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Para a atividade administrativa, qual a relevância legislativa das atribuições e das

competências?
Enquanto as atribuições são das Pessoas Coletivas Públicas, ou seja, os fins a que se destinam e
que a lei as incumbe de prosseguir, as competências são dos seus órgãos, ou seja, o conjunto
de poderes funcionais que a lei lhes confere para cumprir com as atribuições das Pessoas
Coletivas Públicas.
A questão colocada refere relevância legislativa. Ora de acordo com a CRP, órgãos com
competência legislativa são o Governo, artigo 198.º e a Assembleia da República, artigos 161.º,
164.º e 165.º.
Cumpre sublinhar que a competência só pode ser conferida, delimitada ou retirada pela lei: é
sempre a lei que fixa a competência dos órgãos da Administração Pública (art. 29º/1 CPA). É o
princípio da legalidade da competência.
Sendo que a lei é o fundamento, o critério e o limite de toda a atividade administrativa, o
princípio da legalidade é fundamental para a existência e atribuições das PCP, que estão, deste
modo, subordinadas à lei.
O Princípio da Legalidade determina que os órgãos e agentes da Administração Pública só
podem agir no exercício das suas funções com fundamento na lei e dentro dos limites por ela
impostos. A lei define o que a AP pode e não pode fazer, não sendo apenas um limite à
atuação da Administração, mas também um fundamento da ação administrativa. Na atuação
da AP aplica-se o princípio da competência, de acordo com o qual, apenas se pode fazer aquilo
que a lei permite.

Na atualidade há 3 princípios fundamentais previstos na legislação administrativa que


tornam o processo e o procedimento mais eficientes e eficazes. Comente o texto.
O artigo 1.º do CPA define e diferencia procedimento administrativo e processo
administrativo. Diz o nº. 1 do artigo 1º que “Entende-se por procedimento administrativo a
sucessão ordenada de atos e formalidades relativos à formação, manifestação e execução da
vontade dos órgãos da Administração Pública”. Então, procedimento refere-se, na maioria
dos casos, ao modo de proceder da Administração Pública nas suas relações com os cidadãos.
Já o nº. 2 do mesmo artigo refere que “Entende-se por processo administrativo o conjunto de
documentos devidamente ordenados em que se traduzem os atos e formalidades que
integram o procedimento administrativo.” Ou seja, o suporte documental (físico) e jurídico
referente aos atos praticados e formalidades observadas num determinado procedimento
administrativo, que vão sendo autuados ordenadamente, de acordo com uma sequência
cronológica, de modo a constituírem um suporte documental unitário do modo de formação,
manifestação ou execução da vontade da Administração Pública. O processo administrativo,
no sentido referido, tem ganho cada vez mais relevância, já que permite o exercício do direito
à informação dos interessados relativamente aos procedimentos administrativos e que se
encontra legal e constitucionalmente consagrado (artigos 82.º a 85.º do Código do
Procedimento Administrativo e artigo 268.º da Constituição da República Portuguesa).
Os princípios impõem à Administração exigências de atuação e têm como função garantir que
a liberdade de atuação da Administração, que é necessária, não se transforme em violação do
Direito. Relativamente aos princípios que tornam o processo e o procedimento mais eficientes
e eficazes eles são o princípio da legalidade (artigo 3º do CPA e artigo 2º da CRP), o princípio da
transparência (artigo 14º do CPA) princípio da desburocratização (artigo 5º do CPA) e
desmaterialização (artigo 64º, nº 2 do CPA).

Qual a importância do processo e do procedimento na atividade de um/a secretário/a de


administração?
Toda a atividade profissional de um/a secretário/a, quer seja pública, quer seja privada,
pressupõe conhecimentos ao nível do processo e do procedimento na sua função de suporte à
decisão. Relativamente ao processo, sempre que organiza arquivos, sempre que organiza
documentação ou evita a sua perda, sempre que na sua função de suporte à decisão necessita
de solicitar uma qualquer licença à administração, etc. Relativamente ao procedimento, ele
está inerente a toda a atividade de um/a secretário/a, como por exemplo, quando prepara a
celebração de protocolos, quando contacta com clientes ou fornecedores, etc.

