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IV - DIREITO ADMINISTRATIVO

Autarquia Local - (autonomia)


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Regional / Autónoma
(Descentralizado) Periférica

Existência de muitas pessoas colectivas

Governo
ORGÃOS DE Assembleia da República
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL Presidente da República
Tribunais

Pessoas Colectivas TÊM ATRIBUIÇÕES Fins que Prosseguem

Órgão TÊM COMPETÊNCIAS Poderes funcionais dados aos Órgão da


Pessoal Colectiva Pública

PODER CENTRAL

Presidente da República - Artº. 133 CRP


ORGÃOS DE PODER Assembleia da república - Artº. 161 CRP Competências
POLÍTICO (ESTADO) Tribunais
Governo - Artº. 197 e SS CRP
(órgão de vocação geral)
PODER LOCAL

Câmara Municipal
- Autarquias Locais Presidente da Câmara
Assembleia Municipal

- Juntas de Freguesia

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Conferidas
COMPETÊNCIAS Delimitadas POR LEI
Retiradas

Desconcentração de Poder - Repartição (delegação de poderes) s/ Autonomia


Concentração de Poder - Sem delegação de Poderes

Descentralização de Poderes - Têm autonomia. Não dependem de ninguém

À Administração Pública cumpre a satisfação das necessidades colectivas : Segurança; Cultura e Bem
Estar

A Administração Pública comparta dois sentidos:

a) Sentido orgânico ou subjectivo: A Organização Administrativa


b) Sentido Material ou Objectivo: A Actividade Administrativa

No Sentido Orgânico:
A Administração Pública é um sistema de órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como das
demais pessoas colectivas públicas, que asseguram a satisfação regular e contínua das necessidades
colectivas de Segurança, Cultura e Bem Estar.

A Administração Pública não se reduz ao Estado. Com ele coexistem outras P.C.P. (Regiões Autónomas,
Autarquias Locais; institutos e Associações Públicas) que também desempenham a função
Administrativa. Mas o Estado é a mais importante entidade que integra a A.P..
No Sentido Material ou Objectivo:

É a actividade típica dos serviços e agentes administrativos desenvolvida no interesse geral da


colectividade com vista à satisfação regular das necessidades colectivas.

A Administração Pública contrapõem-se à Administração Privada.

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Direito Administrativo - Ramo de direito público constituído pelo sistema de normas jurídicas que
regulam a organização e o funcionamento da Administração Pública, bem como as relações estabelecidas
entre ela e os particulares no exercício da actividade Administrativa e gestão pública.

Actividade de Gestão Pública - Aquela que é regulada pelo Direito Administrativo


Actividade de Gestão Privada - A que é regulada pelo Direito Privado.

Normas de Direito Administrativo :


a) Orgânicas - Regulam a organização da A.P.
b) Funcionais - Regulam o modo de agir específico da A.P.
c) Relacionais - Regulam as relações entre a A.P. e os particulares no exercício da actividade
administrativa e gestão pública

Normas Relacionais - As que conferem poderes de autoridade à A.P.

4.1 - A ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA PORTUGUESA

A Administração Central do Estado

O Estado é aqui considerado o Estado Administração. É a pessoa colectiva pública que, no interior da
comunidade Nacional, desempenha sob. Direcção do Governo a parcela mais importante da actividade
administrativa.

O Estado é, portanto apenas uma das pessoas colectiva pública que constituem o universo da
Administração Pública. As outras são as Regiões Autónomas e as Autarquias Locais que, tal como o
Estado são pessoas colectivas com fins múltiplos. Vem depois os Institutos Públicos e as Associações
Públicas que, contrariamente, são pessoas colectivas com fins específicos.

À Administração local ou periférica do Estado pertencem, por exemplo, os Governadores Civis que são
órgão do Estado que representam o Governo junto dos Distritos; as Repartições de Finanças que são
serviços do Ministério das Finanças actuando no plano local, as Direcções Escolares que pertencem ao
Ministério da Educação, Etc.

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Atribuições do Estado:
Trata-se dos fins públicos que o Estado tem por missão prosseguir. As atribuições do Estado são variadas,
daí que se trate de uma pessoa colectiva de fins múltiplos.

É ao legislador constitucional que cabe definir as atribuições do Estado. Assim, é na C.R.P. (artº.9º) que
deve procurar-se a legislação.

