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TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
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Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Sumário
1. Legislação Tributária................................................................................................................... 3
1.1. Constituição Federal e Emendas à Constituição Federal. . ................................................ 4
1.2. Lei Ordinária e Lei Complementar......................................................................................... 5
1.3. Lei Delegada............................................................................................................................... 6
1.4. Medida Provisória..................................................................................................................... 6
1.5. Resolução................................................................................................................................... 7
1.6. Tratados e Convenções Internacionais................................................................................ 9
1.7. Decreto........................................................................................................................................12
2. Normas Complementares.........................................................................................................13
2.1. Atos Normativos Expedidos pelas Autoridades Administrativas.. ............................... 14
2.2. Decisões dos Órgãos Singulares ou Coletivos de Jurisdição Administrativa, a
que a Lei Atribua Eficácia Normativa.. ........................................................................................15
2.3. Práticas Reiteradamente Observadas pelas Autoridades Administrativas...............15
2.4. Convênios Celebrados entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios........................................................................................................................................16
3. Vigência da Legislação Tributária...........................................................................................16
3.1. Vigência Espacial. . ................................................................................................................... 18
4. Aplicação da Legislação Tributária.. ...................................................................................... 20
5. Interpretação e Integração da Legislação Tributária.........................................................21
Jurisprudência................................................................................................................................ 28
Resumo............................................................................................................................................. 30
Questões Comentadas em Aula.................................................................................................. 32
Questões de Concurso.................................................................................................................. 35
Gabarito............................................................................................................................................68
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Legislação Tributária
1. Legislação Tributária
Nas aulas iniciais, tratamos das fontes formais do Direito Tributário e lá expusemos que
existem fontes formais primárias e fontes formais secundárias, tendo sido expostas as espé-
cies normativas, de forma breve.
Quanto às fontes formais primárias, elas inovam na ordem jurídica e estão previstas no art.
59 da CF/1988:
Tais normas devem tratar dos tributos ou das relações jurídicas a eles pertinentes.
Além das normas listadas no art. 96, o legislador destacou no art. 2º do CTN que:
o sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezem-
bro de 1965, em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respec-
tivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais.
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Assim, há matérias relativas ao Direito Tributário que não podem ser objeto de Emenda
Constitucional.
Por exemplo, a competência tributária, quando tal alteração representar interferência na forma
federativa do Estado, e as limitações constitucionais ao poder de tributar, quando a alteração
for passível de abolir direitos e garantias individuais.
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Outro ponto importante quanto a essas duas espécies legislativas diz respeito à hierar-
quia. Segundo o Supremo Tribunal Federal, mesmo que a lei complementar requeira quórum
maior de aprovação, não há, efetivamente, hierarquia entre tais espécies normativas.
O que existe, sim, é reserva de competência constitucional. Matéria delimitada na Consti-
tuição como reservada à lei complementar só pode ser tratada por lei complementar.
Sobre tais temas a lei ordinária não pode dispor. Inobstante isso, se o tema não possui
reserva constitucional de lei complementar, ambas as espécies normativas poderão sobre
ele dispor.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os
de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:
Embora seja uma espécie normativa constitucional e viável, na prática não é utilizada, já
que, como será visto adiante, o Poder Executivo tem a possibilidade de criar uma Medida Pro-
visória, nos casos de relevância urgência, espécie que demanda menos burocracia para a sua
edição, já que não precisa de delegação por parte de outro Poder para a sua criação.
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Assim, quando existe a possibilidade de a disposição se dar por lei ordinária, a medida
provisória poderá ser utilizada.
No entanto, a CF/1988, art. 62, § 2º traz uma ressalva. Note, antes de mais nada, a redação
constitucional:
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
...
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos
arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
Como se vê, quanto aos impostos ali delimitados, para que a medida provisória produza os
efeitos quanto à instituição e majoração no exercício seguinte, ela deverá ser convertida em lei
até o último dia do exercício em que for editada, exceto quanto aos seguintes impostos:
Imposto sobre a Importação - II;
Imposto sobre a Exportação - IE;
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI;
Imposto sobre as Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores
Mobiliários - IOF; e
Impostos Extraordinários de Guerra – IEG.
O que isso quer dizer? Quer dizer que se o Presidente da República editar uma MP criando
ou aumentando o Imposto sobre a Renda, por exemplo, em setembro de 2020, o referido im-
posto só será aumentado efetivamente no ano seguinte, se, até 31 de dezembro de 2020, a MP
for convertida em lei. Não havendo a conversão, não há qualquer efeito.
Já quanto aos impostos ressalvados no art. 62, par. 2º e quanto às demais espécies tri-
butárias, para que uma MP que crie ou aumente um tributo produza efeitos, não é necessária
sua conversão até o fim do exercício financeiro seguinte, devendo, somente, ser respeitado o
Princípio da Anterioridade aplicável à determinada espécie.
Pontue-se, ainda, que antes da CF/1988, era possível a edição de decreto-lei pelo Presi-
dente da República para dispor sobre determinados assuntos, de modo que o referido decreto
tinha força de lei, assim como tem a medida provisória.
Atualmente, entende-se que houve recepção de alguns, inclusive que tratam sobre Direito Tri-
butário, razão pela qual é possível que você veja a previsão de alguns assuntos em “decreto-lei”.
Por exemplo, o Decreto-lei n. 37/1966, que trata do Imposto sobre a Importação.
1.5. Resolução
A resolução é uma espécie normativa com força de lei a ser considerada uma das “leis” que
compõem a “legislação tributária”, que tem o poder de inovar no mundo jurídico.
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A resolução é ato normativo emanado pelo Poder Legislativo que prescinde de autorização
do Poder Executivo para que produza seus efeitos no ordenamento jurídico brasileiro.