Um Regulamento é uma Lei em termos de competência legislativa? Justifique.


As leis são aprovadas pela Assembleia da República de acordo com os poderes conferidos pela
Constituição da República Portuguesa (Artº. 112º., nº. 1, Artº. 161º., 164º. e 165º. da CRP e
Artº. 1.º, nº. 1 do Código Civil). A lei é fonte principal do Direito e é o preceito jurídico escrito,
emanado do legislador e dotado de caráter geral e obrigatório.
Os Regulamentos são os instrumentos normativos de grau inferior ao ocupado pelas leis, que
visam pormenorizá-las e complementá-las com o intuito de viabilizar a sua aplicação ou
execução. Compreendem os Decretos Regulamentares, os Regulamentos, os Decretos, os
Decretos Regulamentares Regionais, as Resoluções, os Regimentos, as Portarias, os Despachos
Normativos, os Regulamentos Policiais dos Governadores Civis, as Posturas e os Regulamentos
autárquicos.
Os dois diferem na medida em que à lei cabe a fixação dos princípios de um certo regime
jurídico; possui uma ideia de novidade, ou seja, conteria previsões normativas novas; as leis
aprovadas pelo Governo revestem a forma de decretos--leis e são editadas ao abrigo do art.
198° da CRP; a lei só pode ver a sua validade aferida pela CRP.
Ao regulamento cabe estabelecer o detalhe dos princípios fixados pela lei; encarregar-se dos
aspetos visando facilitar a aplicação da lei, sem inovar; os regulamentos independentes do
Governo revestem a forma de decretos regulamentares (Art. 112°/ 7 da CRP) e são editados ao
abrigo do Art. 199° da CRP; o regulamento tem também de respeitar a lei.
Há vários critérios de distinção entre lei e regulamento.
Um primeiro critério assenta na diferença entre princípios e pormenores – à lei caberia a
formulação dos princípios, ao regulamento a disciplina dos pormenores.
Um segundo critério baseia-se na identidade material entre a lei e regulamento, defendendo
por isso que a distinção só pode ser feita no plano formal e orgânico. Ou seja, tanto a lei como
o regulamento são materialmente normas jurídicas; a diferença vem da diferente posição
hierárquica dos órgãos de onde emanam e, consequentemente, do diferente valor formal de
uma outra.
O terceiro critério, reconhece haver algumas afinidades no plano material entre o regulamento
e a lei, considera possível distingui-los porque o regulamento falta a novidade que é
característica da lei. Os regulamentos complementares ou de execução são,
caracteristicamente, normas secundárias que completam ou desenvolvem leis anteriores, sem
as quais não podem ser elaborados; e os regulamentos independentes ou autónomos, embora
não se destinam a regulamentar determinada lei em especial, são feitos para a “boa execução
da lei”, isto é, “visam a dinamização da ordem legislativa”.
A distinção a fazer entre lei e regulamento é a seguinte:
-         Do ponto de vista orgânico, a lei provém do poder político, o regulamento emana do
poder administrativo;
-         Do ponto de vista formal, a lei figura sempre acima do regulamento: a norma legal
contrária à norma regulamentar revoga esta; a norma regulamentar contrária à norma legal é
uma norma ferida de ilegalidade;
-         Do ponto de vista material, a lei é o ato típico da função legislativa, o regulamento inclui-
se na função administrativa. A lei é inovadora, o regulamento é executivo; a lei traz alterações
à ordem jurídica, o regulamento não; a lei visa disciplinar relações jurídicas entre as pessoas, o
regulamento visa assegurar a boa execução das leis.
Os regulamentos independentes só orgânica e formalmente são regulamentos, materialmente
são leis. São leis secundárias, ou de 2º grau, obviamente, mas são leis – são normas gerais e
abstratas de carácter inovador.
A utilidade prática da distinção entre lei e regulamento cifra-se pelo menos em cinco pontos:
a)      Fundamentos jurídico: a lei baseia-se unicamente na Constituição; o regulamento só será
válido se uma lei de habilitação atribuir competência para a sua emissão;
b)      Revogação e caducidade: a lei só caduca ou é revogada por facto ocorridos no plano
constitucional ou legislativo; o regulamento caduca ou é revogado por factos ocorridos não
apenas no plano regulamentar, mas também no plano legislativo;
c)      Interpretação: a lei é interpretada por si mesma, à luz dos critérios gerais da
interpretação das leis; o regulamento não pode ser interpretado por si mesmo, mas à luz da lei
que visa regulamentar ou da lei de habilitação;
d)      Ilegalidade: em regra, uma lei contrária a outra lei revoga-a, ou então coexistem ambas
na ordem jurídica com diversos domínios de aplicação; um regulamento contrário a uma lei é
ilegal;
e)      Impugnação contenciosa: a lei só pode ser impugnada contenciosamente junto do
Tribunal Constitucional e com fundamento em inconstitucionalidade; o regulamento ilegal é
impugnável junto dos Tribunais Administrativos e com fundamento em ilegalidade
propriamente dita. Excecionalmente, o regulamento poderá ser impugnado como norma
inconstitucional perante o Tribunal Constitucional.
Deste modo, não há duvidas de que a distinção substancial entre lei e regulamento, está no
facto de a lei partilhar de um carácter primário da função legislativa e o regulamento partilhar
de um carácter secundário da função administrativa, estando sempre subordinado ao princípio
da legalidade