Órgão do Estado para efeitos de Administração Pública, é, desde entre os órgãos de soberania, apenas o
Governo, já que a A.R. é órgão legislativo, os Tribunais são órgãos judiciais e o Presidente da República
é um órgão político, não obstante qualquer desde órgãos Ter, acessoriamente, certas competências de
natureza administrativa.

Do ponto de vista funcional, o Governo é um órgão complexo, porquanto prossegue não só a função
administrativa, mas também funções de natureza política e legislativa (quando autorizado pela A.R.)
( CRP 199º)

Principais funções do Governo:


(É o órgão superior da Administração Pública) (CRP 185º)
a) Garantir a execução das leis (CRP 198º c) e f) )
b) Assegurar o funcionamento do Administração Pública (CRP 199º a), b). d) e e)
c) Promoção da satisfação das necessidades colectivas (CRP 199º g))

Estrutura do Governo: - Órgão Singulares:

O Governo é integrado por outros órgãos, singulares uns e outros colegiais. (é na CRP Artº. 183º que se
encontra a composição do Governo em abstracto.

Categorias do Membro do Governo:


1 - Primeiro Ministro
2 - Vice Primeiros Ministros
3 - Ministros
4 - Secretários de Estado
5 - Subsecretários de Estado

 O P.M. : funções de chefia e funções de Gestão


 O V.P.M.: funções de substituição e as demais que o P.M. nele delegar.
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 Os Ministros : membros de Governo que participam no Conselho de Ministros e exercem funções
políticas e Administrativas. São responsáveis por cada uma das pastas Governamentais.
 Secretários de Estado: surgem só a partir de 1958. Exercem a competência Administrativa que neles
for delegado pelo Ministro respectivo
 Subsecretários de Estado. Constituem a Segunda ordem de colaboradores dos Ministros. Só exercem a
competência Administrativa que neles for delegada pelo Ministro ou subdelegada pelo Secretário de
Estado competente.

Órgão colegial: Conselho de Ministros

Por força da desconcentração horizontal de atribuições entre os membros do Governo, a regra é a do


exercício singular da competência.

Órgãos e serviços do Estado de Vocação Geral:

 Órgãos Consultivos: O Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República e o Conselho


Económico e Social.
 Órgão de Controlo: O Tribunal de Contas, a Inspecção Geral de Finanças e a Inspecção Geral da
Administração do Território

4.2 - ADMINISTRAÇÃO LOCAL DO ESTADO

As Autarquias Locais são pessoas colectivas públicas de que o território é apenas um elemento (os
restantes são a população e Órgãos próprios)

Órgão Locais ou Periféricos do Estado - São os órgãos da pessoa colectiva do Estado que, na dependência
hierárquica do Governo, exercem uma competência limitada e uma certa circunscrição administrativa.
Ex.: Directores de Finanças(distritos), Chefes das Repartições de Finanças (Concelhos), Etc.

O Governador Civil é uma espécie de magistrado administrativo, cabendo-lhe representar o Governo no


Distrito.

As Fundações Públicas:
Patrimónios autónomos que o Estado dotou de personalidade jurídica de direito público
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Ex.: Caixas de Previdência

Os Estabelecimentos Públicos
São institutos públicos de carácter cultural ou social organizados como serviços abertos ao público
e destinados a efectuar prestações individual à generalidade dos cidadãos que delas careçam.
Ex.: As Universidades

Empresas Públicas:
Unidades de produção com fim lucrativo, dotadas de personalidade jurídica de direito público e de
autonomia administrativa e financeira.

4.5 - ADMINISTRAÇÃO LOCAL E AUTÁRQUICA

Noção de Administração Local Autárquica:


 Em sentido Orgânico: Conjunto das Autarquias Locais
 Em sentido Material: a actividade levada a cabo pelas autarquias, com vista à satisfação dos
interesses próprios das comunidades locais.

Autarquias Locais - São as pessoas colectivas públicas de população e território, correspondentes aos
agregados de residentes em certas circunscrições do território nacional, e que asseguram a prossecução
dos interesses comuns resultantes da vizinhança, mediante órgãos próprios, representativos dos
respectivos habitantes.
Não se confundem com o Estado: São entidades juridicamente dele distintas, prosseguem interesses das
comunidades locais, têm órgão próprios.