Quanto à matéria tributária, a CF/1988 prevê que deve ser objeto de Resolução do Sena-
do Federal :
Além dessa previsão, a CF/1988, art. 155, par. 2º, V prevê que é faculdade do Senado Fe-
deral editar estas resoluções:
ICMS
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Note, ainda, o seguinte quadro geral e suas observações que resumem as disposições
constitucionais acerca das alíquotas a serem estabelecidas por Resoluções do Senado Fe-
deral, retirado do Manual de Legislação Tributária Estadual, de Alexandre Meirelles e Daniel
Petitinga:
Para facilitar a memorização, fizemos esse desenho com algumas observações a serem explicadas:
• O mapa do Brasil e suas setas correspondem às operações interestaduais e de exportação; • A
bomba é para lembrar que é para resolver conflitos entre estados; • Perceba que os impostos estão
em ordem alfabética, pois assim facilita a lembrança do desenho (ICMS, IPVA e ITCD );)
Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções in-
ternacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre
tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
Segundo a CF/1988, art. 84, VIII, compete ao Presidente da República “celebrar tratados,
convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional”.
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Note que para fins de Direito Tributário podemos entender que tratados e convenções são
institutos similares, com o mesmo sentido.
Trata-se de acordo bilateral ou multilateral firmado com Estados Soberanos ou com orga-
nismos internacionais, que somente são introduzidos e considerados vigentes no ordenamen-
to jurídico brasileiro após aprovação do parlamento por meio de decreto legislativo.
Tal ideia decorre da CF/1988, art. 49, I, o qual prevê que “compete exclusivamente ao Con-
gresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional”.
Assim, para que ocorra a vigência interna do tratado ou convenção, é preciso que sejam
concluídas as seguintes fases:
• negociação e assinatura do tratado pelo Poder Executivo, na pessoa do Presidente da
República;
• referendo ou aprovação pelo Poder Legislativo, mediante decreto legislativo, não mais
dependendo da sanção do Poder Executivo;
• ratificação pelo presidente da República, mediante depósito dos instrumentos constitutivos;
• promulgação por meio da expedição de decreto do Presidente da República;
• publicação oficial do decreto.
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Atualmente, deve-se entender que a vigência de tratado internacional que verse sobre Di-
reito Tributário, em verdade, não revoga a lei anterior, e sim, suspende, a sua eficácia.
Esse entendimento defende que o tratado é incorporado ao ordenamento nacional como
norma especial que deve prevalecer sobre a lei geral, considerando-se que - enquanto vigente
o tratado internacional como norma específica - prevalecerá sobre a lei interna geral, seja ela
anterior ou posterior.
Nesse sentido, o STF entende que o tratado internacional, quando vigente internamente
(e não tratar especificamente sobre direitos humanos), passa a ter mesma hierarquia de lei
ordinária especial, sendo revogado o tratado, portanto, se houver lei posterior contrária a ele,
destacando Ricardo Alexandre, que:
Súmula 20, STJ - A mercadoria importada de país signatário do GATT é isenta do ICM,
quando contemplado com esse favor o similar nacional.
Súmula 71, STJ - O bacalhau importado de país signatário do GATT é isento do ICM.
Súmula 575, STF - À mercadoria importada de país signatário do GATT, ou membro da
ALALC, estende-se a isenção do imposto sobre circulação de mercadorias concedida a
similar nacional.
Veja que quando uma pessoa se beneficia da isenção em razão do GATT, não há ofensa
ao Princípio da Vedação à Isenção Heterônoma, pois se considera que nesse caso quem está
agindo é a República Federativa do Brasil, em face de sua soberania.
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a, b) Falsas. O art. 84, VIII, CF/1988, afirma que compete ao Presidente da República “celebrar
tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional”.
c) Certa. Como visto em aula, a título de exemplo, a súmula 71 do STJ reconhece a legalidade
de isenção de ICMS quanto a bacalhau importado de país signatário do GATT. Nesse caso,
entende-se que a República Federativa do Brasil, em face de sua soberania, é que está agindo,
e não a União. Se fosse a União, estar-se-ia diante de hipótese de Isenção Heterônoma, o que
é vedado no ordenamento jurídico brasileiro tributário.
d) Errada. Os tratados internacionais são incorporados, via de regra, com nível de Lei Ordinária.
No entanto, aquele que tratar sobre direitos humanos terá nível supralegal, havendo, ainda, na
CF/1988, a ressalva quanto aos tratados internacionais de direitos humanos que sejam apro-
vados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros: estes serão equivalentes às emendas constitucionais, tendo, portanto,
nível constitucional.
e) Errada, já que os tratados internacionais compõem a legislação tributária e o CTN represen-
ta o código de normas gerais desta matéria.
Letra c.
1.7. Decreto
O decreto é uma espécie normativa que compõe a “legislação tributária”, de competência
do Presidente da República, que não tem o condão de inovar na ordem jurídica, mas tão so-
mente regular situações conforme disposição legal, nos termos da CF/1988, art. 84, IV:
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No ordenamento jurídico brasileiro, há duas espécies de decretos que podem ser editados
pelo Presidente da República: o autônomo e o regulamentar.
O primeiro tem o condão de inovar na ordem jurídica, enquanto o segundo regulamenta
disposições legais, a fim de prever detalhes não pormenorizados em lei, que podem auxiliar no
cumprimento pelo sujeito passivo ou de terceiros dos comandos pretendidos pelo legislador.
Em razão desta função é que o decreto regulamentar é considerado um ato normativo se-
cundário. Tal afirmação está em consonância com o art. 99, CTN:
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
2. Normas Complementares
As normas complementares compõem a legislação tributária, e, segundo determinação do
CTN, têm o dever de complementar:
I – as leis;
II – os tratados e as convenções internacionais; e
III – os decretos.
