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Unidade II: Dos recursos constitucionais

Recurso ordinário constitucional (teórico)

1. DEFINIÇÃO E CABIMENTO:
O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça, em geral,
possuem competência recursal de natureza extraordinária, característica
comum a órgãos de sobreposição, uniformizadores de jurisprudência.
Assim, os recursos que lhe são dirigidos costumam possuir
fundamentação vinculada (extraordinário e o especial, por exemplo), não
estando aptos a discutir qualquer espécie de erro ou vício do julgamento.
Em outras palavras, não encerram uma reanálise fática, um juízo de justiça
ou injustiça da decisão.
Mas o recurso ordinário constitucional é exceção à regra. Constitui ele um
recurso que devolve a matéria de fato e de direito à reapreciação pelo STF
ou STJ. É um recurso de fundamentação livre, bastando que se configure
a clássica sucumbência, sem necessidade de repercussão geral,
prequestionamento, divergência jurisprudencial ou qualquer outro
requisito típico dos recursos extraordinários lato sensu.
O recurso ordinário constitucional está previsto nos arts. 102, II, e 105, II,
da Constituição Federal de 1988, e regulamentado pelos arts. 1.027 e 1.028
do CPC vigente. Visa a submeter direito subjetivo violado, comprovado por
matéria de direito e de fato à apreciação do Supremo Tribunal Federal ou
do Superior Tribunal de Justiça. Todavia, há casos em que o recurso
ordinário constitucional é interposto em face de decisão de juiz federal de
primeira instância.

O STF e o STJ, no recurso ordinário constitucional, funcionam como


segundo grau de jurisdição. Nesse recurso a parte pode pleitear o
reexame da prova, discutir a justiça da decisão etc.

O recurso ordinário constitucional tem suas hipóteses de cabimento


delimitadas no texto constitucional (arts. 102, II, e art. 105, II, CF). No plano
infraconstitucional está regulado pelos arts. 1.027 e 1.028 do CPC/15.

2. HIPÓTESES DE CABIMENTO PERANTE AO STF


O recurso ordinário constitucional para o STF é interposto de decisões
denegatórias proferidas em habeas corpus, mandado de segurança
(individual e coletivo), habeas data e mandado de injunção (individual e
coletivo) decididos em única instância pelos Tribunais Superiores (STJ,
STM, TSE e TST). Também será cabível para reformar a decisão proferida
pelo juiz federal (primeira instância) em processo que verse sobre crime
político, pouco importando, aqui, se a sentença condena ou absolve o réu
(art. 109, IV, CF). ou seja, são os casos de competência originária dos
Tribunais Superiores, e o STF será o segundo grau de jurisdição.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda


da Constituição, cabendo-lhe:
(...)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o
mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais
Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
(...)

Alerta-se que apenas os impetrantes dos referidos remédios


constitucionais, caso seja denegatória a decisão, poderão interpor o
recurso ordinário constitucional previsto no art. 102, II, a, da CRFB/88.
Na hipótese da alínea “a” temos o exercício da competência originária por
um dos Tribunais Superiores que, ao julgarem mandado de segurança,
habeas corpus, habeas data ou mandado de injunção, proferem decisão
denegatória, permitindo que contra essa decisão possa a parte valer-se do
recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal.
É importante se atentar, primeiro, para o fato de que o cabimento só restará
configurado se a decisão for denegatória. É um recurso que privilegia,
flagrantemente, o indivíduo em face do Estado, pois garante ao impetrante
a chance de rever a decisão denegatória, mas não confere ao impetrado
destas ações fazer o mesmo, porque quando a decisão for concessiva da
segurança, em regra, caberá apenas recurso extraordinário, se presentes
todos os seus pressupostos de cabimento.
Ademais, a locução decisão denegatória quer significar que o recurso
ordinário constitucional somente é cabível de decisões consubstanciadas
em acórdão, e que objetivamente ponham fim ao mandado de segurança,
ao habeas corpus, mandado de injunção ou habeas data. Não cabe, por
exemplo, de acórdão que simples deneguem a liminar.
O recurso deve ser interposto no prazo de quinze dias, e inexiste sua
modalidade adesiva. O recurso é interposto perante o Presidente ou Vice-
Presidente do Tribunal Superior recorrido, e sua folha de razões é
endereçada ao Supremo Tribunal Federal.
Na hipótese do crime político (alínea “b”), o recurso é interposto no
primeiro grau de jurisdição, endereçado à Vara Federal na qual o processo
tramita e sua folha de razões endereçada ao Supremo Tribunal Federal.
A peça de interposição será endereçada aos Tribunais Superiores, na
Consequência hipótese da alínea "a". Em se tratando de crime político
(alínea "b"), prática a peça será endereçada ao Juiz Federal de primeiro
grau. Em ambos os casos a folha de razões será endereçada ao STF.

