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2. Governo;
É um órgão pois é um centro institucionalizado que expressa a vontade das
pessoas coletivas. É um órgão colegial, complexo (tem dentro de si outros
órgãos), decisório (e governo delibera), não eletivo, independente, não
representativo, constitucional (previsto no artigo 110º da AR) e primário.
Existem mais classificações. São necessárias?
Como é um órgão é dotado de diferentes elementos:
- Elemento institucional: os órgãos contribuem para a duração/permanência
das pessoas coletivas. Segundo Hauriou, instituição corresponde à ideia de
obra ou empreendimento que se realiza e perdura no meio social.
- Competência: resulta da concretização de determinada norma jurídica e
equivale aos poderes funcionais do órgão. Parcela do poder público que cabe
ao órgão. Além de traduzir o modo como um órgão participa no exercício das
funções do Estado, traduz igualmente a sua posição relativa em face dos
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3. Presidente da República;
Posso estar-me a referir ao órgão ou ao titular, o que seria diferente se
falasse em Presidência da República. É um órgão, pois expressa a vontade
das pessoas coletivas. É um órgão singular, simples, deliberativo,
independente, eletivo, não representativo, constitucional (previsto no
artigo 110º da AR) e primário.
Enquanto órgão de soberania, o PR detém várias competências: quanto a
outros órgãos (exemplo: art.133º, e, f, g, h), para prática de atos próprios
(exemplo: art. 134º, a), b), c), g), h)), nas relações internacionais (exemplo:
art.135º, a), b), c)).
O PR participa na função política latu sensu e stricto sensu. O PR
não tem funções legislativas. O PR não aprova leis. O PR através da
função governativa fiscaliza a legislativa através da promulgação,
do veto ou do envio para o tribunal constitucional. O PR não tem
faculdade de estatuir na função legislativa.
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4. Assembleia da República;
É um órgão, pois expressa a vontade das pessoas coletivas. É um órgão
colegial, complexo, consultivo, eletivo, independente, representativo,
constitucional (previsto no artigo 110º do regimento da AR) e primário.
A AR tem também várias competências: política (stricto sensu) e legislativa
(artigo 161º, por exemplo, c), h), i), j), m)), de fiscalização (artigo 162º, alínea
a) e b)), quanto a outros órgãos (art. 163º, d), d), e), f)).
É um órgão de soberania – art.110º.
Não tem qualquer participação na função administrativa mas limita-a e
controla-a – art.162º.
5. Conselho de Ministros;
É um órgão, pois expressa a vontade das pessoas coletivas. É um órgão
colegial, complexo (só podemos entender assim se entendermos que cada
ministro é um órgão) /simples, decisório, não eletivo, independente, não
representativo, constitucional (previsto no artigo 110º da AR) e primário.
Este órgão tem várias competências – art. 200º.
Não é um órgão de soberania, mas é um órgão constitucional. Integra o
órgão de soberania Governo.
6. Representante da República;
É um órgão, pois expressa a vontade das pessoas coletivas. É um órgão
singular, simples, deliberativo, não eletivo, independente, não
representativo, constitucional e primário.
Art. 230º
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7. Ministério da Justiça;
É um órgão, pois expressa a vontade das pessoas coletivas. É um órgão
colegial, complexo, consultivo, não eletivo, independente, não representativo,
constitucional e primário.
Mecanismo de desconcentração da pessoa coletiva Estado.
8. Ministro da Justiça;
É um órgão, pois expressa a vontade das pessoas coletivas. É um órgão
singular, simples, deliberativo, não eletivo, independente, não
representativo, constitucional e primário.
Titular do Ministério da Justiça.
Os ministros em si são titulares de órgãos.
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estado (institutos públicos, por exemplo), que também são responsáveis por
esta função.
Desta forma, a função jurisdicional é a única que cabe apenas a órgãos de
soberania.
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funcionamento) mas não o poderia ter feito nos termos do art.279, nº2, pois
116 não é superior à maioria absoluta dos deputados em efetividade de
funções. Depois de uma intervenção da AR, após a análise do TC não há
obrigatoriedade de promulgação (o que difere do artigo 136º, nº2.) Ainda
falta a referenda da promulgação e a publicação no DR, para o diploma
entrar em vigor.