E que normas complementares são essas? Veja a tabela a seguir:
Complementares
convênios que entre si
celebrem a União, práticas reiteradamente
os Estados, o Distrito Federal observadas pelas autoridades
e os Municípios administrativas
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
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A título de exemplo, no dia 2/9/2019, foi publicada a Portaria SRRF05 n. 145, de 29 de agosto de
2019, pelo Superintendente da Receita Federal do Brasil na 5ª Região Fiscal, para dispor sobre
a transferência temporária de competências das unidades e subunidades da Receita Federal e
definir as suas atribuições em razão da suspensão das atividades em outras agências.
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(i) ser proposta pelas pessoas autorizadas pela Constituição Federal, conforme espécie normativa
– fase iniciativa;
(ii) ter o seu teor discutido, votado e aprovado pelos órgãos do Poder Legislativo – deliberação par-
lamentar;
(iii) ser sancionada (em caso de concordância) ou vetada (em caso de discordância) pelo Chefe do
Poder Executivo – deliberação executiva;
(iv) em caso de veto, ser o veto rejeitado ou mantido pelo Poder Legislativo;
(v) se sancionado pelo Chefe do Executivo ou rejeitado o veto pelo Poder Legislativo, o Projeto de Lei
é encaminhado para o Chefe do Poder Executivo promulgá-lo e publicá-lo
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Assim temos três momentos distintos para que a lei efetivamente produza seus efeitos:
há que estar válida, vigente e eficaz.
Regra geral, as leis respeitarão a Lei de Introdução às Normas de Direito Brasil - LINDB, de
modo que nas hipóteses de Direito Tributário, havendo disposição específica, esta prevalece-
rá. Note a redação do arrigo 101 do CTN:
Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais
aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo.
A LINDB, em seu art. 1º, afirma, como regra, que salvo disposição em contrário, a lei entrará
em vigor 45 dias após a publicação:
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias de-
pois de oficialmente publicada.
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três
meses depois de oficialmente publicada.
Não havendo norma específica que afirme que há prazo diverso para que a lei tributá-
ria seja considerada vigente, considera-se que ela estará vigente, portanto, após 45 dias da
publicação.
Perceba, entretanto, que os tributos que devem obediência ao Princípio da Anterioridade
podem ser objeto de lei vigente, mas não eficaz, pois só haverá produção de efeitos no exercí-
cio seguinte ou após 90 dias da publicação.
Já quanto às normas complementares, o CTN, em seu art. 103, destaca prazos específi-
cos, que prevalecerão sobre aqueles previstos na LINDB. Note o artigo e o quadro a seguir:
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Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas.
...
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I – os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação.
Letra c.
Por exemplo, uma lei editada pela União vigerá em todo o território da União, e uma lei editada
por determinado estado só será considerada vigente em todo o território daquele estado.
No entanto, conforme se depreende da análise do art. 102, CTN, é possível constatar a pos-
sibilidade da extraterritorialidade, que é a aplicação da norma fora do seu território:
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Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora
dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de
que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora
dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de
que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
Letra a.
Quanto a pessoas jurídicas de direito público que forem desmembradas, já foi visto em nosso
curso, que, até que haja lei vigente no território da nova pessoa criada, será aplicada a legislação
tributária vigente no território de origem, conforme se depreende da análise do art. 120 do CTN:
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir
pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária
aplicará até que entre em vigor a sua própria .
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Art. 150, III, a, CF/1988. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado.
a legislação tributária se aplica imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, as-
sim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do
artigo 116.
Veja que tal previsão está em consonância com o Princípio da Irretroatividade. A lei deve
ser aplicada somente a casos que ocorrerem, ou completarem a sua ocorrência, após a
sua vigência.
Ocorre que o legislador destacou hipóteses em que a lei poderá ser aplicada a casos pas-
sados, nos termos do art. 106, CTN:
Sendo assim, veja que as situações do art. 106 podem ser divididas em duas hipóteses.
A primeira determina que a lei sempre retroage se for meramente para interpretar uma lei que
anteriormente estava mal explicada e causando dúvida sobre sua aplicação. E exclui qualquer
aplicação de penalidade, ou seja, o contribuinte não pode ser autuado caso tenha procedido de
forma diversa a nela prevista.
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Obviamente, deverá pagar o tributo devido, mas não a multa sobre o não recolhimento.
A segunda abrange três situações de aplicação benéfica ao contribuinte caso o ato ainda
não tenha sido julgado em definitivo. Se já tiver sido, a lei será aplicada.
Gabarito nos termos do art. 105, c/c art. 106, II, a, CTN:
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pen-
dentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos
termos do artigo 116.
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
...
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração.
Letra d.
Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo.
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
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Interpretar uma lei é traduzir o que almeja o legislador perante os destinatários da norma
diante da sua elaboração e vigência.
Segundo o art. 109 do CTN, para que os intérpretes e destinatários da lei compreendam
os institutos tributários, seus conceitos, definições, conteúdos e alcances, eles devem recorrer
aos princípios gerais de direito privado.
No entanto, o legislador veda expressamente que se utilize dos princípios gerais de direito
privado para determinar os efeitos tributários pretendidos pela norma, já que tais efeitos de-
vem ser claramente previstos nas normas fiscais.
Para o nascimento da obrigação tributária, é preciso que o sujeito passivo pratique fato
previsto em lei como necessário e suficiente para incidência de tributo. Tais fatos geradores
da obrigação tributária normalmente derivam de fatos devidamente definidos pelo Direi-
to Privado.
A identificação de que o fato gerador está previsto conforme definição em norma privada
se dá por meio do conhecimento e da análise do ordenamento jurídico, conforme as peculiari-
dades de cada caso.
Por exemplo, o Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos - ITIV incide na operação de com-
pra e venda de bens imóveis entre pessoas vivas, sendo tal operação formalizada nos termos
do Direito Civil conforme contrato de compra e venda.