Distinga Lei de Ato Administrativo e dê exemplos.


As leis são aprovadas pela Assembleia da República de acordo com os poderes conferidos pela
Constituição da República Portuguesa (Artº. 112º., nº. 1, Artº. 161º., 164º. e 165º. da CRP e
Artº. 1.º, nº. 1 do Código Civil). A lei é fonte principal do Direito e é o preceito jurídico escrito,
emanado do legislador e dotado de caráter geral e obrigatório.
O Ato Administrativo é um ato jurídico unilateral praticado por um órgão de Administração no
exercício do poder administrativo e que visa a produção de efeitos jurídicos sobre uma
situação individual num caso concreto. Só os atos praticados no exercício de um poder público
para o desempenho de uma atividade administrativa de gestão pública – só esses é que são
atos administrativos.
Se a norma jurídica se define como regra geral e abstrata, o ato administrativo deve definir-se
como decisão individual e concreta.
Os atos administrativos dividem-se em dois grandes grupos: os atos primários e os atos
secundários.
São “atos primários”, aqueles que versam pela primeira vez sobre uma determinada situação
da vida.
Os “atos secundários”, por seu turno, são aqueles que versam sobre um ato primário
anteriormente praticado: têm por objeto um ato primário preexistente, ou então versam
sobre uma situação que já tinha sido regulada através de um ato primário.
Dentro dos atos primários, há que distinguir, basicamente, entre atos impositivos, atos
permissivos e meros atos administrativos.
Os atos devem obedecer a “requisitos”, que são as exigências que a lei fórmula em relação a
cada um dos elementos do ato administrativo, para garantia da legalidade e do interesse
público ou dos direitos subjetivos e interesses legítimos dos particulares. Dividem-se em
requisitos de validade – sem cuja observância o ato será inválido –, e requisitos de eficácia –
sem cuja observância o ato é ineficaz.
O ato administrativo em termos de verificação do princípio da legalidade encontra-se previsto,
para além de outra legislação, no código de procedimento administrativo capítulo II secção 1
entre os artigos 148 e 183.
Exemplos de ato administrativo: nomeação de aprovados num concurso público, concessão de
licença ambiental, aplicação de uma multa pela vigilância sanitária e a expedição de um
diploma em uma escola ou universidade pública.
Exemplos de lei: Lei n.º 75_2013, de 12 de setembro e Lei n.º 35/2014, de 20 de Junho.

O pedido efetuado por um particular é um ato administrativo? Justifique.


