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a) Fontes Primárias: são aquelas que efetivamente tem força de obrigar o contribuinte a
entregar dinheiro aos cofres públicos, respaldadas pelos princípios constitucionais
encontrados na CF.
b) Fontes Secundárias: tem apenas a tarefa de fixar ou esclarecer o conteúdo das fontes
primárias.
Esquema Prático:
PRIMÁRIAS:
a) Constituição;
b) Emendas constitucionais –art.60 parágrafo 4°;
c) Lei Complementar – art.146 e 69 CF;
d) Tratados – arts.49, I e 84, VIII;
e) Medidas Provisórias art. 62 da CF;
f) Leis delegadas;
g) Decretos;
h) Resoluções – Senado – Alíquota do ICMS (máxima e mínima) e ITCM;
PIRAMIDE NORMATIVA
1. Constituição
2. Emendas Constitucionais
3. Leis Complementares
4. Decretos Legislativos e resoluções, as leis ordinárias e os atos equivalentes
(MP, e leis delegadas)
5. Decreto
6. Normas Complementares (atos normativos, decisões administrativas, costume e
convênios)
a)Constituição Federal: É a fonte principal que regulamenta o Sistema Constitucional onde
tratada da competência da criação e da base do ordenamento é lei suprema. Para José Afonso
da Silva, “a Constituição é um sistema de normas jurídicas escritas ou costumeiras, que
regula a forma do estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do
poder, o estabelecimento de seus órgãos”.
É importante recordarmos que a Constituição Federal não cria tributos, mas defere competência
ao ente público, para criá-los, por meio de lei ordinária, via de regra, após lei complementar
normas gerais de direito tributário (art.146, III, a) que ira defini-los base de calculo os fatos
geradores e os contribuintes.
Na verdade não são os tratados e convenções que revogam e modificam a legislação tributária
interna, mas sim o Decreto Legislativo que os aprova. Só ai ingressam no direito positivo, pois o
art.49, I da CF dizer ser da competência privativa do congresso nacional, o que é feito por
decreto legislativo.
f) Leis Delegadas: que são editadas pelo Presidente da Republica, com autorização do
Congresso Nacional, com vedações do art.68 da CF. Em direito tributário tem se admitido que
está espécie normativa crie determinados tributos, porém não tenho conhecimento de haver
algum.
Pergunta: O decreto pode criar uma obrigação assessoria? Há quem entenda que sim, porém
entendo que somente poderia ser cobrado mediante lei, pois como podemos prever uma sanção
sem lei (multa). Hugo de Brito Machado entende que poderia.
i) Resoluções: atos normativos expedidos pelo Senado possa tratar de matéria tributária,
especificamente no que tange a interesses de dois Estados da Federação como estabelecer
alíquotas de impostos Estaduais (máximas e mínimas do ICMS art.155, parg.2° e ITCM art.155,
parágrafo 1°, IV)
FONTES SECUNDÁRIAS
Convênios: O inciso IV do art.100 do CTN referem-se aos convênios entre si. São celebrados
entre União, Estados, o Distrito Federal e os Municípios. São feitos com intuito de fiscalização.
A regra geral sobre vigência e aplicação das leis tributárias encontra-se no artigo 101 do CTN –
“a vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais
aplicáveis às normas jurídicas em geral ressalvadas o previsto neste capitulo”.
Então em principio, a vigência das leis tributárias rege-se pelas disposições aplicáveis às regras
jurídicas em geral. Que disposições são essas? As constantes da lei de Introdução ao Código
Civil Decreto-lei 4.657, de 4-9-1942).
O que dispõe? Seu artigo 1°, caput, determina que salvo disposição em contrário, a lei começa
a vigorar, em todo país, quarenta e cinco dias depois da publicação. Portanto se não possuir
disposição específica sobre sua vigência, à lei tributária entra em vigor quarenta e cinco dias
após a publicação. Está é a regra geral.
OBS: as leis podem dispor a que entrarão em vigor na data da sua publicação, em data
determinada ou após determinado intervalo de tempo, após sua publicação. O intervalo entre a
publicação da lei e a vigência da lei denomina-se vocatio legis.