Espécie de Autarquias Locais: A Freguesia e o Município (CRP 244 e 249º)


O regime de criação, extinção e modificação territorial é da exclusiva competência da A.R., através de
Lei

 Personalidade Jurídica e património e finanças próprios


 Poder regulamentar próprio
 Contencioso Local: os litígios em que as autarquias são parte, são julgados pelos tribunais
administrativos de círculo
 Submissão à tutela administrativa

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MUNICÍPIO:

É a autarquia local que visa a prossecução de interesses próprios da população residente na circunscrição
concelhia, mediante órgãos representativos por ela eleitos

Internacionalmente o município é o único tipo de autarquia que tem existência universal

Critérios de classificação dos municípios nacionais:

a) Número total de habitantes


b) Número de habitantes da sede do Concelho
c) Relação entre aqueles dois números
d) Categoria Administrativa da Sede do Concelho
e) Montante dos impostos directos pagos ao Estado, etc.

A Importância prática desta classificação:

1) Composição dos Órgão Municipais


2) Variação do elenco das atribuições obrigatórias e facultativas
3) Variação da própria competência dos órgãos deliberativos e executivos

A Câmara Municipal é um corpo administrativo. Isto é: Um órgão colegial executivo encarregado da


gestão permanente dos assuntos de uma autarquia local

Composição: Presidente e Vereadores

Porque não existe um Vice Presidente da C.M., o Presidente é substituído, nos seus impedimentos, pelo
vereador por si designado ou pelo que se lhe seguir na ordem da respectiva lista.
O número de vereadores é variável conforme a dimensão do município
Os Vereadores permanentes são escolhidos pelo Presidente da C.M. que também determina as suas
funções

Competências:

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a) Executar as deliberações da Assembleia Municipal
b) Gestão do pessoal municipal
c) Festão do património Municipal
d) Direcção dos Serviços Municipalizados
e) Preparação das principais decisões a tomar pela A. M.
f) Promoção e execução das obras públicas
g) Concessão de Apoios a outras entidades
h) Prática de actos de autoridade pública

4.6 - PESSOAS COLECTIVAS PÚBLICAS:


São as pessoas colectivas criadas por iniciativa pública, para assegurar a prossecução necessária de
interesses públicos, e por isso dotadas em nome próprio de poderes e deveres públicos.

a) Criação por iniciativa pública: Acto legislativo (a generalidade)) Acto Administrativo (as Empresas
Públicas) Escritura Pública (as Associações de Municípios)
b) Prossecução necessária de interesses públicos
c) Titularidade, em nome próprio, de poderes e deveres públicos

ÓRGÃOS:

São centros institucionalizados de poderes funcionais, a exercer pelos respectivos titulares, com vista à
expressão da vontade juridicamente imputável à Pessoa Colectiva em que se integram.

Distinção entre órgão (instituição) e o titular do órgão (indivíduo que nele se encontra provido): o
primeiro revela para efeitos de teoria da organização administrativa, o segundo, para efeitos de teoria da
actividade administrativa.

Classificação dos Órgãos das Pessoas Colectivas Públicas:


1) Singulares e colegiais
2) Centrais e locais
3) Primários, secundários e vicários
4) Representativos e não representativos
5) Activos, Consultivos e de controlo
6) Deliberativo e Executivos
7) Permanentes e temporais
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8) Simples e complexos
9) Directos e indirectos

Atribuições e Competências:

Atribuições: São os fins ou interesses que essa P.C. deve por lei prosseguir
Competências: Conjunto de poderes funcionais que a lei atribui aos órgãos das P.C.P. para a prossecução
das atribuições destas.

O acto praticado fora das atribuições da P.C.P. a que o órgão pertence, é NULO. O acto praticado tão
somente sem poderes por parte do órgão é ANULÁVEL.

