇÃO
MELHOR TÉCNICA

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão


utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente
intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização,
supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em
particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos
básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior.

TIPOS DE LICITAÇÃO
MELHOR TÉCNICA
Procedimento:
a) O instrumento convocatório fixa o preço máximo;
b) Abertura das propostas técnicas dos licitantes previamente
qualificados: avaliação e classificação das propostas técnicas;
c) Abertura das propostas de preço: negociação com a proponente
melhor classificada, com base nos orçamentos detalhados
apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência
o limite representado pela proposta de menor preço entre os
licitantes que obtiveram a valorização mínima;

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Direito Administrativo – Tipos de Licitação – Prof. Cristiano de Souza

TIPOS DE LICITAÇÃO
TÉCNICA E PREÇO

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão


utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente
intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização,
supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em
particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos
básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior.

TIPOS DE LICITAÇÃO
TÉCNICA E PREÇO

Procedimento:
a) Abertura das propostas técnicas dos licitantes previamente
qualificados;
b) Abertura das propostas de preço: avaliação do preço;
c) Resultado: média ponderada das valorações das propostas de técnica
e preço de acordo com os critérios estabelecidos no ato
convocatório;

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TIPOS DE LICITAÇÃO
MAIOR LANCE OU OFERTA

Utilizado nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de


uso.

OBS: Art. 22. São modalidades de licitação:


§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de
produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de
bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual
ou superior ao valor da avaliação.

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

FASE INTERNA DE LICITAÇÃO VII – atos de adjudicação do objeto da


licitação e da sua homologação;
A fase interna de licitação é estudada em VIII – recursos eventualmente apresentados
três micro fases, vejamos: pelos licitantes e respectivas manifestações
e decisões;
a) INÍCIO: inicia-se na repartição
interessada, com a abertura do IX – despacho de anulação ou de
processo licitatório. Nesse momento é revogação da licitação, quando for o caso,
definido o objeto. Tal fase está no art. fundamentado circunstanciadamente;
38 da lei 8.666/93. Vejamos:
X – termo de contrato ou instrumento
Art. 38. O procedimento da licitação será inicia- equivalente, conforme o caso;
do com a abertura de processo administrativo,
devidamente autuado, protocolado e numera- XI – outros comprovantes de publicações;
do, contendo a autorização respectiva, a indica- XII – demais documentos relativos à
ção sucinta de seu objeto e do recurso próprio licitação.
para a despesa, e ao qual serão juntados opor-
tunamente: Parágrafo único. As minutas de editais
de licitação, bem como as dos contratos,
I – edital ou convite e respectivos anexos, acordos, convênios ou ajustes devem ser
quando for o caso; previamente examinadas e aprovadas por
II – comprovante das publicações do edital assessoria jurídica da Administração.
resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma
da entrega do convite; licitação ou para um conjunto de licitações
III – ato de designação da comissão de simultâneas ou sucessivas for superior a 100
licitação, do leiloeiro administrativo ou (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso
oficial, ou do responsável pelo convite; I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será
iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência
IV – original das propostas e dos pública concedida pela autoridade responsável
documentos que as instruírem; com antecedência mínima de 15 (quinze) dias
úteis da data prevista para a publicação do
V – atas, relatórios e deliberações da edital, e divulgada, com a antecedência mínima
Comissão Julgadora; de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos
VI – pareceres técnicos ou jurídicos mesmos meios previstos para a publicidade da
emitidos sobre a licitação, dispensa ou licitação, à qual terão acesso e direito a todas as
inexigibilidade; informações pertinentes e a se manifestar todos
os interessados.

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Parágrafo único. Para os fins deste artigo, condições para atendimento das obrigações
consideram-se licitações simultâneas necessárias ao cumprimento de seu objeto;
aquelas com objetos similares e com
realização prevista para intervalos não IX – condições equivalentes de pagamento
superiores a trinta dias e licitações entre empresas brasileiras e estrangeiras,
sucessivas aquelas em que, também com no caso de licitações internacionais;
objetos similares, o edital subsequente X – o critério de aceitabilidade dos preços
tenha uma data anterior a cento e vinte dias unitário e global, conforme o caso,
após o término do contrato resultante da permitida a fixação de preços máximos
licitação antecedente. e vedados a fixação de preços mínimos,
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o critérios estatísticos ou faixas de variação
número de ordem em série anual, o nome em relação a preços de referência,
da repartição interessada e de seu setor, a ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º
modalidade, o regime de execução e o tipo do art. 48;
da licitação, a menção de que será regida por XI – critério de reajuste, que deverá retratar
esta Lei, o local, dia e hora para recebimento a variação efetiva do custo de produção,
da documentação e proposta, bem como para admitida a adoção de índices específicos
início da abertura dos envelopes, e indicará, ou setoriais, desde a data prevista para
obrigatoriamente, o seguinte: apresentação da proposta, ou do orçamento
I – objeto da licitação, em descrição sucinta a que essa proposta se referir, até a data do
e clara; adimplemento de cada parcela;

II – prazo e condições para assinatura do XII – (Vetado).


contrato ou retirada dos instrumentos, XIII – limites para pagamento de instalação
como previsto no art. 64 desta Lei, para e mobilização para execução de obras
execução do contrato e para entrega do ou serviços que serão obrigatoriamente
objeto da licitação; previstos em separado das demais parcelas,
III – sanções para o caso de inadimplemento; etapas ou tarefas;

IV – local onde poderá ser examinado e XIV – condições de pagamento, prevendo:


adquirido o projeto básico; a) prazo de pagamento não superior a
V – se há projeto executivo disponível na trinta dias, contado a partir da data final do
data da publicação do edital de licitação e o período de adimplemento de cada parcela;
local onde possa ser examinado e adquirido; b) cronograma de desembolso máximo
VI – condições para participação na por período, em conformidade com a
licitação, em conformidade com os arts. 27 disponibilidade de recursos financeiros;
a 31 desta Lei, e forma de apresentação das c) critério de atualização financeira dos
propostas; valores a serem pagos, desde a data final do
VII – critério para julgamento, com período de adimplemento de cada parcela
disposições claras e parâmetros objetivos; até a data do efetivo pagamento;

VIII – locais, horários e códigos de acesso dos d) compensações financeiras e penalizações,


meios de comunicação à distância em que por eventuais atrasos, e descontos, por
serão fornecidos elementos, informações eventuais antecipações de pagamentos;
e esclarecimentos relativos à licitação e às e) exigência de seguros, quando for o caso;

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Direito Administrativo – Fase Interna da Licitação – Prof. Cristiano de Souza

XV – instruções e normas para os recursos para o pagamento, desde que não superior
previstos nesta Lei; a quinze dias.
XVI – condições de recebimento do objeto b) ELABORAÇÃO DO EDITAL: o edital é
da licitação; a lei interna da licitação, pois vincula a
administração e os proponentes aos seus
XVII – outras indicações específicas ou termos. Lembrando que não é utilizado
peculiares da licitação. edital na modalidade convite, pois nessa
§ 1º O original do edital deverá ser datado, modalidade é utilizado a “carta-convite” em
rubricado em todas as folhas e assinado pela substituição ao edital. Tal fase está no art.
autoridade que o expedir, permanecendo 41 da lei 8.666/93. Vejamos:
no processo de licitação, e dele extraindo- Art. 41. A Administração não pode descumprir
se cópias integrais ou resumidas, para sua as normas e condições do edital, ao qual se acha
divulgação e fornecimento aos interessados. estritamente vinculada.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele § 1º Qualquer cidadão é parte legítima
fazendo parte integrante: para impugnar edital de licitação por
I – o projeto básico e/ou executivo, irregularidade na aplicação desta Lei,
com todas as suas partes, desenhos, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco)
especificações e outros complementos; dias úteis antes da data fixada para a
abertura dos envelopes de habilitação,
II – orçamento estimado em planilhas de devendo a Administração julgar e responder
quantitativos e preços unitários; à impugnação em até 3 (três) dias úteis,
sem prejuízo da faculdade prevista no § 1º
III – a minuta do contrato a ser firmado entre
do art. 113.
a Administração e o licitante vencedor;
§ 2º Decairá do direito de impugnar os
IV – as especificações complementares e as
termos do edital de licitação perante a
normas de execução pertinentes à licitação.
administração o licitante que não o fizer
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, até o segundo dia útil que anteceder a
considera-se como adimplemento da abertura dos envelopes de habilitação em
obrigação contratual a prestação do serviço, concorrência, a abertura dos envelopes com
a realização da obra, a entrega do bem ou as propostas em convite, tomada de preços
de parcela destes, bem como qualquer ou concurso, ou a realização de leilão, as
outro evento contratual a cuja ocorrência falhas ou irregularidades que viciariam esse
esteja vinculada a emissão de documento edital, hipótese em que tal comunicação
de cobrança. não terá efeito de recurso.
§ 4º Nas compras para entrega imediata, § 3º A impugnação feita tempestivamente
assim entendidas aquelas com prazo de pelo licitante não o impedirá de participar
entrega até trinta dias da data prevista para do processo licitatório até o trânsito em
apresentação da proposta, poderão ser julgado da decisão a ela pertinente.
dispensadas:
§ 4º A inabilitação do licitante importa
I – o disposto no inciso XI deste artigo; preclusão do seu direito de participar das
fases subsequentes.
II – a atualização financeira a que se refere
a alínea "c" do inciso XIV deste artigo, c) PRAZOS MÍNIMOS: temos prazos mí-
correspondente ao período compreendido nimos entre a publicação do resumo
entre as datas do adimplemento e a prevista do edital e o recebimento das propos-

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tas. Tal fase está no art. 20 e 21 da lei a) concurso;
8.666/93. Vejamos:
b) concorrência, quando o contrato a
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local ser celebrado contemplar o regime de
onde se situar a repartição interessada, salvo empreitada integral ou quando a licitação
por motivo de interesse público, devidamente for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
justificado. preço";
Parágrafo único. O disposto neste artigo II – trinta dias para:
não impedirá a habilitação de interessados
residentes ou sediados em outros locais. a) concorrência, nos casos não especificados
na alínea "b" do inciso anterior;
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos
editais das concorrências, das tomadas de b) tomada de preços, quando a licitação
preços, dos concursos e dos leilões, embora for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
realizados no local da repartição interessada, preço";
deverão ser publicados com antecedência, no III – quinze dias para a tomada de preços,
mínimo, por uma vez: nos casos não especificados na alínea "b"
I – no Diário Oficial da União, quando do inciso anterior, ou leilão;
se tratar de licitação feita por órgão IV – cinco dias úteis para convite.
ou entidade da Administração Pública
Federal e, ainda, quando se tratar de § 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo
obras financiadas parcial ou totalmente anterior serão contados a partir da última
com recursos federais ou garantidas por publicação do edital resumido ou da
instituições federais; expedição do convite, ou ainda da efetiva
disponibilidade do edital ou do convite e
II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito respectivos anexos, prevalecendo a data
Federal quando se tratar, respectivamente, que ocorrer mais tarde.
de licitação feita por órgão ou entidade
da Administração Pública Estadual ou § 4º Qualquer modificação no edital exige
Municipal, ou do Distrito Federal; divulgação pela mesma forma que se
deu o texto original, reabrindo-se o prazo
III – em jornal diário de grande circulação no inicialmente estabelecido, exceto quando,
Estado e também, se houver, em jornal de inquestionavelmente, a alteração não afetar
circulação no Município ou na região onde a formulação das propostas.
será realizada a obra, prestado o serviço,
fornecido, alienado ou alugado o bem,
podendo ainda a Administração, conforme
o vulto da licitação, utilizar-se de outros
meios de divulgação para ampliar a área de
competição.
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação
do local em que os interessados poderão ler
e obter o texto integral do edital e todas as
informações sobre a licitação.
§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das
propostas ou da realização do evento será:
I – quarenta e cinco dias para:

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Direito Administrativo – Fase Interna da Licitação – Prof. Cristiano de Souza

Para facilitar os estudos de vocês montei um quadro sintetizando esses prazos, segue abaixo:

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Noções de Administração de
Recursos de Materiais

EDITAL DE LICITAÇÃO – LEI 8.666/93

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por
motivo de interesse público, devidamente justificado.
Art. 21. Os AVISOS contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços,
dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser
publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:
I – no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da
Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou
totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais;
II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de
licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do
Distrito Federal;
III – em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de
circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido,
alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação,
utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.
Art. 21. § 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e
obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.
Art. 21. § 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:

a) concurso;
b) concorrência,
I – 45 dias para: •• quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de
empreitada integral ou
•• quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
preço";
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;
(empreitada por preço global e empreitada por preço unitário);
II – 30 dias para:
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou
"técnica e preço";
A tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso
III – 15 dias para:
anterior, ou leilão;
IV- 05 dias para: Para convite.