Não, não é, porque é da iniciativa do privado. Esta conclusão deriva do próprio conceito de ato
administrativo, que é o ato jurídico unilateral praticado por um órgão de Administração no
exercício do poder administrativo e que visa a produção de efeitos jurídicos sobre uma
situação individual num caso concreto.
Na medida em que é um ato praticado por um órgão da AP é, pois, um ato organicamente
administrativo, um ato que provém da Administração Pública em sentido orgânico ou
subjetivo.
Isto significa que só os órgãos da Administração Pública praticam atos administrativos: não há
atos administrativos que não sejam provenientes de órgãos da Administração Pública.
Os indivíduos que por lei ou delegação de poderes têm aptidão para praticar atos
administrativos são órgãos da administração; as nossas leis denominam-nos também
autoridade administrativa.
Podemos, então, concluir que um ato da iniciativa de um privado não é um ato administrativo.

Distinga, em termos de procedimento, os tipos de reuniões prevista no CPA.


O CPA prevê reuniões ordinárias e reuniões extraordinárias, de acordo com os artigos 23º e
24º.
A fixação do local, dos dias e horas das reuniões ordinárias cabe ao presidente e quaisquer
alterações relativamente a dias e horas devem ser comunicadas a todos os membros do órgão,
de forma a garantir o seu conhecimento seguro e oportuno. As reuniões extraordinárias são
convocadas pelo presidente ou pelos membros do órgão quando o presidente se recuse a fazê-
lo, como tem de o fazer, a pedido de, pelo menos, um terço dos vogais (artigo 24º, nºs 3 e 5).
De uma forma, ou de outra, a convocatória tem de ser feita com uma antecedência mínima de
48 horas sobre a data da reunião extraordinária. Da convocatória devem constar, de forma
expressa e especificada, os assuntos a tratar na reunião, o local, o dia e hora da reunião.
Quer as reuniões ordinárias quer as reuniões extraordinárias dividem-se em dois períodos:
período antes da ordem do dia e período da ordem do dia. Estes períodos não podem ser
alterados quando se trata de reuniões extraordinárias.
Nas reuniões ordinárias pode haver deliberação sobre assuntos não incluídos na ordem do dia,
desde que haja “urgência reconhecida por dois terços dos seus membros” (artigo 50º da Lei n.º
75/2013, de 12 de setembro).

Defina e dê exemplos de atos administrativos de um órgão singular.


Órgão singular – é um órgão administrativo quando composto por um só titular. Este critério
está ligado ao número de titulares que compõem determinado órgão;
Um comando relativo a um órgão singular: é um ato se dispuser em função das características
da pessoa concreta que exerce a função.
Exemplo: determinado aluno pede para fazer avaliação oral e o Reitor diz que “sim”,
Despachos dos Presidentes de Câmara.

Um órgão colegial pode emitir propostas através de despachos? Justifique.

Não, porque o despacho é um parecer dado por um órgão singular. Os despachos não têm que
ter propostas ou ser aprovados, ao contrário das deliberações que necessitam de proposta e
votação por órgão colegial.

O que entende por autorização legislativa em termos de competências dos órgãos?


A Assembleia da República pode legislar sobre todas as matérias, exceto as relativas à
organização e funcionamento do Governo (artigo 161º da CRP). Entre estas matérias há as que
são da reserva absoluta de competência legislativa da AR (Artigo 164º da CRP) e as que são de
reserva relativa de competência legislativa da AR (Artigo 165º da CRP). Relativamente a estas
últimas, a AR pode, mediante autorização legislativa, autorizar o Governo a legislar.
Lei de autorização legislativa é, pois, uma "lei" que – por não poder determinar – limita-se a
autorizar o Poder Executivo a executar atos que já lhe estão autorizados pela Constituição, pois
estão dentro da competência constitucional desse Poder.
Quando o Governo legisla, faz decretos-leis.
Estes podem versar sobre:
- matérias situadas fora da reserva legislativa da Assembleia da República;
- matérias situadas na reserva relativa da Assembleia da República, mediante autorização
desta (como direitos, liberdades e garantias; definição dos crimes; estatutos das autarquias
locais; bases do regime da função pública);
- decretos-leis que desenvolvam os princípios ou bases gerais dos decretos-leis anteriormente
descritos.
Os decretos-leis elaborados na sequência de autorização legislativa da Assembleia da
República ou no desenvolvimento de princípios ou das bases gerais de leis devem invocar
expressamente essa referência originária na lei.
Note-se que é da exclusiva competência legislativa do Governo a matéria respeitante à sua
própria organização e funcionamento.  Por outro lado, o Governo nunca pode legislar sobre
matérias de reserva absoluta de competência da Assembleia da República. A «reserva relativa»
corresponde ao conjunto das matérias em que a Assembleia da República pode autorizar o
Governo a legislar. Nas matérias da «reserva absoluta», só a Assembleia da República pode
legislar.