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Em razão de situações como essa, em que se utilizam definições do Direito Privado para
identificar a incidência de lei tributária, foi que o legislador se preocupou em destacar no art.
110 do CTN que “a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institu-
tos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Consti-
tuição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou
dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias”.
Quanto à forma de interpretação das normas tributárias, o legislador preocupou-se em des-
tacar que há determinados assuntos que devem ser objeto de interpretação literal, que é um
modo restritivo de interpretar aquilo que está escrito, devendo extrair da norma exatamente o
mandamento previsto.
Nesse sentido, conforme previsão do art. 111, CTN, os institutos tributários listados a se-
guir só podem ser constatados por meio de interpretação literal da legislação tributária:
suspensão ou exclusão do
crédito tributário
Devem ser
interpretados outorga de isenção
de forma literal
dispensa do cumprimento
de obrigações tributariais
acessórias
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Há casos ainda em que há dúvida quanto à lei tributária que prevê infrações ou impõe pena-
lidades. Segundo o CTN, art. 112, ela deve ser interpretada de forma mais favorável ao acusado
quando houver dúvida quanto:
à natureza ou às circunstâncias
à capitulação legal do fato; lei que define infrações, materiais do fato, ou à
ou lhe comina penalidades, natureza ou extensão
dos seus efeitos;
deve ser aplicada de forma
mais favorável ao acusado,
à natureza da penalidade quando houver
à autoria, imputabilidade,
aplicável, ou à sua dúvida quanto: ou punibilidade;
graduação.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Gabarito nos termos do inc. II, art. 112, CTN e deste esquema :
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira
mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
V – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
à natureza ou às circunstâncias
à capitulação legal do fato; lei que define infrações, materiais do fato, ou à
ou lhe comina penalidades, natureza ou extensão
dos seus efeitos;
deve ser aplicada de forma
mais favorável ao acusado,
à natureza da penalidade quando houver
à autoria, imputabilidade,
aplicável, ou à sua dúvida quanto: ou punibilidade;
graduação.
Letra d.
E quanto aos casos em que o intérprete não identifica previsão expressa na legislação tri-
butária que trate a respeito?
Nesses casos, recorre-se à integração da legislação tributária, com o intuito de suprir tal
lacuna, de forma que o legislador, no art. 108 do CTN, determinou que a autoridade (adminis-
trativa ou judicial) competente para aplicar a legislação tributária se utilize, sucessivamente,
dos seguintes institutos:
1. Analogia
2. Princípios gerais de
direito tributário
Meios de integração da
legislação tributária
3. Princípios gerais de
direito público
4. Equidade
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
Não sendo possível suprir a lacuna com a analogia, o aplicador da legislação irá recorrer
aos princípios gerais de Direito Tributário; que se não for capaz de solucionar o caso concreto,
buscará a autoridade suprir a lacuna deixada pela legislação tributária por meio da aplicação
dos princípios gerais de Direito Público.
Por fim, não suprindo a lacuna com clareza por meio da aplicação dos três institutos já
mencionados, buscará a autoridade resolver o caso por meio da equidade.
A equidade é aplicada pela autoridade visando uma resolução justa, humana e mais ame-
na, flexibilizando a respectiva previsão legal.
No entanto, pontue-se que, embora tenha em sua essência o senso de justiça, a equidade
não pode ser utilizada para dispensar pagamento de tributo devido.
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Legislação Tributária
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
Letra b.
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Legislação Tributária
JURISPRUDÊNCIA
1) DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI
COMPLEMENTAR N. 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍ-
DICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO
REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUI-
ZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005.
Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do
STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo
para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador,
tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A
LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa,
tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do
pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo
jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e inde-
pendência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se sub-
mete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplica-
ção. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação
de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões dedu-
zidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata
às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de
nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus
conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastando-se as
aplicações inconstitucionais e resguardando-se, no mais, a eficácia da norma, permite-
-se a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis,
conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tri-
bunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que
tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à
tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo
lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possí-
vel, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco
impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º,
segunda parte, da LC 118/05, considerando-se válida a aplicação do novo prazo de 5
anos tão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou
seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543-B, § 3º, do CPC aos recursos
sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.
(STF – RE 566.621, Relator(a): ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 04/08/2011,
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-195 DIVULG 10-10-2011 PUBLIC 11-10-2011 EMENT
VOL-02605-02 PP-00273 RTJ VOL-00223-01 PP-00540)
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Doutrina Selecionada
Interpretação literal
Interpretação literal significa interpretação segundo o significado gramatical ou, melhor,
etimológico das palavras que integram o texto. Quer o Código que se atribua prevalência
ao elemento gramatical das leis pertinentes à matéria tratada no art.111, que é matéria
excepcional. Realmente, a suspensão, como a exclusão do crédito tributário, e a dispensa
do cumprimento de obrigações acessórias constituem exceções. A regra é o pagamento
do tributo nos prazos legalmente fixados. (Hugo de Brito Machado, em Curso de Direito
Tributário, 34 ed., páginas 116, Malheiros Editores).
Equidade
Ao disciplinar as relações sociais, o legislador o faz de forma mais geral possível, cap-
tando, para juridicizá-las, as situações mais corriqueiras e comuns que ocorrem na trama
da vida humana. Não muitas vezes o atributo da generalidade da norma jurídica, se apli-
cável a determinada situação em particular faz com que para aquela situação especí-
fica, a aplicação da norma geral se torne inadequada, injusta, excessivamente severa, a
reivindicar do aplicador da lei geral, um abrandamento para ajustá-la, ao caso concreto.
É o emprego da equidade, do bom senso, da razoabilidade para integrar o ordenamento
jurídico tributário. (Francisco Leite Duarte, em Direito Tributário, Teoria e Prática 3º ed.,
páginas 194, Revista dos Tribunais.).
