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Carolina Silva Carvalho

Fábia dos Santos Campos

Direito III

Conselheiro Lafaiete - 2010


Faculdade Santa Rita – FASAR
Carolina Silva Carvalho
Fábia dos Santos Campos

Direito III
Trabalho apresentado para complementação de carga
horária na disciplina de Direito III do Curso de
Administração de Empresas, ministrada pelo Professor
Padre André.

Conselheiro Lafaiete - 2010


Faculdade Santa Rita – FASAR
Sumário:
Resolução das questões para a complementação de carga horária................................... 4

Questão 1:
Fontes formais: As fontes formais do Direito são também chamadas de formas de
expressão do Direito, significando a sua exteriorização (do direito), e corporificando-se
nos atos normativos através dos quais o Direito "cria corpo e nasce para o mundo
jurídico", Pode ser extraído do exame conjugado dos artigos 96 e 100 do CTN, devendo
ser divididas em fontes primárias (ou principais) e fontes secundárias (ou
complementares).

 Fontes primárias ou Principais - As fontes principais do Direito Tributário são


as leis, os tratados e convenções internacionais e os decretos (CTN, art. 96),
tendo em vista que as demais normas são elencadas no art. 100 do CTN, sob
título de Normas Complementares.
 Emendas Constitucionais - A Constituição deve refletir a realidade social,
impondo-lhe, por corolário, a evolução, mediante sujeição às emendas (reforma
ou revisão parcial de uma ou de diversas regras constitucionais), excepcionada
as matérias enunciadas no seu art. 60, § 4º, I a IV, tendo em vista que não se
admite a abolição da forma federativa de Estado; do voto direto, secreto,
universal e periódico; da separação dos Poderes; e dos direitos e garantias
fundamentais. A Constituição, por ser a Lei Fundamental, deve ser estável,
porém, mutável. É nesse sentido que ela (Constituição) própria incorpora as
regras do processo legislativo constitucional para sua emenda (CF, art. 59, I),
referindo-se aos procedimentos concernentes à sua proposta, discussão,
promulgação e exceções.

 Leis Complementares - A Emenda n. 18 (de 1965), à Constituição de 1946,


proporcionou e instrumentalizou a integral reestruturação do sistema tributário
nacional, "constituindo a mesma um marco na história do nosso Direito
Tributário" (ROSA JÚNIOR, 1991, p. 136). Essa emenda constitucional
incorporou à técnica legislativa a figura jurídico-constitucional da Lei
Complementar (CF, art. 59, II).A inspiração que ensejou a criação da lei
complementar visou à obtenção de um ato representativo do interesse de toda a
Nação, e não só da União, na qualidade de fisco federal Nesse sentido, a própria
Constituição estabelece as atribuições, o objeto, a amplitude e a delimitação da
lei complementar .Esta, destarte, completa uma norma constitucional que não
tem, por si, eficácia, por não ser auto-executável, sujeitando-se à aprovação por
maioria absoluta.

 Tratados e Convenções Internacionais - Os tratados e as convenções


internacionais derivam de atos externos que provocam efeitos na ordem interna,
máxime em matéria tributária, tendo em vista que o art. 98 do CTN atribui-lhes,
especificamente, o condão revocatório ou modificativo além de poder conduzir
ao entendimento (equivocado) que sua premissa é autônoma e absoluta. Os atos
que envolvem os tratados e as convenções são celebrados pelo Executivo,
representado pelo Presidente ou ministros plenipotenciários, não prescindindo,
porém, da chancela do Congresso Nacional, mediante decretos legislativos,
conferindo-lhes os efeitos (material e formal) de lei.
 Leis Ordinárias - A lei é fonte por excelência do Direito como um todo, e não
só em matéria tributária. A questão fiscal, no entanto, exige que a lei contenha
os atributos iminentes à criação, modificação e extinção da obrigação tributária,
estabelecendo, inclusive, as punições pelo seu não-cumprimento. Deverá a lei
descrever o fato gerador da obrigação principal, determinar a alíquota e a base
de cálculo e os sujeitos (ativo e passivo) dos tributos, competindo-lhe instituir e
aumentar tributos. Por força da Constituição, a lei ordinária não pode instituir
certos tributos, que exigem um plus procedimental. Os empréstimos
compulsórios, parte das contribuições sociais e os impostos residuais, por
exemplo, dependem, para sua criação, de lei complementar (CF, arts. 148, 154, I
e 195, § 4º). O princípio da legalidade, assegurado expressamente ao
contribuinte, delimita as prerrogativas das pessoas políticas, vedando à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, v. g., exigir ou aumentar
tributo sem lei que o estabeleça (CF, art. 150, I). No mesmo sentido, estabelece
o Código Tributário Nacional (arts. 9º e 97).

 Leis Delegadas - Trata-se de ato normativo oriundo do Poder Executivo, em


forma de lei, emanado de delegação expressa do Poder Legislativo, tão-somente
para casos específicos e concretos. O Presidente elabora a lei delegada, após o
deferimento do pedido de delegação formulado ao Congresso Nacional, que o
confere mediante resolução. O objeto da delegação não é irrestrito, não podendo
envolver os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a
matéria adstrita à lei complementar, e determinadas matérias próprias da
legislação. A lei delegada está no mesmo plano de eficácia da lei ordinária, pelo
que, através dela, qualquer matéria tributária poderá ser veiculada, desde que
não afronte os direitos individuais como, por exemplo, o princípio da legalidade
tributária.

 Medidas Provisórias - A medida provisória não se mostra instrumento hábil e


legal à criação ou majoração de tributos, pois a Constituição exige via
específica, consubstanciada na lei formal, em face do princípio da legalidade.

Estabelece a Constituição, verbis:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá


adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato
ao Congresso Nacional, que, estando em recesso, será convocado
extraordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias. Parágrafo único. As
medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem
convertidas em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua publicação, devendo o
Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes.

