A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) é uma entidade intergovernamental composta por Estados

islâmicos, tem a sua sede em Jeddah, Arábia Saudita e conta com uma delegação permanente nas Nações Unidas
Breve Informação sobre a (ONU).
Breve Informação sobre
identidade e o Relance Histórico
Identidade
Estados-Membro: Afeganistão, Constitui em rigor a segunda maior organização intergovernamental do mundo e, facto igualmente relevante, o
Argélia, Chade, Guiné, Indonésia, maior bloco votante na ONU. Reúne cinquenta e sete Estados do Médio Oriente, África, Ásia e Europa (e a
Irã, Kuwait, Líbano, Líbia, Palestina como observador, que a OCI considera como Estado).
Malásia, Mali, Marrocos,
Mauritânia, Egito, Níger, Embora a ideia de formar uma organização islâmica internacional tenha as suas raízes no séc. XIX, os
Paquistão, Palestina, Arábia primeiros esforços para a sua formação só ocorreram após a extinção oficial do Império Otomano em 1924. Entre
Saudita, Senegal, Sudão, Somália, as conferências realizadas nesse ano, uma no Cairo suscitou a realização de uma conferência islâmica para debater
Tunísia, Turquia, Iêmen, Jordânia que tipo de entidade poderia substituir o extinto Califado. Sucederam-se outros encontros, incluindo o Bloco
, Bahrain, Omã, Qatar, Síria, Islâmico do Paquistão (1952), a Conferência de Meca (1954), a Iniciativa do Rei Faisal (1965), a Primeira
Emirados Árabes Unidos, Serra Conferência Marroquina (1968) e a primeira Conferência Global Islâmica em Kuala Lumpur (1969). Durante esse
Leoa, Bangladesh, Gabão, período, muitos intelectuais continuaram a apoiar a formação de uma organização internacional composta por
Gâmbia, Guiné-Bissau, Uganda, países muçulmanos.
Burkina Faso, Camarões,
Comores, Iraque, Maldivas, A OCI foi fundada em Setembro de 1969, na sequência de um apelo do mufti de Jerusalém a todos os
Djibouti, Benin, Brunei, Nigéria, Estados islâmicos para a participação na Primeira Cimeira Islâmica em Rabat, Marrocos, realizada em
Azerbaijão, Albânia, Quirguistão , resposta ao ataque incendiário contra a Mesquita de al-Aqsa em Jerusalém. Este evento, fundamental para a
Tajiquistão, Turcomenistão, criação da OCI, fomentou a solidariedade, a cooperação e intercâmbio entre os Estados islâmicos. Em 1971, a
Moçambique, Cazaquistão, Conferência dos Ministros Islâmicos dos Negócios Estrangeiros estabeleceu formalmente a OCI, aprovando a
Uzbequistão, Suriname, Togo, O Relance Histórico Carta, que a maioria dos Estados membros ratificou em 1973.
Guiana, Costa do Marfim

De vinte e cinco Estados membros em 1969 (12 Rajab 1389 Hijra, ou seja, 25 de setembro) , a OCI foi
aumentando até atingir os atuais cinquenta e seis membros, que vão da Guiana, no nordeste da América do Sul, à
Indonésia, no sudeste da Ásia, ao Cazaquistão, na Ásia Central e a Moçambique, na África Oriental e respondem
por cerca de um sexto da área terrestre do planeta e um quinto da população mundial.

Em 2005, na Cimeira Extraordinária de Meca, os líderes aprovaram o Programa Decenal de Acção, o qual,
entre outros aspectos, aprovou a mudança do nome da organização e a revisão da sua Carta como parte de
uma reforma global. Em 2008, na Cimeira de Dakar, a nova Carta foi aprovada e tomada a decisão de dar
início ao processo de alteração de designação, de Organização da Conferência Islâmica, para o nome actual
(28 de junho de 2011). O novo emblema da OCI contém os três elementos principais que reflectem a sua
ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO ISLÁMICA

visão e missão: a Caaba, o globo e o Crescente.

De acordo com a Carta, os objectivos da OCI são consolidar: 1) a solidariedade islâmica entre os Estados membros; 2) a
cooperação entre eles nos campos político, económico, social, cultural e científico; 3) a luta pela dignidade dos povos
muçulmanos, a independência e os direitos nacionais; 4) coordenar acções para conservar os Lugares Santos
muçulmanos; 5) apoiar a luta do povo palestiniano e ajudar a libertar os Territórios Ocupados; 6) trabalhar para
eliminar a discriminação racial e o colonialismo sob todas as suas formas e promover a cooperação internacional. (1.ª
Cimera)
João Manuel da Costa Sarmento & Ricardo da Costa

