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RESUMO DE QUESTÕES – DIREITO CONSTITUCIONAL

1. FINANCEIRO:

art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades


da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o
exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a
política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

PPA: Estabelecerá, de forma regionalizada, as DIRETRIZES, OBJETIVOS e


METAS da administração pública federal para as despesas de capital e outras
delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

LDO: Compreenderá as METAS e PRIORIDADES da administração pública


federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em
consonância com trajetória sustentável da dívida pública, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento. (EC 109/21)

LOA: Compreende: I - o orçamento fiscal II - o orçamento de investimento III - o


orçamento da seguridade social.

2. Uma emenda constitucional pode ingressar na ordem constitucional brasileira


mesmo que não altere, expressa e textualmente, o preâmbulo, o corpo
permanente ou o ADCT da CF porque ela pode alterar, implicitamente, o
sentido ou a interpretação de alguma norma constitucional já existente. Isso
ocorre quando a emenda constitucional cria uma nova norma que entra em
conflito ou contradição com uma norma anterior, gerando uma antinomia
jurídica. . Assim, a emenda constitucional acaba modificando indiretamente o
conteúdo da norma anterior, sem alterar seu texto. Um exemplo disso foi a
Emenda Constitucional nº 33/2001, que alterou o art. 155, § 2º, XII, g da CF,
estabelecendo que os estados e o Distrito Federal podem conceder e revogar
isenções, incentivos e benefícios fiscais do ICMS mediante deliberação dos
estados e do Distrito Federal. Essa emenda constitucional acabou alterando
implicitamente o art. 150, VI, a da CF, que proíbe a União, os estados, o Distrito
Federal e os municípios de instituir impostos sobre patrimônio, renda ou
serviços uns dos outros. Isso porque a concessão de benefícios fiscais do ICMS
pelos estados e pelo Distrito Federal implica em renúncia de receita tributária
que poderia ser destinada à União. Emenda constitucional avulsa. Trata-se de
uma emenda constitucional que não modifica o texto da Constituição Federal
de 1988. É uma emenda constitucional avulsa. Assim, a EC 106/2020 é uma
norma constitucional não prevista no texto da Constituição Federal de 1988.
Integra, contudo, o bloco de constitucionalidade. (...) Vale ressaltar que não
consiste em algo inédito. Isso porque a EC 91/2016, que disciplinou a “janela
partidária”, também utilizou a mesma sistemática.

3. Art. 212, CF. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo,
da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino."

Art. 212, § 1º, CF. A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto
neste artigo, receita do governo que a transferir.
A gradação de percentual mínimo de recursos destinados à manutenção e ao
desenvolvimento do ensino não pode acarretar restrições às competências
constitucionais do Poder Executivo para a elaboração das propostas de leis
orçamentárias. Inteligência do art. 165 da Constituição Federal. [, rel. min.
Alexandre de Moraes, j. 8-6-2020, P, DJE de 19-8-2020.]

4. . Nos casos em que se busca garantir a aplicação de decisão tomada em


recurso extraordinário com repercussão geral, somente é cabível reclamação
ao STF quando esgotados todos os recursos cabíveis nas instâncias
antecedentes. STF. 2ª Turma. Rcl 24686 ED-AgR/RJ, Rel. Min. Teori Zavascki,
julgado em 28/10/2016 (Info 845).

. Nos termos do art. 988, I, do CPC, caberá reclamação da parte interessada ou


do Ministério Público para preservar a competência do tribunal.

. De acordo com o art. 7º, §1º, da Lei 11.417/2006, contra omissão ou ato da
administração pública, o uso da reclamação só será admitido após
esgotamento das vias administrativas.

. Só cabe reclamação contra decisão judicial ou ato administrativo (não cabe


contra dispositivo de lei).

5. MODULAÇÃO DOS EFEITOS: Para o controle concentrado, exige-se maioria


qualificada (Art. 27 da Lei 9.868). Para modulação em repercussão geral,
maioria absoluta (Informativo 964).

6. Art. 927, § 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do


Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de
julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da
alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
Overruling : técnica de superação do entendimento consagrado no
precedente, deixando de ter eficácia vinculante. Essa superação pode ser
aplicada pelo órgão que emanou o precedente ou um órgão superior.
Técnicas dentro do overruling:
Signaling: é um sinal de iminência do overruling. Por exemplo, há um
precedente "x" que está a caminho de ser superado, porém, para não
surpreender as partes e toda comunidade jurídica, a Corte já avisa que mudou
o entendimento, mas que vai aplicar o entendimento "y" somente futuramente,
de modo que não irá aplicar no caso concreto em questão. Nesse caso, há já a
mudança de entendimento, porém os litigantes no caso concreto em que se fez
o signaling não serão pegos de surpresa.
Decisões alertas (warnurteil): é um anúncio público de possibilidade de revisão
de entendimento das Cortes.
Overriding: superação parcial de um precedente, de modo que o Tribunal
limita o âmbito de incidência de um precedente, em razão da superveniência
de uma regra ou princípio legal.

SEMANA 01

AULA 01

01. De acordo com Vinícius Silva Bonfim, o patriotismo constitucional representa a


construção de uma nova identidade que leva em consideração a história de
uma coletividade a partir da Constituição. O termo foi inicialmente introduzido
pelo filósofo Dolf Sternberg, e mais tarde, retomado pelo sociólogo Mario
Rainer Lepsius (LACROIX, 2005, p.123), que foi utilizado na criação de uma nova
identidade coletiva pós-guerra com base na Lei Fundamental da República
Federativa Alemã de 1949, ou também denominada de “Lei Fundamental de
Bonn”.
02. A "dupla revisão"ou "dupla reforma", discutida e trazida na
constituição portuguesa, apresenta uma exceção à rigidez constitucional,
possibilitando a supressão de uma norma inalterável, a partir da exclusão
da própria cláusula impeditiva. Isto ocorre quando, mediante a aprovação de
projetos de emenda constitucional sequen ciais, retira-se uma das alíneas do §
4° do Texto Constitucional, para depois suprimir no texto aquilo que seria
insuscetível de exclusão ou de redução de alcance.

03. 1. Constituição em Branco: aquela que não há previsão de cláusulas pétreas,


isto é, de limites explícitos para a reforma constitucional, ficando os órgãos
revisores com maior liberdade para proceder à reforma.
2. Constituição Subconstitucional: admite a constitucionalização de temas
excessivos e o alçamento de detalhes e interesses momentâneos ao patamar
constitucional.
3. Constituição Ubíqua: refere-se à onipresença das normas e valores
constitucionais no ordenamento jurídico, doutrina e, até mesmo, na prática
forense. A referência a normas e valores constitucionais é um elemento
onipresente no direito brasileiro pós-1988. Essa “panconstitucionalização”
deve-se ao caráter detalhista da Constituição, que incorporou um grande
númeto de valores substanciais, princípios abstratos e normas concretas em
seu programa normativo.
4. Constituição Chapa-Branca: A Constituição é fundamentalmente um
conjunto normativo destinado a assegurar posições de poder a corporações e
organismos estatais ou paraestatais. O intuito principal da Constituição é
tutelar interesses e até mesmo privilégios tradicionalmente reconhecidos aos
integrantes e dirigentes do setor público.
5. Constituição Unitextual ou Orgânica: Rechaça a ideia de existência de um
“bloco de constitucionalidade”, visto que a Constituição seria disposta em uma
estrutura documental única.
6. Constituição Suave ou Dúctil: Idealizada por GUSTAV ZAGREBELSKY, na
Itália, segundo a qual a Constituição deve refletir o pluralismo social, político e
econômico da sociedade e assegurar as condições possíveis para a vida em
comum, por intermédio de uma dogmática “fluida”. (GABARITO "D")
7. Constituição-quadro ou Constituição moldura: Valendo-se da
comparação com um quadro, esta teoria preconiza que a Constituição funciona
como uma “moldura” e serve para delimitar os limites de atuação do legislador
infraconstitucional.

04. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTITUIÇÕES


QUANTO À ORIGEM.
I. Democrática, Promulgada ou Popular: elaborada por legítimos representantes do
povo, normalmente organizados em torno de uma Convenção ou Assembleia Nacional
Constituinte;
II. Outorgada: é aquela elaborada sem a presença de legítimos representantes do
povo, imposta pela vontade de um poder absolutista ou totalitário, não
democrático, de observância obrigatória para o povo, sem que esse se manifeste;
III. Bonapartista, Cesarista, Plebiscitária ou Referendária: é aquela criada por um
ditador ou imperador e posteriormente submetida à aprovação popular por plebiscito
ou referendo;
IV. Pactuada/Dualista: originada de um compromisso instável de duas forças
políticas rivais, de modo que o equilíbrio fornecido por tal espécie de Constituição é
precário. Ex. A Carta Magna de 1215, em que os barões obrigaram o João Sem Terra a
jurar.
V. Heteroconstituição ou “Constituição Dada”: é aquela criada fora do Estado em
que irá vigorar.
QUANTO À ESSÊNCIA (CRITÉRIO ONTOLÓGICO) - KARL LOEWENSTEIN
● Constituição semântica: é a Constituição cujas normas foram elaboradas para a
legitimação de práticas autoritárias de poder; geralmente decorrem da usurpação do
Poder Constituinte do povo. Ex: CF-1937, CF-1967.
● Constituição nominal (ou nominalista): quando não há uma concordância,
absoluta, entre as normas constitucionais e as exigências do processo político, estas
não se adaptando àquelas, isto é, se a dinâmica do processo político não se adaptar às
normas da Constituição, esta será nominal. É Constituição sem valor jurídico cujas
normas, na maior parte, são ineficazes. ATENÇÃO: Bernardo Gonçalves Fernandes,
Marcelo Novelino e Marcelo Neves defendem que a Constituição Federal de 1988 é
nominal (e não normativa).
● Constituição normativa: são aquelas, que possuem valor jurídico, cujas normas
dominam o processo político, logrando submetê-lo à observação e adaptação de seus
termos; é aquela, na qual, há uma adequação entre o texto e a realidade social, o seu
texto traduz os anseios de justiça dos cidadãos, sendo condutor dos processos de
poder.
ATENÇÃO: Pedro Lenza afirma que a Constituição brasileira está caminhando da
Constituição nominal para a normativa, é uma Constituição que se pretende
normativa. Eduardo dos Santos afirma que a classificação em questão examina como
a Constituição é e não como ela pretende ser (SANTOS, Eduardo dos. Manual de
Direito Constitucional, 2 ed. p. 77)

05. De acordo com a doutrina de Uadi Lammêgo Bulos, o constitucionalismo


contemporâneo se caracteriza por constituições analíticas - totalitarismo
constitucional-, as quais tratam de assuntos além dos referentes à estrutura do
Estado, organização política e direitos fundamentais, dispondo, notadamente, sobre
direitos sociais - dirigismo comunitário-.
06. Se o conteúdo for compatível, a norma anterior será recepcionada, mesmo que
sua forma não seja mais admitida pela Constituição superveniente. A recepção requer
somente compatibilidade material (conteúdo) e não formal.
07. A ideia de derrotabilidade de regras refere-se à possibilidade de superação de
regras (afastamento de sua aplicação em determinados casos) em casos excepcionais.
A norma não é retirada do ordenamento, apenas cria-se uma exceção em situações
em que a incidência da regra poderia produzir uma injustiça tão grave que parece
intolerável ou quando surgisse uma hipótese de colisão de regras que não pudesse
ser superada pelas técnicas hermenêuticas normais (Barcellos).
- Nem o neoconstitucionalismo entrou em crise com a intensificação do ativismo
judicial e nem buscou "a segurança jurídica por meio de cartas constitucionais mais
rígidas"; na verdade, o neoconstitucionalismo procura estabelecer padrões mínimos
de moral no direito, valorizando princípios constitucionais.
- Apesar de comportar uma dupla interpretação, as duas opções nos dizem que a
afirmativa está errada. Uma "constituição aberta", em primeiro lugar, seria uma
Constituição que deixa certas questões intencionalmente não-regulamentadas, para
permitir um espaço de livre discussão, decisão e configuração das forças políticas. Essa
é a perspectiva de Hesse, para quem "a vida, que ela quer ordenar, é uma vida
histórica" e a abertura e incompletude seriam necessárias para a constante
atualização da constituição (Sarmento). Por outro lado, pode-se interpretar a
afirmativa como fazendo referência à "sociedade aberta dos intérpretes", de Häberle,
que propõe a "ampliação do círculo de interpretes" da Constituição, que demanda que
os cidadãos se envolvam em um processo de interpretação e aplicação da
Constituição - o que não implica, necessariamente, na alteração formal de seu texto.
Independentemente da interpretação da afirmativa, nos dois casos ela está errada.
- O poder constituinte originário é ilimitado e incondicionado e, por isso, não se
prende aos limites do direito adquirido.
08. Neoconstitucionalimo (ou Novo constitucionalismo): Pressupõe a superação
da ideia de Constituição como simples limitação de poder e passa a
valorizar a realização concretização, das normas constitucionais.
QUE É O NEOCONSTITUCIONALISMO?
"Neoconstitucionalismo, constitucionalismo pós-positivista, ou
constitucionalismo neopositivo, é um viés teórico no campo do Direito
Constitucional, que aglutina tendências e teses dos mais variados matizes.
Designa a evolução de certos aspectos provenientes da cultura constitucional
contemporânea.
É, portanto, o constitucionalismo contemporâneo com outro nome. E nada
mais."
ORIGEM DO NEOCONSTITUCIONALISMO:
"Os 'neoconstitucionalistas' afirmam que o neoconstitucionalismo surgiu, na
Europa, a partir da Segunda Guerra Mundial, na época de nascimento do
Estado Constitucional Social.
Na realidade, é impossível se precisar a origem do neoconstitucionalismo.
Não há uma data, que, a rigor, possa ser considerada como o marco histórico
de seu nascimento.
O único dado passível de constatação é que, a partir de 1 990, alguns
estudiosos americanos e europeus passaram a adotar esse epíteto do
constitucionalismo contemporâneo em seus escritos."
FONTE: Uadi Lammêgo Bulos, 2014, p. 80.
A expressão surge na década de 1990, tenta superar as ideias do positivismo.
Com o fim da II Guerra Mundial (marco historico), muito países precisaram
repensar seu modelo constitucional. A Alemanha, alvo do maior massacre a
inocentes do mundo, utilizou-se de argumentos jurídicos, à época, para
justificar inúmeras barbáries. Portanto, a ideia de positivismo jurídico precisava
ser mediatamente repensada, isso porque o positivismo jurídico jamais poderá
justificar violação a direitos humanos. Foi com essas ideias que surgiu o
embrionário do neoconstitucionalismo. Portanto, em linhas bem gerais, pode-
se conceituar neoconstitucionalismo como um movimento teórico de
revalorização do direito constitucional, dando força normativa aos
princípios, além de exaltar a força normativa da constituição e a eficácia
dos direitos fundamentais.

AULA 02 – HERMENEUTICA
01. De fato, a diferença está na previsão ou não por parte do Constituinte do grau
de restrição a ser efetuado pela norma infraconstitucional. Na reserva legal
simples, a Constituição não delimita o conteúdo da lei, não amarra a atuação
do legislador. Por outro lado, na reserva legal qualificada há um cuidado maior,
um direcionamento vindo do constituinte, como na quebra do sigilo das
comunicações telefônicas em que só é possível por decisão judicial, nas
hipóteses e no prazo previsto em lei, ainda assim apenas para instruir
investigação criminal ou processo penal.

As normas constitucionais de eficácia absoluta são aquelas que não podem


ser suprimidas por meio de emenda constitucional. São as cláusulas pétreas,
enumeradas no art. 60, § 4º da CF/88, que determina que “não será objeto de
deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de
Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes
e, finalmente, os direitos e garantias individuais.” São as denominadas
cláusulas pétreas expressas.

02. Métodos de Interpretação clássicos:


Método gramatical – utiliza tanto do sentido leigo quanto do sentido
científico das palavras para conseguir interpretar o dispositivo;
Método histórico – busca a razão da legislação na época em que foi feita.
Então, qual era o mens legis quando foi editada uma lei na década de 60,
qual era o objetivo daquela lei;
Método de interpretação sistemática – procura coadunar, coordenar, que
se dialoguem e se pacifiquem os diversos subsistemas dentro do
ordenamento jurídico. Está sempre buscando uma harmonização;
Método teleológico – procura ver qual é a finalidade da lei, ela foi feita
com que objetivo;
Método lógico – procura trabalhar com determinadas premissas de
compreensão lógica, de raciocínio mais cartesiano.
Métodos de Interpretação do Pós-Positivismo:
Jurídico ou hermenêutico clássico – é a reunião dos métodos positivistas;
Tópico-problemático – parte da solução do caso concreto para se estabelecer
um diálogo entre as instituições. Parte do fato;
Hermenêutico-concretizador – parte do dispositivo para o fato, mas o fato é
levado em consideração no momento da interpretação, e não somente no da
aplicação;
Científico-espiritual – considera que a Constituição carrega o espírito moral
de uma determinada sociedade. A interpretação seria uma técnica científica
para se descobrir esse sentido espiritual da sociedade;
Normativo-estruturante – leva em consideração a busca da harmonização de
instituições, de órgãos e de estruturas de atribuições de normatização;
Comparação constitucional – decorre do cosmopolitismo, da intensidade
do diálogo entre as instituições, em especial das Cortes Constitucionais.