3. HIPÓTESES DE CABIMENTO PERANTE AO STJ


São três as hipóteses de cabimento do recurso ordinário constitucional
para o STJ. As decisões recorridas serão proferidas pelos Tribunais dos
Estados, do Distrito Federal ou Tribunais Regionais Federais, havendo
também uma hipótese em que a decisão recorrida é proferida pelo juiz
federal de primeiro grau.
1. A primeira se dá com o julgamento do habeas corpus, em única ou
última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão for denegatória. Nesse caso, a parte poderá valer-se do
recurso ordinário constitucional para o STJ, não importando se o
Tribunal o julgou no exercício de sua competência originária ou não.
2. Já a segunda hipótese exige, além da decisão denegatória (comum
no ROC para o STF e STJ), que o processo tenha sido julgado pelos
Tribunais Regionais Federais ou Tribunais de Justiça, inclusive do
Distrito Federal, no exercício de sua competência originária. É o caso
das decisões proferidas no mandado de segurança.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal De Justiça:


a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito
Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito
Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

No caso de recurso ordinário interposto junto ao STJ em sede de habeas


corpus, das decisões denegatórias proferidas pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal, o prazo para
interposição é de cinco dias, conforme o art. 30 da Lei n. 8.038/90, não
havendo recolhimento do preparo e custas, em razão da gratuidade da ação
original.
Nos casos de recursos ordinários interpostos junto ao STJ, do art. 105, II,
b e c, da CRFB/88, o prazo é de 15 dias, conforme o art. 1.003, § 5º, do CPC,
havendo a necessidade de recolhimento do preparo e das custas com o
porte de remessa e retorno.
3. Além destas hipóteses, o recurso ordinário será cabível das
decisões proferidas pelo juiz federal (art. 109, II, CF), nas causas em
que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo
internacional e, do outro, Município ou pessoa residente ou
domiciliada no País. Nesse caso, o recurso ordinário será cabível
contra a própria sentença, e não contra um acórdão:
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo
internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou
domiciliada no País;

Note que dentre as hipóteses de cabimento do Recurso Ordinário para o


STJ não há menção ao habeas data e ao mandado de injunção. A decisão
denegatória proferida em habeas data, por tribunal no exercício de sua
competência originária, por exemplo, desafia recurso especial, se
preenchidos os demais requisitos, mas não autoriza o manejo do recurso
ordinário.
A peça de interposição será endereçada aos Tribunais Regionais
Federais, Tribunais dos Estados e do Distrito Federal, nas hipóteses das
alíneas "a" e "c". Se se tratar de crime em causas que tenham, de um
lado, Estado Estrangeiro ou Organismo Internacional e, de outro,
Município ou Pessoa residente ou domiciliada no País (alínea V), a peça
será endereçada ao Juiz Federal de primeiro grau. Em todos os casos a
folha de razões será endereçada ao STJ.