Pergunto: (...) se a norma não produz efeitos ainda por permanecer em vocatio legis, e a norma
anterior foi revogada, que expressão normativa irá regular as condutas interpessoais?
Segundo o Professor Paulo Caliendo (Validade. Vigência e Eficácia das Normas Jurídicas
Tributárias, Ed. Livraria do Advogado, 2001) – “Cremos que no caso do vocatio legis, na
ausência de disposição expressa no sistema, entende-se que a norma jurídica. Ou seja, ela
manter-se-á no sistema produzindo os seus efeitos até a entrada em vigor de nova norma
jurídica. A substituição ocorrerá quando da entrada em vigor de nova norma. Cremos ser este
o entendimento mais condizente com o principio da segurança jurídica”.
Artigo 102 CTN - as leis estaduais ou municipais podem ser aplicadas fora dos respectivos
territórios, nos termos em que lhes reconheçam extraterritorialidade os convênios de que
participem, ou assim disponham as leis de normas gerais de direito tributário (Ex: artigo 120
CTN).
Disposições Especiais: (artigo 103, CTN) Salvo disposições em contrário, entram em vigor:
Atos Administrativos: I – os atos administrativos que refere inciso I, do artigo 100, na data da
sua publicação; (são os expedidos por autoridade administrativa tais como portarias e instrução
normativas); II – as decisões que refere inciso II do art.100, quanto aos efeitos normativos, 30
dias após a data da publicação; III - os convênios a que refere o inciso IV do artigo 100 na
data deles previstos.
Artigo 104 do CTN: “entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que
ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a
renda”:
I – que instituem ou majoram tais impostos;
II – que definem novas hipóteses de incidência;
III- que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao
contribuinte, e observado o disposto no art.178”.
Lembramos os princípios constitucionais que analisamos (artigo 150, III) é vedado exigir
quaisquer tributos no mesmo exercício financeiro em que a lei que os instituiu ou aumentou,
bem como antes de decorridos noventa dias de sua publicação (art.150, III, c, com redação da
EC 42). A lei não é restrita é alcança qualquer tributo, apenas com exceção previstas na própria
Constituição.
OBS: Conforme o entendimento adotado pelo professor Luis Felipe da Silveira Difini (Manual
de Direito Tributário, ed. Saraiva, p. 163) quanto às isenções, não há requisito constitucional de
observância de regra de anterioridade para sua revogação (a constituição não contém norma
expressa a respeito). Assim a previsão é apenas em nível de Lei Complementar –art. 104 CTN, é
ai, nos limites desse dispositivo, restrita às isenções relativas a imposto sobre patrimônio e a
renda.
PONTOS RELEVANTES:
1) Medida provisória: até que seja convertida em lei, apenas suspende a vigência da lei com
ela incompatível. Caso não haja a conversão, a lei anterior voltará em sua plenitude, cabendo ao
Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas formadas no período de vigência da medida
provisória.
2) Aplicabilidade da norma: a vigência de uma norma não implica sua mediata eficácia
(aplicabilidade). Em face do principio da anterioridade, por exemplo, uma lei pode estar
vigente, mas será aplicada somente no exercício financeiro seguinte.
3) Atos administrativos: expedidos por autoridades administrativas devem estrita observância
à lei da qual decorrem, mas, salvo disposição em contrario, entram em vigor na data de sua
publicação.
4) Decisões Administrativas: em regra produzem efeitos normativos 30 dias após a sua
publicação, prazo normalmente conferido ao contribuinte para recorrer da decisão singular ou
efetivar o pagamento da importância reconhecida como devida.
5) Lançamento: reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei
então vigente, ainda que posteriormente revogada ou modificada (art.144 do CTN). Porém
quanto ao aspecto formal processo de apuração, fiscalização - admite-se a aplicação da
legislação posterior.
6) Fato Pretérito: a lei aplica-se a ato ou fatos pretéritos quando é meramente interpretativa
(desde que não implique em penalidade), quando o ato não tivesse definitivamente julgado ou
quando for mais benéfica ao contribuinte (art.112 do CTN).