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Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição
interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de
que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta,
bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
Art. 40.
I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto
no art. 64 desta Lei (A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o
termo de contrato), para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;
III – sanções para o caso de inadimplemento;
IV – local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V – se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde
possa ser examinado e adquirido;
VI – condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e
forma de apresentação das propostas;
VII – critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão
fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para
atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;
IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso
de licitações internacionais;
X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a
fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou
faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e
2º do art. 48 (valores manifestamente inexequíveis) ;
XI – critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida
a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da
proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada
parcela;
XII – (Vetado).
XIII – limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços
que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;
manifestamente inexequíveis.
XIV – condições de pagamento, prevendo:
a) prazo de pagamento não superior a 30 dias, contado a partir da data final do período de
adimplemento de cada parcela;
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade
de recursos financeiros;

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Lei nº 8.666/Edital de Licitação – Prof. Cristiano de Souza

c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de
adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento;
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais
antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV – instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII – outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e outros
complementos;
II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
III – a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;
IV – as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação.
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada.
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na
aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada
para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder
à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1º do art.
113 (Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal
de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na
aplicação desta Lei).
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o
licitante que não o fizer até o 2º dia útil que anteceder:
•• a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência,
•• a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou
•• a realização de leilão,
as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não
terá efeito de recurso.
§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do
processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases
subseqüentes.

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

FASE EXTERNA DE LICITAÇÃO II – registro comercial, no caso de empresa


individual;
A fase externa de licitação é estudada em III – ato constitutivo, estatuto ou contrato
quatro micro fases, vejamos: social em vigor, devidamente registrado,
em se tratando de sociedades comerciais,
a) HABILITAÇÃO DOS INTERESSADOS: está e, no caso de sociedades por ações,
relacionada a avaliação das qualidades acompanhado de documentos de eleição
dos licitantes, ou seja, a administração de seus administradores;
verifica a aptidão dos proponentes
para uma futura contratação. No final IV – inscrição do ato constitutivo, no caso
dessa micro fase a administração de sociedades civis, acompanhada de prova
deve expedir um ato administrativo de diretoria em exercício;
dizendo “habilitado” ou “inabilitado”.
Evidentemente que será exigido nessa V – decreto de autorização, em se tratando
fase documentos para comprovar a de empresa ou sociedade estrangeira em
aptidão dos interessados, vejamos: funcionamento no País, e ato de registro ou
autorização para funcionamento expedido
pelo órgão competente, quando a atividade
Da Habilitação assim o exigir.
Art. 27. Para a habilitação nas licitações Art. 29. A documentação relativa à regularidade
exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistirá
documentação relativa a: em:
I – habilitação jurídica; I – prova de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral
II – qualificação técnica;
de Contribuintes (CGC);
III – qualificação econômico-financeira;
II – prova de inscrição no cadastro de con-
IV – regularidade fiscal e trabalhista; tribuintes estadual ou municipal, se houver,
relativo ao domicílio ou sede do licitante,
V – cumprimento do disposto no inciso pertinente ao seu ramo de atividade e com-
XXXIII do art. 7º da Constituição Federal. patível com o objeto contratual;
Art. 28. A documentação relativa à habilitação III – prova de regularidade para com a Fa-
jurídica, conforme o caso, consistirá em: zenda Federal, Estadual e Municipal do do-
I – cédula de identidade; micílio ou sede do licitante, ou outra equi-
valente, na forma da lei;

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IV – prova de regularidade relativa à I – capacitação técnico-profissional:
Seguridade Social e ao Fundo de Garantia comprovação do licitante de possuir em
por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando seu quadro permanente, na data prevista
situação regular no cumprimento dos para entrega da proposta, profissional
encargos sociais instituídos por lei. de nível superior ou outro devidamente
reconhecido pela entidade competente,
V – prova de inexistência de débitos detentor de atestado de responsabilidade
inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, técnica por execução de obra ou serviço
mediante a apresentação de certidão de características semelhantes, limitadas
negativa, nos termos do Título VII-A estas exclusivamente às parcelas de maior
da Consolidação das Leis do Trabalho, relevância e valor significativo do objeto
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o da licitação, vedadas as exigências de
de maio de 1943. quantidades mínimas ou prazos máximos;
Art. 30. A documentação relativa à qualificação II – (Vetado).
técnica limitar-se-á a:
a) (Vetado).
I – registro ou inscrição na entidade
profissional competente; b) (Vetado).
II – comprovação de aptidão para desem- § 2º As parcelas de maior relevância técnica
penho de atividade pertinente e compatí- e de valor significativo, mencionadas no
vel em características, quantidades e prazos parágrafo anterior, serão definidas no
com o objeto da licitação, e indicação das instrumento convocatório.
instalações e do aparelhamento e do pes-
soal técnico adequados e disponíveis para a § 3º Será sempre admitida a comprovação
realização do objeto da licitação, bem como de aptidão através de certidões ou
da qualificação de cada um dos membros atestados de obras ou serviços similares
da equipe técnica que se responsabilizará de complexidade tecnológica e operacional
pelos trabalhos; equivalente ou superior.

III – comprovação, fornecida pelo órgão § 4º Nas licitações para fornecimento de


licitante, de que recebeu os documentos, bens, a comprovação de aptidão, quando
e, quando exigido, de que tomou for o caso, será feita através de atestados
conhecimento de todas as informações e fornecidos por pessoa jurídica de direito
das condições locais para o cumprimento público ou privado.
das obrigações objeto da licitação; § 5º É vedada a exigência de comprovação
IV – prova de atendimento de requisitos de atividade ou de aptidão com limitações
previstos em lei especial, quando for o caso. de tempo ou de época ou ainda em
locais específicos, ou quaisquer outras
§ 1º A comprovação de aptidão referida não previstas nesta Lei, que inibam a
no inciso II do "caput" deste artigo, no participação na licitação.
caso das licitações pertinentes a obras e
serviços, será feita por atestados fornecidos § 6º As exigências mínimas relativas
por pessoas jurídicas de direito público a instalações de canteiros, máquinas,
ou privado, devidamente registrados nas equipamentos e pessoal técnico
entidades profissionais competentes, especializado, considerados essenciais para
limitadas as exigências a: o cumprimento do objeto da licitação, serão
atendidas mediante a apresentação de
relação explícita e da declaração formal da

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Direito Administrativo – Fase Externa da Licitação – Prof. Cristiano de Souza

sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, II – certidão negativa de falência ou concor-


vedada as exigências de propriedade e de data expedida pelo distribuidor da sede da
localização prévia. pessoa jurídica, ou de execução patrimo-
nial, expedida no domicílio da pessoa física;
§ 7º (Vetado).
I – (Vetado). III – garantia, nas mesmas modalidades e
critérios previstos no "caput" e § 1º do art.
II – (Vetado). 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento)
§ 8º No caso de obras, serviços e compras do valor estimado do objeto da contratação.
de grande vulto, de alta complexidade § 1º A exigência de índices limitar-se-á à
técnica, poderá a Administração exigir dos demonstração da capacidade financeira do
licitantes a metodologia de execução, cuja licitante com vistas aos compromissos que
avaliação, para efeito de sua aceitação terá que assumir caso lhe seja adjudicado
ou não, antecederá sempre à análise dos o contrato, vedada a exigência de valores
preços e será efetuada exclusivamente por mínimos de faturamento anterior, índices
critérios objetivos. de rentabilidade ou lucratividade.
§ 9º Entende-se por licitação de alta § 2º A Administração, nas compras
complexidade técnica aquela que envolva para entrega futura e na execução de
alta especialização, como fator de extrema obras e serviços, poderá estabelecer, no
relevância para garantir a execução do instrumento convocatório da licitação,
objeto a ser contratado, ou que possa a exigência de capital mínimo ou de
comprometer a continuidade da prestação patrimônio líquido mínimo, ou ainda as
de serviços públicos essenciais. garantias previstas no § 1o do art. 56 desta
§ 10. Os profissionais indicados pelo Lei, como dado objetivo de comprovação
licitante para fins de comprovação da da qualificação econômico-financeira
capacitação técnico-profissional de que dos licitantes e para efeito de garantia
trata o inciso I do § 1o deste artigo deverão ao adimplemento do contrato a ser
participar da obra ou serviço objeto da ulteriormente celebrado.
licitação, admitindo-se a substituição por § 3º O capital mínimo ou o valor do
profissionais de experiência equivalente patrimônio líquido a que se refere o
ou superior, desde que aprovada pela parágrafo anterior não poderá exceder a
administração. 10% (dez por cento) do valor estimado da
§ 11. (Vetado). contratação, devendo a comprovação ser
feita relativamente à data da apresentação
§ 12. (Vetado). da proposta, na forma da lei, admitida a
atualização para esta data através de índices
Art. 31. A documentação relativa à qualificação
oficiais.
econômico-financeira limitar-se-á a:
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação
I – balanço patrimonial e demonstrações
dos compromissos assumidos pelo licitante
contábeis do último exercício social, já
que importem diminuição da capacidade
exigíveis e apresentados na forma da lei,
operativa ou absorção de disponibilidade
que comprovem a boa situação financeira
financeira, calculada esta em função
da empresa, vedada a sua substituição
do patrimônio líquido atualizado e sua
por balancetes ou balanços provisórios,
capacidade de rotação.
podendo ser atualizados por índices oficiais
quando encerrado há mais de 3 (três) meses § 5º A comprovação de boa situação
da data de apresentação da proposta; financeira da empresa será feita de forma