03. . A teoria tópica, também conhecida como "teoria dos círculos concêntricos",
enfatiza a importância da interpretação conforme o contexto social e histórico.
. A teoria axiológica, também chamada de "teoria dos valores", destaca a
importância dos valores e princípios na interpretação constitucional.
. A teoria originalista, ou "originalismo", defende que o sentido do texto
constitucional deve ser buscado na intenção original dos constituintes ou no
significado que as palavras tinham à época da sua promulgação. As críticas
apresentadas por Bruna se encaixam perfeitamente na perspectiva do
originalismo, que muitas vezes é criticado por não levar em conta a evolução dos
valores e a necessidade de adaptação da Constituição aos tempos atuais.
. A teoria concretista, também conhecida como "concretismo normativo" ou
"concretismo histórico", destaca a necessidade de contextualização histórica e
social na interpretação constitucional. Embora haja certa sobreposição entre as
críticas apresentadas por Bruna e essa teoria, a dificuldade epistêmica em delinear
o paradigma do sentido do texto constitucional não é um problema central
abordado pelo concretismo.
. O realismo jurídico norte-americano é uma corrente teórica que se baseia na
compreensão de que as decisões judiciais são influenciadas por fatores políticos e
sociais, indo além da simples aplicação da lei.
04. Aplicabilidade das normas constitucionais:
Classificação proposta por Maria Helena Diniz
1. Normas constitucionais de eficácia absoluta
2. Normas constitucionais de eficácia plena
3. Normas constitucionais de eficácia relativa restringível
4. Normas constitucionais de eficácia relativa complementável ou dependente de
complementação
Normas constitucionais de eficácia absoluta: São intangíveis. Contra ela não há
nem mesmo emenda constitucional. Nenhuma lei pode contrariá-la, explicita ou
implicitamente, pois se o fizerem tornam-se ineficazes e inaplicáveis. Ex: Cláusulas
pétreas
Normas constitucionais de eficácia plena: São aquelas que possuem todos os
requisitos para que haja possibilidade da produção imediata dos efeitos previstos,
sem necessidade de legislação posterior, porém são emendáveis. Não precisam de
regulamentação e não podem ser contidas pelo legislador.
Normas constitucionais de eficácia relativa restringível: Equivalem-se às normas
constitucionais de eficácia contida, definida por José Afonso da Silva, porém Maria
Helena Diniz seguindo as lições de Michel Temer as denomina de tal maneira, por
estas serem de aplicabilidade imediata ou plena, embora sua eficácia possa ser
reduzida ou restringida nos casos e na forma que a lei estabelecer.
Normas constitucionais de eficácia relativa complementável ou dependente de
complementação: São equivalentes às normas de eficácia limitada da classificação
tradicional. Possuem aplicabilidade mediata, ou seja, dependem de uma norma
posterior (lei complementar ou ordinária) para serem aplicadas.

AULA 03 e 04 – TRIBUTÁRIO

Tributos em Geral e Espécies Tributárias e Incidência Tributária

01. Contribuições sociais se enquadram dentro das contribuições especiais,


segundo artigo 149 CF compete a União. Lembrando que os demais entes
podem instituir em razão de seu regime próprio.
02. Súmula 554: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da
sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as
multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data
da sucessão. (DJe 15.12.15)

03. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA


Por substituição - Para trás (regressiva, antecedente) ou para frente
(progressiva, por antecipação, art. 150, §7º, CF)
Por transferência
 Por sucessão (de bens imóveis (art. 130, CTN); de bens móveis e causa mortis
(art. 131, CTN) e empresarial e sucessão de adquirente de
comércio/estabelecimento (art. 132 e 133, CTN))
 Por solidariedade (art. 124, CTN)
 De terceiros (por atuação regular (art. 134, CTN), por atuação irregular (art.
135, CTN) e por infrações (art. 136 e 137, CTN)

. Dicas didáticas (responsabilidade tributária)

O CTN estabelece dois sujeitos passivos da obrigação tributária, que são o contribuinte
(aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador); e o responsável tributário (aquele que, sem revestir a condição de
contribuinte, sua obrigação decorre de disposição expressa de lei). São três tipos de
responsabilidade tributária, também de acordo com o CTN, a saber:
3.1) Responsabilidade dos sucessores (CTN, arts. 129 a 133).
3.2) Responsabilidade de terceiros (CTN, arts. 134 e 134). Nesse rol se encontra a
responsabilidade solidária dos pais pelos tributos devidos pelos filhos menores, em
caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte.
3.3) Responsabilidade por infrações (CTN, arts. 136 a 138).

4. LEI 8397/92 - Dispõe sobre cautelar fiscal.


Art. 1° O procedimento cautelar fiscal poderá ser instaurado após a constituição do
crédito, inclusive no curso da execução judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias.
Parágrafo único. O requerimento da medida cautelar, na hipótese dos incisos V,
alínea "b", e VII, do art. 2º, independe da prévia constituição do crédito
tributário.
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do
crédito fiscal:
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão
da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei;

Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito passivo de
crédito tributário ou não tributário, quando o devedor:
I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa de
pagar a obrigação no prazo fixado;
II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o
adimplemento da obrigação;
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;
IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu patrimônio;
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito
fiscal:
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade;
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem
trinta por cento do seu patrimônio conhecido;
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da
Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei;
VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão
fazendário;
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito.

5. O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o


imóvel desapropriado nas hipóteses em que o período de ocorrência dos fatos
geradores é anterior ao ato de aquisição originária da propriedade. STJ. 2ª
Turma. REsp 1.668.058-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 8/6/2017
(Info 606).

a própria imissão provisória da posse será devidamente averbada no registro de


imóveis competente, momento em que a indenização pela desapropriação deve ser
efetivada.

Decreto-lei n° 3.365/41: Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia


arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará
imití-lo provisoriamente na posse dos bens; § 1º A imissão provisória poderá ser feita,
independente da citação do réu, mediante o depósito (...)

Art. 29. Efetuado o pagamento ou a consignação, expedir-se-á, em favor do


expropriante, mandado de imissão de posse, valendo a sentença como título hábil
para a transcrição no registro de imóveis.

6. Contribuição SINDICAL, também conhecida como imposto sindical:


anteriormente era aplicada a todos os empregados independentemente de
autorização prévia ao desconto do valor de 01 dia de trabalho anual para
contribuição ao sindicato. Não depende de que o empregado seja filiado à entidade,
mas deve ter a autorização expressa do colaborador para que ocorra;

Contribuição Confederativa: ela é aplicável apenas aos empregados filiados ao


sindicato e seu valor varia, sendo definido anualmente em uma assembleia conforme
determina a Constituição Federal. Destina-se à manutenção dos serviços prestados
pela entidade aos trabalhadores.

SV 40: “A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da CF, só é


exigível dos filiados ao sindicato respectivo”.

7. STJ - Súmula 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa


que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos
órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal
para o sócio-gerente.
STJ – Súmula 430 - O inadimplemento da obrigação tributária pela
sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-
gerente.
STJ – Súmula 393 - A exceção de pré-executividade é admissível na
execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício
que não demandem dilação probatória.
Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias,
contados: I - do depósito; II - da juntada da prova da fiança bancária ou do
seguro garantia; III - da intimação da penhora.
8. Art. 127 - Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável,
de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se
como tal:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo
esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas
individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que
derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas
repartições no território da entidade tributante.
§ 1º - Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer
dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do
contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou
da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
§ 2º - A autoridade administrativa pode recusar o domicílio
eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou
a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo
anterior.

AULA 05 e 06 AMBIENTAL – AMBIENTAL NA CF , PRINCÍPIOS, REPARTIÇÃO DE


COMPETÊNCIAS AMBIENTAL
1. IAC 13, STJ (info 737):
Tese A) O direito de acesso à informação no Direito Ambiental brasileiro
compreende:
i) o dever de publicação, na internet, dos documentos ambientais detidos pela
Administração não sujeitos a sigilo (transparência ativa);
ii) o direito de qualquer pessoa e entidade de requerer acesso a informações
ambientais específicas não publicadas (transparência passiva); e
iii) direito a requerer a produção de informação ambiental não disponível para
a Administração (transparência reativa);

Tese B) Presume-se a obrigação do Estado em favor da transparência


ambiental, sendo ônus da Administração justificar seu descumprimento,
sempre sujeita a controle judicial, nos seguintes termos:
i) na transparência ativa, demonstrando razões administrativas adequadas
para a opção de não publicar;
ii) na transparência passiva, de enquadramento da informação nas razões
legais e taxativas de sigilo; e
iii) na transparência reativa, da irrazoabilidade da pretensão de produção da
informação inexistente;
Tese C) O regime registral brasileiro admite a averbação de informações
facultativas sobre o imóvel, de interesse público, inclusive as ambientais;
Tese D) O Ministério Público pode requisitar diretamente ao oficial de registro
competente a averbação de informações alusivas a suas funções institucionais.
2. poluidor pagador: RESPONSABILIDADE:
civil -- objetiva
administrativa -- subjetiva
penal -- subjetiva

3. É assente na jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça o entendimento


de que, não obstante seja objetiva a responsabilidade civil do poluidor-
pagador, em razão de danos ambientais causados pela exploração de
atividade comercial, a configuração do dever de indenizar demanda a prova
do dano e do nexo causal. (STJ, 4ª Turma, AgInt no AREsp 1624918/SP, j. em
28/09/2020).