 Resoluções - A resolução consubstancia-se na deliberação tomada por uma das


Câmaras do Poder Legislativo ou pelo próprio Congresso Nacional, fora do
processo legislativo. A resolução, conquanto não seja lei, tem força como tal.
Regula matéria de competência do Congresso Nacional, ou de competência
privativa do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados, mas em regra com
efeitos internos (interna corporis). Excepcionalmente, porém, a Constituição
admite a resolução com efeitos externos, como a que dispõe sobre a delegação
legislativa. Em matéria tributária, a Constituição Federal prevê a expedição de
resolução do Senado Federal nas hipóteses previstas no seu artigo 155, com a
redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 17.3.1993. De conformidade
com a finalidade pretendida pela resolução, podemos classificá-la em ato
político (resolução senatorial que referenda nomeações); ato deliberativo
(fixação de alíquotas); ato de co-participação na função judicial (suspensão de
lei declarada inconstitucional pelo STF); e ato-condição da função legislativa
(autorização ao Executivo para elaborar lei delegada: habilita a produção da lei
delegada).
 Decretos - Decreto é o ato baixado pelo Poder Executivo aspirando à
regulamentação da lei, tendo em vista que esta apenas fixa os pontos primários
(básicos) relativos ao assunto sobre o qual trata, cabendo àquele (decreto) a
função de tratar de seu detalhamento (complemento). O conteúdo e o alcance do
decreto encontram-se delineados no art. 99 do CTN, sendo que a vigência da lei
que dele depende ocorre somente depois de sua expedição, conforme reiterada
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Fontes secundárias ou complementares: As fontes secundárias (também chamadas


complementares) do Direito Tributário são estabelecidas pelo art. 100 do Código
Tributário Nacional e, juntamente com as fontes principais (alhures expendidas),
compõem a legislação tributária.

 Atos Normativos - Os atos normativos são normas genéricas e abstratas,


visando à minudência do regulamento. São expedidos pelas autoridades
administrativas e, por vezes, interpretam certo ponto sujeito à atuação
administrativa, aproveitando ao contribuinte que o cumpre. Exemplos: as
portarias, as circulares, as resoluções, os pareceres normativos, etc.
 Decisões Administrativas - Por lei, as decisões administrativas são dotadas de
eficácia normativa, sendo emanadas de órgãos singulares ou coletivos como, por
exemplo, os pareceres normativos proferidos pela Secretaria da Receita Federal,
as decisões dos Conselhos de Contribuintes do Ministério da Fazenda, etc.

 Práticas reiteradas - Os usos e costumes que, adotados pelo contribuinte,


eximem-no de qualquer penalidade, denominam-se introdutórios (nova norma
de conduta oriunda de falta de lei); ab-rogatórios (consideram revogada uma lei
que tenha deixado de ser aplicada); e interpretativos (explicam o sentido de uma
lei).

 Decisões judiciais - A solução legislada (constituição, lei, etc) contempla o


caráter normativo, obrigando a todas as hipóteses submetidas à sua parte
dispositiva. A jurisprudência consolida-se como precedente (exemplo de
solução), mas não obriga, por si, não constituindo o seu não atendimento uma
infração. Esta ocorre quando o contribuinte desatende à lei, ou o funcionário não
a cumpre, ou o juiz decide contra o seu texto, ensejando os recursos especiais.
 Convênios - Os convênios que a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios celebram entre si, são ajustes ou acordos entre duas ou mais pessoas
para a prática ou comissão de certos e determinados atos. Podem os convênios
visar à execução de suas leis, serviços ou decisões, através da atuação de
funcionários federais, estaduais ou municipais.

Questão 2:

Para que um Estado exista, é necessário que reúna os seguintes elementos:


 Território;
 População: nacionais e estrangeiros;
 Soberania;
 Reconhecimento.
Para ser sujeito de Direito Internacional Público, é necessário que a região seja um
Estado, necessitando para tal de ter os elementos acima.