NOTAS:
O PR pode utilizar uma dúvida jurídica para vetar politicamente, mas não
pode analisar a fiscalidade para vetar, porque ele não tem competências de
fiscalização da constitucionalidade. No entanto, não existe um critério
definido para a fundamentação dele.
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artigo 166º, nº2 o ato previsto no artigo anterior reveste a forma de lei
orgânica. Depois de haver aprovação na generalidade não está encerrada a
fase do procedimento legislativo parlamentar. Assim, nos termos do artigo
168º, nº1, a discussão dos projetos e propostas de lei compreende um debate
na generalidade e outro na especialidade. Além disso, ao abrigo do art. 168º,
nº2, a votação compreende uma votação na generalidade, uma votação na
especialidade. A votação na generalidade e na especialidade é feita de acordo
com a regra geral do quórum deliberativo previsto no artigo 116º, nº3
(quando existem exceções à regra geral, elas estão previstas na CRP).
O PR tem como intenção vetar politicamente. Nos termos do artigo 136º, nº1,
o PR terá 20 dias para promulgar ou vetar o decreto da AR, solicitando nova
apreciação do diploma (devolver a norma à AR) em mensagem
fundamentada.
NOTAS:
*O facto de ter anunciado na TV não tem relevância.
*Supondo que o decreto da AR que é uma lei orgânica chega ao PR, ele pode
vetar (20 dias), enviar ao TC (8 dias), mas para promulgar tem que esperar
até ao nono dia (promulgação vedada temporária – mas o veto não é vedado),
segundo o artigo 278º, nº7.
*O PR também não pode analisar a constitucionalidade ou não, pois não tem
competências para isso.
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Deputados presentes.
Isto é uma lei orgânica, logo a confirmação é feita nos termos do artigo 136º,
nº3, sendo que será exigida a maioria e dois terços de Deputados presentes,
desde que superior à maioria absoluta dos Deputados em efetividade de
funções.
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Enviado para o PR, este entendeu exercer o veto político, o que fez no
segundo dia imediatamente a seguir à receção do decreto.
O PR até teria 20 dias para o fazer, segundo o artigo 136º, nº1. Contudo,
segundo o artigo 278º, nº4 e nº7, sendo a lei apresentada uma lei orgânica
existe uma promulgação vedada (porque em relação a estes diplomas há um
alargamento da legitimidade para enviar para o TC, isto é, o PM ou 1/5 dos
deputados podem enviar para o TC) – mas ele não promulga, ele exerce o
veto político (ou seja, devolve sem promulgação o diploma à AR com
mensagem fundamentada) – artigo 136º.
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O Governo não pode legislar sobre essa matéria, uma vez que é matéria de
reserva absoluta da AR, nos termos do artigo 164º, e), logo, é da exclusiva
competência da AR legislar sobre regimes do estado de sítio e do estado de
emergência. Seria uma inconstitucionalidade orgânica.
O artigo 112º nº2, primeira parte aplica-se só a matéria concorrencial.
Assim, não se aplica, neste caso, o princípio de paridade.
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*In claris non fit interpretatio – naquilo que é claro não precisamos de
interpretar o sentido – este princípio já não é aplicável, muito menos neste
caso.
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Nos termos do art. 167º, nº1 os Deputados têm iniciativa de lei. Mas os
partidos não existem na AR (existem apenas ou deputados ou grupos
parlamentares) – é irrelevante. Neste caso, falamos de proposta de lei e não
de projeto de lei porque os Deputados, independentemente do partido a que
pertencem, são internos à AR. No entanto, temos um caso de reserva de
iniciativa para o governo por se tratar de uma autorização legislativa.
Esta matéria é de reserva relativa – art. 165º, nº1, c), logo, o governo pode
legislar mediante autorização da AR.
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Segundo o artigo 136º, nº4 o PR tem 40 dias para vetar o decreto-lei contados
desde a sua receção.
Como o Governo não é um órgão eleito e, por isso, não é representativo, não
poderia confirmar o decreto depois de veto político (sob a forma de resolução
do CM também não pode).
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menos 116 deputados) – art. 168º, nº5 – 114 deputados não foram suficientes
para aprovar a lei orgânica. Sendo uma lei orgânica, o PR não pode
promulgar imediatamente – promulgação vedada.
