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CAPÍTULO I- Regulamentos Administrativos

Noção

Regulamento Administrativo:

Regulamento:
São atos normativos de valor infra legal emanados pelos órgãos legalmente
habilitados para o efeitos no exercício da função administrativa.

Regulamento Administrativo é o conjunto de normas jurídicas emitidas, com base numa lei
habilitante, por um órgão da administração pública ao abrigo da normas do direito público, no
exercício da atividade adminstrativa, e visa produzir efeitos jurídicos em situações gerais e abstrata.

Qual é o órgão que define a política geral do país ?

Governo é o órgão soberano responsável pela condução e execução da política geral


do país.
Além de definir a política geral do país,
O Governo é o órgão superior da AP ( 2a parte do artigo 103o da CRDTL).

Quais são os instrumentos da legalização da atividade do Governo?

a) Leis em sentido material (ato normativo). No.3 do art. 115o da CRDTL. Este ato
normativa assumem a forma de DL do Governo (al. d) no.2 do artigo 5o e artigo
10o da Lei no.1/ 2002, de 7 de agosto).
b) Decretos do Governo (al. e) no.2 do art. 5e art. 12 da lei no.1/2002, de 7 de
agosto ).
c) Diplomas ministeriais (al. f). no.2 do art.5 e art.13 da lei no.1/2002, de 7 de
agosto).

Portanto, o Governo tem competência legislativa, competência regulamentar . ou seja, o


governo é um órgão legislador e com outras competências, e como administrador do Estado.

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Então: o Governo realiza ou exerce o poder administrativo praticando atos administrativos,
emitindo regulamentos, firmando contratos administrativos, entre outros.

O que distingue regulamento administrativo do ato administrativo?


O regulamento administrativo é um conjunto de normas. Tem caráter geral e abstrata.
Enquanto o ato administrativo tem carater individual e concreto.

O que significa caráter geral e abstrato?


- Caréter geral do egulamento administrativo significa que as normas regulamentares se
aplicam a uma generalidde de pessoas destinatárias, defenidas aatravés de categorias
unisversais.
- Enquanto o caráter abstrato significa que o regulamento administrativo é aplicável a
uma ou mais situações definidas pelos eelementos típicos constantes da previsão
normativa.

#. Regulamento e a lei habilitantante


O regulamento disciplinar enquanto instrumento importante da atividade ou do poder
executivo do governo está sujeito ao princípio de legalidade. Significa que a lei tem que
prever a sua regulmentação. A norma legal que autoriza a regulamentação chama-se norma
habilitante. Assim, o regulamento administrativo deve deve sempre indicar expressamente a
norma que a confere competência objetiva a subjetiva para a sua emissão.

O que entende por lei ou norma habilitante?


A lei tem que prever a sua regulamentação. A norma legal quee autoriza a sua
regulamentação chama-se norma habilitante. O regulamento administrativo deve sempre
indicar expressamente a norma que a confere competência objetiva e subjetiva para a sua
emissão.

O que acontece se um regulamento não indicar a norma ou a lei habilitante?


Se um regulamento não indicar a norma ou lei habilitante, este não produz efeito.

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1.1 Função do regulamento administrativo: O regulamento administrativo serve para
completar ou executar as leis.

Os regulamentos administrativos só servem para executar ou completar a lei?

As funções dos regulamentos podem servir para executar leis , completá-las e dinamizar a
ordem jurídica.

1) Função de execução –aplicação prática de um determinado regime geral , nomeadamente a


través da introdução de uma disciplina normativa de determinadas matérias que a lei se abste
ve de regular e que é necessária para que esta seja exequível.

2) Função de complementação das leis – visa a regulação de aspectos que a lei não regulou di
rectamente.

3) Função de Dinamização – introdução de disciplinas normativas que não correspondem à


execução ou complementação de leis.

1.2 Espécies de regulamento administrativo

Os regulamentos administraativos, no que diz respeito à sua relaçào com a lei podem ser de: -
Execução: quer dizer que os regulamento administrativos da execuçãonexecuta a lei.

- Complementar: quer dizer os regulmentos administrativos complementares


destinam-se a completar as normaas coonstantes de um dado diploma legislative.

- Independente: quer dizer os regulamentos administrativos independents destinam-se


a regular a nrelizaçàodas atribuições da Administração pública, sem dependência diret
a de qualquer diploma legal específico.