 Território: são as faixas de terra, as águas interiores, os rios internos, que


nascem e morrem em território brasileiro, as ilhas, o mar territorial e toda a faixa de ar
atmosférico. Além disso, o Brasil tem a Zona Econômica Exclusiva.
As fronteiras entre os Estados são delimitadas por acordos bilaterais entre os países.
Podem ser fronteiras artificiais ou naturais. Podem ser delimitadas ainda por efeito de
ocupação territorial. No Brasil, a fronteira imposta pelo Tratado de Tordesilhas que
dividia o país ao meio, e que pelo qual, de um lado seria dos portugueses, e do outro, da
Espanha, não foi respeitado pelos portugueses que se valeram de um princípio
internacional que era o de que, até onde não se encontrasse resistência, poder-se- ia
avançar, descobrindo e ocupando terras que não eram de ninguém. Assim, aquele que
tomasse posse, e não encontrasse resistência, podia fixar a sua soberania naquele
território.
Hoje, este princípio não mais vigora, pois a tecnologia já permitiu ao homem saber que
não há mais terras a serem conquistadas. A Antártida e os corpos celestes já são objetos
de tratados que os declara bem comum de toda a humanidade.
Além das terras que não têm proprietário, os Estados podem ampliar o seu território
através de terras abandonadas, as Res derelicta. Isto é, por exemplo, o que justificou a
posse das ilhas Flauklan (Malvinas), pela Inglaterra, porque a Espanha abandonou a
ilha, retirando de lá sua população.
O avanço da população através das terras continua até que ela encontra um obstáculo
natural (Montanhas, rios, etc.), ou resistência humana. Neste caso, o líder de um Estado
encontra-se com o líder do outro, e fazem um tratado para delimitar as fronteiras de
cada um.
No caso de um obstáculo ser um rio, que separa dois Estados, normalmente estabelece-
se que a metade do rio seja de um Estado e a outra do outro Estado. Mas podem também
estabelecer a fronteira pelo meio da região mais profunda do rio, para permitir que
ambos os Estados possam navegar.
Como as águas de um rio provocam deslocamento de terra e conseqüente alteração nas
suas margens e na sua profundidade, com o correr do tempo, aquilo que foi contratado
entre dois países pode não ser mais favorável a um deles. Entretanto, embora os tratados
não sejam modificados, o prejudicado terá garantido o seu direito de passagem pelo lado
do outro país que foi favorecido.
Esse direito de passagem pode ser por tratado, concedido a um terceiro Estado. Isso
acontece com o Paraguai, que suas embarcações podem passar pela Bacia do Rio Prata,
para ter acesso ao Oceano Atlântico, já que o Paraguai não tem saída para o mar, e
necessitou contratar com o Brasil, para que lhe fosse concedido o direito de passagem
em território brasileiro. Outros Estados podem pedir permissão a outro para
atravessarem suas fronteiras.
Os critérios de estabelecimento das fronteiras dependem da vontade dos países
envolvidos.
Além dos rios, também podem existir cordilheiras nas fronteiras. Compete também aos
estados limítrofes combinar entre si como fazer a fronteira.
Pode-se traçar a fronteira pelo pico mais alto, como acontece na Cordilheira dos Andes,
no Chile, entre a Argentina e outros países, ou ainda pela base da cordilheira.
Para os Estados costeiros, também existem regras para delimitar os territórios.
Sempre que houver reentrâncias na costa semelhantes a um semicírculo, estes serão
considerados “águas interiores”.
Além das águas interiores, os Estados têm o mar territorial. O mar territorial do Brasil
era de 3 milhas marítimas, aproximadamente 11 km., que era o alcance de uma bala de
canhão. Hoje, o mar territorial do Brasil, internacionalmente é de 12 milhas, (44 km.)
embora internamente continue a ser de 200 milhas internamente, mas a sua Zona
Econômica Exclusiva é de 200 milhas marítimas, o que acaba sendo a mesma coisa,
pois o Brasil tem a exclusividade da exploração.
A fronteira marítima entre um Estado vizinho do outro é uma linha reta, avançando até
as 12 milhas marítimas.
 População: Decidir quem são os nacionais de um Estado é prerrogativa do
próprio Estado. O Brasil decide quem são os brasileiros.
Existem 2 grandes princípios gerais para atribuição da nacionalidade:
- Jus solii;
-Jus Sanguinis.
Estes princípios geram conseqüências no Direito Internacional.
Os países que se adéquam ao sistema Jus solii dizem: Será nacional aquele que nascer
no meu território, no meu solo, independentemente de ser filho de quem for.
Quem se adéqua ao sistema do Jus Sanguinis diz (Ex: a Alemanha): Será alemão todo o
filho de alemão, pouco importando onde nascer.
Se um casal alemão tiver um filho no Brasil, esta criança será brasileira pela lei
brasileira, e será alemã pela lei alemã. É o fenômeno da polipatria, ela é um polipátrido.
Isto gera vantagens do ponto de vista político e jurídico. Poderá ter dois passaportes.
Também tem desvantagens: ex.: serviço militar nos dois países – Se entrarem os dois
países em guerra, o polipátrida poderá optar por uma nacionalidade, e lutar por este
país, ou alegar objeção de consciência nos dois países.
Pode, porém ocorrer que os pais podem ser de origem de país jus solii e o filho nascer
em país de jus sanguinis. Não será nem de uma nem de outra nacionalidade, sendo,
portanto, apátrida. Em função da apatria, e dos problemas que surgiram na Alemanha
nazista, quando os judeus perderam a nacionalidade alemã, o apátrida não pode ter
passaporte, não tem proteção diplomática fora do local onde reside. Isto foi assim
durante muito tempo, pois só se concebia o sistema do ponto de vista puro.
Os países de jus sanguinis são os países antigos, os países velhos, os países fornecedores
de imigrantes.
Os países de jus solii são os países novos, os países que precisavam de população,
recebedores de imigrantes.
Os problemas começaram a acontecer quando a imigração se inverteu: os países
recebedores de imigrantes passaram a ser fornecedores.
Nacionais de um país jus solis, tiveram filhos em países jus sanguinis.
O Direito Internacional não tolera a situação de apátrida, e, em função disto, foram
assinadas várias convenções internacionais, para a eliminação da apatrídia. Isto obrigou
que países criassem regras supletivas para resolver a questão.
São nacionais:
- os brasileiros nascidos em território nacional;
- os filhos de brasileiros nascidos no exterior, se os pais estiverem a serviço do território
nacional.
Sistemas puros de nacionalidade:
Polipátridas: é aquele que, pelo simples fato do seu nascimento, lhe assiste a atribuição
de mais de uma nacionalidade. Isto acontece quando os pais são nacionais jus sanguinis
e o nascimento da criança se dá em um estado jus solis.
Se a criança tivesse nascido em um país também jus sanguinis, teria só a nacionalidade
dos pais, transmitida pelo sangue.
Apátridas: Os pais são nacionais de um país com sistema jus solii, e a criança nasce em
um país jus sanguinis. Nascendo fora do país dos pais, não terá a mesma nacionalidade
deles, pois no país deles o sistema é jus solis, ou seja, para ter aquela nacionalidade é
necessário ter nascido naquele solo. Mas no país em nasceu, em que o sistema adotado é
o jus sanguinis, também não terá a nacionalidade, pois não tem o sangue de quem
nasceu neste país, pois seus pais são de outro país. Ex.: filho de brasileiro nascido no
Japão não é brasileiro (sistema jus solii) nem é japonês