Não.
- Matéria concorrencial
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Comente.
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competência para legislar sobre esta matéria. Sendo que de acordo com o
art. 169º nº1 primeira parte, o único caso em que os decretos-lei não podem
ser submetidos a apreciação parlamentar são os relativos à exclusiva
competência do Governo (e se o caso fosse de fiscalização sucessiva abstrata?
as resoluções da AR poderiam ser submetidas a apreciação? sim podiam).
Esta proposta de decreto-lei será submetida a discussão e aprovação em
Conselho de Ministros de acordo com o art. 200º nº1 alínea d). Após a sua
aprovação é assinado pelo Primeiro-Ministro e pelos ministros competentes
em razão da matéria, de acordo com o art. 201º nº3. Consecutivamente, será
enviado para promulgação por parte do PR. Contudo, este por se encontrar
ausente do território nacional deu instruções telefónicas ao seu Chefe de
Gabinete para que solicitasse a fiscalização preventiva da
constitucionalidade da Resolução da AR através da qual se recusava a
apreciação de um Decreto-Lei relativo a matérias previstas no artigo em
questão. Contudo isto não será possível, pois de acordo com o artigo 132º nº1
quem assume as funções do PR, interinamente e na sua ausência, é o
Presidente da AR, ou o substituto deste caso exista impedimento, sendo que
a sua ação esta prevista no art. 139º. Verifica-se uma inconstitucionalidade
formal, sendo que também é orgânica pois de acordo com o artigo 281º nº2, o
Chefe de Gabinete do PR não possui competência para requerer ao TC a
fiscalização preventiva da constitucionalidade. Salientando-se que no pedido
de fiscalização, o PR só pode pedir a apreciação da fiscalização preventiva
dos diplomas que lhe chegam para ato de promulgação.
O TC declarou-se incompetente para apreciar a referida resolução, mas
optou antes por apreciar uma Lei de Autorização legislativa entretanto
aprovada pela AR.
Art. 278º, nº1 – de facto não refere “resoluções da AR”.
Nos termos da lei do TC do artigo 51º, nº1 e nº5, o TC está vinculado ao
princípio do pedido, logo, não poderia optar antes por apreciar uma lei de
autorização legislativa.
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autorizado “X” que estabelece o novo regime das expropriações por utilidade
pública afastando-se, contudo, do disposto na Lei de Autorização —
inconstitucionalidade orgânica + ilegalidade por violação da lei de valor
reforçado específico (art. 112º nº2 segunda parte), para além da
inconstitucionalidade indireta porque este princípio constitucional
estabelece uma relação de subordinação entre uma lei de autorização e um
decreto lei autorizado. No dia 6 de Janeiro de 2010, - relativamente ao prazo
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animais, que não indica a lei ao abrigo da qual terá sido editada - art. 112.º
nº7 – inconstitucionalidade entre art. 112.º nº6 e 7 - no caso dos
regulamentos independentes é a própria constituição o documento
habilitante.
Alguém que tem animais não os pode ter dentro das povoações (matéria de
reserva relativa) art. 165.º - dentro dos DLG está em causa o direito de
circulação (artigo 44.º) e art 61.º (liberdade de iniciativa privada).
a) As normas da referida postura poderiam ter sido objecto de
fiscalização preventiva? Porquê?
Não. Só podem ser objeto de fiscalização preventiva as convenções
internacionais, as leis e decretos-lei, decretos-lei regionais e decretos
regionais, nos termos do artigo 278º, nº1 e nº2.
A fiscalização preventiva tem como objeto atos que constam nos diplomas, ao
PR para efeitos de promulgação ou ao RR para efeitos de assinatura.
Destina-se a prevenir inconstitucionalidades grosseiras no que diz respeito
aos diplomas que virão a ser atos legislativos. Qualquer norma pode ser
objeto de fiscalização concreta.
b) Poderia um cidadão pedir a declaração de inconstitucionalidade desta
norma?
Não. Art 281.º. Qual o tipo de fiscalização? Quando se fala em declaração,
estamos a falar de um acórdão de fiscalização sucessiva abstrata que resulta
do artigo 281.º n.º2. É aliás sabido que em Portugal não existe queixa
constitucional ou recurso de amparo. Art 52.º, nº1 da lei do TC (não
admissão do pedido).