OBS: é indiscutível que a fazenda pode alterar prazo de vencimento, de correção ou da
sistemática de recolhimento, por meio de decreto. Simples questão regulamentar e que
independe de maior formalidade. Porém, isto é óbvio, as modificações introduzidas só
prevaleceram para fatos geradores que ainda vierem a ocorrer, vedada a aplicação de novo
estatuto para situações pretéritas.” (SJSTSP 132/129 – Constituição e Código tributário à luz da
Doutrina e Jurisprudência, 8°ed. Paulsen, Leandro, p.940)
Para Kelsen, a aplicação do direito não pressupõe mera interpretação da lei, mas sempre
criação de normas jurídicas.
Lembramos que validade de uma norma é verificada pela sua recondução às normas que lhe são
superiores, tendo-se a Constituição como o topo. O exercício do poder de legislar presume-se,
sempre, exercido de modo adequado, com observância das normas constitucionais. É o que
costuma designar por presunção de validade, por presunção de constitucionalidade.
A lei necessita de interpretação por quê? “é obra humana e aplicada por homens; portanto
imperfeita na forma e no fundo, e dará duvidosos resultados práticos, se não se verificarem, com
esmero, o sentido e o alcance das expressões do direito”
METODOS DE INTERPRETAÇÃO:
LITERAL ou GRAMATICAL: é o método mais pobre de interpretação. Nele toma-se o texto
legal e procede-se seu exame a partir do significado vernacular das palavras. É a própria
leitura do texto.
Art.111 do CTN – define as hipóteses em que a lei tributária deve ser interpretada
literalmente: assim com exclusão dos demais métodos Ex: a lei tributária que dispõe sobre
suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção ou dispensa do cumprimento de
obrigação acessória.
Caso seja perguntado: A norma que concede isenção interpreta-se? Literalmente.
No mesmo sentido a norma que interpreta a imunidade interpreta-se? A está pode ser
aplicado qualquer método de interpretação, inclusive o sistemática, o teleológicos. (Amílcar
Falcão, Imunidade é Isenção tributária – instituição de assistência social. Parecer, Revista de
Direito Administrativo n.66, p.372. “ a interpretação das normas que instituem imunidade deve
ser ampla. A matéria é pacifico na jurisprudência. A regra do artigo 111 do CTN aplica-se
apenas a isenção, não a imunidade” ( Luiz Felipe Silveira Difini, Alcance ..., Revista da Ajuris,
p.263)
INTERPRETAÇÃO TEOLÓGICA: é aquela que busca o fim visado pela norma. Ou seja,
interpreta-se a norma jurídica tendo em mira o objetivo a ser alcançado com a edição da norma,
o resultado prático que advirá da interpretação adota.
METODOS DE INTEGRAÇÃO:
A interpretação da legislação será feita pela autoridade competente, que pode ser a autoridade
administrativa (órgão do fisco) ou judicial o (juiz)
Artigo 108 do CTN – Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar
a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem de jurídica: I- analogia; II – os
princípios gerais de direito tributário; III – os princípios gerais de direito público; VI – a
equidade.
Princípios Gerais de Direito Tributário: são normas gerais, próprias ao ramo do direito em
questão, que servem de norte para interpretar regras pontuais de direito tributário e para buscar a
solução sistemática para aquelas situações não previstas as regras especificas. Lembramos que
princípios são mandamentos nucleares do sistema.
Princípios Gerais de Direito Público: são as normas de igual abrangência cuja função
norteadora não se limita ao ramo do direito tributário, mas a abrange todo o direito
(especialmente, administrativo, constitucional e financeiro).
Equidade: Significa justiça. Decidir por equidade significa resolver determinado situação
segundo o conceito de justiça prevalente em certo momento e organização social. È a decisão
pelo senso de justiça. Porém o aplicador do direito só pode se valer da equidade quando for
impossível solucionar o caso concreto com que se dera recurso aos demais meios de integração
(que antecedem o uso da equidade, na ordem do art.108, do CTN, ver parágrafo 2°). Ex: o
artigo 172, IV do CTN dispõe que a lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder
por decisão fundamentada, remissão (perdão) total ou parcial do crédito tributário, atendendo as
considerações da equidade, em relação com as características pessoais ou matérias do caso.