4. Princípio da Prevenção este é o princípio da CERTEZA científica; que trabalha


com um risco certo, previsto. São os casos que não são ou são poucos
polêmicos. Já se sabe quais são os males ambientais daquela atividade, pois os
resultados já são cientificamente comprovados.
Princípio da Precaução Já com este princípio ocorre o contrário, sendo ele
hipótese de DÚVIDA científica. Ele é aplicado para novas indústrias oriundas
de avanços tecnológicos. É o princípio da dúvida, da controvérsia científica, cujo
risco é incerto, abstrato e potencial. Neste caso, a dúvida deve militar em favor
do meio ambiente. Com base nele é que temos o in dubio pro natura ou salute.
Diante de uma hipótese de controvérsia quanto a certo licenciamento,
havendo dúvida, não se pode arriscar com base neste princípio. O órgão só
poderá licenciar se exigir do possível poluidor garantias de reparação.
Princípio da Cooperação entre os povos Para a doutrina majoritária, este
princípio é informador do direito ambiental. O meio ambiente não conhece de
fronteiras políticas, apenas o homem. O aquecimento global não se restringe a
apenas um território que polui, mas abrange todo planeta. Por isso é
necessária a cooperação que se dá através da celebração dos tratados, ponto
de interseção entre Direito Ambiental e Internacional.
Princípio da Participação Comunitária: ou Participação Cidadã / Popular ou
Princípio Democrático.Pontifica que as pessoas têm o direito de participar
ativamente das decisões políticas ambientais, em decorrência do sistema
democrático, uma vez que os danos ambientais são transindividuais, estando
implicitamente consagrado no art. 225 da CF.
Princípio da Ubiquidade Impõe que as questões ambientais devem ser
consideradas em todas as atividades humanas. Ubiquidade quer
dizer existência concomitante em todos os lugares. De fato, o meio ambiente
está em todos os lugares, de modo que qualquer atividade deve ser feita com
respeito à sua promoção e proteção.

5. A Administração é solidária, objetiva e ilimitadamente responsável, nos


termos da Lei 6.938/1981, por danos urbanístico-ambientais decorrentes
da omissão do seu dever de controlar e fiscalizar, na medida em que contribua,
direta ou indiretamente, tanto para a degradação ambiental em si mesma, como
para o seu agravamento, consolidação ou perpetuação, tudo sem prejuízo da
adoção, contra o agente público relapso ou desidioso, de medidas disciplinares,
penais, civis e no campo da improbidade administrativa. (...) 14. No caso de
omissão de dever de controle e fiscalização, a responsabilidade ambiental
solidária da Administração é de execução subsidiária (ou com ordem de
preferência). 15. A responsabilidade solidária e de execução subsidiária significa
que o Estado integra o título executivo sob a condição de, como devedor-reserva, só
ser convocado a quitar a dívida se o degradador original, direto ou material (=
devedor principal) não o fizer, seja por total ou parcial exaurimento patrimonial ou
insolvência, seja por impossibilidade ou incapacidade, inclusive técnica, de
cumprimento da prestação judicialmente imposta, assegurado, sempre, o direito de
regresso (art. 934 do Código Civil), com a desconsideração da personalidade
jurídica (art. 50 do Código Civil) (...)" (STJ, REsp 1071741/SP, 2ª T., 2009)

6. Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos


para tramitação dos processos de licenciamento.
§ 1 - As exigências de complementação oriundas da análise do
empreendimento ou atividade devem ser comunicadas pela autoridade
licenciadora de uma única vez ao empreendedor, ressalvadas aquelas
decorrentes de fatos novos.
§ 2 - As exigências de complementação de informações, documentos ou
estudos feitas pela autoridade licenciadora suspendem o prazo de
aprovação, que continua a fluir após o seu atendimento integral pelo
empreendedor.
§ 3 O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença
ambiental, não implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que
dela dependa ou decorra, MAS INSTAURA A COMPETÊNCIA SUPLETIVA
REFERIDA NO ART. 15.
§ 4 - A renovação de licenças ambientais deve ser requerida
com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu
prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando
este AUTOMATICAMENTE PRORROGADO até a manifestação definitiva do
órgão ambiental competente.
A LC 140/2011 foi declarada constitucional.

A repartição de competências comuns, instituída pela LC 140/2011, mediante atribuição


prévia e estática das competências administrativas de fiscalização ambiental aos entes
federados, atende às exigências do princípio da subsidiariedade e do perfil
cooperativo do modelo de Federação, cuja finalidade é conferir efetividade nos encargos
constitucionais de proteção dos valores e direitos fundamentais.

Vale ressaltar, no entanto, que dois dispositivos da Lei merecem interpretação conforme:

§ 4º do art. 14 da LC 140/2011:

É inconstitucional regra que autoriza estado


indeterminado de prorrogação automática de licença ambiental.
Assim, a omissão ou mora administrativa imotivada e desproporcional
na manifestação definitiva sobre os pedidos de renovação de licenças ambientais
instaura a competência supletiva do art. 15.

STF. Plenário. ADI 4757/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/12/2022 (Info 1079)

7. Os municípios têm competência para promover o licenciamento ambiental das


atividades ou empreendimentos que causem ou possam causar impacto
ambiental de âmbito local.

Essa competência dos municípios está condicionada à observância das


atribuições dos demais entes federativos (União e estados) estabelecidas na
LC 140/2011. Portanto, os municípios podem exercer o licenciamento
ambiental de atividades que tenham impacto ambiental local, desde que
respeitem as competências atribuídas aos outros níveis de governo.

A tipologia das atividades sujeitas ao licenciamento ambiental local é definida


pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, levando em
consideração critérios como porte, potencial poluidor e natureza da atividade.
Cada estado pode estabelecer sua própria classificação e critérios para
determinar quais atividades serão licenciadas pelos municípios.

8. É inconstitucional lei estadual que legitime ocupações em solo urbano de


área de preservação permanente (APP) fora das situações previstas em
normas gerais editadas pela União.
9. Informativo 870 do STF, utilizando a palavra concorrente e não residual: “O
Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da
poluição, quando se tratar de interesse local. (...) a matéria é de competência
concorrente (CF, art. 24, VI), sobre a qual a União expede normas gerais. Os
Estados e o Distrito Federal editam normas suplementares e, na ausência de lei
federal sobre normas gerais, editam normas para atender a suas
peculiaridades (2). Por sua vez, os Municípios, com base no art. 30, I e II, da CF
(3), legislam naquilo que for de interesse local, suplementando a legislação
federal e a estadual no que couber.” (STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig.
Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 29/6/2017)
10. As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são constitucionais. O art. 2º da Lei
federal nº 9.055/95 é inconstitucional. STF. Plenário. ADI 3937/SP, rel. orig. Min.
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/8/2017 (Info 874).
11. É constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a
aplicação de multas para os proprietários de veículos automotores que emitem
fumaça acima de padrões considerados aceitáveis. O Município tem
competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando
se tratar de interesse local. STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos
Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 29/6/2017 (Info 870)
12. Art. 25, § 3º, CF. Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas
por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
A LC 140/2011 fixa normas de cooperação entre a União, os Estados, o DF e os
Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência
comum relativas à proteção ambiental.
A LC 140/2011 prevê instrumentos de cooperação. Entre esses instrumentos,
existem os convênios, que podem ser firmados por prazo indeterminado
O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações
administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente
destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar
as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente.
Compete ao Município promover licenciamentos de áreas de conservação por
ele próprio instituídas. Mas, como visto acima, essa atribuição pode ser
delegada mediante convênio.
13. Lei Complementar 140/2011. Art. 12. Para fins de licenciamento ambiental de
atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar
degradação ambiental, e para autorização de supressão e manejo de
vegetação, o critério do ente federativo instituidor da unidade de
conservação não será aplicado às Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
14. Lei Complementar 140/2011. Art. 9º São ações administrativas
dos Municípios: XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos
previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das
atividades ou empreendimentos: a) que causem ou possam causar impacto
ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos
Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte,
potencial poluidor e natureza da atividade

15. De acordo com a LC n° 140: Art. 13. Os empreendimentos e atividades são


licenciados ou autorizados, ambientalmente, por um único ente federativo, em
conformidade com as atribuições estabelecidas nos termos desta Lei
Complementar. § 1o Os demais entes federativos interessados podem
manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou autorização, de maneira
não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento
ambiental. § 2o A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos
ambientais é autorizada pelo ente federativo licenciador.
ADMINISTRATIVO – AULA 7

REGIME JURIDICO ADMINISTRATIVO

1. Lei 9790/99 - Art. 9 Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o


instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades
qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o
fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art.
3 desta Lei. (...)
Art. 3 A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o
princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das
Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das
seguintes finalidades:
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
artístico; A Prefeitura poderá realizar chamada pública para contratar OSCIP,
por meio de Termo de Parceria.