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objetiva, através do cálculo de índices citação e responder administrativa ou
contábeis previstos no edital e devidamente judicialmente.
justificados no processo administrativo da
licitação que tenha dado início ao certame § 5º Não se exigirá, para a habilitação de que
licitatório, vedada a exigência de índices trata este artigo, prévio recolhimento de
e valores não usualmente adotados para taxas ou emolumentos, salvo os referentes
correta avaliação de situação financeira a fornecimento do edital, quando solicitado,
suficiente ao cumprimento das obrigações com os seus elementos constitutivos,
decorrentes da licitação. limitados ao valor do custo efetivo de
reprodução gráfica da documentação
§ 6º (Vetado). fornecida.
Art. 32. Os documentos necessários à § 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º
habilitação poderão ser apresentados em do art. 33 e no § 2º do art. 55, não se aplica
original, por qualquer processo de cópia às licitações internacionais para a aquisição
autenticada por cartório competente ou por de bens e serviços cujo pagamento seja feito
servidor da administração ou publicação em com o produto de financiamento concedido
órgão da imprensa oficial. por organismo financeiro internacional
de que o Brasil faça parte, ou por agência
§ 1º A documentação de que tratam os arts. estrangeira de cooperação, nem nos casos
28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, de contratação com empresa estrangeira,
no todo ou em parte, nos casos de convite, para a compra de equipamentos fabricados
concurso, fornecimento de bens para e entregues no exterior, desde que para
pronta entrega e leilão. este caso tenha havido prévia autorização
§ 2º O certificado de registro cadastral a do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos
que se refere o § 1º do art. 36 substitui os de aquisição de bens e serviços realizada
documentos enumerados nos arts. 28 a por unidades administrativas com sede no
31, quanto às informações disponibilizadas exterior.
em sistema informatizado de consulta Art. 33. Quando permitida na licitação a
direta indicado no edital, obrigando-se a participação de empresas em consórcio,
parte a declarar, sob as penalidades legais, observar-se-ão as seguintes normas:
a superveniência de fato impeditivo da
habilitação. I – comprovação do compromisso público
ou particular de constituição de consórcio,
§ 3º A documentação referida neste artigo subscrito pelos consorciados;
poderá ser substituída por registro cadastral
emitido por órgão ou entidade pública, II – indicação da empresa responsável pelo
desde que previsto no edital e o registro consórcio que deverá atender às condições
tenha sido feito em obediência ao disposto de liderança, obrigatoriamente fixadas no
nesta Lei. edital;
§ 4º As empresas estrangeiras que não III – apresentação dos documentos exigidos
funcionem no País, tanto quanto possível, nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada
atenderão, nas licitações internacionais, consorciado, admitindo-se, para efeito de
às exigências dos parágrafos anteriores qualificação técnica, o somatório dos quan-
mediante documentos equivalentes, titativos de cada consorciado, e, para efei-
autenticados pelos respectivos consulados to de qualificação econômico-financeira, o
e traduzidos por tradutor juramentado, somatório dos valores de cada consorciado,
devendo ter representação legal no Brasil na proporção de sua respectiva participa-
com poderes expressos para receber ção, podendo a Administração estabelecer,

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para o consórcio, um acréscimo de até 30% de outros órgãos ou entidades da


(trinta por cento) dos valores exigidos para Administração Pública.
licitante individual, inexigível este acrésci-
mo para os consórcios compostos, em sua Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro,
totalidade, por micro e pequenas empresas ou atualização deste, a qualquer tempo, o
assim definidas em lei; interessado fornecerá os elementos necessários
à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei.
IV – impedimento de participação de
empresa consorciada, na mesma licitação, Art. 36. Os inscritos serão classificados por
através de mais de um consórcio ou categorias, tendo-se em vista sua especialização,
isoladamente; subdivididas em grupos, segundo a qualificação
técnica e econômica avaliada pelos elementos
V – responsabilidade solidária dos constantes da documentação relacionada nos
integrantes pelos atos praticados em arts. 30 e 31 desta Lei.
consórcio, tanto na fase de licitação quanto
na de execução do contrato. § 1º Aos inscritos será fornecido certificado,
renovável sempre que atualizarem o
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras registro.
e estrangeiras a liderança caberá,
obrigatoriamente, à empresa brasileira, § 2º A atuação do licitante no cumprimento
observado o disposto no inciso II deste de obrigações assumidas será anotada no
artigo. respectivo registro cadastral.

§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado,
promover, antes da celebração do contrato, suspenso ou cancelado o registro do inscrito
a constituição e o registro do consórcio, nos que deixar de satisfazer as exigências do art. 27
termos do compromisso referido no inciso I desta Lei, ou as estabelecidas para classificação
deste artigo. cadastral.
b) JULGAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DAS
Seção III PROPOSTAS: nessa fase será avaliada
DOS REGISTROS CADASTRAIS as propostas apresentadas pelos inte-
ressados habilitados na fase anterior. A
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e administração está procurando aqui a
entidades da Administração Pública que proposta mais vantajosa relacionada ao
realizem frequentemente licitações manterão tipo de licitação. Vejamos:
registros cadastrais para efeito de habilitação,
na forma regulamentar, válidos por, no máximo, Art. 43. A licitação será processada e julgada
um ano. com observância dos seguintes procedimentos:
§ 1º O registro cadastral deverá ser I – abertura dos envelopes contendo a
amplamente divulgado e deverá estar documentação relativa à habilitação dos
permanentemente aberto aos interessados, concorrentes, e sua apreciação;
obrigando-se a unidade por ele responsável
a proceder, no mínimo anualmente, através II – devolução dos envelopes fechados aos
da imprensa oficial e de jornal diário, a concorrentes inabilitados, contendo as
chamamento público para a atualização respectivas propostas, desde que não tenha
dos registros existentes e para o ingresso de havido recurso ou após sua denegação;
novos interessados.
III – abertura dos envelopes contendo as
§ 2º É facultado às unidades administrativas propostas dos concorrentes habilitados,
utilizarem-se de registros cadastrais desde que transcorrido o prazo sem

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interposição de recurso, ou tenha havido supervenientes ou só conhecidos após o
desistência expressa, ou após o julgamento julgamento.
dos recursos interpostos;
§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe
IV – verificação da conformidade de cada desistência de proposta, salvo por motivo
proposta com os requisitos do edital e, justo decorrente de fato superveniente e
conforme o caso, com os preços correntes aceito pela Comissão.
no mercado ou fixados por órgão oficial
competente, ou ainda com os constantes Art. 44. No julgamento das propostas, a
do sistema de registro de preços, os quais Comissão levará em consideração os critérios
deverão ser devidamente registrados objetivos definidos no edital ou convite, os quais
na ata de julgamento, promovendo- não devem contrariar as normas e princípios
se a desclassificação das propostas estabelecidos por esta Lei.
desconformes ou incompatíveis; § 1º É vedada a utilização de qualquer
V – julgamento e classificação das propostas elemento, critério ou fator sigiloso, secreto,
de acordo com os critérios de avaliação subjetivo ou reservado que possa ainda
constantes do edital; que indiretamente elidir o princípio da
igualdade entre os licitantes.
VI – deliberação da autoridade competente
quanto à homologação e adjudicação do § 2º Não se considerará qualquer oferta
objeto da licitação. de vantagem não prevista no edital ou
no convite, inclusive financiamentos
§ 1º A abertura dos envelopes contendo subsidiados ou a fundo perdido, nem preço
a documentação para habilitação e as ou vantagem baseada nas ofertas dos
propostas será realizada sempre em ato demais licitantes.
público previamente designado, do qual se
lavrará ata circunstanciada, assinada pelos § 3º Não se admitirá proposta que apresente
licitantes presentes e pela Comissão. preços global ou unitários simbólicos,
irrisórios ou de valor zero, incompatíveis
§ 2º Todos os documentos e propostas com os preços dos insumos e salários
serão rubricados pelos licitantes presentes de mercado, acrescidos dos respectivos
e pela Comissão. encargos, ainda que o ato convocatório da
licitação não tenha estabelecido limites
§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade mínimos, exceto quando se referirem a
superior, em qualquer fase da licitação, materiais e instalações de propriedade do
a promoção de diligência destinada a próprio licitante, para os quais ele renuncie
esclarecer ou a complementar a instrução a parcela ou à totalidade da remuneração.
do processo, vedada a inclusão posterior
de documento ou informação que deveria § 4º O disposto no parágrafo anterior
constar originariamente da proposta. aplica-se também às propostas que incluam
mão-de-obra estrangeira ou importações
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à de qualquer natureza.
concorrência e, no que couber, ao concurso,
ao leilão, à tomada de preços e ao convite. Art. 45. O julgamento das propostas será
objetivo, devendo a Comissão de licitação
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em
dos concorrentes (incisos I e II) e abertas conformidade com os tipos de licitação, os
as propostas (inciso III), não cabe critérios previamente estabelecidos no ato
desclassificá-los por motivo relacionado convocatório e de acordo com os fatores
com a habilitação, salvo em razão de fatos exclusivamente nele referidos, de maneira a

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possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos § 6º Na hipótese prevista no art. 23, §
órgãos de controle. 7º, serão selecionadas tantas propostas
quantas necessárias até que se atinja a
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem quantidade demandada na licitação.
tipos de licitação, exceto na modalidade
concurso: Art. 46. Os tipos de licitação "melhor
técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados
I – a de menor preço – quando o critério exclusivamente para serviços de natureza
de seleção da proposta mais vantajosa predominantemente intelectual, em especial
para a Administração determinar que na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização,
será vencedor o licitante que apresentar a supervisão e gerenciamento e de engenharia
proposta de acordo com as especificações consultiva em geral e, em particular, para a
do edital ou convite e ofertar o menor elaboração de estudos técnicos preliminares
preço; e projetos básicos e executivos, ressalvado o
II – a de melhor técnica; disposto no § 4º do artigo anterior.

III – a de técnica e preço. § 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica"


será adotado o seguinte procedimento
IV – a de maior lance ou oferta – nos casos claramente explicitado no instrumento
de alienação de bens ou concessão de convocatório, o qual fixará o preço máximo
direito real de uso. que a Administração se propõe a pagar:
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais I – serão abertos os envelopes contendo
propostas, e após obedecido o disposto as propostas técnicas exclusivamente dos
no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação licitantes previamente qualificados e feita
se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em então a avaliação e classificação destas
ato público, para o qual todos os licitantes propostas de acordo com os critérios
serão convocados, vedado qualquer outro pertinentes e adequados ao objeto licitado,
processo. definidos com clareza e objetividade
no instrumento convocatório e que
§ 3º No caso da licitação do tipo "menor
considerem a capacitação e a experiência
preço", entre os licitantes considerados
do proponente, a qualidade técnica da
qualificados a classificação se dará pela
proposta, compreendendo metodologia,
ordem crescente dos preços propostos,
organização, tecnologias e recursos
prevalecendo, no caso de empate,
materiais a serem utilizados nos trabalhos,
exclusivamente o critério previsto no
e a qualificação das equipes técnicas a
parágrafo anterior.
serem mobilizadas para a sua execução;
§ 4º Para contratação de bens e serviços
II – uma vez classificadas as propostas
de informática, a administração observará
técnicas, proceder-se-á à abertura das
o disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de
propostas de preço dos licitantes que
23 de outubro de 1991, levando em conta
tenham atingido a valorização mínima
os fatores especificados em seu parágrafo
estabelecida no instrumento convocatório e
2º e adotando obrigatoriamente o tipo
à negociação das condições propostas, com
de licitação "técnica e preço", permitido o
a proponente melhor classificada, com base
emprego de outro tipo de licitação nos casos
nos orçamentos detalhados apresentados
indicados em decreto do Poder Executivo.
e respectivos preços unitários e tendo
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de como referência o limite representado pela
licitação não previstos neste artigo. proposta de menor preço entre os licitantes
que obtiveram a valorização mínima;