Distinga Regulamento de Ato Administrativo e dê exemplos.


O Regulamento é normativo; O ato é individual e concreto.
O regulamento na sua interpretação segue as regras do CPA e a integração de lacunas,
conforme o art.10º do Código Civil; O ato administrativo segue as regras específicas do CPA, da
integração de lacunas e dos princípios e regras dos negócios jurídicos.
Tanto o regulamento como o ato administrativo são comandos jurídicos unilaterais emitidos
por um órgão da Administração no exercício de um poder público de autoridade: mas o
regulamento, como norma jurídica que é, é uma regra geral e abstrata, ao passo que o ato
administrativo, como ato jurídico que é, é uma decisão individual e concreta.
Há a considerar três dificuldades principais:
-         Comando relativo a um órgão singular: é norma, e não ato, se dispuser em função das
características da categoria abstrata e não da pessoa concreta que exerce a função; será ato no
caso contrário;
-         Comando relativo a um grupo restrito de pessoas, todas determinadas ou determináveis:
é norma, e não ato, desde que disponha por meio de categorias abstratas, tais como
“promoção”, “funcionários”, etc. será ato se contiver a lista normativa dos indivíduos
abrangidos, devidamente identificados;
-         Comando geral dirigido a uma pluralidade indeterminada de pessoas, mas para ter
aplicação imediata numa única situação concreta.
A utilidade desta distinção manifesta-se pelo menos nos pontos seguintes:
a)      Interpretação e integração: o regulamento é interpretado, e as suas lacunas são
integradas, de harmonia com as regras próprias da interpretação das leis; para o ato
administrativo há outras regras aplicáveis em matéria de interpretação e integração;
b)      Desobediência: a desobediência dos cidadãos ao regulamento tem determinadas
consequências; a desobediência dos particulares ao ato administrativo tem outras, e segue um
regime jurídico diferente;
c)      Revogação e caducidade: são diversos os respetivos regimes jurídicos, conforme se trate
de regulamento ou de ato administrativo;
d)      Vícios e formas de invalidade: também não coincidem. Nesta matéria, o paradigma
aplicável ao regulamento é o das leis; o modelo seguido no ato administrativo, ainda que com
grande número de particularidades, é o do negócio jurídico;
e)      Impugnação contenciosa: para além de os regulamentos ilegais poderem como tal ser
declarados fora dos Tribunais Administrativos, ao contrário do que sucede com o ato
administrativo, os termos da impugnação contenciosa de regulamentos e de atos
administrativos são diferentes.
Exemplo de ato administrativo é a nomeação de aprovados num concurso público.
Exemplo de regulamento é a fixação de taxas, tarifas, preços a pagar pelos particulares em
contrapartida de prestações administrativas

O que entende por interoperabilidade dentro do Sistema Administrativo?


A criação de uma Administração Pública mais eficiente, eficaz e mais transparente, capaz de
prestar serviços públicos de forma integrada e de elevada qualidade aos cidadãos constitui um
grande objetivo e para o concretizar é solicitada uma maior capacidade de colaboração entre
os diversos organismos da Administração Pública, o que impõe o desenvolvimento da
capacidade de interoperabilidade entre os seus sistemas de informação, que nada mais é do
que a troca de informação e cruzamento de dados entre serviços e organismos da
Administração Pública, permitida por plataformas digitais. Consiste na capacidade das
organizações interagirem e agirem em prol de benefícios comuns, através de comunicação e
partilha de informação e conhecimento. A interoperabilidade permite serviços mais céleres,
eficazes e confiáveis em prol da proximidade aos cidadãos. Permite a uniformização da forma
como os serviços públicos digitais são prestados nas diversas entidades e organismos,
facilitando o acesso aos utilizadores, o desenvolvimento de um maior número de serviços
conjuntos entre a AP, melhora a transparência na utilização de dados pessoais de forma ética e
em cumprimento com a legislação, permite a reutilização de dados com a consequente
redução de custos. Em termos de desvantagens temos por exemplo a possibilidade de erros na
introdução de dados e uma fiscalização apertada por parte dos serviços da AP.