Princípios gerais de direito Privado: por seu turno, utilizam-se somente para fixar a definição,
o conteúdo ou o alcance dos institutos conceitos e formas de direito privado, como prescrição,
decadência, pagamento, quitação quanto utilizados pelo direito tributário.
OBS: a lei tributária não pode alterar, mesmo para fins tributários, institutos, conceitos e
formas de direito privados utilizados, expressos ou implicitamente, pelas Constituições
Federal ou Estadual pelas leis orgânicas do Distrito Federal ou Estadual.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
• Principal
• Acessória
Fato Gerador:
Aspectos:
- material
- espacial
- temporal
- pessoal; ativo ou passivo.
Classificação:
- Instantâneo;
- periódico;
- continuado;
- presumido
(art. 150, § 7º CF)
A obrigação: sempre expressa a idéia de um vínculo jurídico que une duas pessoas tendo por
objeto uma determinada prestação. A obrigação tributária: é um vínculo jurídico que
constrange determinada pessoa a entregar uma prestação, representada por uma importância
pecuniária aos cofres públicos. Essa relação jurídica é ocupada no pólo positivo pelo credor,
também chamado de sujeito ativo da obrigação tributária, e no pólo negativo encontra-se o
devedor, também chamado de sujeito passivo da obrigação tributária. Este último tem a
obrigação de prestar àquele esta importância representada por dinheiro. E aqui entra o conceito
que nós vimos para tributo e que está no art. 3º CTN “tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
Por exemplo: quem importar mercadorias pagará alíquota de 10%, importada a mercadoria,
deverá pagar o tributo, houve uma obrigação tributária, ainda não há crédito. Quem auferir
renda, deverá pagar 20%, há uma obrigação tributária, mas ainda não há crédito.
A relação jurídica se forma a vista da ocorrência do fato que estiver descrito em lei, em
razão do princípio da legalidade. Isso significa dizer que a vontade do contribuinte não
concorre para a formação dessa relação jurídica tributária. Este vínculo, que constrange o
devedor a entregar ao credor dinheiro, é formado no momento da ocorrência do fato.
Sendo assim, como ficam os casos em que o contribuinte confessa a dívida fiscal como forma
de obter o parcelamento? À luz da confissão de uma obrigação tributária pode o contribuinte
deixar de pagar o tributo e obter a devolução do indébito, por exemplo? Sim, pois se a obrigação
tributária surge independentemente da vontade, as confissões de débitos fiscais não têm nenhum
valor senão estiverem amparadas por uma obrigação tributária que seja legítima (em
conformidade com a lei e com a CF).
Se a obrigação tributária resulta independentemente da vontade, a confissão que ele fez nenhum
valor terá, logo, ainda que pago ou parcelado, o contribuinte terá direito à devolução,
compensação ou a deixar de pagar.
EX: Como exemplo de obrigações acessórias: o contribuinte é obrigado a expedir nota fiscal, a
escriturar determinado livro, a fornecer recibo. Em suma, todas as prestações que não envolvam
diretamente a entrega de dinheiro aos cofres públicos são obrigações tributárias de
natureza acessória.
OBS 2: A legislação, para compelir o contribuinte a prestá-las, prevê, sempre, uma sanção em
caso de descumprimento. Então, o descumprimento, a inadimplência das obrigações acessórias
sempre gera a imposição de uma penalidade pecuniária, que será cobrada junto com a obrigação
tributária principal. Haverá, no lançamento, o valor do principal, juros, multa de mora e
multa punitiva (cometimento de uma infração, que poderá ser de natureza acessória).
Aspecto temporal: diz respeito ao momento de ocorrência do fato gerador, porque a lei poderá
impor o momento em que se considera ocorrido o fato gerador. Isso porque, dependendo da
situação fática, poderíamos ficar em dúvida quanto ao momento da ocorrência do fato gerador e,
em decorrência, quanto à legislação tributária que é aplicável. Por exemplo: o IPI incide sobre
produtos industrializados. A regra é que, quando há a saída do produto do estabelecimento
comercial, consideramos ocorrido o fato gerador do IPI. E se o produto é importado? Aí, a lei
diz que é o seu desembaraço aduaneiro. Este elemento temporal não diz respeito ao prazo de
recolhimento do tributo, porque nós vimos que o prazo para pagamento do tributo não está afeto
ao princípio da reserva legal; ele pode ser fixado por um outro ato normativo qualquer.