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III – no caso de impasse na negociação conformidade dos critérios objetivamente
anterior, procedimento idêntico será fixados no ato convocatório.
adotado, sucessivamente, com os demais
proponentes, pela ordem de classificação, § 4º (Vetado).
até a consecução de acordo para a Art. 47. Nas licitações para a execução de
contratação; obras e serviços, quando for adotada a
IV – as propostas de preços serão modalidade de execução de empreitada por
devolvidas intactas aos licitantes que não preço global, a Administração deverá fornecer
forem preliminarmente habilitados ou obrigatoriamente, junto com o edital, todos os
que não obtiverem a valorização mínima elementos e informações necessários para que
estabelecida para a proposta técnica. os licitantes possam elaborar suas propostas de
preços com total e completo conhecimento do
§ 2º Nas licitações do tipo "técnica e preço" objeto da licitação.
será adotado, adicionalmente ao inciso I do
parágrafo anterior, o seguinte procedimento Art. 48. Serão desclassificadas:
claramente explicitado no instrumento I – as propostas que não atendam às
convocatório: exigências do ato convocatório da licitação;
I – será feita a avaliação e a valorização II – propostas com valor global superior
das propostas de preços, de acordo com ao limite estabelecido ou com preços
critérios objetivos preestabelecidos no manifestamente inexequíveis, assim
instrumento convocatório; considerados aqueles que não venham a
II – a classificação dos proponentes far- ter demonstrada sua viabilidade através
se-á de acordo com a média ponderada de documentação que comprove que os
das valorizações das propostas técnicas custos dos insumos são coerentes com
e de preço, de acordo com os pesos os de mercado e que os coeficientes de
preestabelecidos no instrumento produtividade são compatíveis com a
convocatório. execução do objeto do contrato, condições
estas necessariamente especificadas no ato
§ 3º Excepcionalmente, os tipos de convocatório da licitação.
licitação previstos neste artigo poderão
ser adotados, por autorização expressa § 1º Para os efeitos do disposto no inciso II
e mediante justificativa circunstanciada deste artigo consideram-se manifestamente
da maior autoridade da Administração inexequíveis, no caso de licitações de menor
promotora constante do ato convocatório, preço para obras e serviços de engenharia,
para fornecimento de bens e execução de as propostas cujos valores sejam inferiores
obras ou prestação de serviços de grande a 70% (setenta por cento) do menor dos
vulto majoritariamente dependentes de seguintes valores:
tecnologia nitidamente sofisticada e de a) média aritmética dos valores das
domínio restrito, atestado por autoridades propostas superiores a 50% (cinqüenta por
técnicas de reconhecida qualificação, nos cento) do valor orçado pela administração,
casos em que o objeto pretendido admitir ou
soluções alternativas e variações de
execução, com repercussões significativas b) valor orçado pela administração.
sobre sua qualidade, produtividade,
§ 2º Dos licitantes classificados na forma
rendimento e durabilidade concretamente
do parágrafo anterior cujo valor global da
mensuráveis, e estas puderem ser
proposta for inferior a 80% (oitenta por
adotadas à livre escolha dos licitantes, na
cento) do menor valor a que se referem

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as alíneas "a" e "b", será exigida, para Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição
a assinatura do contrato, prestação de em registro cadastral, a sua alteração ou
garantia adicional, dentre as modalidades cancelamento, e as propostas serão processadas
previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença e julgadas por comissão permanente ou especial
entre o valor resultante do parágrafo de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo
anterior e o valor da correspondente menos 2 (dois) deles servidores qualificados
proposta. pertencentes aos quadros permanentes dos
órgãos da Administração responsáveis pela
§ 3º Quando todos os licitantes forem licitação.
inabilitados ou todas as propostas forem
desclassificadas, a administração poderá § 1º No caso de convite, a Comissão de
fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis licitação, excepcionalmente, nas pequenas
para a apresentação de nova documentação unidades administrativas e em face da
ou de outras propostas escoimadas das exiguidade de pessoal disponível, poderá
causas referidas neste artigo, facultada, no ser substituída por servidor formalmente
caso de convite, a redução deste prazo para designado pela autoridade competente.
três dias úteis.
§ 2º A Comissão para julgamento dos
Art. 49. A autoridade competente para a pedidos de inscrição em registro cadastral,
aprovação do procedimento somente poderá sua alteração ou cancelamento, será
revogar a licitação por razões de interesse integrada por profissionais legalmente
público decorrente de fato superveniente habilitados no caso de obras, serviços ou
devidamente comprovado, pertinente e aquisição de equipamentos.
suficiente para justificar tal conduta, devendo
anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por § 3º Os membros das Comissões de licitação
provocação de terceiros, mediante parecer responderão solidariamente por todos
escrito e devidamente fundamentado. os atos praticados pela Comissão, salvo
se posição individual divergente estiver
§ 1º A anulação do procedimento devidamente fundamentada e registrada
licitatório por motivo de ilegalidade não em ata lavrada na reunião em que tiver sido
gera obrigação de indenizar, ressalvado o tomada a decisão.
disposto no parágrafo único do art. 59 desta
Lei. § 4º A investidura dos membros das
Comissões permanentes não excederá
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório a 1 (um) ano, vedada a recondução da
induz à do contrato, ressalvado o disposto totalidade de seus membros para a mesma
no parágrafo único do art. 59 desta Lei. comissão no período subsequente.
§ 3º No caso de desfazimento do processo § 5º No caso de concurso, o julgamento
licitatório, fica assegurado o contraditório e será feito por uma comissão especial
a ampla defesa. integrada por pessoas de reputação ilibada
e reconhecido conhecimento da matéria
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos em exame, servidores públicos ou não.
aplica-se aos atos do procedimento de
dispensa e de inexigibilidade de licitação. Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art.
22 desta Lei deve ser precedido de regulamento
Art. 50. A Administração não poderá celebrar próprio, a ser obtido pelos interessados no local
o contrato com preterição da ordem de indicado no edital.
classificação das propostas ou com terceiros
estranhos ao procedimento licitatório, sob pena § 1º O regulamento deverá indicar:
de nulidade.

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I – a qualificação exigida dos participantes; VI – deliberação da autoridade competente
quanto à homologação e adjudicação do
II – as diretrizes e a forma de apresentação objeto da licitação.
do trabalho;
III – as condições de realização do concurso d) ADJUDICAÇÃO: O licitante adquire
e os prêmios a serem concedidos. qualidade de “vencedor” e de titular
de preferência para a celebração do
§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor contrato com a administração.
deverá autorizar a Administração a executá-
lo quando julgar conveniente. Art. 43. A licitação será processada e julgada
com observância dos seguintes procedimentos:
Art. 53. O leilão pode ser cometido a
leiloeiro oficial ou a servidor designado pela [...]
Administração, procedendo-se na forma da VI – deliberação da autoridade competente
legislação pertinente. quanto à homologação e adjudicação do
§ 1º Todo bem a ser leiloado será objeto da licitação.
previamente avaliado pela Administração
para fixação do preço mínimo de
arrematação.
§ 2º Os bens arrematados serão pagos à
vista ou no percentual estabelecido no
edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e,
após a assinatura da respectiva ata lavrada
no local do leilão, imediatamente entregues
ao arrematante, o qual se obrigará ao
pagamento do restante no prazo estipulado
no edital de convocação, sob pena de
perder em favor da Administração o valor já
recolhido.
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento
da parcela à vista poderá ser feito em até
vinte e quatro horas.
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente
divulgado, principalmente no município em
que se realizará.

c) HOMOLOGAÇÃO: a autoridade
competente aprova o procedimento.
Realiza ainda um controle de legalidade
ao procedimento licitatório
Art. 43. A licitação será processada e julgada
com observância dos seguintes procedimentos:
[...]

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Direito Administrativo

LICITAÇÕES – ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO

Prof. Cristiano de Souza

LICITAÇÕES – ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO


ANULAÇÃO
Ocorre o controle de legalidade que pode ser feito de ofício ou por
provocação de terceiros.

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento


somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente
de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para
justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por
provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente
fundamentado.
§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não
gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
59 desta Lei.

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LICITAÇÕES – ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO
ANULAÇÃO

Art. 49.
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato,
ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do
procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

LICITAÇÕES – ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO


ANULAÇÃO

Ocorre o controle de legalidade que pode ser feito de ofício ou por


provocação de terceiros.

LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.


Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

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Direito Administrativo – Anulação e Revogação – Prof. Cristiano de Souza

LICITAÇÕES – ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO


ANULAÇÃO

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera


retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele,
ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de


indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em
que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados,
contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade
de quem lhe deu causa.

LICITAÇÕES – ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO


REVOGAÇÃO

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento


somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público
decorrente de fato superveniente devidamente comprovado,
pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por
ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer
escrito e devidamente fundamentado.

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LICITAÇÕES – ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO
REVOGAÇÃO

Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o


termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do
prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação,
sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.

§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo


de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de
conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação
independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

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Direito Administrativo

Contratos Administrativos

Noções Gerais

CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO

1. Sob regime de direito privado;


2. Sob regime de direito público

CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO

1. Sob regime de DIREITO PRIVADO;


•• Princípio da igualdade entre as partes;
•• Autonomia da vontade das partes;
•• Força probatória das convenções = Pacta Sunt Servanda
•• Ex: contrato de locação com ente da administração;
2. Sob regime de DIREITO PÚBLICO;
•• São chamados de contratos administrativos;
•• Princípio da supremacia da Administração Pública;
•• Obedece o princípio da legalidade quanto ao limite da competência;
•• Mutabilidade unilateral das cláusulas do contrato;

CONCEITO
Para Hely Lopes: Ajuste que a administração pública, agindo nessa qualidade, firma com o
particular ou com outra entidade administrativa, para consecução de objetivos de interesse
público, nas condições desejadas pela própria administração.
Para Maria Sylvia: Ajuste que a administração, nessa qualidade, celebra com pessoa física
ou jurídica pública ou privada, para consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de
direito privado.

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Características dos Contratos Administrativos
•• Acordo de vontades ou seja bilateral;
•• Incidência de prerrogativas especais;
•• Regime jurídico de direito público;

Formalização dos Contratos Administrativos


Regra: são sempre formais e escritos;
Portanto, são solenes;
Exceção: contrato verbal: pequenas compras de pronto pagamento com valor não superior a
R$ 4.000,00 sob regime de adiantamento (art. 60, p.u. da Lei 8.666/93)
Princípio da Publicidade: a publicação do resumo do instrumento de contrato ou de seus
aditamentos é condição indispensável à eficácia do contrato. (Lei 8.666/93 art. 61, p.u.)
Clausulas Exorbitantes: são prerrogativas de direito público conferida por lei à Administração
Pública, que a colocam em situação de superioridade frente ao contratado.

Lei nº 8.987/95 - Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:

II – CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: a delegação de sua prestação, feita pelo poder


concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio
de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por
prazo determinado;
III – CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO PRECEDIDA DA EXECUÇÃO DE OBRA PÚBLICA: a
construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer
obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade
de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para
a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja
remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;
IV – permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

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Direito Administrativo – Conceito, Espécie e Características – Prof. Cristiano de Souza

Slides - Conceitos, Espécie e Características

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


CONCEITO: são prerrogativas de direito público conferidas por Lei à
administração pública, que a colocam em situação de superioridade
frente ao contratado.

Por isso, exorbitam das cláusulas comuns do direito privado.