(sistema jus sanguinis). Logo, é apátrida.
Unipátridas: Mas pais originários de país jus solis que tem filho em país também jus
solii, esta criança terá uma única nacionalidade: aquela do país em que nasceu. É
unipátrida. Também pais nacionais jus sanguinis com nascimento em país também jus
sanguinis: A nacionalidade da criança será a nacionalidade dos pais.
Na Alemanha, antigamente, a mulher recebia a nacionalidade do marido quando se
casava. Filho de italiana com alemão era alemão. Não existiam, nos sistemas puros,
devido ao fato da mulher receber a nacionalidade do marido, casos de polipatria, nos
casos de países jus sanguinis. Neste tempo, não existia o sistema jus solii. Toda a
Europa era jus sanguinis.
Os países da América, tornado-se independentes, criam um novo sistema, jus solii, que
só começou a surgir após a colonização, pela necessidade dos países agora
independentes terem a sua população nacional.
Sem isto, os filhos que os habitantes tivessem nos países agora independentes seriam
sempre estrangeiros. Nunca teria havido uma população nacional.
Mas aí começou o problema da polipatria. Por exemplo: no Brasil, as crianças, filhas de
portuguesas aqui nascidas seriam portuguesas pelo jus
sanguinis dos pais, e brasileiras por terem nascido em solo brasileiro.
O problema mais grave surge quando a América deixa de importar estrangeiros e passa
a exportar americanos: jus solii gerando filhos em países jus sanguinis. Esses filhos não
são americanos por não terem nascido em solo americano, e não são, por exemplo,
italianos, jus sanguinis, por não terem sangue herdado de italianos.
A apatria apresenta o problema da ausência da proteção diplomática nem do país em
que nasceu, nem do país de seus pais.
Os Estados resolveram, então, reunir-se e criar instrumentos para tentar resolver as
situações de apatria e polipatria. Os Estados se obrigam internacionalmente a adotar
medidas internas para abolir os caso de apátridas e polipátridas.
No caso brasileiro, os casos referentes à nacionalidade são decididos na Constituição
Federal, no seu artigo XII.
Mas existem países em que esta questão é decidida em leis, como por exemplo, na
França, onde existe uma lei que regula os casos de atribuição ou de perda de
nacionalidade, com cerca de 200 artigos.
Os casos de polipátridas no Brasil são altamente tolerados, sem entrave algum a vida
deles. Podem sair do país portando passaporte da outra nacionalidade sem o menor
problema.
A polipatria permite ainda o pedido da dupla cidadania, o que também é tolerado pelo
Estado brasileiro. A dupla nacionalidade é apenas o reconhecimento de que a pessoa já
tem aquela nacionalidade, por descendência.
A naturalização, entretanto, é uma troca de nacionalidade. Quem se naturaliza abre mão
da nacionalidade que tinha em troca da nova.
Há casos de brasileiros que se alistam nas Forças Armadas americanas, pois lá isto é
visto como emprego. Neste caso de alistamento de brasileiro, a pessoa só pode chegar a
sargento, pois os cargos maiores exigem a cidadania americana nata.
Os casos de apatria, o Brasil tomou medidas para evitar que existam apátridas filhos de
brasileiros: filhos de brasileiros que nascem no exterior, se os pais estiverem a serviço
do governo, adquirem a nacionalidade brasileira, de pleno direito. Não é necessário que
os pais sejam funcionários do Governo Federal. Vale para funcionário público federal,
estadual, municipal, funcionário de estatal, funcionário de empresa de economia mista,
funcionário de organização internacional de que o Brasil faça parte.
Um brasileiro, a serviço de uma organização internacional da qual o Brasil faz parte está
no país estrangeiro como brasileiro, e, portanto, seus filhos, se nascidos neste país, serão
brasileiros.
Não é necessário que este brasileiro esteja no estrangeiro com um trabalho fixo: a regra
vale também para trabalhos temporários.
Não é também necessário um vínculo empregatício com o governo brasileiro: a
representação basta para garantir a nacionalidade brasileira aos filhos nascidos lá fora,
automaticamente.
A serviço do país significa a trabalho para o país, qualquer coisa a mando do país.
As pessoas que estão no exterior de forma particular, que lá tenham filhos podem optar
pela nacionalidade brasileira, a qualquer tempo, mas não automaticamente, porém de
forma opcional esses filhos, até o momento da opção, serão apátridas, pois não terão a
nacionalidade do país onde nascerem. Terão registro de nascimento sem a
nacionalidade, e documento de identidade como apátridas. Porém, os pais podem
representar a criança, e fazerem o seu registro no consulado ou na embaixada brasileira,
tão logo ocorra o nascimento, com a opção pela nacionalidade brasileira.
É o que ocorre normalmente.
 Governo Soberano: é aquele que não se submete a nenhum outro governo. A
inexistência de um governo superior é a característica da soberania.
Autonomia não é soberania. Os governos autônomos se submetem a um governo que
lhes é superior.
Relativização da Soberania: Esta de idéia de soberania, hoje em dia, é relativa. Não se
pode dizer, por exemplo, que a França não tem soberania, apesar de ter um governo
superior ao seu, que é a União Européia, que manda mais, dentro da França que o
presidente francês. Mas a França continua exercendo a sua soberania, porém de acordo
com instruções recebidas de um ente superior, que é a União Européia.
Mas os Estados europeus, apesar de fazerem parte da União Européia, conservam a sua
soberania porque têm ainda a possibilidade de se fazerem representar no foro
internacional. Havendo uma discussão neste foro, quem fala é a França, é Portugal, é a
Alemanha, etc.
Na prática, há também uma Delegação da União Européia, cujos membros se encontram
antes de qualquer reunião para afinar seu discurso sobre o assunto que será debatido.
A União Européia poderia deixar de ser formada por Estados soberanos, por vontade
própria: bastaria que os Estados que a compõem decidissem transformar-se em Estados
confederados. Aconteceria a perda da soberania dos 25 Estados em favor de uma
soberania concentrada na pessoa da Confederação Européia.
Mas mesmo os entes da federação, que não são soberanos, logo não são sujeitos de
direito internacional público, podem firmar contratos internacionais com, por exemplo,
o Banco Internacional do Desenvolvimento, o BID. Isto é possível porque o governo
soberano do Estado é que faz toda a intermediação, figurando como avalista. Ex.:
Estado de Minas Gerais x BID, avalizado pelo Governo Federal.
A CF prevê que os entes da Federação podem atuar no cenário internacional, desde que
avalizados pelo Governo Federal. Mas não podem mandar representante para a ONO,
ou representante para fazer tratado internacional com outro país, etc. Não podem porque
não são soberanos.
Ausência de Soberania: As antigas colônias, que se originaram da partilha da África, da
partilha da Ásia, da partilha da América, não eram soberanas, porque tinham governos
que estabeleciam sobre elas as ordens e política e a representação. Quando essas
colônias se tornaram independentes, adquiriram soberania. Desta forma, o Brasil se
tornou soberano, libertando-se do jugo de Portugal pela independência. Mas isto não é o
bastante: torna- se necessário o reconhecimento do Estado pelos seus pares para que
possa atuar soberanamente.