Aspecto material: é a própria substância do tributo, que permite identificar a espécie tributária
de que se trata. Se, no aspecto material do fato gerador, estiver um fato que depende do
poder de polícia, de uma prestação de serviço, sabemos que estamos diante da espécie
taxa. No aspecto material, é preciso dimensionar o valor que deverá ser pago. Então, está
agregado no aspecto material do fato gerador a base de cálculo e a alíquota.
Fatos Geradores Instantâneos: são aqueles que surgem cada vez que ocorre a situação descrita
na hipótese de incidência. Exemplo: o contribuinte que importa mercadorias. A cada
importação, ocorrerá o fato gerador do tributo.
Fato Gerador Periódico: é aquele que ocorre durante um certo período de tempo. A doutrina
traz como exemplo o Imposto de Renda, pois ele ocorre num determinado espaço temporal,
levando em consideração todas as receitas e despesas havidas no período previsto, que, em
regra, é o próprio exercício fiscal (1º de janeiro a 31 de dezembro). A integralidade dele
resultará apenas no final do exercício, já que todas as despesas e receitas havidas deverão ser
levadas em consideração.
Fato Gerador Continuado: é aquele relativo a uma determinada situação que tende a se manter
estável no tempo, mas que tem certos limites impostos pela legislação. Exemplo: IPTU. O
contribuinte a permanecer proprietário. O fato gerador ocorre em 1º de janeiro, pois a lei assim
estabelece. Logo, quem for proprietário em 1º de janeiro é que será o contribuinte do IPTU.
Fato gerador presumido: for criado pela Emenda Constitucional n. 3, art. 150, § 7º da CF.
Esse dispositivo permitiu que a lei atribuísse a um determinado devedor a condição de
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição. Então, já começa uma limitação
quanto às espécies tributárias, que poderão ser recolhidas com base em fato gerador presumido.
Segundo essa norma, é possível que a lei exija de alguém um tributo cujo fato gerador ainda não
ocorreu. Presume-se que, no futuro, esse fato vai ocorrer. Como ele ocorrerá, desde logo, o
Estado exige o tributo. E se o fato não acontecer? A lei deverá dizer que está assegurada a
imediata e referencial restituição da quantia paga. A contribuição de melhoria nós vimos
que é exigida quando da realização de determinada obra pública resultar a valorização da
propriedade do contribuinte. A lei deve ser anterior à realização da obra, mas a cobrança é
posterior, pois, para calcular o tributo, só depois de feita a obra é que vou saber o quanto ela foi
valorizada.
OBS 1: Esse dispositivo está ligado ao art. 117 do CTN, que trata de atos ou negócios
jurídicos submetidos a determinada condição. Aqui, aplicaremos as regras do Código Civil.
Condição é a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico a um evento futuro e incerto. Estas
condições de validade de ato jurídico poderão ser suspensivas ou resolutivas. Quando
determinado negócio é praticado com a condição suspensiva, esse ato não produz os efeitos que
lhe são próprios enquanto não ocorrida a condição. Uma vez ocorrida a condição, é que o
negócio reputa-se perfeito e acabado.
Exemplo: vou doar o imóvel se meu filho passar no concurso. Incide o imposto de transmissão
quando ele passar no concurso, isto é, quando implementada a condição. Condição resolutiva é
quando o ato ou negócio jurídico produz os seus efeitos desde logo. Uma vez implementada a
condição, resolve-se o negócio. Assim, quando os atos estão submetidos a condição resolutiva,
temos ocorrido o fato gerador assim que realizado o ato ou negócio, independentemente da data
em que ocorreu a condição.
O parágrafo único do art. 116 do CTN é trazida pela Lei Complementar n. 104/2001:
Exemplo: Quando a empresa adquire um bem através de leasing, a legislação permite que o
contribuinte deduza do imposto renda devido ou da base de cálculo o valor das prestações
pagas. Pergunta-se: pode a fazenda considerar aquele negócio como uma compra e venda e não
leasing e, com isso, impedir que o contribuinte deduza do imposto a pagar as prestações pagas a
título indevido? O STJ decidiu que, se o leasing obedecer aos requisitos estipulados em lei, a
fazenda deverá respeitar o negócio.