A lei das autarquias Locais especifica atribuições e competências dos órgãos municipais.
Refira cada um deles e dê 3 exemplos da sua atividade administrativa.
De acordo com o nº 2 do artigo 5º da lei das autarquias, os órgãos representativos do
município são a assembleia municipal e a câmara municipal. Relativamente às competências
da assembleia municipal, elas estão previstas nos artigos 24º, 25º e 26º do mesmo diploma
legislativo. 3 exemplos da atividade administrativa da AM são: aprovar as taxas do município e
fixar o respetivo valor; fixar anualmente o valor da taxa do imposto municipal sobre imóveis,
bem como autorizar o lançamento de derramas; deliberar sobre a afetação ou desafetação de
bens do domínio público municipal;
As competências da Câmara Municipal estão previstas nos artigos 32º e 33º da Lei n.º 75/2013,
de 12 de setembro e três exemplos da sua atividade administrativa são: elaborar e submeter a
aprovação da assembleia municipal as opções do plano e a proposta do orçamento, assim
como as respetivas revisões; elaborar e aprovar a norma de controlo interno, bem como o
inventário dos bens, direitos e obrigações patrimoniais do município e respetiva avaliação e
ainda os documentos de prestação de contas, a submeter à apreciação e votação da
assembleia municipal; ordenar, precedendo vistoria, a demolição total ou parcial ou a
beneficiação de construções que ameacem ruína ou constituam perigo para a saúde ou
segurança das pessoas.

Qual a importância do princípio da proximidade e do princípio da informação ao cidadão?


Como pode enquadrá-los dentro do sistema do processo e procedimento?
Toda a atividade administrativa - atos, regulamentos, contratos – têm na sua base uma forma
de acontecerem: ou processo ou procedimento. Quando falamos de processo, falamos de
documentos, de arquivo documental que pode ser físico ou digital, este último resultado da
desmaterialização que confere eficácia e eficiência à atividade administrativa e concede aos
cidadãos acesso célere à informação a que têm direito.
Quando falamos de procedimento, referimo-nos a todos os elementos/requisitos necessários
ao exercício da atividade administrativa. O procedimento contempla o direito à informação
por parte dos cidadãos e o dever de fundamentação, que dão transparência à AP.

Refira, dando exemplos, o que entende por relações interorgânicas e intersubjetivas.


Relações interorgânicas são relações entre órgãos da AP e podem ser de colaboração,
coordenação, subordinação ou conflito e são exemplos: um conflito entre uma junta de
freguesia e uma câmara municipal ou a delegação de poderes de um presidente de câmara
num vice-presidente.
As relações intersubjetivas são as que existem entre entes privados e entes públicos e
acontecem, por exemplo quando o Município tem que mediar um conflito entre 2 particulares,
quando existe um conflito, com recurso para um órgão superior, entre um funcionário e um
chefe de divisão ou quando há uma expropriação a um particular por parte do Município.

Que tipos de reuniões se podem convocar e quais os requisitos?