Reconhecimento de Estado Soberano:


O reconhecimento do Estado pode ser feito de forma:
- Expressa;
- Tácita.
De forma expressa, é feito por declaração unilateral do país: “O governo do país X
reconhece a independência do país Y ...” ou “O governo brasileiro reconhece a
independência das Repúblicas da Lituânia, da Estônia, relativamente ao governo da
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas”, etc...
Este reconhecimento expresso pode ser feito espontaneamente, ou atendendo à
comunicação que o novo Estado faz aos seus pares da sua independência, da sua nova
situação política. Os Estados que assim o desejarem poderão entender que isto é um
pedido de reconhecimento, e o fazem.
De forma expressa, também pode ser feito por tratado bilateral, como foi o caso do
reconhecimento da independência do Brasil pela Inglaterra, em que o Brasil pagou para
a Inglaterra um milhão de libras esterlinas, e a Inglaterra entregou ao Brasil o
reconhecimento daquele tratado.
De forma tácita, o reconhecimento não é explícito: Um país estabelece relações
diplomáticas com um país que acabou de se tornar independente e fazem um tratado
bilateral de, por exemplo, colaboração em matéria de educação e ensino. Não foi
reconhecido expressamente, o tratado foi sobre outro assunto, mas implicou em
reconhecimento da independência conquistada por aquele país.
Esta regra vale para tratados bilaterais. Para tratados multilaterais, não tem validade:
Dois estados podem se relacionar com a ONU, por exemplo, e um não reconhecer a
soberania do outro. Arábia Saudita e Israel podem fazer parte de um mesmo tratado,
mas isto não significa que um tenha reconhecido a existência do outro como Estado
soberano.
 Reconhecimento de Governo: A China era comunista, mas tinha uma elite
capitalista que foge de lá e vai para a ilha de Formosa, hoje Taiwan, onde se sedia,
criando um governo chinês, que ela, elite capitalista, considerava como um governo
legítimo para o povo chinês. Até metade da Guerra Fria, quem representava a China no
Conselho de Segurança da ONU era um taiwanês. Muito tempo depois é que um
comunista chinês passou a representar a China, porque além do reconhecimento do
Estado, há outra figura do Direito Internacional que é o reconhecimento de Governo. O
reconhecimento de governo é uma situação que acontecia muito no passado, com trocas
não democráticas de governo, não pelo meio constitucionalmente instituído, sempre que
havia revoluções. Não se cogitava de reconhecer os governos constitucionalmente
instituídos, por exemplo, ninguém cogitou de reconhecer o governo Lula, pois ele foi
eleito democraticamente, conforme as regras previstas. O primeiro governo de Getúlio
Vargas, em 1930, não era um governo legítimo, dentro das normas constitucionais.
Também o governo de 1964, do primeiro general da era militar, também não era um
governo legítimo.
Esta prática de reconhecimento dos Estados se fez com duas doutrinas: a doutrina
Tobar, que era um ministro das relações exteriores de algum país da América Latina, e a
doutrina Estrada.

Questão 3:

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa que engloba


três dimensões: riqueza, educação e expectativa de vida ao nascer. É uma maneira
padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população. O índice foi
desenvolvido em 1990 pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, e vem sendo
usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no seu
relatório anual.
 Índice de educação: Para avaliar a dimensão da educação o cálculo do IDH
considera dois indicadores. O primeiro, com peso dois é a taxa de alfabetização de
pessoas com 15 anos ou mais de idade — na maioria dos países, uma criança já
concluiu o primeiro ciclo de estudos (no Brasil, o Ensino Fundamental) antes dessa
idade. Por isso a medição do analfabetismo se dá, tradicionalmente a partir dos 15 anos.
O segundo indicador é a taxa de escolarização: somatório das pessoas,
independentemente da idade, matriculadas em algum curso, seja ele fundamental, médio
ou superior, dividido pelo total de pessoas entre 7 e 22 anos da localidade. Também
entram na contagem os alunos do supletivo, de classes de aceleração e de pós-graduação
universitária, nesta área também está incluído o sistema de equivalências RVCC ou
CRVCC apenas classes especiais de alfabetização são descartadas para efeito do
cálculo.
 Longevidade: O item longevidade é avaliado considerando a expectativa de
vida ao nascer. Esse indicador mostra a quantidade de anos que uma pessoa nascida em
uma localidade, em um ano de referência, deve viver. Reflete as condições de saúde e
de salubridade no local, já que o cálculo da expectativa de vida é fortemente
influenciado pelo número de mortes precoces.
 Renda: A renda é calculada tendo como base o PIB per capita (por pessoa) do
país. Como existem diferenças entre o custo de vida de um país para o outro, a renda
medida pelo IDH é em dólar PPC (Paridade do Poder de Compra), que elimina essas
diferenças.

Questão 4:

IPTU: Princípios Constitucionais que estão relacionados no IPTU

 Princípio da Isonomia Tributária: O princípio da isonomia está consagrado no


art. 5º, caput, da CF “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.
Também está disperso por vários outros dispositivos constitucionais, tendo em vista a
preocupação da Carta Magna em concretizar o direito a igualdade. Cabe citar os mais
importantes: a) igualdade racial (art. 4º, VIII); b) igualdade entre os sexos (art. 5º, I); c)
igualdade de credo religioso (art. 5º, VIII); d) igualdade jurisdicional (art. 5º, XXXVII);
e) igualdade de credo religioso (art. 5º, VIII); f) igualdade trabalhista (art. 7º, XXXII);
h) igualdade tributária (art. 150, II); h) nas relações internacionais (art. 4º, V); i) nas
relações de trabalho (art. 7º, XXX, XXXI, XXXII e XXXIV); j) na organização política
(art. 19, III); l) na administração pública (art. 37, I).
A isonomia deve ser efetiva com a igualdade da lei (a lei não poderá fazer nenhuma
discriminação) e o da igualdade perante a lei (não deve haver discriminação na
aplicação da lei).