São decorrentes do regime jurídico dos contratos administrativos,


pois derivam do princípio da supremacia do interesse público.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


CLÁUSULAS EXORBITANTES (exemplo)

- Exigência de garantias
- Alteração unilateral dos contrato
- Rescisão unilateral do contrato
- Fiscalização
- Aplicação de penalidades
- Ocupação temporária

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Cláusulas Exorbitantes nos Contratos
1) EXIGÊNCIA DE GARANTIAS – Conceito

A critério da autoridade competente, desde que prevista no


instrumento convocatório, pode ser exigida prestação de garantia
nas contratações de obras, serviços e compras.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


1) EXIGÊNCIA DE GARANTIAS – características

- Ato discricionário, pois é a critério da autoridade administrativa;


- Deve estar no instrumento convocatório.

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso,


e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá
ser exigida prestação de garantia nas contratações de
obras, serviços e compras.

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Direito Administrativo – Conceito, Espécie e Características – Prof. Cristiano de Souza

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


1) EXIGÊNCIA DE GARANTIAS – modalidades

I) caução: em dinheiro ou em títulos da dívida pública;


II) Seguro garantia
III) Fiança bancária

OBS: as modalidades são exaustiva (rol fechado), mas caberá ao


contratado a escolha da modalidade (art. 56, §1º)

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


1) EXIGÊNCIA DE GARANTIAS – valor

Regra: não excederá a 5% do valor do contrato.

Exceção:
a) Até 10% para obras, serviços e fornecimento de grande vulto de
alta complexidade;
b) Garantia adicional: nos contratos que importem na entrega de
bens pela Administração, dos quais o contratado ficará
depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor
desses bens. (que ficaram em depósito).

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Cláusulas Exorbitantes nos Contratos
2) Alteração Unilateral do Contrato - conceito

Prerrogativa concedida à administração pública para,


unilateralmente, alterar os contratos administrativos.

Portanto, aos contratos administrativos não se aplica integralmente


o princípio pacta sunt servanda.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


2) Alteração Unilateral do Contrato – abrangência

Alcanças apenas as cláusulas regulamentares ou de serviço;

Não alcança as clausulas econômicas financeiras, pois tais cláusulas


estabelecem uma relação entre a remuneração do contratado e os
encargos assumidos.

Sendo assim as clausulas econômicas financeiras não podem ser


alteradas sem a prévia concordância do contratado, pois visa a
garantia do equilíbrio econômico financeiro.

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Direito Administrativo – Conceito, Espécie e Características – Prof. Cristiano de Souza

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


2) Alteração Unilateral do Contrato – abrangência

Importante não confundir Alteração contratual com revisão e


reajuste de contrato.

- Revisão: decorre de alteração quando afete o equilíbrio


econômico financeiro (inflação);

- Reajuste: não caracteriza alteração do contrato, mas sim


atualização do valor pago frente à infração.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


2) Alteração Unilateral do Contrato – Tipos – art. 65
I) Qualitativas: modificação do projeto ou das especificações para
melhor adequação técnica aos seus objetivos. Não se sujeita a
limites objetivos.
II) Quantitativas:
a) acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
valor inicial atualizado do contrato.
b) no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento,
até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus
acréscimos.

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Cláusulas Exorbitantes nos Contratos
3) Rescisão Unilateral do Contrato – conceito

Prerrogativa da administração para extinguir unilateralmente o


contrato ANTES do prazo, sem a necessidade de recorrer ao poder
judiciário.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


3) Rescisão Unilateral do Contrato – casos

i) Inadimplemento do contrato;
ii) Interesse público, justificado pela autoridade máxima em
processo administrativo a que está subordinado o contratante;
iii) Caso fortuito ou força maior.

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Direito Administrativo – Conceito, Espécie e Características – Prof. Cristiano de Souza

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


3) Rescisão Unilateral do Contrato – casos

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:


I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos
casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior (art.
78);
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no
processo da licitação, desde que haja conveniência para a
Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


4) Fiscalização

Representante da administração poderá fiscalizar a execução do


contrato;

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e


fiscalizada por um representante da Administração especialmente
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 99
Cláusulas Exorbitantes nos Contratos
4) Fiscalização

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados


diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa
ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão
interessado.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


5) Aplicação de Penalidades

- Advertência
- Multa
- Suspensão temporária
- Declaração de inidoneidade

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Direito Administrativo – Conceito, Espécie e Características – Prof. Cristiano de Souza

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


5) Aplicação de Penalidades

Multa: Atraso injustificado e também na inexecução do contrato.

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o


contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento
convocatório ou no contrato.
§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a
Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as
outras sanções previstas nesta Lei.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


5) Aplicação de Penalidades

Multa: Atraso injustificado e também na inexecução do contrato.

A multa pode ser descontada da garantia do contrato (art. 86,§2º) ou


aplicada juntamente com as demais sanções (art. 87,§2º).

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Cláusulas Exorbitantes nos Contratos
5) Aplicação de Penalidades

SUSPENSÃO TEMPORÁRIA:

- Suspensão em participação de licitação;


- Suspensão de contratar com a administração;
- Motivo: inexecução total ou parcial do contrato;
- Duração máxima: 2 anos
- Competência: simples autoridade competente

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


5) Aplicação de Penalidades

DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE
- Abrange a suspensão temporária de licitar e contratar com a
administração pelo motivo de inexecução total ou parcial do
contrato.
- Duração Mínimo 2 anos; (pedido de reabilitação após o prazo)
- Competência exclusiva do Ministro de Estado, Secretário Estadual
e Secretário Municipal.

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Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


6) Ocupação Temporária

Conceito: para os serviços essenciais a administração possui a


prerrogativa de ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis,
pessoal e serviços VINCULADOS ao objeto do contrato.

Cláusulas Exorbitantes nos Contratos


6) Ocupação Temporária

Hipóteses:
i) Como medida acautelatória para apuração de irregularidades na
execução do contrato = objetivo é apurar irregularidades.
ii) Imediatamente após a rescisão unilateral do contrato = objetivo
é assegurar a prestação do serviço público.

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

VIGENCIA DOS CONTRATO iguais e sucessivos períodos com vistas


à obtenção de preços e condições mais
ADMINISTRATIVOS
vantajosas para a administração, limitada a
sessenta meses; (obs.: ver § 4º pois poderá
Art. 57. A duração dos contratos regidos por
ser prorrogado por até doze meses.)
esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos
créditos orçamentários, exceto quanto aos III – (Vetado).
relativos:
IV – ao aluguel de equipamentos e à
I – aos projetos cujos produtos estejam utilização de programas de informática,
contemplados nas metas estabelecidas podendo a duração estender-se pelo prazo
no Plano Plurianual, os quais poderão de até 48 (quarenta e oito) meses após o
ser prorrogados se houver interesse da início da vigência do contrato.
Administração e desde que isso tenha sido
previsto no ato convocatório; V – às hipóteses previstas nos incisos IX,
XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos
II – à prestação de serviços a serem poderão ter vigência por até 120 (cento
executados de forma contínua, que e vinte) meses, caso haja interesse da
poderão ter a sua duração prorrogada por administração.

Art. 24. É dispensável a licitação:


IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional,
nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho
de Defesa Nacional;
XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de
materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter
a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais,
aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País,
que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,
mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima
do órgão.
XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e
20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de
contratação dela constantes.

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§ 1º Os prazos de início de etapas de
execução, de conclusão e de entrega
admitem prorrogação, mantidas as demais
cláusulas do contrato e assegurada a
manutenção de seu equilíbrio econômico-
financeiro, desde que ocorra algum dos
seguintes motivos, devidamente autuados
em processo:
I – alteração do projeto ou especificações,
pela Administração;
II – superveniência de fato excepcional ou
imprevisível, estranho à vontade das partes,
que altere fundamentalmente as condições
de execução do contrato;
III – interrupção da execução do contrato ou
diminuição do ritmo de trabalho por ordem
e no interesse da Administração;
IV – aumento das quantidades inicialmente
previstas no contrato, nos limites permitidos
por esta Lei;
V – impedimento de execução do contrato
por fato ou ato de terceiro reconhecido
pela Administração em documento
contemporâneo à sua ocorrência;
VI – omissão ou atraso de providências
a cargo da Administração, inclusive
quanto aos pagamentos previstos de que
resulte, diretamente, impedimento ou
retardamento na execução do contrato,
sem prejuízo das sanções legais aplicáveis
aos responsáveis.
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá
ser justificada por escrito e previamente
autorizada pela autoridade competente
para celebrar o contrato.
§ 3º É vedado o contrato com prazo de
vigência indeterminado.
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente
justificado e mediante autorização da
autoridade superior, o prazo de que trata
o inciso II do caput deste artigo poderá ser
prorrogado por até doze meses.

106 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

ALTERAÇÃO DOS CONTRATO d) para restabelecer a relação que as


partes pactuaram inicialmente entre os
ADMINISTRATIVOS
encargos do contratado e a retribuição da
administração para a justa remuneração da
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei obra, serviço ou fornecimento, objetivando
poderão ser alterados, com as devidas a manutenção do equilíbrio econômico-
justificativas, nos seguintes casos: financeiro inicial do contrato, na hipótese
de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
I – unilateralmente pela Administração:
previsíveis porém de consequências
a) quando houver modificação do projeto incalculáveis, retardadores ou impeditivos
ou das especificações, para melhor da execução do ajustado, ou, ainda, em
adequação técnica aos seus objetivos; caso de força maior, caso fortuito ou fato
do príncipe, configurando álea econômica
b) quando necessária a modificação do valor extraordinária e extracontratual.
contratual em decorrência de acréscimo ou
diminuição quantitativa de seu objeto, nos § 1º O contratado fica obrigado a aceitar,
limites permitidos por esta Lei; nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem
II – por acordo das partes: nas obras, serviços ou compras, até 25%
a) quando conveniente a substituição da (vinte e cinco por cento) do valor inicial
garantia de execução; atualizado do contrato, e, no caso particular
de reforma de edifício ou de equipamento,
b) quando necessária a modificação do até o limite de 50% (cinquenta por cento)
regime de execução da obra ou serviço, bem para os seus acréscimos.
como do modo de fornecimento, em face
de verificação técnica da inaplicabilidade § 2º Nenhum acréscimo ou supressão
dos termos contratuais originários; poderá exceder os limites estabelecidos no
parágrafo anterior, salvo:
c) quando necessária a modificação da
forma de pagamento, por imposição de I – (VETADO)
circunstâncias supervenientes, mantido II – as supressões resultantes de acordo
o valor inicial atualizado, vedada a celebrado entre os contratantes.
antecipação do pagamento, com relação
ao cronograma financeiro fixado, sem § 3º Se no contrato não houverem sido
a correspondente contraprestação de contemplados preços unitários para obras
fornecimento de bens ou execução de obra ou serviços, esses serão fixados mediante
ou serviço; acordo entre as partes, respeitados os
limites estabelecidos no § 1º deste artigo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 107
§ 4º No caso de supressão de obras, bens
ou serviços, se o contratado já houver
adquirido os materiais e posto no local
dos trabalhos, estes deverão ser pagos
pela Administração pelos custos de
aquisição regularmente comprovados
e monetariamente corrigidos, podendo
caber indenização por outros danos
eventualmente decorrentes da supressão,
desde que regularmente comprovados.
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos
legais criados, alterados ou extintos, bem
como a superveniência de disposições
legais, quando ocorridas após a data da
apresentação da proposta, de comprovada
repercussão nos preços contratados,
implicarão a revisão destes para mais ou
para menos, conforme o caso.
§ 6º Em havendo alteração unilateral
do contrato que aumente os encargos
do contratado, a Administração deverá
restabelecer, por aditamento, o equilíbrio
econômico-financeiro inicial.
§ 7º(VETADO)
§ 8º A variação do valor contratual para
fazer face ao reajuste de preços previsto
no próprio contrato, as atualizações,
compensações ou penalizações financeiras
decorrentes das condições de pagamento
nele previstas, bem como o empenho de
dotações orçamentárias suplementares
até o limite do seu valor corrigido, não
caracterizam alteração do mesmo, podendo
ser registrados por simples apostila,
dispensando a celebração de aditamento.