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Cfr. Acórdão TC n.º 101/2009
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Assim:
1. Que considerações lhe suscita o presente caso prático?
2. Na hipótese de o TC se pronunciar pela inconstitucionalidade das
normas objecto de apreciação, que atos poderá praticar a AR?
3. Imagine agora que o TC declarou a inconstitucionalidade do
diploma e:
⎯ Adiou a produção dos seus efeitos para 2008;
⎯ Ressalvou os casos julgados.
Comente.
No dia 28 de Julho de 2006, um grupo de 31 Deputados (artigo 281º nº2,
alínea f) à caso de fiscalização sucessiva abstrata, efeitos do artigo 282º, os
casos do nº 2 aplicam-se aos casos supervenientes) à AR requereu ao TC a
declaração, com força obrigatória geral, da inconstitucionalidade da Lei n.º
32/2006, de 26 de Julho (Lei da Procriação Medicamente Assistida), com
fundamento na ilegalidade e na inconstitucionalidade formal e material de
diversas normas. (matéria de reserva relativa, artigo 165º nº1 alínea b),
direito de constituir família, artigo 36º).
d) O diploma questionado foi enviado para o Presidente da República
para promulgação, imediatamente a seguir à fixação da redação final do
texto legal, antes de ter decorrido o prazo que assiste aos Deputados para
apresentar reclamação do texto final, violando o disposto no Regimento da
Assembleia da República (RAR). Vício: não é um caso de
inconstitucionalidade formal porque não vem do texto da CRP.
e) A Lei n.º 32/2006, de 26 de Julho também apresenta vários problemas
de inconstitucionalidade material e de violação da Convenção de Oviedo e da
Declaração Universal dos Direitos do Homem, que, por via do artigo 8.º da
CRP, fazem parte do ordenamento jurídico português.
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Assim:
4. Que considerações lhe suscita o presente caso prático?
5. Na hipótese de o TC se pronunciar pela inconstitucionalidade das
normas objecto de apreciação, que atos poderá praticar a AR?
6. Imagine agora que o TC declarou a inconstitucionalidade do
diploma e:
⎯ Adiou a produção dos seus efeitos para 2008; (não pode adiar a
produção dos efeitos depois da declaração) à o TC, nos casos das normas do
orçamento, prolongou por 1 ano e só passado esse período de tempo é que a
declaração começou a produzir efeitos.
⎯ Ressalvou os casos julgados. (artigo 282º nº3 - só teria que dizer
alguma coisa em situação inversa, apenas nos casos deste artigo)
Comente.
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Por ter publicado um artigo sem a exigida autorização prévia, António foi
constituído arguido em processo disciplinar e suspenso por 6 meses.
Inconformado, recorreu para o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa
e, no decurso do processo, invocou a inconstitucionalidade do Decreto-Lei n.º
123/09 por violar o direito de manifestar livremente a opinião. (exceção de
inconstitucionalidade, fiscalização sucessiva concreta incidental)
1. Suponha agora que o juiz que está a julgar a causa aplica o Decreto-Lei
n.º 123/09 no respectivo processo por não o julgar inconstitucional. Poderá
António recorrer para o Tribunal Constitucional? António pode recorrer, o
recurso é por exaustão, com base no artigo 280º, nº1, alínea b); Lei do TC
artigos 70º e 72º. E o Ministério Público? Poderia recorrer (artigo 72º nº2
alínea a) da Lei do TC, mas não é obrigatório porque não estamos nos casos
do artigo 280º nº3 e nº5; há uma possibilidade de recurso mas não uma
obrigatoriedade de recurso). Qual seria o âmbito desse recurso? Artigo 280º
nº6, CRP e o artigo 71º da Lei do TC. Se não tivesse sido o António a recorrer
mas sim o MP? Este recurso aproveita, nos termos do artigo 74º da Lei TC,
a todos os que tiverem legitimidade para recorrer.
2. Se o Tribunal Constitucional vier a julgar o Decreto-Lei n.º 123/09
inconstitucional quais serão os efeitos da sua decisão? Caso de fiscalização
sucessiva concreta, por isso são efeitos inter partes, há uma desaplicação da
norma, artigo 80 nº2, Lei do TC; necessidade de reforma de decisão do
tribunal ad quo.