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
RESUMO
ICMS (art. 155, par. 2º, IV, CF/1988)
INICIATIVA: APROVAÇÃO:
ESTABELECERÁ:
RESOLUÇÃO DO (i) Presidente da (i) maioria abso-
(i) ALÍQUOTAS INTERESTADUAIS
SENADO FEDERAL República; ou luta do Senado
(ii) ALÍQUOTAS NA EXPORTAÇÃO
(ii) 1/3 dos Senadores Federal.
ICMS
Normas complementares
Complementares
convênios que entre si
celebrem a União, práticas reiteradamente
os Estados, o Distrito Federal observadas pelas autoridades
e os Municípios administrativas
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
suspensão ou exclusão do
crédito tributário
Devem ser
interpretados outorga de isenção
de forma literal
dispensa do cumprimento
de obrigações tributariais
acessórias
à natureza ou às circunstâncias
à capitulação legal do fato; lei que define infrações, materiais do fato, ou à
ou lhe comina penalidades, natureza ou extensão
dos seus efeitos;
deve ser aplicada de forma
mais favorável ao acusado,
à natureza da penalidade quando houver
à autoria, imputabilidade,
aplicável, ou à sua dúvida quanto: ou punibilidade;
graduação.
1. Analogia
2. Princípios gerais de
direito tributário
Meios de integração da
legislação tributária
3. Princípios gerais de
direito público
4. Equidade
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Legislação Tributária
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
b) resolução conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, ratificada por ato do
Poder Executivo federal, vedada a edição de medida provisória para esse fim.
c) resolução do Senado Federal.
d) convênios de que estes Estados participem, desde que homologados por resolução do Se-
nado Federal.
e) ato do Poder Executivo federal, vedada a edição de medida provisória para esse fim.
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Legislação Tributária
c) sujeito passivo, a lei tributária que define benefícios fiscais, quando houver dúvida sobre a
abrangência e o alcance de um convênio ICMS.
d) acusado, a lei tributária que define infrações, se houver dúvida quanto às circunstâncias
materiais do fato.
e) contribuinte, ao responsável e ao terceiro, a legislação tributária relacionada com a forma,
circunstâncias e prazos referentes ao cumprimento de obrigações acessórias.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
QUESTÕES DE CONCURSO
CESPE/CEBRASPE
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
(...)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos
nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
Veja que a regra estabelecida na CF diz respeito aos efeitos produzidos pela MP no exercício
financeiro seguinte. Além disso, deve ser convertida em lei até o último dia do exercício em
que foi editada para ter validade no próximo ano, em respeito ao princípio da anterioridade. E
as exceções citadas no § 2º remetem aos impostos II, IE, IPI, IOF e IEG.
Errado.
Vimos na questão anterior que é perfeitamente possível aumentar ou até mesmo instituir im-
postos por meio de medida provisória. A MP não é lei, ela tem apenas força de lei, portanto
não é correto afirmar que MP depende do cumprimento do princípio da legalidade estrita (ou
legalidade cerrada).
Errado.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
(...)
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edi-
ção, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º,
uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as
relações jurídicas delas decorrentes.
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou
perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
Então, em resumo:
• constatado caso de relevância e urgência, o presidente edita MP criando ou majorando
algum imposto, submetendo-a de imediato ao CN;
• o CN tem o prazo de 60 dias (prorrogável por igual período) para converter a MP em lei
e disciplinar por Decreto Legislativo as relações jurídicas decorrentes;
• caso o CN não edite o decreto legislativo, as relações jurídico-tributárias decorrentes da
MP conservam-se regidas por ela (§ 11).
Certo.
Como vimos na questão anterior, o prazo é prorrogável uma única vez e por igual período.
Errado.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Perceba que a questão pede para considerar as disposições do CTN, então é isso que vamos
fazer. Primeiro vamos ver o que o CTN considera como “legislação tributária”:
Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções in-
ternacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre
tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalida-
des, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
Vamos esquecer a historinha e analisar apenas o item. A banca afirma que tratado internacio-
nal relacionado à área tributária pode ser invocado por particulares desde a sua assinatura.
Vejamos o passo a passo para que uma convenção internacional seja incorporada ao direito
interno (Ricardo Alexandre, 2017):
Somente depois de todo esse rito é que o tratado produz efeitos no direito interno.
Errado.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Estamos diante de um tratado internacional entre Brasil e Bolívia, então vamos ver o que o CTN
nos diz de importante:
Assim, temos previsão em nosso ordenamento jurídico para a validade da situação apresenta-
da. No caso, houve a instituição, por parte da União, representando a República Federativa do
Brasil, de isenções de tributos estaduais e municipais, ou seja, fora da competência da União.
Sabemos que não pode um estado conceder isenção sobre um imposto municipal, ou um
município instituir isenção do IPVA estadual, por exemplo. Estaríamos diante de um caso de
isenção heterônoma, quando o ente tributante diverso daquele que tem competência para ins-
tituir o tributo concede alguma isenção. É uma situação vedada, proibida em nosso sistema
tributário.
Mas a situação apresentada na questão é bem diferente. A União, ao celebrar o acordo inter-
nacional, agiu em nome da República Federativa do Brasil, Estado soberano, pessoa jurídica
de direito internacional público. Esta sim é autorizada a conceder isenções sobre tributos fede-
rais, estaduais ou municipais. Vamos ver um trecho do julgado que a banca utilizou para criar
a questão:
A cláusula de vedação inscrita no art. 151, inciso III, da Constituição - que proíbe a concessão
de isenções tributárias heterônomas - é inoponível ao Estado Federal brasileiro (vale dizer,
à República Federativa do Brasil), incidindo, unicamente, no plano das relações institucio-
nais domésticas que se estabelecem entre as pessoas políticas de direito público interno.