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

EXECUÇÃO DOS CONTRATO ou incorreções resultantes da execução ou de


materiais empregados.
ADMINISTRATIVOS
Art. 70. O contratado é responsável pelos
Art. 66. O contrato deverá ser executado danos causados diretamente à Administração
fielmente pelas partes, de acordo com as ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou
cláusulas avençadas e as normas desta Lei, dolo na execução do contrato, não excluindo ou
respondendo cada uma pelas consequências reduzindo essa responsabilidade a fiscalização
de sua inexecução total ou parcial. ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

Art. 67. A execução do contrato deverá Art. 71. O contratado é responsável pelos
ser acompanhada e fiscalizada por um encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e
representante da Administração especialmente comerciais resultantes da execução do contrato.
designado, permitida a contratação de terceiros § 1º A inadimplência do contratado, com
para assisti-lo e subsidiá-lo de informações referência aos encargos trabalhistas, fiscais
pertinentes a essa atribuição. e comerciais não transfere à Administração
§ 1º O representante da Administração Pública a responsabilidade por seu
anotará em registro próprio todas as pagamento, nem poderá onerar o objeto
ocorrências relacionadas com a execução do contrato ou restringir a regularização
do contrato, determinando o que for e o uso das obras e edificações, inclusive
necessário à regularização das faltas ou perante o Registro de Imóveis.
defeitos observados. § 2º A Administração Pública responde
§ 2º As decisões e providências que solidariamente com o contratado pelos
ultrapassarem a competência do encargos previdenciários resultantes da
representante deverão ser solicitadas a seus execução do contrato, nos termos do art. 31
superiores em tempo hábil para a adoção da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
das medidas convenientes. § 3º (Vetado).
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, Art. 72. O contratado, na execução do contrato,
aceito pela Administração, no local da obra sem prejuízo das responsabilidades contratuais
ou serviço, para representá-lo na execução do e legais, poderá subcontratar partes da obra,
contrato. serviço ou fornecimento, até o limite admitido,
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, em cada caso, pela Administração.
corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será
suas expensas, no total ou em parte, o objeto do recebido:
contrato em que se verificarem vícios, defeitos
I – em se tratando de obras e serviços:

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a) provisoriamente, pelo responsável (quinze) dias anteriores à exaustão dos
por seu acompanhamento e fiscalização, mesmos.
mediante termo circunstanciado, assinado
pelas partes em até 15 (quinze) dias da Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento
comunicação escrita do contratado; provisório nos seguintes casos:

b) definitivamente, por servidor ou I – gêneros perecíveis e alimentação


comissão designada pela autoridade preparada;
competente, mediante termo II – serviços profissionais;
circunstanciado, assinado pelas partes,
após o decurso do prazo de observação, III – obras e serviços de valor até o previsto
ou vistoria que comprove a adequação do no art. 23, inciso II, alínea "a", desta
objeto aos termos contratuais, observado o Lei, desde que não se componham de
disposto no art. 69 desta Lei; aparelhos, equipamentos e instalações
sujeitos à verificação de funcionamento e
II – em se tratando de compras ou de produtividade.
locação de equipamentos:
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o
a) provisoriamente, para efeito de posterior recebimento será feito mediante recibo.
verificação da conformidade do material
com a especificação; Art. 75. Salvo disposições em contrário
constantes do edital, do convite ou de ato
b) definitivamente, após a verificação da normativo, os ensaios, testes e demais provas
qualidade e quantidade do material e exigidos por normas técnicas oficiais para a boa
consequente aceitação. execução do objeto do contrato correm por
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos conta do contratado.
de grande vulto, o recebimento far-se-á Art. 76. A Administração rejeitará, no todo
mediante termo circunstanciado e, nos ou em parte, obra, serviço ou fornecimento
demais, mediante recibo. executado em desacordo com o contrato.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo
não exclui a responsabilidade civil pela
solidez e segurança da obra ou do serviço,
nem ético-profissional pela perfeita
execução do contrato, dentro dos limites
estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b"
do inciso I deste artigo não poderá ser
superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos
excepcionais, devidamente justificados e
previstos no edital.
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado
ou a verificação a que se refere este artigo
não serem, respectivamente, lavrado
ou procedida dentro dos prazos fixados,
reputar-se-ão como realizados, desde
que comunicados à Administração nos 15

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Direito Administrativo

Contratos Administrativos

EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

a) ORDINÁRIA
b) EXTRAORDINÁRIA:
•• Anulação
•• Rescisão: unilateral; amigável; judicial.
a) ORDINÁRIA: decorre do adimplemento do contrato e consequente término normal do
vínculo contratual.
Pode decorrer de:
Conclusão do objeto do contrato.

Conclusão do prazo do contrato.


b) EXTRAORDINÁRIA: é a extinção da relação obrigacional de forma indireta.
ANULAÇÃO: extinção decorrente de ilegalidade na celebração do contrato ou de vício insanável
na licitação.
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento [...], devendo anulá-la por
ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente
fundamentado.
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla
defesa.
§ 4º disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e
de inexigibilidade de licitação.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de
indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no
parágrafo único do art. 59 desta Lei.
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os
efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.

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Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado
pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos
regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a
responsabilidade de quem lhe deu causa.
RESCISÃO: desfazimento do contrato administrativo durante a execução.
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos
I a XII e XVII do artigo anterior (art. 78);
II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que
haja conveniência para a Administração;
III – judicial, nos termos da legislação
RESCISÃO UNILATERAL: é ato unilateral da administração = cláusula exorbitante.
•• Por culpa do contratado = falta contratual;
•• Sem culpa do contratado = interesse público ou caso fortuito ou força maior.
RESCISÃO AMIGÁVEL: situações em que há descumprimento contratual por parte da
administração a qual se propõe a indenizar o contratado, caso haja danos comprovados.
RESCISÃO JUDICIAL: é o único modo à disposição do contratado, pois o contratado só pode
pleitear a rescisão pela via judicial por motivo da exception non adimplenti contractus. (é a
suspensão da execução do contrato pela parte prejudicada por motivo de inadimplência do
outro contratante)
RESCISÃO JUDICIAL: exception non adimplenti contractus.
Regra: inoponibilidade contra a Administração = principio da continuidade do serviço público.
Exceção: art. 78, XV-o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos
ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou
guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas
obrigações até que seja normalizada a situação;

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

SANÇÕES ADMINISTRATIVAS NOS IV – declaração de inidoneidade para


licitar ou contratar com a Administração
CONTRATOS
Pública enquanto perdurarem os motivos
determinantes da punição ou até que seja
Art. 86. O atraso injustificado na execução do promovida a reabilitação perante a própria
contrato sujeitará o contratado à multa de mora, autoridade que aplicou a penalidade, que
na forma prevista no instrumento convocatório será concedida sempre que o contratado
ou no contrato. ressarcir a Administração pelos prejuízos
resultantes e após decorrido o prazo da
§ 1º A multa a que alude este artigo não
sanção aplicada com base no inciso anterior.
impede que a Administração rescinda
unilateralmente o contrato e aplique as § 1º Se a multa aplicada for superior
outras sanções previstas nesta Lei. ao valor da garantia prestada, além da
perda desta, responderá o contratado pela
§ 2º A multa, aplicada após regular processo
sua diferença, que será descontada dos
administrativo, será descontada da garantia
pagamentos eventualmente devidos pela
do respectivo contratado.
Administração ou cobrada judicialmente.
§ 3º Se a multa for de valor superior ao
§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III
valor da garantia prestada, além da perda
e IV deste artigo poderão ser aplicadas
desta, responderá o contratado pela sua
juntamente com a do inciso II, facultada a
diferença, a qual será descontada dos
defesa prévia do interessado, no respectivo
pagamentos eventualmente devidos pela
processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
Administração ou ainda, quando for o caso,
cobrada judicialmente. § 3º A sanção estabelecida no inciso IV
deste artigo é de competência exclusiva do
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do
Ministro de Estado, do Secretário Estadual
contrato a Administração poderá, garantida a
ou Municipal, conforme o caso, facultada
prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes
a defesa do interessado no respectivo
sanções:
processo, no prazo de 10 (dez) dias da
I – advertência; abertura de vista, podendo a reabilitação
ser requerida após 2 (dois) anos de sua
II – multa, na forma prevista no instrumento aplicação.
convocatório ou no contrato;
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III
III – suspensão temporária de participação e IV do artigo anterior poderão também ser
em licitação e impedimento de contratar aplicadas às empresas ou aos profissionais que,
com a Administração, por prazo não em razão dos contratos regidos por esta Lei:
superior a 2 (dois) anos;

www.acasadoconcurseiro.com.br 113
I – tenham sofrido condenação definitiva
por praticarem, por meios dolosos, fraude
fiscal no recolhimento de quaisquer
tributos;
II – tenham praticado atos ilícitos visando a
frustrar os objetivos da licitação;
III – demonstrem não possuir idoneidade
para contratar com a Administração em
virtude de atos ilícitos praticados.

114 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992).

O dever de punição dos atos de improbidade administrativa tem fundamento constitucional no


art. 37, § 4º, da CF/88, senão vejamos:

Art. 37, § 4º – Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Consequentemente, a condenação por improbidade administrativa poderá implicar em


suspensão dos direitos políticos por força do art. 15, inciso IV, da Carta Maior.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Mas foi somente em 1992, que o legislador regulamentou o texto constitucional com a
publicação da Lei nº 8.429/1992 dispondo sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos
nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta ou fundacional a qual passamos a analisar a partir de
agora.

Anotações:

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Lei nº 8.429, de 2 de Junho de 1992.
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer AGENTE PÚBLICO, servidor ou não, contra
a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta
por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição
dos cofres públicos.

Dica: Entidades ou Bens protegidos pela Lei:


•• administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território,
•• Empresa incorporada ao patrimônio público ou de
•• Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais
de 50% do patrimônio ou da receita anual
•• contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público,
•• bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a
sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

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Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público (terceiro particular), induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos
assuntos que lhe são afetos.

Dica: Cade o princípio da eficiência? R: esta lei é de 1992 e o princípio da eficiência foi
introduzido somente em 1998, com a EC nº 19 na CF/1988.

Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente
ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público OU ensejar
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar
ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

CAPÍTULO II
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

QUADRO SISTEMÁTICO SOBRE OS ATOS DE IMPROBIDADE


Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento
ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério
Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.

Art. 5º Ocorrendo lesão ao


Art. 6º No caso de
patrimônio público por ação
enriquecimento ilícito, perderá
ou omissão, dolosa ou culposa,
o agente público ou terceiro
do agente ou de terceiro, dar-
beneficiário os bens ou valores
se-á o integral ressarcimento do
acrescidos ao seu patrimônio.
dano.