2. SANDBOX REGULATÓRIO:

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se:


I - investidor-anjo: investidor que não é considerado sócio nem tem qualquer
direito a gerência ou a voto na administração da empresa, não responde por
qualquer obrigação da empresa e é remunerado por seus aportes;
II - ambiente regulatório experimental (sandbox regulatório): conjunto de
condições especiais simplificadas para que as pessoas jurídicas participantes
possam receber autorização temporária dos órgãos ou das entidades com
competência de regulamentação setorial para desenvolver modelos de
negócios inovadores e testar técnicas e tecnologias experimentais, mediante o
cumprimento de critérios e de limites previamente estabelecidos pelo órgão ou
entidade reguladora e por meio de procedimento facilitado.
O sandbox regulatório se aplica a pessoas jurídicas apenas e não a pessoas
físicas. Além disso, essas pessoas jurídicas recebem autorização temporária e
não permanente para desenvolver modelos de negócios inovadores e testar
técnicas e tecnologias experimentais.
No âmbito do sandbox regulatório, a incidência de normas dos órgãos ou das
entidades da administração pública com competência de regulamentação
setorial poderá ser afastada, na forma do artigo 11 da Lei Complementar nº
182/2021.
No sandbox regulatório as pessoas jurídicas participantes recebem
autorização temporária para desenvolver modelos de negócios inovadores e
testar técnicas e tecnologias experimentais.
No sandbox regulatório, pode ser afastada a incidência de normas regulatórias.
No entanto, a suspensão da incidência dessas normas não se dá por prazo
indeterminado. A duração dessa suspensão deve ser determinada pelo órgão
ou entidade com competência para a regulação, na forma do artigo 11, §3º, I,
da Lei Complementar nº 182/2021.
3. CONCEITOS ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, seguindo os critérios:
Critério das prerrogativas públicas (escola puissance publique): conjunto de
regras e princípios que disciplinava os poderes da administração.
Critério do serviço público (escola do serviço público): conjunto de regras e
princípios que disciplinava a organização e funcionamento do serviço público (sentido
amplo: atividade estatal voltada para satisfazer o bem commum)
Critério do poder executivo: conjunto de regras e princípios que disciplinam a
organização e funcionamento do Poder Executivo.
 Crítica: restringir o conceito ao Poder Executivo significava afastar a
possibilidade dos demais poderes também exercerem atividade administrativa
(de forma atípica).
Critério das relações jurídicas: conjunto de regras e princípio que disciplinava a
relação jurídica entre a administração e os administrados.
Critério teleológico ou finalistico: conjunto de regras e princípios que disciplinam a
atividade material e concreta desempenhada pelo estado para a realização dos seus
fins (função administrativa)
Critério negativo ou residual: conjunto de regras e princípios que disciplina a
atividade do estado cuja natureza não é a legislativa ou jurisdicional (objeto é dado por
exclusão)
Critério da distinção entre a atividade jurídica e social do Estado: conjunto de
regras e princípios que disciplinam a atividade administrativa, bem como os sujeitos
que são incumbidos de prestá-la. (divide o objeto e o sujeito)
Critério da administração pública: conjunto de regras e princípios que trata da
organização e o funcionamento da administração (conceito atual, conceituado por
Hely Lopes Meirelles).

4. PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE se subdivide em três subprincípios


. ADEQUAÇÃO (pertinência, aptidão): meio empregado deve ser compatível
com o fim desejado.
. NECESSIDADE (EXIGIBILIDADE): meio escolhido deve causar o MENOR
prejuízo possível;
. PROPORCIONALIDADE em SENTIDO ESTRITO: as vantagens a serem
conquistadas devem superar as desvantagens.

5. O principio da isonomia também chamado de princípio da igualdade não


significa que todos os administrados devam receber o mesmo tratamento do poder
público. O que esse princípio exige é que todas as pessoas na mesma
situação recebam do poder público o mesmo tratamento. Assim, nada impede que a
administração pública conceda, na forma da lei, tratamento diferenciados a idosos ou
a pessoas com deficiência ou a pessoas de baixa renda. Desde que todos que estejam
nas mesmas condições, com fundamento em critérios objetivos previstos em lei,
recebam o mesmo tratamento.

ORGANIZAÇÃO ADMNISTRATIVA
1. Em rigor, o mandato do ouvidor, nas agências reguladoras, será de 3 anos,
sendo vedada a recondução, a teor do art. 23, §1º, da Lei 13.848/2019, § 1º O
ouvidor terá mandato de 3 (três) anos, vedada a recondução, no curso do
qual somente perderá o cargo em caso de renúncia, condenação judicial
transitada em julgado ou condenação em processo administrativo disciplinar."
2. Na verdade, o art. 51, I e II, da Lei 9.649/98, ao regulamentar o art. 37, §8º, da
CRFB, estabeleceu que a qualificação de autarquias e fundações públicas, como
agências executivas, pressupõe mais do que a celebração do contrato de
gestão. É preciso, ainda, que a entidade tenha um plano estratégico de
reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento, como se vê
do inciso I
3. SUMULA 333 STJ: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em
licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.
Obs: Adicione-se que o art. 1º, §2º, da Lei 12.016/2009 (Lei do Mandado de
Segurança) estabelece não ser cabível o mandado de segurança contra os atos
de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas,
de sociedades de economia mista e de concessionárias de serviço público, o
que, todavia, não é caso de atos praticados no âmbito de procedimento
licitatório, porquanto se cuida de exercício típico de função administrativa, sob
regime de direito público, e, portanto, qualifica-se como um ato de autoridade
4. De fato, é possível encontrar órgãos públicos na estrutura da administração
direta ou da administração indireta. Existe base legal explícita nesta direção,
como se extrai do art. 1º, §2º, I, da Lei 9.784/99:
"Art. 1º (...)
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração
direta e da estrutura da Administração indireta;"
5. a doutrina aponta, sim, a existência dos chamados órgãos verificadores, cuja
competência é precisamente aquela descrita neste item, ou seja, a conferência
da ocorrência de situações fáticas ou jurídicas.
Trata-se de classificação mencionada por Celso Antônio Bandeira de Mello, in
verbis: "A estas espécies tipológicas de órgãos devem ser acrescentados os
(d) órgãos verificadores, que são os encarregados da emissão de perícias ou
de mera conferência da ocorrência de situações fáticas ou jurídicas;"
6. “Art. 3º, Parágrafo único, Lei 13.303/2016. Desde que a maioria do capital
votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal
ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação
de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades
da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios."
7. “Art. 9º, Lei 13.303/2016. A empresa pública e a sociedade de economia mista
adotarão regras de estruturas e práticas de gestão de riscos e controle interno que
abranjam:
§ 1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e Integridade, que
disponha sobre:
III - canal de denúncias que possibilite o recebimento de denúncias internas e
externas relativas ao descumprimento do Código de Conduta e Integridade e das
demais normas internas de ética e obrigacionais."
8. “Art. 23, Lei 13.303/2016. É condição para investidura em cargo de diretoria da
empresa pública e da sociedade de economia mista a assunção de
compromisso com metas e resultados específicos a serem alcançados, que
deverá ser aprovado pelo Conselho de Administração, a quem incumbe
fiscalizar seu cumprimento."
9. As características especiais dos bens públicos são:
1. Alienabilidade condicionada (inalienabilidade relativa): A alienação dos
bens públicos possui diversas restrições e condicionamentos previstos em lei,
decorrentes do princípio da indisponibilidade do interesse público.
2. Impenhorabilidade: Os bens públicos não estão sujeitos à penhora para
satisfação dos créditos dos particulares em face da Administração Pública.
3. Imprescritibilidade: Os bens públicos não podem ser adquiridos por meio
de usucapião (prescrição aquisitiva) por expressa disposição constitucional e
legal, em virtude do regime diferenciado desses bens, que servem, em regra, a
uma finalidade de interesse público.
4. Não onerabilidade: De acordo com o art. 1.420 do Código Civil, somente
aquele que pode alienar o bem é que pode onerá-lo, ou seja, instituir uma
garantia de direito real sobre ele (hipoteca, penhor etc.). Desta forma, tendo
em vista o regime dos precatórios previsto no art. 100 da CF, determinando
que os débitos dos Entes Públicos devem ser pagos por esta sistemática, não é
possível instituir garantia de direito real sobre os bens públicos.
10. As sociedades de economia mista e as empresas públicas podem visar o lucro,
como um de seus objetivos secundários. Com efeito, somente a autarquia e as
fundações públicas não podem ter finalidade lucrativa, uma vez que nunca
exercem atividade econômica: autarquias somente podem desempenhar
atividades típicas da Administração Pública, conforme explica Marcelo
Alexandrino, Vicente Paulo (Direito administrativo descomplicado. 25. ed. Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017, p. 49): “A autarquia, portanto,
deve ser criada para atuar em serviços típicos do Estado, que exijam
especialização, com organização própria, administração mais ágil e pessoal
especializado. Não são talhadas para exploração de atividades econômicas em
sentido estrito, tais como atividades comerciais ou industriais."
11. A transferência da atividade administrativa para as pessoas da Administração
Indireta é uma hipótese de descentralização. A chamada descentralização
administrativa ocorre quando o Estado desempenha algumas de suas
atribuições por meio de outras pessoas, e não pela sua administração direta. A
descentralização pressupõe duas pessoas distintas: o Estado (a União, o
Distrito Federal, um estado ou município) e a pessoa que executará o serviço,
por ter recebido do Estado essa atribuição.
Além disso, na descentralização, pelo contrário, não existe relação de
subordinação, mas, sim, relação de vinculação que fundamenta o exercício do
controle finalístico ou tutela.
12.

AULA 8 E 9 – ADM
Autorização de uso de bem público é o ato administrativo unilateral, discricionário e precário
pelo qual a administração pública concede ao particular o uso de bem. Na autorização de uso
de bem público, o interesse prevalente é o interesse do particular.

Permissão de uso de bem público é a ato administrativo unilateral, discricionário e precário,


gratuito ou oneroso pelo qual a administração pública permite o uso de bem público por
particular. Na permissão de uso de bem público, o interesse predominante deve ser o interesse
público.

Concessão de uso de bem público é o contrato administrativo, celebrado mediante prévio


procedimento licitatório, pelo qual a administração pública concede a particular o uso de bem
público por prazo determinado.

Concessão de direito real de uso é o contrato administrativo pelo qual a administração


pública concede a particular o uso de terreno público.

Enfiteuse não é modalidade de cessão de uso de bem público é instituto do direito privado
pelo qual proprietário concede a particular o domínio útil de sua propriedade.