(...) Nada impede, portanto, que o Estado Federal brasileiro celebre tratados internacionais
que veiculem cláusulas de exoneração tributária em matéria de tributos locais (como o ISS,
p. ex.), pois a República Federativa do Brasil, ao exercer o seu treaty-making power, estará
praticando ato legítimo que se inclui na esfera de suas prerrogativas como pessoa jurídica
de direito internacional público, que detém - em face das unidades meramente federadas -
o monopólio da soberania e da personalidade internacional. (RE 543.943)
Certo.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Diante de toda a explicação da questão anterior, ficou claro que o acordo não é inconstitucio-
nal, uma vez que não é a União que institui uma isenção heterônoma, mas sim a República
Federativa do Brasil, soberana, apenas representada pela União.
Errado.
Não há hierarquia entre leis ordinárias tributárias federais, estaduais e municipais. Há apenas a
delimitação das competências de cada ente político, mas não se pode falar em hierarquia entre
leis. Não existe nem mesmo hierarquia entre leis complementares e leis ordinárias, em regra.
Uma lei ordinária não pode tratar sobre assunto reservado à lei complementar, mas nesse
caso a lei ordinária será considerada inconstitucional, e não subordinada hierarquicamente à
lei complementar. O mesmo ocorre entre leis de esferas diferentes. Grave isso: não existe hie-
rarquia na situação apresentada.
Errado.
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
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Legislação Tributária
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalida-
des, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
Da mesma forma que as medidas provisórias, as leis delegadas também não podem tratar de
matéria reservada à lei complementar. A previsão constitucional está no art. 68:
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os
de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:
I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
Errado.
Primeira coisa que precisa estar bem clara nesse ponto do curso: tributos e multas não se con-
fundem. Multa NÃO é tributo, pois tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada (CTN, art. 3º).
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Segundo ponto: várias matérias estão expressamente submetidas ao princípio da reserva le-
gal, exigindo lei que as estabeleça, veja:
A questão fala em multa tributária, ou seja, uma penalidade por uma ação ou omissão con-
trária a um dispositivo legal. Portanto, essa obrigação deve ser instituída por lei, nunca por
decreto do executivo.
Errado.
Muita atenção aqui. Em uma leitura rápida, podemos inferir que a questão está se referindo
aos convênios do CONFAZ, certo? Os convênios do CONFAZ tratam de benefícios fiscais rela-
cionados ao ICMS, relembre:
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Legislação Tributária
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Portanto, os convênios celebrados entre os entes federativos têm natureza de normas comple-
mentares, consideradas fonte formal secundária do Direito Tributário, pois complementam as
normas primárias que efetivamente inovam em nosso ordenamento jurídico.
Resumindo:
− Convênios gerais são normas secundárias, adstritos aos limites das normas primá-
rias. Têm previsão no CTN.
− Convênios do CONFAZ são normas primárias, portanto exceção à regra. São normas
primárias, pois têm o poder de conceder benefícios fiscais, ou seja, inovar no ordena-
mento jurídico. Têm previsão na CF.
Certo.
É isso mesmo. Apesar de o CTN ser uma lei ordinária em sentido formal, ela possui o status de
lei complementar. Como assim?
O Código Tributário Nacional foi promulgado pela Lei 5.172/1966 como uma lei ordinária, ou
seja, uma lei “comum”, que tem seu uso menos restrito em relação a leis complementares.
Nascida em 1966, foi posteriormente recepcionada pela Constituição Federal de 1988, de acor-
do com o que a doutrina chama de “teoria da recepção”. Como o novo ordenamento jurídico
criado pela CF/1988 definiu que uma lei complementar deveria regular a matéria, o CTN então
foi recepcionado com status de lei complementar.
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Legislação Tributária
Por isso que se diz que o CTN é uma lei ordinária em sentido formal, mas com status de lei
complementar em sentido material. E, por possuir esse status, suas disposições só podem ser
alteradas por outra lei complementar ou de hierarquia superior, devido à reserva de lei comple-
mentar imposta pela CF.
Certo.
Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções inter-
nacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tribu-
tos e relações jurídicas a eles pertinentes.
Certo.
Questão sobre a vigência de leis. Como regra geral, a legislação tributária aplica-se a fatos
geradores futuros e aos pendentes (CTN, art. 105). Ocorre que o CTN menciona algumas ex-
ceções, veja:
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Logo, é perfeitamente possível a aplicação retroativa da lei em relação à penalidade mais bran-
da sobre ato pendente de julgamento definitivo. Agora vamos analisar o item a ser julgado:
Essa lei não retroage para alcançar prestações de serviço realizadas e sujeitas à incidência do
ISS e infrações tributárias não julgadas e cometidas entre 1º/1/2017 e 1º/9/2017.
Realmente não retroage para aplicação da alíquota maior de ISS, mas retroage na redução em
20% da multa de mora sobre infrações tributárias não julgadas.
Errado.
Não é essa a previsão que consta no CTN. A questão fala em um fato gerador que teve início,
mas que não havia sido concluído, ou seja, um fato gerador pendente. E, quando se trata de
fato gerador pendente, a legislação tributária aplica-se imediatamente. Veja o art. 105
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pen-
dentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos
termos do artigo 116.
Agora sim, temos a exata previsão do CTN. Para fatos geradores pendentes, teremos a aplica-
ção imediata da legislação tributária, sem a necessidade de nenhuma condição.
Certo.
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Questão literal. Basta a análise conjunta dos arts. 100 e 103 do CTN. Vamos esquematizar
para facilitar sua vida:
Art. 100 São normas complementares da Art. 103 Salvo disposição em contrário,
legislação tributária: entram em vigor:
Letra e.
Quando se trata de norma tributária interpretativa, temos sim a aplicação retroativa da legisla-
ção. Primeira parte da questão correta.