3. Imagine agora que António foi absolvido pelo Tribunal Administrativo
de Círculo de Lisboa, que desaplicou o Decreto-Lei n.º 123/09 por o
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uma resolução, que está prevista no artigo 269º, é a própria CRP que tem
essa suscetibilidade, compatível com o artigo 112º nº5) do decreto-lei de
10.01.2012, pergunta-se:
a) Poderá o Presidente da República desencadear a fiscalização da
constitucionalidade do ato de 05.05.2012? Pode ser alvo de fiscalização
sucessiva (preventiva não, porque é tem um objeto restrito, ou seja, aquelas
que chegam ao PR para promulgar), na medida em que esta resolução que
tem conteúdo normativo (podemos ter como objeto qualquer tipo de norma);
pediria a fiscalização ao abrigo do artigo 281º nº2, alínea a).
b) Se o Tribunal Constitucional considerar procedente o pedido do
Presidente da República, quais os efeitos da eventual decisão de
inconstitucionalidade? Temos uma resolução que cessa a vigência do DL e
uma declaração de inconstitucionalidade, que faz eliminar o efeito que fez
cessar a vigência do DL. Nos termos do nº1 do artigo 282º, haverá uma
repristinação, portanto, desse DL.
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do artigo 168º nº6 (maioria mais agravada, mais exigente que a do artigo
168º nº5; o diploma continuava sem ser aprovado))
b) Admitindo que o procedimento tinha ocorrido dentro da normalidade,
qual o prazo para o Presidente da República promulgar este diploma? 20
dias com base no artigo 136º nº1, ele tem 20 dias para promulgar, o que
significa que dentro destes dias, nos primeiros 8, o PR não pode promulgar
mas pode vetar (artigo 278ºà promulgação vedada por ser um diploma que
reveste forma de lei orgânica)
c) E se houvesse veto político, a AR poderia confirmar o diploma? O quórum
deliberativo é mais exigente nos termos do artigo 136º nº3.
d) Supondo que o diploma entrou em vigor, imagine que em determinado
processo o Capitão Valente, que entende que há normas inconstitucionais,
pretende obstar à sua aplicação. O que pode ou deve fazer? Pode invocar a
exceção de inconstitucionalidade que consubstancia um processo de
fiscalização sucessiva concreta incidental, nos termos do artigo 204º.
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audição, porque essa lei não resulta da CRP, quanto muito havia uma caso
de ilegalidade por uma preterição de uma audição que a lei permite)
Artigo 1º (Utilização de câmaras de videovigilância)
“Para garantir uma maior eficácia das empresas portuguesas, e para
assegurar maiores índices produtividade, podem ser instaladas câmaras de
videovigilância nos locais de trabalho, destinadas à avaliação do
desempenho profissional dos trabalhadores.”
Artigo 2º (Segurança Social)
“É garantido o subsídio de desemprego sem termo, desde que os
beneficiários aceitem a instalação de câmaras de videovigilância em sua
casa, de modo a que o Estado possa fiscalizar que não têm trabalho e que
passam ‘x’ horas diárias a procurá-lo na internet.”
2. O Presidente da República solicitou a fiscalização preventiva da
constitucionalidade do decreto, limitando o prazo de decisão pelo Tribunal
Constitucional para 8 dias. (artigo 136º nº1 - 40 dias, é um diploma do
Governo; pode enviar para o TC (278º), dispondo de 8 dias para enviar para
o TC)
O Tribunal Constitucional pronunciou-se no sentido da sua
inconstitucionalidade orgânica e formal.
O Presidente da República vetou o decreto com fundamento na “óbvia
incompatibilidade do texto com a Constituição”. (efeitos da decisão no artigo
279º)
3. Na sequência do descrito, o Primeiro-Ministro enviou o texto à
Assembleia da República, a título de proposta de lei.
A Assembleia da República aprovou a proposta do Governo na generalidade
e na especialidade, através da comissão competente em razão da matéria.
(proposta do Governo à AR, artigo 167º; inconstitucionalidade formal por
causa da discussão em comissão) Depois desta votação, a Assembleia da
República procedeu à audição de todas as entidades constitucional e
legalmente competentes para emitir parecer ou serem ouvidas no âmbito do
procedimento legislativo.
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