Lei 11.107

Os consórcios públicos são ajustes celebrados entre os entes federados para gestão
associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos, com a
instituição de pessoa jurídica, pública ou privada, responsável pela implementação dos
seus objetivos.

➤PROTOCOLO DE INTENÇÕES: representa uma espécie de minuta do futuro


‘’contrato’’ de consorcio. (art. 3º )

➤CONTRATO DE RATEIO: É o instrumento adequado para que os entes repassem


recursos financeiros ao consórcio público. (art 8 º)

➤CONTRATO DE PROGRAMA : Tem por objetivo constituir e regulamentar as


obrigações que um ente da federação constituir para com outro ente ou para com o
consórcio público. (art 13 º)

De acordo com o artigo 33 da Lei nº 14.133/2021, O julgamento das propostas será


realizado de acordo com os seguintes critérios: I - menor preço; II - maior desconto; III -
melhor técnica ou conteúdo artístico; IV - técnica e preço; V - maior lance, no caso de
leilão; VI - maior retorno econômico.

ANTEPROJETO: PEÇA TÉCNICA com todos os subsídios necessários à elaboração


do PROJETO BÁSICO.
PROJETO BÁSICO: conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de
precisão adequado para definir e dimensionar a obra ou o serviço, ou o complexo
de obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
estudos técnicos preliminares, que assegure a viabilidade técnica e o adequado
tratamento do impacto ambiental do empreendimento e que possibilite a avaliação
do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.

PROJETO EXECUTIVO: conjunto de elementos necessários e suficientes à EXECUÇÃO


COMPLETA DA OBRA, com o detalhamento das soluções previstas no projeto básico,
a identificação de serviços, de materiais e de equipamentos a serem incorporados à
obra, bem como suas especificações técnicas, de acordo com as normas técnicas
pertinente.

Art. 2º da Lei 11.79/04

Art. 2º Parceria Público-Privada é o contrato administrativo de concessão, na


modalidade patrocinada ou administrativa.

§ 1º. CONCESSÃO PATROCINADA é a concessão de serviços públicos ou de obras


públicas de que trata a Lei 8.987/1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa
cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro
privado.

§ 2º. CONCESSÃO ADMINISTRATIVA é o contrato de prestação de serviços de que a


Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de
obra ou fornecimento e instalação de bens.

§ 3º. Não constitui parceria público-privada a CONCESSÃO COMUM, assim entendida a


concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei
8.987/95, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao
parceiro privado.

§ 4º. É VEDADA A CELEBRAÇÃO de contrato de parceria público-privada:

I. cujo valor do contrato seja inferior a R$ 10 milhões;

II. cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 anos;

III. que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e


instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.
Art. 4º Na contratação de parceria público-privada serão observadas as seguintes
diretrizes:

I – eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recursos da


sociedade;

II – respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes
privados incumbidos da sua execução;

III – indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de


polícia e de outras atividades exclusivas do Estado;

IV – responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias;

V – transparência dos procedimentos e das decisões;

VI – repartição objetiva de riscos entre as partes;

VII – sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de


parceria.

LEI 14.133/2021:

DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato, a qual deverá ser
formalmente motivada nos autos do processo, assegurados o contraditório e a ampla
defesa, as seguintes situações:

I - não cumprimento ou cumprimento irregular de normas editalícias ou de cláusulas


contratuais, de especificações, de projetos ou de prazos;

II - desatendimento das determinações regulares emitidas pela autoridade designada


para acompanhar e fiscalizar sua execução ou por autoridade superior;

III - alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutura da empresa que


restrinja sua capacidade de concluir o contrato;

IV - decretação de falência ou de insolvência civil, dissolução da sociedade ou


falecimento do contratado;

V - caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, impeditivos da execução


do contrato;
VI - atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibilidade de obtê-la, ou
alteração substancial do anteprojeto que dela resultar, ainda que obtida no prazo
previsto;

VII - atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação, a desocupação ou a


servidão administrativa, ou impossibilidade de liberação dessas áreas;

VIII - razões de interesse público, justificadas pela autoridade máxima do órgão ou da


entidade contratante;

IX - não cumprimento das obrigações relativas à reserva de cargos prevista em lei,


bem como em outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para
reabilitado da Previdência Social ou para aprendiz.

Vale lembrar dos prazos de duração dos contratos:

-- até 5 + 5 anos:

 serviços contínuos
 aluguel de equipamentos
 programas de informática
 serviço associado

-- até 10 anos:

 alta complexidade
 defesa nacional; forças armadas; segurança nacional
 produtos para o SUS
 contrato de eficiência sem investimento

-- até 15 anos:

 operação continuada de sistemas de tecnologia da informação

-- até 35 anos:

 contratos que gerem receita


 contrato de eficiência com investimento

____________________________________________________

Serviços e fornecimentos contínuos -> duração de até 5 anos (PRAZO INICIAL)

Diretrizes:

 Atestar vantagem econômica


 A cada exercício financeiro, atestar existência de crédito orçamentário e
vantagem em sua manutenção
 ADM pode extinguir contrato sem ônus se não dispuser de créditos
orçamentários para sua continuidade OU quando entender que o contrato não
é mais vantajoso
 Só ocorrerá na próxima data de aniversário do contrato e não poderá ocorrer
em prazo inferior a 2 meses, contado da referida data.

O prazo inicial do contrato será de até 5 anos, mas ele poderá ser prorrogado,
chegando ao prazo máximo de 10 anos.

FUNDO GARANTIDOR DA PPP – FGP

Artigo 16. § 1º O FGP terá natureza privada e patrimônio próprio separado do


patrimônio dos cotistas, e será sujeito a direitos e obrigações próprios.

Artigo 16. § 5º O FGP responderá por suas obrigações com os bens e direitos
integrantes de seu patrimônio, não respondendo os cotistas por qualquer
obrigação do Fundo, salvo pela integralização das cotas que subscreverem.

Artigo 16. § 6º A integralização com bens a que se refere o § 4º deste artigo será feita
independentemente de licitação, mediante prévia avaliação e autorização específica
do Presidente da República, por proposta do Ministro da Fazenda.

Artigo 16. § 3º Os bens e direitos transferidos ao Fundo serão avaliados por empresa
especializada, que deverá apresentar laudo fundamentado, com indicação dos
critérios de avaliação adotados e instruído com os documentos relativos aos bens
avaliados.

Art. 17. O FGP será criado, administrado, gerido e representado judicial e


extrajudicialmente por instituição financeira controlada, direta ou indiretamente,
pela União, com observância das normas a que se refere o

Da intervenção Federal
1. Por requisição
· Coação contra o poder judiciário (STF);
· Desobediência a ordem ou a decisão judiciária (STF, STJ, TSE)
2. Por solicitação
· Coação ao Executivo ou ao Legislativo
3. Por requisição precedida de Representação do PGR
· Recusa à execução de lei federal
· Descumprimento dos princípios constitucionais sensíveis:
o Forma republicana, representatividade e regime democrático;
o Direitos da pessoa humana;
o Autonomia municipal;
o Prestação de contas da adm direta ou indireta;
o Aplicação do mínimo em saúde e educação
* nestes casos, será dispensada a apreciação do CN.
4. De ofício
· Manter a integridade nacional;
· Repelir invasão estrangeira;
· Pôr termo a grave comprometimento de ordem pública;
· Reorganizar as finanças da Unidade da Federação que:
o Suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos salvo força maior;
o Deixar de repassar as receitas aos municípios, dentro do prazo legal

Da intervenção Estadual
5. De ofício
· Deixar de ser paga, sem motivo de força maior por 2 anos, a dívida fundada;
· Não for aplicado o mínimo em saúde e educação;
· Não forem prestadas contas;

6. Requisição do TJ provendo representação do PGJ


· Observância de princípios da Constituição Estadual;
· Execução de lei;
· Execução de ordem judicial.
* neste caso, não precisa passar pela AL

A. Pontos que podem causar confusão


· Cuidado pra não confundir: (i) ausência de prestação de contas e (ii) ausência de
aplicação do mínimo, pelos municípios, enseja a intervenção estadual de ofício. (i)
Problemas na prestação de contas e (ii) ausência de aplicação do mínimo, em nível
federativo, pelos estados, exige representação do PGR.
· Decisões judiciais
o Descumprimento de decisão judicial: intervenção federal por requisição dos
Tribunais superiores;
o Execução de ordem judicial: intervenção estadual por requisição provendo
representação do PGR

Código Civil:

Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é
expedida, exceto:

I - no caso do artigo antecedente;

II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;

III - se ela não chegar no prazo convencionado.