1.3 Classificações dos regulamentos administrativos


- Quanto ao âmbito da sua aplicação: podem-se gerais, locais, institucionais.
a). Regulamentos Gerais: (al. e). do art. 5o e 12o da lei no.1/2002, de 7 de agosto)
aplicam-se com âmbito de aplicação em todo o território nacional.
b). Regulamentos locais: são aqueles que se apliicam dentro dentro de uma dada
localidade ou município, como vai ser o caso dos regulamentos dos
administradores municipais.

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c). Regulamentos institucionais: são os regulamentos emitidos pelas instituições p
úblicas ou pelas associações públicas que se aplicam apenas às pessoas que se enc
ontram sob a sua jurisdição.

- Quanto ao âmbito do conteúdo: de organização, de funcionamento e de polícia:


a). Regulamentos de organização: versa sobre a estrutura da organização, sobre a
orgânica de um ministro, de uma direção geral. Em resume versa sobre a estrutura
ção ou organização de uma instituição pública ,procedendo-se a distribuiçãodas f
unções pelos vários departamentos e unidades de uma pessoa coletiva pública, dist
ribuição das missões aos funcionários, agentes e tutela. As orgânicas das pessoas
coletivas são regulamentos de organização.
b). Regulamento de funcionamento: regulamenta a atividad interna da administraç
ão pública.
c). Regulamneto de polícia: disciplinam as relações entre a administração pública
e os particulares, impondo limitações à liberdadeindividual com vista a
manutenção da ordem e paz sociais.

- Quanto ao âmbito da eficacia : interno e externo:


a). Regulamentos internos: são queles que produzem os feitos jurídicos
unicamente dentro da esfera da pessoa coletiva de que produziu.
b). Regulamentos externos:são aqueles que produzem efeitos jurídicos externos,
isto na esfera jurídica de outras pessoas coletivas públicas ou particulares.

1.4 Produção do Regulamentar Administrativo : feitura do regulamento

enunciar 4 fases no procedimento administrativo :

a) Fase de iniciativa: a iniciativa pode ser pública ou particular (artigo 17 do DLPA).


A Pública dá-se mediante emissão, pelo órgão com competência regulamentar , de
um acto administrativo que determine a abertura do procedimento, A Particular , dá-se
mediante a apresentação de uma petição em que se solicita a elaboração , modificação
ou revogação de um regulamento.

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b). Fase de Preparação: é uma fase desformalizada , uma vez que não é formalizada
pela lei. Durante a preparação , a administração pode ouvir os órgãos e serviços
públicos que serão encarregues da sua aplicação , ouvindo entidades representativas
dos seus destinatários e estimar o seu impacto social , económico , cultural , podendo
solicitar pareceres ou proceder a qualquer outro tipo de diligências que sejam
necessárias. Concluída esta parte , deve ser elaborada uma nota justificativa
fundamentada. Esta fundamentação deve pelo menos demonstrar a necessidade ou
conveniência do regulamento e do seu conteúdo.

c).Fase de participação dos interessados – através de audiência ou de apreciação


pública. Por outro lado , a apreciação pública é exigida para todos os regulamentos,
mesmo aqueles que estão sujeitos a audiência dos interessados . órgão com
competência regulamentar deve submeter o projecto de regulamento ao público de
modo a poder recolher sugestões e posteriormente proceder à publicação no Jornal da
República.

d) Fase de conclusão: o modo normal de conclusão é a aprovação do regulamento,


mediante decisão ou deliberação do órgão com competência regulamentar.

1.4 Formas do regulamento administrativo timorense

Os regulamentos administrativos da RDTL assumem ou têm as seguintes formas:

a) Decreto do Governo: são os regulametos administraativos emitidos pelo Conselho de


Ministros. Devendo seguido o formulário estabelecido no artigo 12o da Lei no.1/2002
, de 7 de agosto.
b) Diplomas Ministeriais: são os regulamentos administrativos emitidos pelos membros
do governo. Devendo seguir o formulário estabelecido no artigo 13o da Lei no. 1/2002
, de 7 de agosto.