Validade do Ato Jurídico: (agente capaz, objeto lícito e forma não defesa em lei), no direito
tributário, são completamente ignorados. Contenta-se a lei tributária com a subsunção do fato à
norma. Subsumido o fato à norma, haverá obrigação tributária, o contribuinte estará obrigado ao
pagamento do tributo. Então, se o contribuinte for incapaz civilmente, ainda assim poderá ser
capaz para o direito tributário e não poderá alegar sua incapacidade para eximir-se do
pagamento do tributo. O menor que é proprietário de imóvel deve pagar IPTU.
Sujeito Passivo
O sujeito passivo da obrigação principal é o devedor, ou seja, a pessoa obrigada por lei ao
cumprimento da prestação. Figura no polo passivo da relação tributária.
a) O contribuinte sujeito passivo direto tem uma relação pessoal e direta com o fato
gerador. É a pessoa que pratica o fato gerador. No IPI, por exemplo, poderá ser
contribuinte o industrial, o importador ou arrematante, tudo dependendo do momento
em que a lei considerada ocorrida o fato gerador.
b) Sujeito passivo indireto, ou responsável: é outra pessoa qualquer, indicada pela lei, que
não aquela que praticou o fato gerador. O responsável está indiretamente ligado à
ocorrência do fato gerador. Embora não tenha praticado o fato gerador, a lei poderá
colocar o responsável diretamente no polo passivo da relação tributária, excluindo o
contribuinte , quando terremos a FIGURA DO SUBSTITUTO LEGAL TRIBUTÁRIO,
como também poderá atribuir-lhe o dever de pagar o tributo num momento posterior,
após o descumprimento da obrigação por parte do contribuinte.
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
O CTN, não utiliza o termo substituição tributária. O artigo 128 do CTN apenas atribui a
possibilidade de reconhecer uma terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva
obrigação excluindo a responsabilidade do contribuinte ou admitindo responsabilidade
supletiva.
Classificação da substituição tributária
Regressiva, ou para trás: ocorre quando o fato gerador ocorreu no passado, há um adiamento
no recolhimento do tributo. O crédito é exigido em um momento posterior ao da ocorrência do
fato gerador. Ex. quem praticou o fato gerador foi “A”, mas a lei atribui a “B”, que o devedor
originário.
Ex: os produtores de uva que vendem seus produtos para uma vinícola, caso que ocorre o fato
gerador do ICMS, já foi ele quem vendeu o produto. Porém, há apenas uma vinícola e centenas
de produtores. É mais fácil para o Estado, através de lei, cobrar o ICMS da vinícola, que seria
devido do produtor rural. A vinícola atua como substituta tributária do produtor.
Pagamento é antecipado.
Ex: no ICMS, a lei escolhe como substituto tributário do revendedor comerciante do automóvel.
A lei atribui ao fabricante o dever de pagar antecipadamente o ICMS que apenas incidirá
quando o comerciante vender o veículo para o consumidor. É estimado o valor final da venda e
desde logo cobrado o imposto do substituído tributário, que é a fábrica.
STF, ADI 1851- tem entendido que nestes casos o contribuinte substituído (comerciante), cuja
legitimidade é reconhecida pelo artigo 10 da LC87/96, não tem direito a restituição ou
compensação de tributos.
STJ pública súmula 431 e define que é ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da
mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal.
Responsabilidade Tributária
A solidariedade, no Dir. Civil, ocorre tanto no pólo positivo quanto no pólo negativo daquela
relação jurídica. Haverá solidariedade no pólo positivo quando se apresentarem o direito a
prestação do crédito dois ou mais credores - solidariedade ativa. E, no pólo negativo, quando
duas ou mais pessoas forem responsáveis pelo pagamento do tributo. Se a obrigação é
solidária, o credor poderá haver de quaisquer dos devedores (no caso de ser no pólo negativo) a
totalidade do crédito.