Fundamentalmente, a doutrina criou duas teorias explicativas a
respeito da formação do contrato entre ausentes 339:
a) teoria da cognição — para os adeptos dessa linha de
pensamento, o contrato entre ausentes somente se consideraria
formado quando a resposta do aceitante chegasse ao conhecimento do
proponente.
b) teoria da agnição (dispensa-se que a resposta chegue ao
conhecimento do proponente):
b.1. à subteoria da declaração propriamente dita — o contrato
se formaria no momento em que o aceitante ou oblato redige,
datilografa ou digita a sua resposta. Peca por ser extremamente
insegura, dada a dificuldade em se precisar o instante da resposta.
b.2. à subteoria da expedição — considera formado o contrato,
no momento em que a resposta é expedida.
b.3. à subteoria da recepção — reputa celebrado o negócio no
instante em que o proponente recebe a resposta. Dispensa, como
vimos, sua leitura. Trata-se de uma subteoria mais segura do que as
demais, pois a sua comprovação é menos dificultosa, podendo ser
provada, por exemplo, por meio do A.R. (aviso de recebimento), nas
correspondências.(Gagliano, Pablo Stolze.Manual de direito civil; volume
único / Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho. – São Paulo :
Saraiva, 2017).
Sob outro prisma, se a formação ocorrer entre ausentes, o
contrato deve ser reputado como concluído a partir do momento em
que a aceitação for expedida (art. 434, caput, do CC). Dessa maneira,
conclui-se que o Código Civil em vigor, assim como o anterior, continua
adotando a teoria da agnição – ou da informação –, na subteoria da
expedição, como regra geral.
Entretanto, tal regra comporta exceções, sendo certo que o
Código Civil ainda adota a teoria da agnição, na subteoria da recepção,
pela qual o contrato é formado quando a proposta é aceita e recebida
pelo proponente (art. 434, I, II e III, c/c o art. 433, ambos do CC). Essa
teoria deve ser aplicada nos seguintes casos:
1) Se antes da aceitação ou com ela chegar ao proponente a retratação do
aceitante.
2) Se o proponente se houver comprometido a esperar resposta, hipótese
em que as partes convencionaram a aplicação da subteoria da
recepção.
3) Se a resposta não chegar no prazo convencionado (outra hipótese em
que houve convenção entre as partes de aplicação da subteoria da
recepção). (Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio
Tartuce. 7. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2017).

REsp 2032878 / GO
5. A Teoria da Imprevisão (art. 317 do CC), de matriz francesa, exige a comprovação
dos seguintes requisitos: (I) obrigação a ser adimplida em momento posterior ao de
sua origem; (II) superveniência de evento imprevisível; (III) que acarrete desproporção
manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução. A
pedido da parte, o juiz poderá corrigir o valor da prestação, de modo a assegurar,
quanto possível, o seu valor real.

6. A Teoria da Onerosidade Excessiva (art. 478 do CC), de origem italiana,


pressupõe (I) contratos de execução continuada ou diferida; (II) superveniência de
acontecimento extraordinário e imprevisível; (III) que acarrete prestação
excessivamente onerosa para uma das partes; (IV) extrema vantagem para a outra; e
(V) inimputabilidade da excessiva onerosidade da prestação ao lesado.

Possibilidade de flexibilização da "extrema vantagem".

REsp 2032878 / GO

CC, Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de


uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a
outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o
devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar
retroagirão à data da citação. (onerosidade excessiva)

CC, Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta
entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz
corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da
prestação. (teoria da imprevisão)

ADM

STJ - TEMA 1075

É ilegal o ato de não concessão de progressão funcional de servidor público, quando


atendidos todos os requisitos legais, a despeito de superados os limites orçamentários
previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, referentes a gastos com pessoal de ente
público, tendo em vista que a progressão é direito subjetivo do servidor público,
decorrente de determinação legal, estando compreendida na exceção prevista no
inciso I do parágrafo único do art. 22 da Lei Complementar n. 101/2000.

 Progressão é a passagem do servidor para o padrão imediatamente


superior dentro da classe ou categoria atual de sua Carreira Funcional.
 Provimento derivado: quando há relação jurídica prévia entre o servidor e o
Estado. São exemplos a promoção, a remoção, a readaptação, a reversão, o
aproveitamento, a reintegração e a recondução.
 SV 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao
servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado
ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual
anteriormente investido.
 LRF: Art. 22. [...] I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação
de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou
de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso
X do art. 37 da Constituição;
 CF, art. 37, X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata
o § 4º do art. 39 SOMENTE PODERÃO SER fixados ou alterados POR LEI
ESPECÍFICA, OBSERVADA a iniciativa privativa em cada caso, ASSEGURADA
REVISÃO GERAL ANUAL, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

 Resumo:
 1) Organizações Sociais => Contrato de GeStão (Art. 5º Lei 9.637/98), com
posssibilidade de cessão especial de servidor para as organizações sociais, com
ônus para a origem.
 2) OSCIP => Termo de Parceria (Art. 9º Lei 9.790/99).
 3) OSC =>(Art. 2º, VII, VIII e VIII-A Lei 13.019/14) Termo é com transferencia $
 a) Termo de ColaborAÇÃO (Proposto pela AdministrAÇÃO Pública
e há transferência de Recursos Financeiros) Obs: FCC cobrou no TRT21
2017-Q855828 / e Cespe MPE/RR 2017 - Q821222.
 b) Termo de FOmento (Propostas pela OSC e há transferência de Recursos
Financeiros)
 c) Acordo de Cooperação (Proposto tanto pela Adm. Pública como pela OSC
e NÃO HÁ transferência de recursos financeiros).
 4) Entidades de Apoio => Vínculo é o Convênio (podem ser Fundação,
Associação ou Cooperativa);
 5̇) Serviços Sociais AUTÔnomos => AUTOrização de lei (Vínculo é a Lei).
Obs: sistema "S" (Sem Licitação e Sem Concurso) - SESC, SENAI, SESI, SENAC.
 Readaptação: limitação de capacidade física ou mental.
 Reversão: retorno do aposentado
 Reintegração: retorno do estável demitido ilegalmente.
 Recondução: retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado
 Aproveitamento: o disponível
 Promoção:
 A não cumulatividade das contribuições ao PIS e à COFINS é compatível com a
técnica da base sobre base, embora funcione de maneira distinta do ICMS e do
IPI.
 A definição de insumo, para fins de crédito de PIS e COFINS, deve considerar a
essencialidade ou a relevância do bem ou serviço para a atividade econômica
do contribuinte. o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios
de essencialidade ou relevância, ou seja, considerando-se a
imprescindibilidade ou a importância de determinado item - bem ou
serviço - para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada
pelo Contribuinte.
 Não é incompatível com a Constituição Federal a vedação legal de
creditamento referente às despesas com aluguel e aos custos de
arrendamento mercantil.
 Resumo:
 Na análise da não cumulatividade do PIS e da COFINS, considera-se:
 - A não cumulatividade é compatível com a técnica da base sobre base.
 - O conceito de insumo abrange a essencialidade ou relevância do bem ou
serviço para a atividade econômica do contribuinte.
 - A vedação de creditamento de despesas com aluguel e custos de
arrendamento mercantil é compatível com a Constituição Federal.

MODULAÇÃO DOS EFEITOS. ALTERAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA COM EFEITOS


VINCULANTES E ERGA OMNES. IMPACTOS FINANCEIROS E ADMINISRTATIVOS DA
DECISÃO. MODULAÇÃO DEFERIDA DOS EFEITOS DO JULGADO, CUJA PRODUÇÃO
HAVERÁ DE SE DAR DESDE 15.3.2017 – DATA DE JULGAMENTO DE MÉRITO DO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.706 E FIXADA A TESE COM REPERCUSSÃO GERAL DE
QUE “O ICMS NAO COMPÕE A BASE DE CÁLCULO PARA FINS DE INCIDÊNCIA DO PIS
E DA COFINS” - , RESSALVADAS AS AÇÕES JUDICIAIS E PROCEDIMENTOS
ADMINISTRATIVOS PROTOCOLADAS ATÉ A DATA DA SESSÃO EM QUE PROFERIDO O
JULGAMENTO DE MÉRITO. EMBARGOS PARCIALMENTE ACOLHIDOS.

CF:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores.
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas
operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos
serviços;
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de
um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros,
estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e
de exportação;
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de
iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito
específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da
maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos
do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à
circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser
inferiores às previstas para as operações interestaduais;

 É constitucional a incidência de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza


(ISS) sobre contratos de franquia (franchising) (itens 10.04 e 17.08 da lista de
serviços prevista no Anexo da Lei Complementar 116/03). STF/2020
 As operadoras de planos de saúde realizam prestação de serviço sujeita ao
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, previsto no art. 156, III,
da CF/88. STF/2016 (repercussão geral) (Info 841). STF/2019 (Info 932).
Súmula Vinculante 31 - STF:
 É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza
- ISS sobre operações de locação de bens móveis.

 I. O estorno proporcional de crédito de ICMS efetuado pelo Estado de destino,


em razão de crédito fiscal presumido concedido pelo Estado de origem,
unilateralmente, não viola o princípio constitucional da não cumulatividade.
 II. As reuniões do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) podem
ser realizadas com a presença de representantes da maioria das unidades da
Federação.
 III. É constitucional a lei estadual que, com amparo em convênio do CONFAZ,
conceda remissão de créditos de ICMS oriundos de benefícios fiscais
anteriormente julgados inconstitucionais.

I-É devida a restituição da diferença das contribuições para o Programa de Integração


Social – PIS e para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins pagas a mais, no
regime de substituição tributária, se a base de cálculo efetiva das operações for
inferior à presumida. STF. Plenário. RE 596.832/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
29/06/2020 (Repercussão Geral - Tema 228) (Info 996- clipping).