 Princípio da Capacidade Contributiva: Trata-se de um desdobramento do


Princípio da Igualdade, aplicado no âmbito da ordem jurídica tributária, na busca de
uma sociedade mais igualitária, menos injusta, impondo uma tributação mais pesada
sobre aqueles que têm mais riqueza. Cada pessoa deve contribuir para as despesas da
coletividade de acordo com a sua aptidão econômica, ou capacidade contributiva,
origina-se do ideal de justiça distributiva.

 Princípio da Proporcionalidade Tributária: Tem a finalidade de impedir


restrições desproporcionais aos direitos fundamentais, seja por atos administrativos, seja
por atos legislativos, ou seja, não basta que a lei tenha sido feita conforme os
procedimentos previstos, a lei, além de seu conteúdo formal deverá ser também
proporcional, adequada, ou seja, a restrição aos direitos fundamentais deve ser adequada
ao padrão de justiça social.

 Princípio da Progressividade Tributária: tem como característica a elevação


dos tributos de maneira gradual, segundo critérios estabelecidos em lei. Decorre do
princípio da capacidade contributiva e da igualdade, fundamentando-se nos mesmos.
Pode ser usado para atendimento de finalidades fiscais, elevando-se a exigência
tributária à medida que aumenta a capacidade contributiva do contribuinte. Também
pode ser usado com conotação extrafiscal, de forma que, com a elevação de alíquotas,
se possam estimular ou desestimular determinados comportamentos.

ITR: Princípios Constitucionais que estão relacionados no ITR

 Princípio da progressividade Consiste na majoração das alíquotas à medida


que a base de cálculo é elevada e aplica-se em relação ao Imposto de Renda (art. 153, §
2o I), Imposto Territorial Rural - ITR (153 § 4 o) e IPTU art. 156 § 1 o . O ITR será
progressivo de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (Lei
9.393/96). O IPTU poderá ser progressivo de forma a promover a adequada utilização
do solo urbano (art. 182 § 4º). Além disso, poderá ser progressivo em razão do valor do
imóvel, e ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel (art.
156 § 1º - Redação determinada pela EC 29/2000).
 Anterioridade Tributária: a criação ou a majoração de tributos, salvo o I.I.,
I.E., IPI, IOF, os empréstimos compulsórios e os impostos extraordinários, somente
surtirá efeito a partir do exercício financeiro subseqüente ao da publicação da lei
tributária (artigo 150, III, b, da CF);
 Nova Noventena (EC nº 42/03) Noventena para os demais tributos:A
emenda constitucional 42/2003 criou uma noventena para alguns tributos, assim a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podem cobrar tributos antes
de 90 dias da publicação da lei que os instituiu ou aumentou, com exceção ao II, IE, IR,
IOF, empréstimos compulsórios de calamidade pública ou guerra externa ou sua
iminência, impostos extraordinários no caso de guerra externa ou sua iminência e nem à
fixação de base de cálculo de IPVA e IPTU.

 “Princípio da Legalidade Tributária: comando geral e abstrato


que, aprovado pelo Poder Legislativo, inova o ordenamento jurídico,
disciplinando, em nível imediatamente infraconstitucional, relações
entre particulares e atividades públicas.” é o segmento do Direito Financeiro
que define como serão cobrados os tributos dos cidadãos para gerar receita para o
estado. Tem como contraparte o Direito Fiscal ou Orçamentário, que é o conjunto de
normas jurídicas destinadas à regulamentação do financiamento das atividades do
Estado. Direito tributário e Direito fiscal, estão assim, ligados, por meio do Direito
Financeiro, ao Direito Público.A disciplina se ocupa das relações jurídicas entre o
Estado e as pessoas de direito privado, concernentes à imposição,escrituração,
fiscalização e arrecadação dos impostos, taxas e contribuições de melhoria.

ICMS: Princípios Constitucionais que estão relacionados ao ICMS

 Princípio da não-cumulatividade: O valor tributário efetivamente devido é


aquele que resulta da compensação, entre os tributos incidentes nas operações/serviços
praticados pelo contribuinte, com as anteriores aquisições de bens e serviços, num
determinado período. Aplica-se em relação ao ICMS (art. 155 § 2 o I) e IPI (art. 153 § 3o,
II). Evita o denominado “efeito cascata” na tributação.
 Princípio da seletividade: As alíquotas serão diferenciadas de acordo com a
essencialidade dos produtos ou mercadorias. Aplica-se facultativamente em relação ao
ICMS (art. 155 § 2o III) e obrigatoriamente em relação ao IPI (art. 153 § 3o I).
 Princípio da legalidade tributária: Vem disposto no artigo 150, inciso I, da
Constituição Federal, e prescreve que apenas as situações descritas em lei são
tributáveis, ou seja, nenhum tributo pode ser criado, aumentado, reduzido ou extinto
sem que seja por lei. Ressalta-se, que a lei deve ser editada pela pessoa política
competente.
Somente a lei poderá diminuir e isentar tributos, parcelar e perdoar débitos tributários,
criar obrigações acessórias, e não é só isso, é necessário que haja competência do ente
tributante para que seja válida sua criação.
 Princípios constitucionais da capacidade econômica: É a exteriorização da
potencialidade econômica de uma pessoa em razão de seus rendimentos, independente
de sua vinculação ao referido poder. É a aptidão dos indivíduos em obter riquezas,
sendo que estas se expressarão através de sua renda, do consumo ou do seu patrimônio.
Portanto, tem capacidade econômica todo aquele indivíduo que disponha de alguma
riqueza ou de aptidão para obtê-la, de uma forma geral.
 Principio da razoabilidade: Por vezes chamado de Princípio da
Proporcionalidade ou Princípio da adequação dos meios aos fins, é um método utilizado
no Direito Constitucional brasileiro para resolver a colisão de princípios jurídicos,
sendo estes entendidos como valores, bens, interesses. Tal princípio surge a partir da
idéia de razoabilidade da doutrina norte-americana, e foi derivado do princípio do
devido processo legal. Somente a partir da década de 1970 que o STF passou a
substituir o termo razoabilidade por proporcionalidade.