Já no pólo passivo, esta solidariedade poderá decorrer de uma determinada situação de fato ou
ser imposta por lei quando, então, diz-se que há solidariedade de direito.
A solidariedade de fato ocorre quando, p.ex., duas ou mais pessoas são proprietárias de um
imóvel - ambas são solidariamente obrigadas ao pagamento de IPTU (se for imóvel rural, ao
pagamento do ITR); duas ou mais pessoas importam uma mercadoria - as duas ficarão
responsáveis pelo pagamento do II, e assim sucessivamente.
A solidariedade de direito é imposta por lei. A lei irá atribuir a responsabilidade pelo
pagamento a duas ou mais pessoas, e a legislação tributária costuma ser bastante rica nestes
casos de atribuição de responsabilidade tributária. Nós estamos vendo as regras genéricas da
atribuição de responsabilidade, por quê?
OBS: Como a dívida é solidária, se o pagamento for efetuado por uma pessoa extingue-se a
relação com relação a todos da relação, a obrigação morre. Se for outorgada a remissão ou a
isenção também, salvo se ela tiver sido feita em caráter pessoal.
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Nós vimos que a validade dos atos jurídicos depende de agente capaz, objeto lícito e forma
prescrita ou não defesa em lei, e que no Dir. Tributário se afasta isto. Isto também é afastado
nos casos de atribuição de responsabilidade, ou seja, como tem esta atribuição a pessoa
como tal apontada pela lei, tanto faz a sua capacidade civil (menor proprietário de imóvel
ficará responsável pelo pagamento do crédito).
No caso das pessoas jurídicas, nós sabemos que elas devem ter os seus atos arquivados na Junta
Comercial. No entanto, para o Dir. Tributário isto também é ignorado, porque diz que
independe de a pessoa jurídica estar regularmente constituída, bastando que configure
uma unidade econômica ou profissional.
Responsabilidade Tributária
A) Fusão
III) Sucessão B) Transformação
pessoa jurídica C) Incorporação
(artigo 132) D) Cisão
A) Integral
IV) Sucessão adquirente comercial
(artigo 133) B)Subsidiária
Responsabilidade dos adquirentes dos bens imóveis. Esses adquirentes dos imóveis são
responsáveis pelo pagamento dos créditos tributários relativos a impostos que tenham como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis. Então temos: o IPTU, ITR e
também as taxas pelas prestações de serviços a tais bens, exemplo, taxa de lixo ou contribuição
de melhoria.
As regras do CTN são genéricas, porque cada espécie tributária disciplina os casos de
distribuição de responsabilidade de modo a fazer com que o tributo seja pago. Por exemplo, o
tabelião quando vai lavrar a escritura pede a CND e se ele não pedir será responsável por sua
omissão em não ter exigido essa comprovação (ele poderá inclusive ser executado, mas é muito
difícil de acontecer, porque primeiro se tentará o proprietário, depois o adquirente e por último
os terceiros) .
No caso do artigo 131 nós temos a chamada sucessão de Pessoa Física e ela envolve as
pessoas dos adquirentes e dos remitentes relativamente aos bens adquiridos ou remidos. Essa
remição, então, se dá em caso de bens móveis como também em caso de bens imóveis. Esta
remição é aquele instituto que tem no Código do Processo Civil em que o devedor, ou cônjuge
ou os seus herdeiros podem pagar a dívida para reaver o bem por ele penhorado. Essas pessoas
também podem ser responsabilizadas pelo pagamento do débito.
a) A fusão é quando duas ou mais empresas se unem para dar origem a uma terceira.
Nós temos que essa terceira pessoa ficará responsabilizada pelos créditos devidos pelas Pessoas
Jurídicas que foram fusionadas.
c) A incorporação ocorre quando uma empresa é absorvida por outra e essa empresa que
absorveu fica responsável pelo pagamento dos créditos tributários devidos pela outra.
OBS: Mas vejam o que diz o Código: “subsidiariamente que o alienante tem de prosseguir ou
iniciar dentro de 6 meses a contar da data da alienação nova atividade no mesmo ou em outro
ramo do comércio, industria ou profissão.” , ou seja, se o início dessa nova atividade por parte
do alienante ocorrer depois de 6 meses o adquirente responderá integralmente