Agora, quando falamos em norma mais benéfica sobre infrações, aplica-se a ato ou fato preté-
rito somente para atos não definitivamente julgados. Nesse sentido, ela não se aplica diante
de ato amparado pela imutabilidade da coisa julgada.
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Aqui é interessante fazer um paralelo com o Direito Penal. Nesse ramo do direito, a aplicação
retroativa de lei mais benéfica aplica-se inclusive a atos definitivamente julgados. Imagine
uma pessoa condenada a cumprir 10 anos de pena. Durante o cumprimento de sua sentença,
lei nova define uma duração menor da pena para aquele delito. Assim, o condenado terá sua
pena revista, conforme a previsão mais benéfica da lei.
O mesmo não ocorre no Direito Tributário Penal, pois vimos que a lei nova não vai retroagir aos
atos definitivamente julgados.
Errado.
Mais uma sobre aplicação retroativa da legislação tributária, mas agora temos um caso dife-
rente. Perceba que a situação apresentada na questão diz respeito ao tributo em si, e não à
penalidade. A nova legislação tributária reduziu em 50% o próprio tributo, portanto teremos a
aplicação da regra geral:
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos penden-
tes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos
do artigo 116.
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Assim, é correto concluir que os contribuintes que praticaram fatos geradores sob a vigência
da norma anterior não terão direito ao benefício da nova lei.
Em resumo:
− quando se tratar do tributo em si, a legislação aplicável é a vigente ao tempo da ocor-
rência do fato gerador;
− quando se tratar de aplicação de penalidade menos severa sobre atos não definitiva-
mente julgados, teremos a aplicação da lei nova.
Certo.
Para fixar!
Quando se tratar do tributo em si, a legislação aplicável é a vigente ao tempo da ocorrência
do fato gerador. A alíquota aplicável será a de 2%, independente se lei posterior aumentou ou
diminuiu sua incidência.
Quando se tratar de aplicação de penalidade menos severa sobre atos não definitivamente jul-
gados, teremos a aplicação da lei nova. Portanto, em vez de pagar 50% de multa, o contribuinte
deve pagar apenas 25%, caso não tenha ocorrido o julgamento definitivo.
É exatamente isso o que diz a letra C de forma bem didática e cristalina.
Letra c.
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Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
Errado.
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Legislação Tributária
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
Portanto, uma vez que contribuições sociais são uma espécie de tributo, realmente não é pos-
sível utilizar a analogia para exigir tributo não previsto em lei.
Certo.
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A questão afirma exatamente o disposto no § 1º do art. 108/CTN, mas com outra redação
mais complicada. Compare os textos:
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
Certo.
Na verdade, a tarefa de definir os efeitos tributários cabe à própria legislação tributária, e não
aos preceitos do Direito Civil (privado). Veja o art. 109/CTN:
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo
e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos
tributários.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos
e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para de-
finir ou limitar competências tributárias.
Errado.
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FCC
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c) Errada. A lei complementar é a espécie legislativa competente para dispor sobre conflitos
de competência, em matéria tributária, entre a União, os estados, o Distrito Federal e os muni-
cípios, conforme CF/1988, art. 146, I.
d) Errada. Segundo o art. 146-A, CF/1988, lei complementar estabelecerá critérios especiais de
tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da compe-
tência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.
e) Certa. Nos termos da CF/1988, art. 146, III, c.
Letra e.
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira
mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
Letra b.
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Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais
aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo.
Quanto à alternativa c, preste atenção na CF/1988, art. 24, I, que destaca que o Direito Tributá-
rio é legislado concorrentemente pela União, estados e Distrito Federal.
Letra b.
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Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalida-
des, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
d) Errada. De fato, o art. 112 do CTN prevê que a lei que define infrações e comina penalidades
deve ser interpretada de forma mais favorável ao acusado, em caso de dúvida em relação a de-
terminados elementos, no entanto, não fez nenhuma ressalva quanto ao pobre como descrito
na alternativa:
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira
mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
e) Errada. A situação descrita na alternativa deve ser objeto de lançamento de ofício, que será
visto futuramente no curso, nos termos do CTN, art. 149, VI:
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
...
VI – quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado,
que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária.
Letra c.
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Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções interna-
cionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos
e relações jurídicas a eles pertinentes.
...
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas.
Letra d.
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d) alcança todas as infrações pretéritas desde que a infração tenha sido por descumprimento
de obrigação tributária acessória.
e) poderá retroagir para alcançar infrações pretéritas que ainda não tenham sido notificadas ao
infrator desde que haja expressa disposição legal.
Se uma lei hoje destacar que determinado ato/fato não é mais considerado infração, e o referi-
do ato/fato antes praticado ainda não tiver sido definitivamente julgado, a referida lei aplica-se
a ele, nos termos do CTN, art. 106, II, a:
Diversas bancas
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Legislação Tributária
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
Letra e.
) Errada, tendo em vista que o CTN, art. 108, par. 2º, prevê que “o emprego da equidade não
a
poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido”.
b) Errada, pois o CTN, art. 108, par. 1º prevê que “o emprego da analogia não poderá resultar na
exigência de tributo não previsto em lei”.
c) Errada, pois contraria o art. 109, CTN, o qual dispõe que “os princípios gerais de direito
privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos,
conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.”
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Legislação Tributária
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos
e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para de-
finir ou limitar competências tributárias.
Letra d.
O CTN prevê as normas gerais de Direito Tributário e é formalmente uma lei ordinária, pois foi
editado em 1966 seguindo o processo legislativo da referida lei.
Ocorre que a CF/1988, editada após a publicação do CTN, exigiu que as normas gerais em
matéria tributária fossem previstas por meio de lei complementar, razão pela qual se considera
que o CTN é materialmente lei complementar, recepcionado pela CF/1988, e formalmente lei
ordinária, só podendo ser alterado por meio de lei complementar, pois atualmente é esta espé-
cie legislativa que deve prever sobre as normas gerais tributárias.