IPI: Princípios Constitucionais que estão relacionados ao IPI

 Anterioridade Tributária: a criação ou a majoração de tributos, salvo o I.I.,


I.E., IPI, IOF, os empréstimos compulsórios e os impostos extraordinários, somente
surtirá efeito a partir do exercício financeiro subseqüente ao da publicação da lei
tributária (artigo 150, III, b, da CF);

 Princípio da não-cumulatividade: O valor tributário efetivamente devido é


aquele que resulta da compensação, entre os tributos incidentes nas operações/serviços
praticados pelo contribuinte, com as anteriores aquisições de bens e serviços, num
determinado período. Aplica-se em relação ao ICMS (art. 155 § 2o I) e IPI (art. 153 § 3o,
II). Evita o denominado “efeito cascata” na tributação.

Questão

(V) A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou


fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em
matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.

Justificativa: Esta afirmação é verdadeira, pois a competência tributária é indelegável,


salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma
pessoa jurídica de direito público a outra, conforme dispõe expressamente o art. 7°,
caput, do CTN.

(F) O não-exercício da competência tributária por determinada pessoa política autoriza


a União a exercitar tal competência, com base no princípio da isonomia.

Justificativa: Esta afirmação não procede, porque o não-exercício da competência


tributária por determinada pessoa política não autoriza a União a exercitar tal
competência, com base no princípio da isonomia. O CTN dispõe expressamente no art.
8°, caput, que o não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica
de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

(V) A pessoa política que detém a competência tributária para instituir o imposto
também é competente para aumentá-lo, diminuí-lo ou mesmo conceder isenções,
observados os limites constitucionais e legais.

Justificativa: Esta afirmação é coerente, pois a pessoa política que detém a


competência tributária para instituir o imposto também é competente para aumentá-lo,
diminuí-lo ou mesmo conceder isenções, observados os limites constitucionais e legais.
Por exemplo, o Município de Salvador é competente para estabelecer isenções
referentes ao ISS de sua competência, observadas as normas constitucionais (tal como o
princípio da igualdade) e as normas estabelecidas nos arts. 175 a 179 do CTN (normas
atinentes as isenções tributárias).

Resposta: A resposta que esta de acordo com nossa avaliação é a letra C ( V,F,V).

Questão 6 :

I - A obrigação tributária é principal e acessória sendo que, pelo simples fato da sua
inobservância, a obrigação acessória converte-se em obrigação principal relativamente a
penalidade pecuniária.

Verdadeira

Art. 113. A obrigação tributária é principal e/ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o
crédito dela decorrente.

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as


prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se


em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
II - A legislação tributária deve ser interpretada literalmente na hipótese de dispensa do
cumprimento de obrigações tributárias acessórias

Verdadeira

De acordo com o art. 111 do CTN, abaixo transcrito:

“Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:

* suspensão ou exclusão do crédito tributário;

* outorga de isenção;

* dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.”

III - A autoridade administrativa não pode desconsiderar atos ou negócios jurídicos


praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a
natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária.

Falsa

"Artigo 116 – (...) Parágrafo Único – A autoridade administrativa poderá desconsiderar


atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do
fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação
tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária."

IV - Na anistia ou na isenção, os contribuintes estão dispensados do cumprimento das


obrigações acessórias, dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído.

Falsa

Na isenção e na anistia existe uma situação definida em lei como hipótese de incidência,
o fato gerador ocorre, mas o crédito tributário não chega a se constituir pelo lançamento.
A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído.

Resposta: A resposta que esta de acordo com nossa avaliação é a letra A ( somente
as afirmativas I e II estão corretas).

Questão 7 :

I - O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da


competência legislativa para instituir (dar começo a; estabelecer, criar, fundar) o tributo.

Verdadeira
Conforme preceitua o artigo 119 do CTN, “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa
jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento”, é
aquele que tem o direito de exigir a obrigação tributária imposta ao sujeito passivo, é o
credor, ou seja, o que integra o pólo ativo da relação jurídica tributária.

II - A capacidade tributária passiva das pessoas naturais depende da sua capacidade


civil, bem como de não estarem sujeitas a medidas que importem privação ou limitação
do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais.

Falsa

“A capacidade tributária passiva independe: I - da capacidade civil das pessoas naturais;


II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação
do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta
de seus bens ou negócios; III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída,
bastando que configure uma unidade econômica ou profissional” (art. 126, I, II e III do
CTN). A capacidade tributária passiva é independente, pois o tributo é uma obrigação
que decorre da lei.

III - O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular
da capacidade ativa para exigir o seu cumprimento.

Verdadeira

Conforme preceitua o artigo 119 do CTN, “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa


jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento”, é
aquele que tem o direito de exigir a obrigação tributária imposta ao sujeito passivo, é o
credor, ou seja, o que integra o pólo ativo da relação jurídica tributária.

IV - Salvo disposição de lei em contrário, as convenções particulares não podem ser


opostas ao Fisco para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações
tributárias correspondentes.

Falsa

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares,


relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser
opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo
das obrigações tributárias correspondentes.

Resposta: A resposta que esta de acordo com nossa avaliação é a letra B ( somente
as afirmativas I e III estão corretas).

Questão 8

O ICMS:
A - ( ) É não-cumulativo, significando que, em qualquer hipótese, deverá ser
assegurado o crédito para compensação com o montante devido nas operações ou
prestações seguintes.

B – (X) Incide sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e


de comunicação, assim como sobre o valor total da operação, quando as mercadorias
forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência impositiva
municipal.