4.7 - OS SERVIÇOS PÚBLICOS

Noção:
A actividade dos órgãos dos P.C.P. é coadjuvada por unidades funcionais cuja missão é, por um lado,
habilitá-los com os elementos necessários à tomada de decisões (fase preparatória) e, por outro lado,
assegurar a respectiva execução (fase executiva)

Organização dos Serviços


1) Horizontal ou em razão da matéria
2) Espacial ou em razão do território
3) Vertical ou em razão da hierarquia

Hierarquia Administrativa:

É o modelo de organização administrativa constituído por um conjunto de órgãos e agentes com


atribuições comuns e competências diferenciadas, ligadas por um vínculo jurídico que confere ao superior
a poder de direcção e ao subordinado o dever de obediência.
Poderes do Superior Hierárquico: Poder de direcção; poder de supervisão e Poder Disciplinar

Poder de Direcção: é o poder que ao superior assiste de dar ordens e instruções aos seus subordinados
A ordem distingue-se da instrução pelo facto de a 1ª se traduzir na imposição de uma conduta
perante uma situação concreta, ao passo que a instrução consiste na imposição de um determinada

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conduta na resolução de situações . As instruções transmitidas por escrito e uma pluralidade de agentes
subalternos denominam-se circulares.

As instruções não são normas jurídicas. Os seus efeitos esgotam-se no plano interno da relação
hierárquica

O poder de supervisão: é o poder de revogar ou suspender os actos praticados pelo subalterno

O Poder disciplinar: É o poder de punir o subalterno, nos casos de infracção dos seus deveres funcionais.

Deveres do subalterno:

- Isenção; Zelo; Obediência; Lealdade; Sigilo; Correcção; Assiduidade; Pontualidade

Cessa o dever de obediência sempre que o cumprimento das ordens ou instruções implique a prática de
qualquer crime

4.8 .1 - CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO

Concentração e Desconcentração: Trata-se de saber se no interior de cada P.C.P. as competências se


encontram reunidas apenas num só Órgão superior, ou se, diversamente. Se repartem pelos diferentes
órgãos que fazem parte da respectiva hierarquia (artº. 267º, 2 CRP)

Concentração e desconcentração não devem confundir-se com centralização e descentralização


administrativa.

Em abono da desconcentração: Maior rapidez no funcionamento da A. P., melhor qualidade nos serviços
prestados, maior disponibilidade dos órgãos superiores.

Contra: multiplicidade de centros decisórios, com prejuízo da unidade da A.P.; especialização geradora de
práticas rotineiras, com virtual quebra de produtividade e da qualidade dos serviços prestados
Desconcentração derivada: delegação de poderes

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* Delegação de poderes é o acto administrativo através do qual um órgão administrativo, para tanto
habilitado por lei, transfere para outro o exercício de algum ou alguns dos seus poderes.

Quanto ao âmbito dos poderes delegados: Delegação ampla ou restrita

Quanto à natureza dos órgão envolvidos: Delegação hierárquica (entre órgão hierarquicamente
dependentes) e delegação não hierárquica

Quanto ao Grau: Delegação e subdelegação de poderes

Extinção da delegação: por revogação do acto de delegação ou por caducidade ( por mudança do titular
quer do órgão delegante, quer do órgão delegado; pelo decurso do tempo; pelo exercício integral dos
poderes delegados)

Publicação da delegação: as delegações de poderes ministeriais carecem de delegação no D.R.

Requisitos dos actos praticados por delegação: menção expressa do uso de delegação, com identificação
do órgão delegante.

4.8.2 - CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO

Conceito:
Contrariamente com o que se passa com a concentração e a desconcentração, que dizem respeito à
organização interna das P.C.P., a centralização e a descentralização reportam-se à unicidade ou
multiplicidade de P.C.P.

No plano jurídico, existe centralização quando todas as atribuições da Administração Pública se


encontram confiadas a uma P.C.P. - O Estado. E existe descentralização quando a função administrativa
se encontra confiada não apenas ao Estado, mas também a outras pessoas colectivas territoriais

No plano político - administrativo, existe centralização quando, havendo outras P.C.P. territoriais para
além do Estado, é este quem livremente nomeia e demite os titulares dos órgãos daquelas, que lhes impõe
directivas e sobre elas exerce um apertado controlo. E existe descentralização quando os órgão são eleitos

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pelas populações, actuando com independência e autonomia no desempenho das suas funções,
encontrando-se sujeitos a formas atenuadas de tutela.

A descentralização no plano político - administrativo significa o mesmo que auto-administração.