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Seção III
Seção I Seção II
Dos Atos de Improbidade
Dos Atos de Improbidade Dos Atos de Improbidade
Administrativa que Atentam
Administrativa que Importam Administrativa que Causam
Contra os Princípios da
Enriquecimento Ilícito Prejuízo ao Erário
Administração Pública
Art. 9º Constitui ato de Art. 10. Constitui ato de Art. 11. Constitui ato de
improbidade administrativa improbidade administrativa improbidade administrativa que
importando enriquecimento que causa lesão ao erário atenta contra os princípios da
ilícito auferir qualquer tipo de qualquer ação ou omissão, administração pública qualquer
vantagem patrimonial indevida dolosa ou culposa, que enseje ação ou omissão que viole
em razão do exercício de cargo, perda patrimonial, desvio, os deveres de honestidade,
mandato, função, emprego apropriação, malbaratamento imparcialidade, legalidade,
ou atividade nas entidades ou dilapidação dos bens e lealdade às instituições, e
mencionadas no art. 1º desta ou haveres das entidades notadamente:
lei, e notadamente: referidas no art. 1º desta lei, e
I – praticar ato visando
notadamente:
I – receber, para si ou fim proibido em lei ou
para outrem, dinheiro, I – facilitar ou concorrer regulamento ou diverso
bem móvel ou imóvel, ou por qualquer forma daquele previsto, na regra
qualquer outra vantagem para a incorporação ao de competência;
econômica, direta ou patrimônio particular, de
II – retardar ou deixar de
indireta, a título de pessoa física ou jurídica,
praticar, indevidamente,
comissão, percentagem, de bens, rendas, verbas
ato de ofício;
gratificação ou presente ou valores integrantes do
de quem tenha interesse, acervo patrimonial das III – revelar fato ou
direto ou indireto, que entidades mencionadas no circunstância de que tem
possa ser atingido ou art. 1º desta lei; ciência em razão das
amparado por ação ou atribuições e que deva
II – permitir ou concorrer
omissão decorrente das permanecer em segredo;
para que pessoa física
atribuições do agente IV – negar publicidade aos
ou jurídica privada utilize
público; atos oficiais;
bens, rendas, verbas ou
II – perceber vantagem valores integrantes do V – frustrar a licitude de
econômica, direta ou acervo patrimonial das concurso público;
indireta, para facilitar a entidades mencionadas
aquisição, permuta ou no art. 1º desta lei, VI – deixar de prestar
locação de bem móvel ou sem a observância das contas quando esteja
imóvel, ou a contratação formalidades legais ou obrigado a fazê-lo;
de serviços pelas entidades regulamentares aplicáveis VII – revelar ou
referidas no art. 1º por à espécie; permitir que chegue ao
preço superior ao valor de conhecimento de terceiro,
III – doar à pessoa física
mercado; antes da respectiva
ou jurídica bem como ao
III – perceber vantagem ente despersonalizado, divulgação oficial, teor
econômica, direta ou ainda que de fins de medida política ou
indireta, para facilitar a educativos ou assistências, econômica capaz de afetar
alienação, permuta ou bens, rendas, verbas ou o preço de mercadoria,
locação de bem público valores do patrimônio de bem ou serviço.
ou o fornecimento de qualquer das entidades
serviço por ente estatal por mencionadas no art. 1º
preço inferior ao valor de desta lei, sem observância
mercado; das formalidades legais e

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IV – utilizar, em obra ou regulamentares aplicáveis


serviço particular, veículos, à espécie;
máquinas, equipamentos
IV – permitir ou facilitar a
ou material de qualquer
alienação, permuta ou ou
natureza, de propriedade
à disposição de locação
qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º de bem integrante do
desta lei, bem como o patrimônio de qualquer
trabalho de servidores das entidades referidas no
públicos, empregados ou art. 1º desta lei, ou ainda
terceiros contratados por a prestação de serviço
essas entidades; por parte delas, por preço
inferior ao de mercado;
V – receber vantagem
econômica de qualquer V – permitir ou facilitar
natureza, direta ou a aquisição, permuta ou
indireta, para tolerar a locação de bem ou serviço
exploração ou a prática por preço superior ao de
de jogos de azar, de mercado;
lenocínio, de narcotráfico, VI – realizar operação
de contrabando, de usura financeira sem observância
ou de qualquer outra das normas legais e
atividade ilícita, ou aceitar regulamentares ou aceitar
promessa de tal vantagem; garantia insuficiente ou
VI – receber vantagem inidônea;
econômica de qualquer
VII – conceder benefício
natureza, direta ou
administrativo ou fiscal
indireta, para fazer
sem a observância das
declaração falsa sobre
formalidades legais ou
medição ou avaliação em
regulamentares aplicáveis
obras públicas ou qualquer
outro serviço, ou sobre à espécie;
quantidade, peso, medida, VIII – frustrar a licitude
qualidade ou característica de processo licitatório
de mercadorias ou bens ou dispensá-lo
fornecidos a qualquer das indevidamente;
entidades mencionadas no
art. 1º desta lei; IX – ordenar ou permitir
a realização de despesas
VII – adquirir, para si não autorizadas em lei ou
ou para outrem, no regulamento;
exercício de mandato,
cargo, emprego ou função X – agir negligentemente
pública, bens de qualquer na arrecadação de tributo
natureza cujo valor seja ou renda, bem como
desproporcional à evolução no que diz respeito à
do patrimônio ou à renda conservação do patrimônio
do agente público; público;

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VIII – aceitar emprego, XI – liberar verba pública
comissão ou exercer sem a estrita observância
atividade de consultoria das normas pertinentes
ou assessoramento ou influir de qualquer
para pessoa física ou forma para a sua aplicação
jurídica que tenha irregular;
interesse suscetível de
ser atingido ou amparado
XII – permitir, facilitar ou
por ação ou omissão
concorrer para que terceiro
decorrente das atribuições
se enriqueça ilicitamente;
do agente público,
durante a atividade;
IX – perceber vantagem XIII – permitir que se
econômica para utilize, em obra ou serviço
intermediar a liberação ou particular, veículos,
aplicação de verba pública máquinas, equipamentos
de qualquer natureza; ou material de qualquer
natureza, de propriedade
X – receber vantagem
ou à disposição de
econômica de qualquer
qualquer das entidades
natureza, direta ou
mencionadas no art.
indiretamente, para omitir
1º desta lei, bem como
ato de ofício, providência
o trabalho de servidor
ou declaração a que esteja
público, empregados ou
obrigado;
terceiros contratados por
XI – incorporar, por essas entidades.
qualquer forma, ao
XIV – celebrar contrato
seu patrimônio bens,
ou outro instrumento
rendas, verbas ou valores
que tenha por objeto a
integrantes do acervo
prestação de serviços
patrimonial das entidades
públicos por meio da
mencionadas no art. 1º
gestão associada sem
desta lei;
observar as formalidades
XII – usar, em proveito previstas na lei;
próprio, bens, rendas,
XV – celebrar contrato de
verbas ou valores
rateio de consórcio público
integrantes do acervo
sem suficiente e prévia
patrimonial das entidades dotação orçamentária,
mencionadas no art. 1º ou sem observar as
desta lei. formalidades previstas na
lei.

PENAS Art. 12

I – na hipótese do art. 9 II – na hipótese do art. 10 III – na hipótese do art. 11

•• ressarcimento integral
•• ressarcimento integral do •• ressarcimento integral do
do dano, quando
dano, dano, se houver,
houver,

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•• perda dos bens ou valores


•• perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao
acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer
patrimônio,
esta circunstância,

•• perda da função pública, •• perda da função pública, •• perda da função pública,

•• suspensão dos direitos •• suspensão dos direitos •• suspensão dos direitos


políticos de 8 a 10 anos, políticos de 5 a 8 anos, políticos de 3 a 5 anos,

•• pagamento de multa civil


•• pagamento de multa civil •• pagamento de multa civil
de até 100 vezes o valor
de até 03 vezes o valor do de até 02 vezes o valor do
da remuneração percebida
acréscimo patrimonial e dano e
pelo agente e

•• proibição de contratar com •• proibição de contratar com •• proibição de contratar com


o Poder Público ou receber o Poder Público ou receber o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos benefícios ou incentivos benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta fiscais ou creditícios, direta fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda ou indiretamente, ainda ou indiretamente, ainda
que por intermédio de que por intermédio de que por intermédio de
pessoa jurídica da qual pessoa jurídica da qual pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo seja sócio majoritário, pelo seja sócio majoritário, pelo
prazo de 10 anos; prazo de 05 anos; prazo de 03 anos.

CAPÍTULO III
DAS PENAS
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

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III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes
o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do
dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

CAPÍTULO IV
DA DECLARAÇÃO DE BENS
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração
dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de
pessoal competente.
§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e
qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e,
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos
apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do
prazo determinado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada
à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e
proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência
contida no caput e no § 2º deste artigo.

CAPÍTULO V
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se
esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.

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§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração


dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos
arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 (trata do Processo Disciplinar) e, em
se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou
Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de
improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a
requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério
Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do
sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do
Código de Processo Civil. (forma de Medida Cautelar)

Dica: CPC – Do Sequestro


Art. 822. O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o sequestro:
I – de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a propriedade
ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;
II – dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de condenado
por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;
III – dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento, se
o cônjuge os estiver dilapidando;
IV – nos demais casos expressos em lei.
Art. 823. Aplica-se ao sequestro, no que couber, o que este Código estatui acerca do
arresto.
Art. 824. Incumbe ao juiz nomear o depositário dos bens sequestrados. A escolha poderá,
todavia, recair:
I – em pessoa indicada, de comum acordo, pelas partes;
II – em uma das partes, desde que ofereça maiores garantias e preste caução idônea.
Art. 825. A entrega dos bens ao depositário far-se-á logo depois que este assinar o
compromisso.
Parágrafo único. Se houver resistência, o depositário solicitará ao juiz a requisição de
força policial.

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§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos
tratados internacionais.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela
pessoa jurídica interessada, dentro de 30 dias da efetivação da medida cautelar.

Dica: Medida Cautelar no Código de Processo Civil

Art. 806. Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação (TAC) nas ações de que trata o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação
do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que
couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965.

Dica: Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965 – Regula a ação popular.

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades


referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas,
tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.

§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto
de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado
do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo
representante legal ou dirigente.

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente,


como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes
da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade
de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as
disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.

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Dica: CPC – Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual

Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou
interveniente.
Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
Vl – provocar incidentes manifestamente infundados.
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-
fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a
parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as
despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na
proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se
coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2º O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a
20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento.

§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do


requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e
justificações, dentro do prazo de 15 dias.
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de 30 dias, em decisão fundamentada, rejeitará
a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
inadequação da via eleita.
§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento (A.I.).
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz
extinguirá o processo sem julgamento do mérito.
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o
disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Processo Penal.

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Dica: CPP – Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os
secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às
Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes
dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do
Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e
o juiz.
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da
Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de
depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas
pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício.

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em
favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado
pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento
de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no
art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

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CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
I – até 05 anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão (CC) ou de
função de confiança (FC);
II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis
com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

Dica: Lei nº 8.112/1990. Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de


aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.

Anotações:

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Direito Administrativo

LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002.

Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito e operacional aos órgãos e entidades


Federal e Municípios, nos termos do art. 37, promotores da modalidade de pregão,
inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade utilizando-se de recursos de tecnologia da
de licitação denominada pregão, para aquisição informação.
de bens e serviços comuns.
§ 3º As bolsas a que se referem o § 2o
Art. 37 – XXI – ressalvados os casos especificados deverão estar organizadas sob a forma de
na legislação, as obras, serviços, compras sociedades civis sem fins lucrativos e com
e alienações serão contratados mediante a participação plural de corretoras que
processo de licitação pública que assegure operem sistemas eletrônicos unificados de
igualdade de condições a todos os concorrentes, pregões.
com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da Art. 3º A fase preparatória do pregão observará
proposta, nos termos da lei, o qual somente o seguinte:
permitirá as exigências de qualificação técnica I – a autoridade competente justificará
e econômica indispensáveis à garantia do a necessidade de contratação e definirá
cumprimento das obrigações. o objeto do certame, as exigências de
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços habilitação, os critérios de aceitação das
comuns, poderá ser adotada a licitação na propostas, as sanções por inadimplemento
modalidade de pregão, que será regida por esta e as cláusulas do contrato, inclusive com
Lei. fixação dos prazos para fornecimento;

Parágrafo único. Consideram-se bens e II – a definição do objeto deverá ser precisa,


serviços comuns, para os fins e efeitos suficiente e clara, vedadas especificações
deste artigo, aqueles cujos padrões de que, por excessivas, irrelevantes ou
desempenho e qualidade possam ser desnecessárias, limitem a competição;
objetivamente definidos pelo edital, por III – dos autos do procedimento constarão a
meio de especificações usuais no mercado. justificativa das definições referidas no inciso
Art. 2º (VETADO) I deste artigo e os indispensáveis elementos
técnicos sobre os quais estiverem apoiados,
§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio bem como o orçamento, elaborado pelo
da utilização de recursos de tecnologia da órgão ou entidade promotora da licitação,
informação, nos termos de regulamentação dos bens ou serviços a serem licitados; e
específica.
IV – a autoridade competente designará,
§ 2º Será facultado, nos termos de dentre os servidores do órgão ou entidade
regulamentos próprios da União, Estados, promotora da licitação, o pregoeiro e
Distrito Federal e Municípios, a participação respectiva equipe de apoio, cuja atribuição
de bolsas de mercadorias no apoio técnico inclui, dentre outras, o recebimento

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das propostas e lances, a análise de sua VI – no dia, hora e local designados, será
aceitabilidade e sua classificação, bem realizada sessão pública para recebimento
como a habilitação e a adjudicação do das propostas, devendo o interessado,
objeto do certame ao licitante vencedor. ou seu representante, identificar-se e,
se for o caso, comprovar a existência dos
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada necessários poderes para formulação de
em sua maioria por servidores ocupantes de propostas e para a prática de todos os
cargo efetivo ou emprego da administração, demais atos inerentes ao certame;
preferencialmente pertencentes ao
quadro permanente do órgão ou entidade VII – aberta a sessão, os interessados
promotora do evento. ou seus representantes, apresentarão
declaração dando ciência de que cumprem
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, plenamente os requisitos de habilitação
as funções de pregoeiro e de membro e entregarão os envelopes contendo a
da equipe de apoio poderão ser indicação do objeto e do preço oferecidos,
desempenhadas por militares procedendo-se à sua imediata abertura e à
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada verificação da conformidade das propostas
com a convocação dos interessados e observará com os requisitos estabelecidos no
as seguintes regras: instrumento convocatório;

I – a convocação dos interessados será VIII – no curso da sessão, o autor da oferta


efetuada por meio de publicação de de valor mais baixo e os das ofertas com
aviso em diário oficial do respectivo ente preços até 10% (dez por cento) superiores
federado ou, não existindo, em jornal de àquela poderão fazer novos lances verbais e
circulação local, e facultativamente, por sucessivos, até a proclamação do vencedor;
meios eletrônicos e conforme o vulto da IX – não havendo pelo menos 3 (três)
licitação, em jornal de grande circulação, ofertas nas condições definidas no inciso
nos termos do regulamento de que trata o anterior, poderão os autores das melhores
art. 2º; propostas, até o máximo de 3 (três),
II – do aviso constarão a definição do objeto oferecer novos lances verbais e sucessivos,
da licitação, a indicação do local, dias e quaisquer que sejam os preços oferecidos;
horários em que poderá ser lida ou obtida a X – para julgamento e classificação das
íntegra do edital; propostas, será adotado o critério de menor
III – do edital constarão todos os elementos preço, observados os prazos máximos para
definidos na forma do inciso I do art. 3º, as fornecimento, as especificações técnicas
normas que disciplinarem o procedimento e parâmetros mínimos de desempenho e
e a minuta do contrato, quando for o caso; qualidade definidos no edital;

IV – cópias do edital e do respectivo aviso XI – examinada a proposta classificada em


serão colocadas à disposição de qualquer primeiro lugar, quanto ao objeto e valor,
pessoa para consulta e divulgadas na forma caberá ao pregoeiro decidir motivadamente
da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de a respeito da sua aceitabilidade;
1998; XII – encerrada a etapa competitiva
V – o prazo fixado para a apresentação das e ordenadas as ofertas, o pregoeiro
propostas, contado a partir da publicação procederá à abertura do invólucro contendo
do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias os documentos de habilitação do licitante
úteis; que apresentou a melhor proposta, para

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verificação do atendimento das condições do recorrente, sendo-lhes assegurada vista


fixadas no edital; imediata dos autos;
XIII – a habilitação far-se-á com a verificação XIX – o acolhimento de recurso importará a
de que o licitante está em situação regular invalidação apenas dos atos insuscetíveis de
perante a Fazenda Nacional, a Seguridade aproveitamento;
Social e o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço – FGTS, e as Fazendas Estaduais XX – a falta de manifestação imediata
e Municipais, quando for o caso, com a e motivada do licitante importará a
comprovação de que atende às exigências decadência do direito de recurso e a
do edital quanto à habilitação jurídica adjudicação do objeto da licitação pelo
e qualificações técnica e econômico- pregoeiro ao vencedor;
financeira; XXI – decididos os recursos, a autoridade
XIV – os licitantes poderão deixar competente fará a adjudicação do objeto da
de apresentar os documentos de licitação ao licitante vencedor;
habilitação que já constem do Sistema de XXII – homologada a licitação pela
Cadastramento Unificado de Fornecedores autoridade competente, o adjudicatário
– Sicaf e sistemas semelhantes mantidos será convocado para assinar o contrato no
por Estados, Distrito Federal ou Municípios, prazo definido em edital; e
assegurado aos demais licitantes o direito
de acesso aos dados nele constantes; XXIII – se o licitante vencedor, convocado
dentro do prazo de validade da sua
XV – verificado o atendimento das proposta, não celebrar o contrato, aplicar-
exigências fixadas no edital, o licitante será se-á o disposto no inciso XVI.
declarado vencedor;
Art. 5º É vedada a exigência de:
XVI – se a oferta não for aceitável ou
se o licitante desatender às exigências I – garantia de proposta;
habilitatórias, o pregoeiro examinará as
II – aquisição do edital pelos licitantes, como
ofertas subseqüentes e a qualificação dos
condição para participação no certame; e
licitantes, na ordem de classificação, e assim
sucessivamente, até a apuração de uma III – pagamento de taxas e emolumentos,
que atenda ao edital, sendo o respectivo salvo os referentes a fornecimento do
licitante declarado vencedor; edital, que não serão superiores ao custo
de sua reprodução gráfica, e aos custos
XVII – nas situações previstas nos incisos
de utilização de recursos de tecnologia da
XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar
informação, quando for o caso.
diretamente com o proponente para que
seja obtido preço melhor; Art. 6º O prazo de validade das propostas será
de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixado
XVIII – declarado o vencedor, qualquer
no edital.
licitante poderá manifestar imediata e
motivadamente a intenção de recorrer, Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo
quando lhe será concedido o prazo de 3 de validade da sua proposta, não celebrar o
(três) dias para apresentação das razões contrato, deixar de entregar ou apresentar
do recurso, ficando os demais licitantes documentação falsa exigida para o certame,
desde logo intimados para apresentar ensejar o retardamento da execução de seu
contra-razões em igual número de dias, que objeto, não mantiver a proposta, falhar ou
começarão a correr do término do prazo fraudar na execução do contrato, comportar-
se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal,

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ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será
descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o
inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas
em edital e no contrato e das demais cominações legais.
Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, serão
documentados no processo respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de
controle, nos termos do regulamento previsto no art. 2º.
Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de
21 de junho de 1993.

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Slides – LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002 (PREGÃO)

LEI No 10.520/2002 - PREGÃO

Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos


termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de
licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços
comuns.

LEI No 10.520/2002 - PREGÃO

CF - Art. 37 - XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as


obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

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LEI No 10.520/2002 - PREGÃO

Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de


desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo
edital, por meio de especificações usuais no mercado.

LEI No 10.520/2002 - PREGÃO

Fases do Pregão:

i) Fase Preparatória;
ii) Fase Externa.

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LEI No 10.520/2002 - PREGÃO


Fase Preparatória;

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:


I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e
definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de
aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas
do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;

II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas


especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias,
limitem a competição;

LEI No 10.520/2002 - PREGÃO


Fase Preparatória;
III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições
referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos
sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado
pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a
serem licitados; e

IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão


ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de
apoio, cuja ATRIBUIÇÃO inclui, dentre outras, o recebimento das
propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação,
bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao
licitante vencedor.

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LEI No 10.520/2002 - PREGÃO
Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação


de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo,
em jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos
e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação;
II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do
local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do
edital;

LEI No 10.520/2002 - PREGÃO


Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

III - do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso


I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do
contrato, quando for o caso;
IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição
de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei nº 9.755,
de 16 de dezembro de 1998;

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LEI No 10.520/2002 - PREGÃO


Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir


da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;

VI - no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para


recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu
representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos
necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de
todos os demais atos inerentes ao certame;

LEI No 10.520/2002 - PREGÃO


Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes,


apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os
requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a
indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua
imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os
requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;

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LEI No 10.520/2002 - PREGÃO
Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

VIII - no curso da sessão, o autor da oferta e os das ofertas com preços


até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances
verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;

IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no


inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o de
valor mais baixo máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e
sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;

LEI No 10.520/2002 - PREGÃO


Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

X - para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério


de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as
especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e
qualidade definidos no edital;
XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao
objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito
da sua aceitabilidade;

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Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro


procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de
habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para
verificação do atendimento das condições fixadas no edital;

LEI No 10.520/2002 - PREGÃO


Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro


procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de
habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para
verificação do atendimento das condições fixadas no edital;

XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante


será declarado vencedor;

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Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às


exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas
subseqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação,
e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital,
sendo o respectivo licitante declarado vencedor;

LEI No 10.520/2002 - PREGÃO


Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar


imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será
concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do
recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para
apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a
correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista
imediata dos autos;

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Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará


a decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação
pelo pregoeiro ao vencedor;

LEI No 10.520/2002 - PREGÃO


Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação


do objeto da licitação ao licitante vencedor;

XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, o


adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido
em edital; e

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LEI No 10.520/2002 - PREGÃO
Fase Externa
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos
interessados e observará as seguintes regras:

XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da


sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso
XVI.

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Art. 5º É vedada a exigência de:

I - garantia de proposta;
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação
no certame; e
III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a
fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua
reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia
da informação, quando for o caso.

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Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se
outro não estiver fixado no edital.

Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as


normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

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