C – ( ) Sendo de competência tributária do Estado-Membro, somente a legislação


estadual pode excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior,
serviços e produtos determinados.

D – ( ) Tem as suas alíquotas estabelecidas pelo Senado Federal, aplicáveis às


operações e prestações internas, interestaduais e de exportação.

Resposta: A resposta correta é a letra B.

Questão 9:

Taxa – De acordo com a legislação tributária brasileira, taxa é um tributo em que "a
contraprestação de serviços públicos ou de benefícios feitos, postos à disposição ou
custeados pelo Estado, em favor de quem paga ou por este provocado" (definição de
Aliomar Baleeiro, amplamente utilizada nos circuitos jurídicos); ou seja, é uma quantia
obrigatória em dinheiro paga em troca de algum serviço público fundamental (ou para o
exercício do poder de polícia), oferecido diretamente pelo estado.

É um tributo vinculado diretamente, por possuir a sua hipótese de incidência consistente


numa ação estatal diretamente referida ao contribuinte (art. 77 do CTN)

Imposto - É uma quantia em dinheiro, paga obrigatoriamente por pessoas ou


organizações a um governo, a partir da ocorrência de um fato gerador, calculada
mediante a aplicação de uma alíquota a uma base de cálculo.

É classificado como um tributo não vinculado, por possuir uma hipótese de incidência
cuja materialidade independe de qualquer atividade estatal (art. 160 do CTN).

Contribuição de melhoria - Pela legislação brasileira é o "tributo cuja obrigação tem por
fato gerador uma situação que representa um benefício especial auferido pelo
contribuinte. Seu fim se destina às necessidades do serviço ou à atividade estatal",
previsto no art. 145, III, da Constituição Federal.

É um tributo vinculado indiretamente, por possuir uma hipótese de incidência


consistente numa atuação estatal indiretamente referida ao contribuinte (art. 81 do
CTN). Está relacionada à realização de obras públicas, que traz benefício para o público
em geral e não apenas o contribuinte dessa contribuição.
Contribuição especial - Na legislação tributária brasileira, contribuição especial é um
tributo cujo resultado da arrecadação é destinado ao financiamento da seguridade social
(assistência social, previdência social e saúde), de programas que impliquem
intervenção no domínio econômico, ou ao atendimento de interesses de classes
profissionais ou categorias de pessoas, servindo-os de benefícios econômicos ou
assistenciais.

Por expressa previsão constitucional (artigos 146, III, `b¿ e 149, CF), a contribuição
especial ou parafiscal é modalidade de tributo, sujeita às normas gerais em matéria
tributária, inclusive às relativas aos prazos de decadência e prescrição (artigos 173 e
174, CTN), que prevalecem sobre as disposições dos artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91,
de caráter processual, segundo o princípio da hierarquia das leis.

Empréstimo compulsório - Na doutrina tributária brasileira, empréstimo compulsório é


considerado um tributo, e consiste na tomada compulsória de certa quantidade em
dinheiro do contribuinte a título de "empréstimo", para que este o resgate em certo
prazo, conforme as determinações estabelecidas por lei.

O empréstimo compulsório encontra-se regulado no art. 148 da atual Constituição e


também, no que for cabível, no art. 15 do Código Tributário Nacional.

Questão 10:

Receitas Derivadas: Procedem do setor privado da economia, isto é, de famílias,


empresas e do resto do mundo; são devidas por pessoas físicas ou jurídicas de direito
privado, que desenvolvam atividades econômicas, exceto as que desfrutem de
imunidade ou isenção, e correspondem aos tributos. De um lado, como sujeito ativo da
relação jurídica estará o fisco; de outro, como sujeito passivo, o contribuinte (pessoa
física ou jurídica, pertencente ao setor privado).

Receitas originárias: Rendimentos que os governos auferem, utilizando os seus próprios


recursos patrimoniais industriais e outros, não entendidos como tributos. As receitas
originárias correspondem às rendas, como os foros, laudêmios, aluguéis, dividendos,
participações (se patrimoniais) e em tarifas (quando se tratar de rendas industriais).

Receita Extra Orçamentária: Valores provenientes de toda e qualquer arrecadação que


não figure no orçamento e, conseqüentemente, toda arrecadação que não constitui renda
do Estado. O seu caráter é de extemporaneidade ou de transitoriedade nos orçamentos.

Receita Corrente: Receitas que apenas aumentam o patrimônio não duradouro do


Estado, isto é, que se esgotam dentro do período anual. São os casos, por exemplo, das
receitas dos impostos que, por se extinguirem no decurso da execução orçamentária,
têm, por isso, de ser elaboradas todos os anos. Compreendem as receitas tributárias,
patrimoniais, industriais e outras de natureza semelhante, bem como as provenientes de
transferências correntes.

Referências bibliográficas
 http://www.tesouro.fazenda.gov.br/servicos/glossario/glossario_r.asp

 http://br.vlex.com/vid/43022376

 http://www.pontodosconcursos.com.br/professor.asp?
menu=professores&busca=&prof=155&art=4186&idpag=8

 http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm

 http://www.advogado.adv.br/artigos/2005/marcusviniciusguimaraesdesouza/
direitotributarioconceitosgerais.htm

 http://www.webartigos.com/articles/31003/1/FONTES-DO-DIREITO---
CONCEITOS-JURIDICOS/pagina1.html#ixzz0uo53zzpv

 http://www.ambito-juridico.com.br/pdfsGerados/artigos/1681.pdf

 http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_Desenvolvimento_Humano

 http://pt.shvoong.com/law-and-politics/constitutional-law/1618909-princ
%C3%ADpio-da-isonomia/

 http://jus2.uol.com.br

 http://www.vemconcursos.com/opiniao/index.phtml?page_id=1988

 http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12901

 http://www.uj.com.br/publicacoes/doutrinas/2647/
O_PRINCIPIO_DA_LEGALIDADE_NA_CONSTITUICAO_FEDERAL

 http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4138

 www.direito.unisinos.br/~caliendo/arquivos/Aula_03.doc

 http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=283

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