Vantagens e inconvenientes:
Centralização - Homogeneidade da actuação administrativa, melhor coordenação das actividade
públicas
Descentralização - Garantia das liberdades locais, participação dos interessados na tomada de
decisões, melhor aproveitamento das potencialidades locais

Se houver também atribuição de poderes legislativos próprios, a descentralização deixa de ser meramente
administrativa para se converter numa verdadeira e própria descentralização política (auto-governo, por
contraposição à mera auto administração)

Tutela Administrativa - é o conjunto de poderes de intervenção de uma pessoa colectiva pública na gestão
de outra P.C.P., afim de assegurar a legalidade ou o mérito da sua actuação

O poder de direcção: É inerente à hierarquia


Diz respeito a qualquer das espécies da administração (central, Local)
Consubstanciam-se em poderes de controlo com conteúdo variável

DIRECTIVAS - Orientações fixando imperativamente os objectivos a prosseguir, mas deixando liberdade


quanto à escolha dos meios
RECOMENDAÇÕES - Sugestões desprovidas de sanção jurídica em caso de não acatamento

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O Poder Administrativo e os Direitos dos Particulares

A separação material das funções do Estado (legislação, justiça, administração) e a atribuição do seu
exercício a órgãos diferenciados (respectivamente o parlamento, os tribunais e o governo)

A A. P. é um verdadeiro poder já que define a sua própria conduta, de acordo com a lei, e define a
conduta dos administrados, podendo mesmo impor coercivamente o acatamento das suas determinações.

Corolários do poder administrativo:

1 - Independência da Administração perante a justiça


2 - A existências de Tribunais Administrativos
3 - A existência de um Tribunal de Conflitos (resolve conflitos de jurisdição entre os tribuinais
administrativos e os tribunais judiciais)

Os modos de exercício do poder administrativo:

a) O regulamento administrativo
b) O acto administrativo
c) O contrato administrativo
d) As operações materiais

O Regulamento Administrativo:

Normas jurídicas emanadas por uma autoridade administrativa, no desempenho do pode


administrativo

O Regulamento é uma regra geral e abstracta . O Acto Administrativo é uma decisão individual e
concreta

Competência e forma regulamentares:

Têm competência regulamentar nomeadamente O Governo, os Órgãos do Governo Regional, os


Órgãos deliberativos Autárquicos, os Governadores Civis, os Órgãos Dirigentes de Institutos e
Associações Públicas

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Forma dos Regulamentos:

O Governo:

Decreto - Regulamentar
Resolução do Conselho de Ministros
Portarias
Despachos Normativos
Despachos Simples

Assembleia e Governos Regionais

Decretos - Regionais - quando regulamentam leis gerais da República


Decretos Regulamentares Regionais . Quando regulamentam legislação regional

Autarquias Locais

Assembleias de Freguesia e Municipais


Postura e Regulamento Policial

Governadores Civis

Sem forma especial

Órgãos dirigentes de Institutos e Associações Públicas - (só quando a lei lhes atribuir poder
regulamentar externo) - sem forma especial

Os Regulamento do Governo são publicados no D.R.; os Autárquicos em boletim próprio da Autarquia,


quando exista, ou em edital afixado nos locais do estilo

Vigência dos Regulamentos:

Os regulamento publicados no D.R. iniciam a sua vigência na data neles fixada; se nada disserem,
cinco dias após a publicação
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Os regulamentos autárquicos, na data que neles constar, que nunca pode ser marcada para menos
de 8 dias a contar da data da sua publicação

Os regulamento cessam a sua vigência por:


Caducidade: 1) por ter decorrido o prazo fixado para a sua vigência
2) por cessação de vigência da Lei regulamentada
3) por cessação da competência regulamentar
4) por transferência de atribuições da pessoa colectiva cujo órgão editou o
regulamento para outra autoridade administrativa

Revogação por regulamento subsequente do mesmo


Anulação contenciosa - decretada por um Tribunal

O Acto Administrativo é o acto jurídico unilateral, praticado por um órgão da Administração, no


exercício do poder administrativo e que visa a produção de efeitos jurídicos sobre uma situação individual
num caso concreto

Características do Acto Administrativo:

1) Subordinação à Lei - Princípio da Legalidade


2) Presunção da Legalidade
3) Imperatividade - o seu conteúdo é obrigatório (vinculatividade)
4) Revogabilidade (se não for constitutivo de direitos)
5) sanabilidade - (se o acto for meramente anulável)