1.5 Requisitos de existência e regularidade do regulamento administraativo

Requisitos de existência e de legalidade do regulamento

- Requisitos subjetivos: significa que só o órgão competent epode emitir o


regulamento administrativo legal ebbdeve sempre indicar a normaa habilitante. Tem

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a competência regulamentar os seguintes órgãos da Administração Pública
timorense:o Conselho de Ministros; Membros do Governo; Comissão da Função
Pública; Comissão Nacional de Eleições, etc.
- Requisitos objetivos: significa que o objeto do regulamento tem de ser possível,
claro, não pode contratiar as normas hierarquicamente superior. Por exemplo:
Constituição da República, a lei ou regulmento administrativos superiores.
- Requisitos funcionais: significa que os regulamentos visam a prossecução do
fim de interesse público definido por lei. Ou seja, deve respeitar o princípo da
imparcialidade.
-
1.6 Inexistência, invalidade e irregularidade do regulamento

a). O regulamento administrativo deve estar em conformidade com a lei, isto é em


conformidade com ass normas jurídicas hierarquicamente supeeriores. Se não estiver em
conformidade com as normas jurídicas hierarquicamente superiores, o regulamento é
ilegal. A sanção da ilegalidade é aa invalidade do regulamento.

A invalidade do regulamento administrativo resulra da:

- Violação da constituição;
- Violação daa lei;
- Violação se regulamentos de grau hierárquico superior. Por exemplo: É illegal um d
iploma ministerial que desrespeita um decreto do Governo.

b). Quais são as consequências da violação da Constituição, da lei, dos regulamentos de


grau hierárquico?

- Consequências da violação da Constituição, da lei: os regulamentos que violam a


Constituição são inconstitucionais. Os regulamentos que violam a lei são ilegais. Então, os
regulamentos administrativos que violam a Constituição e a lei são inconstitucionais e ilegais.
Assim, os regulamentos que violam a Constituição e a lei são nulos. Consequentemente
ineficazes e nãopodendo produzir os efeitos jurídicos desde o seu início.

- Consequência da violação dos regulamentos de grau hierárquico superior: são nulos os


regulamentos que violam os regulamentos de grau superior hierárquico.

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Quais são as nulidades do regulmneto administrativo:

- Nulidade parcial: quando apenas algumas das normas são ilegais,invalidas.


- Nulidade total: quando todas as normas são inválidas por ilegalidade.

c). A irregularidade do Regulamento Administrativo: produzem os seus efeitos principais


como se fosse legais , no entanto , a irregularidade pode acarretar consequências disciplinares
para o titular do órgão com competência regulamentar e , eventualmente , implicar
responsabilidade civil administrativa. Exemplos dos casos da irregularidades: ausência de
nota justificativa; falta de indicação expressa das normas revogadas pelo regulamento ; etc.

1.7 Eficácia e vigência do regulamento


Os regulamentos administrativos devem ser publicados para se tornar eficaz,
consequentemente podendo começàr a produzir os efeitos jurídicos. Tem de ser
publicado em Jornal da República para ser conhecido e produzir os efeitos jurídicos.
A publicação é obrigatória. Cf. com o no. 1 do artigo 73o da CRDTL, no. 1o e al. e)
e f) do no. 2 do artigo 5o da Lei no.1/2002, de 7 de agosto.

Requisito da eficácia:
- Suspensão da eficácia do regulamento administrativo: a eficácia dos regulamentos
pode ser suspensa por um outro regulamento do mesmo grau ou por um ato
normativo de grau hierarquicamente superior.

Cessação da vigência do regulamento administrativo

Existem 2 formas de cessação de vigência dos regulamentos :

1) Revogação: um regulamento em vigor pode sr revogado por um outro regulamento de


categoria idéntica ou de categoria superior. Por ex: uma lei ou decreto-lei podem revogar um
regulamento que com ele sejaam incompatíveis. A revogaçào pode sr expressa ou tácita.
A revogação expressa ocorre quando um novo ato individualiza explicitamente o ato anterior
que cessa a vigência.

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A revogação tácita tem lugar quando o autor do ato, nada diz sobre o direito anterior que
pretende revogar.

2) Caducidade decorre de qualquer facto de que dependa a vigência do regulamento,


particularmente a cessação de vigência da lei habilitante da sua emissão ou o decurso do
prazo pelo qual o regulamento estava destinado a vigorar.

Referências Bibliográfias:

-Marcelo rebelo de Sousa/ andre Salgado de Matos, Direito Administrativo Geral, Tomo III-
Atividade Administrativas, 2a edição. Quixote, Lisboa, 2009;

- Diogo freitas do Amaral, Curso do Direito Administrativo, Volume II, Almedina Coimbra ,
2001; João Caupers, Introdução do Direito Administrativo, 10a edição, Âncora, Lisboa 2009
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