Letra c.
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Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo
e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos
tributários.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos
e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para de-
finir ou limitar competências tributárias.
c) Errada, tendo em vista que o CTN, art. 111, III destaca que se interpreta ampliativamente li-
teralmente a legislação tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações
tributárias acessórias.
d) Errada, pois o CTN, art. 112, I, prevê que a lei tributária que define infrações, ou lhe comina
penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao Fisco acusado, em caso de dúvida
quanto à capitulação legal do fato.
e) Errada, pois o CTN, art. 108, par. 2º prevê que o emprego da equidade não poderá resultar na
dispensa do pagamento de tributo devido.
Letra a.
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a) Errada. O CTN, art. 111, II e III prevê que se interpreta extensivamente literalmente a legisla-
ção tributária que disponha sobre outorga de isenção ou dispensa do cumprimento de obriga-
ções tributárias acessórias.
b) Certa, conforme art. 109, CTN.
c) Errada, pois o art. 110, CTN, destaca que a lei tributária não pode alterar o conteúdo de ins-
titutos de Direito Privado utilizados expressa ou implicitamente pela Constituição Federal para
limitar competências tributárias:
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos
e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para de-
finir ou limitar competências tributárias.
d) Errada. Segundo o art. 108, CTN, na ausência de disposição expressa, a autoridade compe-
tente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada, a ana-
logia, os princípios gerais de direito público tributário, os princípios gerais de direito tributário
público e a equidade.
e) Errada, pois o art. 108, par. 2º, CTN, na integração da legislação tributária, o emprego da
equidade não poderá resultar na dispensa do tributo devido.
Letra b.
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a) Certa. De acordo com o art. 105, CTN, a legislação tributária aplica-se imediatamente aos
fatos geradores futuros e aos pendentes.
Quanto aos fatos geradores pendentes, consideram-se aqueles cuja ocorrência tenha tido iní-
cio, mas não esteja completa.
b) Errada. O art. 108, CTN, destaca que na ausência de disposição expressa, a autoridade com-
petente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente:
(i) a analogia;
(ii) os princípios gerais de direito tributário,
(iii) a equidade os princípios gerais de direito público;
(iv) a equidade.
c) Errada, pois o art. 109, CTN, prevê que os princípios gerais de Direito Privado utilizam-se para
pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, bem
como mas não para a definição dos respectivos efeitos tributários.
d) Errada. Segundo o CTN, art. 111, I, se interpreta de forma ampla literal a legislação tributária
que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário.
e) Errada. Conforme o CTN, art. 112, I a lei tributária que define infrações, ou lhe comina pena-
lidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao sujeito ativo acusado, em caso de dúvida
quanto à capitulação legal do fato.
Letra a.
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Não havendo disposição expressa sobre determinado assunto, o art. 108, CTN, destaca que
a autoridade competente para aplicar a legislação tributária deverá utilizar, nesta ordem
sucessiva:
(i) a analogia;
(ii) os princípios gerais de direito tributário;
(iii) os princípios gerais de direito público;
(iv) a equidade.
Letra d.
a) Errada, tendo em vista que o art. 109, CTN, prevê que os princípios gerais de direito privado
são utilizados para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, concei-
tos e formas, inclusive, mas não para a definição dos respectivos efeitos tributários.
b) Certa. O referido assunto é objeto da aula de obrigação tributária, e está conforme o art. 113,
par. 3º, CTN.
c) Errada. Como estudado na aula em que conceituamos o tributo, ele não constitui sanção de
ato ilícito, conforme art. 3º, CTN.
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d) Errada. Segundo o art. 106, I, CTN, a lei tributária nova pode retroagir, quando for expressa-
mente interpretativa, inclusive exceto para aplicação de penalidade:
Letra b.
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GABARITO
1. a 21. E 41. b
2. c 22. E 42. b
3. c 23. C 43. c
4. a 24. C 44. d
5. d 25. C 45. a
6. a 26. E 46. d
7. d 27. E 47. b
8. b 28. C 48. d
9. E 29. e 49. b
10. E 30. E 50. a
11. C 31. C 51. e
12. E 32. c 52. d
13. E 33. E 53. c
14. C 34. E 54. a
15. E 35. C 55. b
16. C 36. C 56. a
17. E 37. E 57. d
18. E 38. C 58. b
19. C 39. e 59. b
20. E 40. b
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Querido(a) aluno(a), esperamos que você esteja assimilando bem o conteúdo e revisando
as questões erradas e os dispositivos legais já cobrados, para que no dia da sua prova você
identifique com clareza o gabarito!
Conte conosco! Estamos disponíveis no Fórum de Dúvidas!
Abraço,
Diego Degrazia e Lis Ribas.
Diego Degrazia
Professor em cursos para concursos em Porto Alegre e em cursos online. Jornalista. Graduando em Direito.
Atualmente, é auditor-fiscal da Receita Estadual/RS (ICMS-RS), aprovado em 24º lugar no concurso de
2009. Foi assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda, aprovado em 12º lugar. Foi também
aprovado em 1º lugar no concurso de analista de Orçamentos do Ministério Público da União. É o fundador
do Grupo de Estudos do Degrazia, no Facebook, comunidade que reúne mais de 11 mil concurseiros de
todo o País. Orientador de alunos, ajudou diretamente na aprovação de diversos alunos nos principais
concursos fiscais do País, em especial na 1º colocação do ICMS-SC.
Lis Ribas
Especialista em Direito Tributário pela Universidade Federal da Bahia (2014) e graduada em Direito pelo
Centro Universitário Jorge Amado (2011). Aprovada nos concursos de auditor do TCE-RS e de auditor do
TCM-BA.
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