Classificação do Actos Administrativos:

1) Quanto ao autor: a) Decisões (órgão singular) e Deliberações (órgão colegial)


b) Actos Simples (intervém só 1 autoridade) e Actos Complexos (intervém
mais do que 1 autoridade)

2) Quanto aos destinatários: a) Actos Singulares


b) Actos Colectivos
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c) Actos Plurais
d) Actos Gerais

3) Quanto aos efeitos: a) Actos Internos e Externos


b) de Execução instantânea e de Execução Continuada
c) Actos negativos e Actos Positivos
d) Actos Declarativos e Actos Constitutivos

Validade e Eficácia dos Actos Administrativos

Validade: É a aptidão intrínseca do acto para produzir os efeitos jurídicos correspondestes ao tipo legal a
que pertence em consequência da sua conformidade com a ordem jurídica

Eficácia: É a produção efectiva de tais efeitos jurídicos

Requisitos da validade:

a) Quanto ao Autor: Competência do órgão (em razão da matéria, hierarquia, local e tempo), regular
investidura
b) Quanto à forma e formalidades: tanto uma como outra devem ser observadas sob pena de ilegalidade
c) Quanto aos Destinatários: certos, no sentido de determinados ou imediatamente determináveis
d) Quanto ao conteúdo e objecto: Certeza, legalidade e possibilidade (material e jurídica)
e) O dever de fundamentação: é uma formalidade absolutamente essencial de certos actos administrativos
e destina-se a facultar aos interessados o conhecimento das razões que levaram a A.P. à prática de um
acto administrativo com um determinado conteúdo. A falta gera vício de forma e é anulável. Com a
ultrapassagem do prazo é sanável.

O Acto Tácito:

A omissão de pronúncia da A.P. perante requerimentos que lhe hajam dirigido


 Acto Tácito Negativo: O silêncio equivale ao indeferimento da pretensão
 Acto Tácito Positivo: Em casos expressamente previstos pela Lei, o silêncio equivale ao deferimento
da pretensão.

Requisitos de Eficácia:

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a) Publicação e notificação ao interessado
b) Visto do Tribunal de Contas (se o acto implicar despesas públicas)

Ilegalidade e Invalidade:

O Acto Administrativo que não seja conforme à lei é ilegal e, por conseguinte inválido.
A invalidade é justamente o valor negativo que a ordem jurídica associa à desconformidade do
Acto Administrativo com a Lei.

Vício do Acto Administrativo

São vício do A.A. as formas de ilegalidade de que ele pode padecer e que o tornam inválido
Espécies:
a) Usurpação de Poder
b) Incompetência
c) Vício de Forma (quando a forma ou formalidade não estão coincidentes c/ a Lei
expressa
d) Violação da Lei
e) Desvio de Poder (o fim real n/ coincide c/ o fim legal; motivo principal n/
determinantes)

 Usurpação de Poder: Vício que afecta o A.A. praticado por um órgão com invasão da esfera de
atribuições do poder legislativo ou judicial - é uma forma agravada de incompetência
 Incompetência: Vício que afecto o A.A. praticado por um órgão de uma pessoa colectiva
pública, com invasão da esfera de atribuições de outra pessoa colectiva ou de outro órgão da
mesma pessoa colectiva.
 Vício de Forma: Com carência de forma legalmente prescrita
 Violação da Lei: Conteúdo ou objecto desconforme com a Lei
 Desvio de Poder: Vício que consiste no exercício de um poder discricionário, cujo motivo
principal determinante não coincida com o fim legalmente prescrito.

Cumulação de Vícios: Quando padece simultaneamente de vário vícios da mesma espécie ou espécies
diversas

Formas de invalidade: nulidade e anulabilidade

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Nulidade: a) ineficácia absoluta
b) insanável
c) direito de desobediência
d) direito de resistência passiva
e) impugnação a todo o tempo
f) o seu reconhecimento pelo Tribunal implica a declaração de nulidade do A.A.
Anulabilidade: a) eficaz até à anulação
b) sanável
c) obrigatório
d) proibição de resistência
e) impugnação dentro de certo prazo
f) o seu reconhecimento pelo Tribunal implica a anulação do A.A. com efeitos
retroactivos
Em regra, os A.A. inválidos são meramente anuláveis.

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