O CPA prevê reuniões ordinárias e reuniões extraordinárias, de acordo com os artigos 23º e
24º.
A fixação do local, dos dias e horas das reuniões ordinárias cabe ao presidente e quaisquer
alterações relativamente a dias e horas devem ser comunicadas a todos os membros do órgão,
de forma a garantir o seu conhecimento seguro e oportuno. As reuniões extraordinárias são
convocadas pelo presidente ou pelos membros do órgão quando o presidente se recuse a fazê-
lo, como tem de o fazer, a pedido de, pelo menos, um terço dos vogais (artigo 24º, nºs 3 e 5).
De uma forma, ou de outra, a convocatória tem de ser feita com uma antecedência mínima de
48 horas sobre a data da reunião extraordinária. Da convocatória devem constar, de forma
expressa e especificada, os assuntos a tratar na reunião, o local, o dia e hora da reunião.
Quer as reuniões ordinárias quer as reuniões extraordinárias dividem-se em dois períodos:
período antes da ordem do dia e período da ordem do dia. Estes períodos não podem ser
alterados quando se trata de reuniões extraordinárias.
Nas reuniões ordinárias pode haver deliberação sobre assuntos não incluídos na ordem do dia,
desde que haja “urgência reconhecida por dois terços dos seus membros” (artigo 50º da Lei n.º
75/2013, de 12 de setembro).
Qual a relevância de uma ata e porque se fazem minutas de ata?
A relevância da ata está no facto de se tratar de um documento registado e escrito de tudo
que foi discutido durante uma reunião. Permite consultas posteriores, o que garante que os
assuntos tratados não serão esquecidos e tem caráter probatório. A ata em minuta serve para
operacionalizar as deliberações.

Nas reuniões quantos períodos existem?


Quer as reuniões ordinárias quer as reuniões extraordinárias dividem-se em dois períodos:
período antes da ordem do dia e período da ordem do dia que inclui os assuntos indicados
pelos membros do respetivo órgão, desde que sejam da competência deste (artigos 52º e 53º
da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro). Estes períodos não podem ser alterados quando se
trata de reuniões extraordinárias.
Nas reuniões ordinárias pode haver deliberação sobre assuntos não incluídos na ordem do dia,
desde que haja “urgência reconhecida por dois terços dos seus membros” (artigo 50º da Lei n.º
75/2013, de 12 de setembro). Podem também ser excluídos assuntos porque, por exemplo, os
documentos não chegaram a tempo.
O período antes da ordem do dia serve para as pessoas abordarem assuntos relevantes que
não estão na ordem do dia e que podem, posteriormente, ser colocados no período da ordem
do dia numa reunião futura. Estes assuntos podem ser ouvidos, mas sobre eles não pode haver
deliberações. Geralmente há um tempo previsto para o período antes da ordem do dia nos
regimentos ou regulamentos. Os assuntos a tratar neste período são desconhecidos.
Relativamente aos assuntos que serão discutidos no período da ordem do dia, temos deles
conhecimento, na medida em que estão na convocatória.

Escolha duas competências, na lei especial das Autarquias Locais, referentes à atividade de
secretariado de administração.
Os artigos 14º, nº 2 e 30º, nº 3 lei especial das Autarquias Locais dizem que compete aos
secretários coadjuvar o presidente. Sendo assim duas das suas competências podem ser:
Convocar as sessões ordinárias e extraordinárias e elaborar a ordem do dia das sessões e
proceder à sua distribuição.

Considera o direito administrativo relevante para a sua área profissional? Justifique.


Toda a atividade profissional de um/a secretário/a, quer seja pública, quer seja privada,
pressupõe conhecimentos ao nível do processo e do procedimento na sua função de suporte à
decisão. Relativamente ao processo, sempre que organiza arquivos, sempre que organiza
documentação ou evita a sua perda, sempre que na sua função de suporte à decisão necessita
de solicitar uma qualquer licença à administração, etc. Relativamente ao procedimento, ele
está inerente a toda a atividade de um/a secretário/a, como por exemplo, quando prepara a
celebração de protocolos, quando contacta com clientes ou fornecedores, etc.
Quer enquanto profissionais de secretariado, quer enquanto cidadãos, somos confrontados
diariamente com situações tuteladas pelo direito administrativo: quando necessitamos de um
alvará para a construção de uma casa, por exemplo, enquanto cidadãos; quando sabemos que
temos que emitir uma guia de transporte de mercadorias enquanto secretários de
determinada empresa, porque esse transporte poderá ser sujeito a fiscalização por parte da
ASAE ou GNR; ou quando, também enquanto secretários, devemos saber que a câmara
municipal tem um determina prazo para dar resposta a um pedido que fizemos.

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