II-1) O consumidor final de energia elétrica tem legitimidade ativa para propor ação
declaratória cumulada com repetição de indébito que tenha por escopo afastar a
incidência de ICMS sobre a demanda contratada e não utilizada de energia elétrica. 2)
O usuário do serviço de energia elétrica (consumidor em operação interna), na
condição de contribuinte de fato, é parte legítima para discutir pedido de
compensação do ICMS supostamente pago a maior no regime de substituição
tributária. STJ. 1ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1269424-SC, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 23/10/2012. STJ. 2ª Turma. AgRg no RMS 28044-ES, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, julgado em 13/11/2012.

III-Nos termos do art. 156, inciso V do CTN a prescrição é uma das hipóteses de
extinção do crédito tributário. O pagamento do crédito prescrito pelo contribuinte é
passível de restituição ,pois, ao contrário do direito civil, em âmbito tributário o
adimplemento espontâneo não revive a obrigação anterior.

INTEGRAM A BASE DE CÁLCULO DA CPBR: ICMS e ISS.

É constitucional a inclusão do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços


- ICMS na base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB.
STJ. 1ª Seção. REsp 1638772-SC, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 27/04/2022
(Recurso Repetitivo – Tema 994) (Info 734).

É constitucional a inclusão do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza–


ISS na base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB.
STF. Plenário. RE 1285845/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 18/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1135) (Info
1022).

NÃO INTEGRAM A BASE DE CÁLCULO DO PIS E CONFINS: ICMS

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não compõe a base


de cálculo para a incidência da contribuição para o PIS e a COFINS. STF. Plenário. RE
574706/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2017 (repercussão geral) (Info
857). STJ. 1ª Turma. REsp 1100739-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 27/02/2018
(Info 621).

PROCESSO CIVIL
MATERIAL SEMANA 01
INTRODUÇÃO E NORMAS FUNDAMENTAIS

1. CONDIÇÃO INVÁLIDA:
I) CONDIÇÃO SUSPENSIVA QUANDO A CONDIÇÃO É FÍSICA OU
JURIDICAMENTE IMPOSSÍVEL
II) CONDIÇÃO ILÍCITA OU FAZER ILÍCITA
III) CONDIÇÃO INCOMPREENSÍVEL/CONTRADITÓRIA
CONDIÇÃO INEXISTENTE:
I) CONDIÇÃO RESOLUTIVA IMPOSSÍVEL
II) CONDIÇÃO IMPOSSÍVEL DE NÃO FAZER.
2. No Direito Processual Civil as fontes são dividas em FORMAIS e
MATERIAIS:
Fontes FORMAIS - podem ser dividas em:
 PRIMÁRIAS (ou fontes formais diretas ou imediatas): criadas pelo
Estado, através de processos formais determinados pelo
ordenamento jurídico (vindos de órgãos legislativos como o
Congresso Nacional ou até mesmo do Judiciário, no caso de seus
regimentos internos) e que possuem força cogente, ou seja, obrigam
as pessoas ao seu cumprimento.
São: a Constituição Federal, Constituições Estaduais, as emendas à
Constituição, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas,
Medidas Provisórias, Decretos Legislativos, Resoluções...
 SECUNDÁRIAS (ou fontes formais acessórias, indiretas ou mediatas):
servem para o suprimento de lacunas deixadas pelas fontes formais
primárias.
São: a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
Fontes MATERIAIS (ou não formais): não possuem força vinculante não são
obrigatórias. Elas influenciam a criação das fontes formais, bem como a sua
posterior aplicação e interpretação.
São: a doutrina e a jurisprudência.
SÚMULAS VINCULANTES: São consideradas fontes FORMAIS, porém as
bancas divergem se formais Primárias ou Secundárias (acessórias). A
súmula vinculante, portanto, constitui inegavelmente fonte formal do
direito de origem estatal, tal como a lei, porque seus enunciados derivam
do Poder Judiciário e porque a atividade jurisdicional é uma atividade do
Estado, um dos braços da soberania.

3. princípio do devido processo legal:

 DIMENSÃO Formal (procedimental): conteúdo composto


pelas garantias processuais que estão POSITIVADAS na legislação

 DIMENSÃO Material (substancial): conteúdo composto


pelos postulados da proporcionalidade/razoabilidade Essa
dimensão vai além da mera formalidade legal, pois busca um devido
processo legal materialmente mais justo, pautando nos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade.

4. Sistema dos Vasos Comunicantes ou Intercomunicantes.

: Tendo em vista todas essas Leis distintas que regulam as diversas ações
coletivas, a doutrina entende que há uma comunicação entre os princípios
e normas previstos em cada uma das legislações. Por exemplo, em um
Mandado de Segurança Coletivo o magistrado poderia aplicar
analogicamente um princípio/norma prevista em outro diploma legal que
também verse sobre o Direito Processual Coletivo (Lei da Ação Civil Publica,
Lei da Ação Popular, entre outras).

E é essa comunicação entre os princípios/normas das diversas Leis


Processuais Coletivas que a doutrina chama de Sistema dos Vasos
Comunicantes ou Intercomunicantes.

5. Medicamentos (INFORMATIVO 770 - STJ):

 Medicamentos sem registro na ANVISA: a ação deve ser proposta em


face da União;
 Medicamentos registrados na ANVISA, mas não inseridos na lista do
SUS: prevalece a competência do juízo do ente na qual o polo ativo
elegeu demandar. Sendo vedado a declinação de competência ou
determinar a inclusão da União no polo passivo;
 A União será parte obrigatória no polo passivo quando a demanda
tratar de medicamento registrado na ANVISA, mas não incorporado
aos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Sistema Único de
Saúde.

6. Poder geral de cautela não é poder geral de sanção.

Gratuidade de justiça não pode ser revogada como punição por litigância
de má-fé. As sanções aplicáveis ao litigante de má-fé são aquelas
taxativamente previstas pelo legislador, não comportando
interpretação extensiva. Assim, apesar de reprovável, a conduta desleal,
ímproba, de uma parte beneficiária da assistência judiciária gratuita não
acarreta, por si só, a revogação do benefício, atraindo, tão somente, a
incidência das penas expressamente cominadas no texto legal. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.989.076/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
17/05/2022.

7. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras,


ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados,
convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.

8. CPC: Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade
de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.

PROCESSO CIVIL : JURISDIÇÃO

Lei n.º 12.153/2009

1. Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei


quando houver divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais
sobre questões de direito material.
§ 1 O pedido fundado em divergência entre Turmas do mesmo
Estado será julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a
presidência de desembargador indicado pelo Tribunal de
Justiça. (atenção que não é o Presidente do TJ que presidia a reunião).
§ 2 No caso do § 1, a reunião de juízes domiciliados em cidades diversas
poderá ser feita por meio eletrônico.
§ 3 Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal
interpretações divergentes, ou quando a decisão proferida estiver em
contrariedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça, o pedido
será por este julgado.
2. TEORIA DA ASSERÇÃO: é adotada pelo STJ em vários julgados, por ela,
as condições da ação devem ser analisadas na petição inicial, de acordo
com a versão trazida dos fatos e não no momento da sentença, ou seja,
as condições da ação são analisadas na fase postulatória, no começo
do processo.
3. TEORIA ECLÉTICA: é a adotada pelo CPC, é o que se depreende também
do art. 485, VI do CPC: O juiz não resolverá o mérito quando:
VI - Verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Isso porque o direito de ação é autônomo e independente do direito
material, ou seja, desde que preenchidas as condições da ação
(legitimidade das partes e interesse de agir), há o direito ao julgamento
de mérito. Ou seja, as condições da ação não se confundem com o
mérito.
4. A jurisdição, enquanto poder-dever do Estado de "dizer o direito com
definitividade no caso concreto" é função una e indivisível. Não se divide
nem se parcela a jurisdição em si, ou seja, todo órgão jurisdicional tem a
plenitude da jurisdição. Por motivos de organização da justiça, que não
afetam a unicidade da jurisdição:

 Quanto ao objeto: jurisdição será penal, trabalhista, cível, eleitoral


etc.
 Quanto à organização: divide-se em comum (federal e estadual)
e especial (justiças especializadas)
 Quanto à hierarquia: jurisdição superior (segundo grau) e jurisdição
inferior (primeiro grau)

CIVIL
LINDB

1. Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação


contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de
expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva
do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta
pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar
compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o
qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
2. Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões
ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
3. Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se
decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam
consideradas as consequências práticas da decisão.
4. Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a
segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de
regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.

5. DErogação = revogação DE PARTE da lei (deixou parte).

ABrogacão = revogação Absoluta/TOTAL (abraçou toda lei)

6. Art. 22, § 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na


dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao
mesmo fato.
7. A Lei Federal no 13.655/2018, ao inserir na Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei no 4.657/1942) dispositivos
sobre a aplicação do direito público, teve por efeito alterar
significativamente a teoria da nulidade dos atos administrativos,
ampliando a possibilidade de estabilização dos efeitos de atos
inválidos, recomendando a adoção de solução proporcional e
equânime aos sujeitos atingidos pela invalidação.
8. A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que
estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da
publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia
subsequente à sua consumação integral.

9. I- § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será


regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja
mais favorável a lei pessoal do de cujus.
10.II- § 2 Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de
qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam
investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens
imóveis ou susceptiveis de desapropriação.
11. Art. 7, § 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do
país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a
do primeiro domicílio conjugal.

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