1) Promover relações entre países com base na justiça, respeito mútuo e bons vizinhos para garantir a paz, segurança e
harmonia globais.; 2) Reafirmar o apoio aos direitos das pessoas conforme estipulado na Carta das Nações Unidas e no
Objectivo Direito Internacional; 3) Apoiar e capacitar o povo palestino para exercer seu direito à autodeterminação e construir
um estado soberano com al-Qudsal-Sharif (Jerusalém) como sua capital; 4) Proteger e defender a verdadeira imagem
do Islã, para combater a difamação do Islã e promover o diálogo entre civilizações e religiões; 5) Promover e proteger
os direitos humanos e as liberdades básicas, incluindo os direitos das mulheres, crianças, jovens, pais e pessoas com
necessidades especiais e a preservação dos valores da família islâmica; 6) Enfatizar, proteger e promover o papel da
família como unidade natural e fundamental da sociedade; 7) Proteção dos direitos, dignidade e identidade religiosa e
Objectivo e Princípios de cultural das comunidades muçulmanas e minoritárias em países não membros; 8) promover e defender uma posição
unida sobre questões de interesse comum em fóruns internacionais; 9) Cooperar na luta contra o terrorismo em todas
Cooperação as suas formas e manifestações, crime organizado, tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de
pessoas. (Cimera 2008).

Além disso, há princípios com os quais os Estados membros da Organização se devem comprometer: 1) igualdade
completa, respeito ao direito de autodeterminação e não-ingerência nos assuntos internos dos Estados membros; 2)
Princípios respeito pela soberania, independência e integridade territorial de cada Estado; 3) a resolução pacífica de conflitos
entre si por meios como a negociação, mediação, conciliação ou arbitragem; 4) o compromisso de abstenção do recurso
ou ameaça de uso da força contra a unidade e integridade territorial ou independência política dos Estados membros.

Cimeira de Reis ou Chefes de Estado / Governo (A Conferência de Rei de Estado e Governo): a Cimeira,
formada pelos monarcas e chefes de Estado e de governo, define a estratégia geral e reúne de três em três anos

a Conferência Islâmica de Ministros dos Negócios Estrangeiros. que analisa na sua reunião anual os progressos na
Corpos Principais implementação das decisões da Cimeira.

Secretariado Geral que funciona como órgão executivo da OCI.

Alquds Comite: Que controla a implementação das resoluções feitas pela OCI

Bayt Mal Al Quds Agency: Este agência foi legalmente estabelecido em 30 de julho de 1998 e realizou sua primeira reunião em 14
de fevereiro de 2000 sob a alta autoridade do Rei Muhammad VI, o Rei de Marrocos, o presidente do comitê Al Quds e o
Secretariado Geral da OIC. Os objetivos desta agência são os seguintes: 1) Salvaguardar os locais importantes (propriedades
históricas islâmicas) na cidade de Al Quds Al Sharif (Jerusalém); 2) Extender a ajuda ao povo de Palestina; 3) Reparar e
conservar A mesquita de Al Aqsa e outros locais sagrados na Palestina, tanto o patrimônio cultural, religioso e arquitetônico.
Estrutura de Comitê Permanente
Organização
Standing Committee for Information and Cultural Affairs, COMIAC

The Standing Committee for Economic and Commercial Cooperation, COMCEC

The Standing Committee for Scientific and Technological Cooperation, COMSTECH

Agências Subsidiárias: Statistical, Economic, Social Reseach and Training Center for Countries; Research Center for Islamic History, Art and Culture; Islamic University of
Technology (IUT); Islamic Center for Development of Trade (ICDT); International Islamic Fiqh Academy (IIFA); Islamic Solidarity Fund and its Waqf (ISF)

Instituições Autônomas: IDB (Islamic Development Banks), a Organização de Radiodifusão dos Estados Islâmicos (ISBO); a Agência Islâmica Internacional
de Notícias (IINA), em Jeddah, na Arábia Saudita.

O papel e alcance da OCI
no Mundo Internacional
Durante os primeiros tempos da sua existência, as conquistas da OCI na área de resolução de conflitos foram notáveis. Em 1970, aquando do conflito entre a
Jordânia e a Organização de Libertação da Palestina, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser e o rei Faiçal da Arábia Saudita lideraram, juntamente
com a OCI e a Liga Árabe, uma iniciativa para resolver o conflito. A organização também desempenhou um papel de relevo em 1971 na resolução do
conflito entre o recém-formado Bangladeche e o Paquistão. Teve algum protagonismo aquando da guerra do Yom Kippur em 1973 contra Israel e
desempenhou um papel de intermediário na sequência dessa guerra, quando os produtores árabes da OPEP aumentaram o preço do petróleo e
declararam um embargo aos países considerados pró-Israel (Estados Unidos e Holanda). Tem-se assumido como um opositor declarado de Israel,
exigindo ao Estado judaico o respeito pelas resoluções das Nações Unidas sobre os direitos palestinianos. É difícil classificar a OCI em termos de
literatura das organizações internacionais. Em termos geográficos, trata-se mais de uma organização global do que uma organização regional, porque
tem Estados membros em quatro continentes, com uma população total de 1,4 bilhão de pessoas. Tematicamente, lida com várias questões como a resolução de
conflitos, os processos de state-building, ajuda humanitária, problemas de desenvolvimento, cooperação económica, cooperação cultural e educacional,
salvaguarda dos direitos humanos e luta contra a islamofobia.