A alínea “c” de fato constitui uma causa bastante atípica, tal como acontece
com o recurso ordinário em crime político, no STF. O processamento é per
saltum. Da sentença caberá recurso ordinário diretamente para o STJ.
Cumpre destacar que a nacionalidade da pessoa pouco importa para o
cabimento do recurso, uma vez que a Constituição Federal apenas exigiu
a configuração de seu domicílio no território nacional.
Importante destacar na hipótese da alínea “c” as decisões interlocutórias
proferidas pelo juiz de primeira instância são atacadas por agravo de
instrumento, se previstas no art. 1.015 do CPC/15, interposto diretamente
perante o STJ (art. 1.027, §1°, CPC/15).
4. PROCEDIMENTO
• O recurso deve ser apresentado ao presidente ou vice-presidente do
Tribunal a quo, conforme dispuser o regimento interno, ou então ao
juiz de primeiro grau, nas hipóteses já mencionadas. O juízo a quo
oportunizará a apresentação de contrarrazões e remeterá os autos
ao respectivo tribunal superior, independente de juízo de
admissibilidade.
• O prazo é, em regra, de quinze dias.
• Após a distribuição, os autos serão enviados ao Ministério Público
para vista no prazo de cinco dias (arts. 31 e 35, Lei n° 8.038/90).
• Pode o relator indeferir de plano o recurso desde que o enquadre em
alguma das situações previstas nos incisos III, IV e V do art. 932 do
CPC/15. Se não for caso de indeferimento liminar, o relator pedirá dia
para julgamento.
• Por fim, não cabe recurso ordinário constitucional da decisão de
plenário ou órgão especial do tribunal recorrido em julgamento de
incidente de constitucio- nalidade, conforme Súmula 513 do STF: “A
decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou
extraordinário não é a do plenário, que resolve incidente de
inconstitucionalidade, mas a do órgão (Câmaras, Grupos, Turmas)
que completa o julgamento do feito”.
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
COMPETÊNCIA Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça.
- Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do.... (nome do
Tribunal Superior);
- Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Tribunal de
Justiça....;
ENDEREÇAMENTO
- Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal Presidente do
Tribunal Regional Federal da....Região;
- Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da...Vara Federal da
Seção Judiciária de...
LEGITIMIDADE ATIVA Recorrente (total ou parcialmente sucumbente).
LEGITIMIDADE PASSIVA Recorrido.
Arts. 102, II, e 105, II, CF; art. 1.027 e seguintes, CPC/15; Lei n°
FUNDAMENTO LEGAL
8.038/90 (arts. 30-35).
Tendo em vista o preenchimento de todos os requisitos de
admissibilidade recursais, seja admitido o presente recurso nos
seus regulares efeitos;
- a intimação do recorrido para apresentar contrarrazões no prazo
REQUISITOS / PEDIDOS de quinze dias;
- intime-se o representante do Ministério Público para opinar no
prazo de cinco dias (art. 35 da Lei n° 8.038/90);
- seja conhecido e, no mérito, provido o recurso ordinário, para o fim
de reformar a decisão denegatória da segurança.
Preliminar: Poderá haver um tópico de preliminar atacando todas as
decisões interlocutórias existentes no processo e não atacáveis por
agravo de instrumento.
PARTICULARIDADES
- Não há prequestionamento, nem repercussão geral. 0 debate
comporta a discussão dos fatos e do direito. Há duas hipóteses em
que o recurso será dirigido ao juízo de primeiro grau.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE...

Mandado de Segurança... (Processo n.: ...)

TÍCIO, já qualificado nos autos do mandado de


segurança que impetrou em face de ato do
GOVERNADOR DO ESTADO..., já qualificado, vem à
presença de Vossa Excelência, com supedâneo na
alínea "b", inciso II, art. 105 da Constituição Federal,
interpor RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL,
nos termos das razões anexas.
Requer seja a remessa dos presentes autos ao Egrégio Superior Tribunal de
Justiça.
Requer, ainda, a intimação do recorrido para, querendo, apresentar contras-
razões ao recurso, bem como a juntada das custas de preparo.
Termos em que pede deferimento.

Local e data...
ADVOGADO...
OAB...
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RAZÕES DE RECURSO
ORDINÁRIO

Recorrente: Tício
Recorrido: Governador de Estado...

Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,

I - HISTÓRICO PROCESSUAL
O Recorrente, inconformado com ato praticado pelo Governador do seu Estado
de origem, que negou acesso a elementos que permitissem a certificação de
situações capazes de gerar ação popular, impetrou Mandado de Segurança
perante o Tribunal de Justiça local, órgão competente de forma originária, para
conhecer e julgar a questão, tendo a segurança sido denegada.
II - DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO
A decisão recorrida, conforme se depreende dos autos, foi publicada no
dia.../.../.... O presente recurso foi apresentado no dia .../.../..., portanto,
interposto tempestivamente.
Buscando exercer direito líquido e certo presente no inciso XXXIII do art. 5o da
CF, o Recorrente impetrou mandado de segurança em face de ato praticado pelo
Governador e corretamente o direcionou ao Tribunal de Justiça Estadual,
competente, de forma originária, para solucionar a questão (simetria
constitucional, interpretação do art. 102, I, "d").
Como a decisão foi denegatória da segurança, incide, na hipótese, o disposto na
alínea "b" inciso II do art. 105 da CF, que confere ao STJ julgar, recurso,
ordinário, os mandados de segurança quando for denegatória a decisão de
Tribunal no exercício de sua competência originária.
Frise-se que o art. 18, da própria lei do mandado de segurança (Lei n°
12.016/99), reafirma o cabimento da medida, fazendo-o de forma a ratificar o
disposto na alínea "a", inciso II do art. 1.027 do CPC/15, diploma que também
fornece regras de aplicação subsidiária ao presente recurso, presentes no art.
1.009 e ss. (apelação), por expressa disposição do art. 34 da Lei n° 8.038/90.
III - DAS RAZÕES RECURSAIS
Dentre os direitos e garantias fundamentais previstos no art. 5o da CF, encontra-
-se um dos corolários do Estado Democrático de Direito, qual seja o direito que
detém o particular de receber informações dos órgãos públicos, relativas a seu
interesse particular ou coletivo:
Constituição Federal Art. 5o [...]
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Note-se que o legislador constituinte originário também fixou, no inciso XXXIV,
do mesmo artigo, a garantia de petição aos Poderes Públicos,
independentemente do pagamento de taxas, contra atos de ilegalidade ou abuso
de poder.
Com efeito, inexistindo exceção plausível apta a configurar sigilo necessário à
segurança do Estado, não pode a autoridade pública negar o acesso a
informações que a própria Constituição Federal confere publicidade mediante
simples requerimento.
Ao negar o acesso às informações a autoridade agiu com abuso de autoridade
e poder, contrariando, inclusive, princípios constitucionais previstos no art. 37,
caput, da CF, sobretudo a publicidade, moralidade e legalidade.
O recorrente pretende obter tais informações para avaliar a pertinência de
ingresso com uma ação popular. Sabe-se que tal remédio constitucional, previsto
no inciso LXXIII, art. 5.° da CF, visa anular ato lesivo ao patrimônio público, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
decorrendo daí a importância de acesso às informações.
Por tais razões, e considerando o princípio da inafastabilidade da jurisdição,
presente no inciso XXXV, art. 5o, da CF, insurge o Recorrente pela reforma da
decisão denegatória da segurança, porquanto é indubitável a violação de direito
fundamental, líquido e certo, consoante já demonstrado.
IV - DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:
a) Tendo em vista o preenchimento de todos os requisitos de admissibilidade
recursais, seja admitido o presente recurso nos seus regulares efeitos;
b) A intimação do recorrido para apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias;
(art. 33 da Lei n° 8.038/90);
c) A intimação do representante do Ministério Público;
d) A juntada das custas de preparo e porte de remessa e retorno dos autos;
d) Seja conhecido e, no mérito, provido o recurso ordinário, para o fim de
reformar a decisão denegatória da segurança.
Termos em que pede deferimento.

Local e data...
ADVOGADO...
OAB...
Recurso especial e extraordinário (teórico)

1. CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS


O ordenamento jurídico deve prestar obediência ao conceito básico de que a
aplicação do direito há de ser igual para todos e evitar, na medida do possível,
as divergências e antagonismos verificados entre as decisões dos Tribunais.
Para desempenhar essa tarefa, valemo-nos de dois expedientes: o incidente de
resolução de demandas repetitivas (art. 976, CPC/15) e os recursos
extraordinários lato sensu (especial e extraordinário).
São meios excepcionais de impugnação e não servem ao reexame da
causa, papel afeto aos recursos comuns (apelação ou agravo de
instrumento). Neles se discute a questão exclusivamente de direito, por isso
são denominados recursos extraordinários ou de estrito direito.
São comuns os recursos que comportam exame da matéria de fato nas
plataformas do duplo grau de jurisdição e excepcionais os recursos de
questão de direito que projetam a causa para fora da segunda instância.

A apelação devolve ao tribunal toda a matéria impugnada bem como as


questões de fato e de direito suscitadas e discutidas no processo ainda
que a sentença não as tenha julgado por inteiro (art. 1.013, CPC/15). Já os
recursos especial e extraordinário só têm por fundamento nas questões de
direito especificadas na própria constituição (recursos de fundamentação
vinculada) desde que a transgressão aos dispositivos nela indicados tenha
ocorrido no tribunal de origem, onde as questões foram ventiladas.
Os recursos de estrito direito não visam meramente à correção da
injustiça da decisão recorrida. São recursos essencialmente voltados ao
controle da aplicação da lei e não sobre os fatos da causa.

É por isso que não basta a demonstração da injustiça (direito subjetivo). É


preciso que esta injustiça esteja veiculada em uma das hipóteses do
recurso especial ou extraordinário hospedadas nos arts. 102 e 105 da CF
(direito objetivo).
Ademais, como as decisões do Supremo Tribunal Federal, e dos Tribunais
Superiores não vinculam, em regra, os órgãos inferiores (exceção feita ao
controle concentrado etc.), estes estão livres para a apreciação dos fatos e a
aplicação do direito que melhor lhe aprouver. Mas isso pode gerar casos iguais
com resultados diferentes.
Embora careçam de força vinculante as decisões dos Tribunais Superiores
exercem importante função paradigmática na medida em que estimulam aos
órgãos inferiores e seguir o posicionamento ali firmado (também chamada de
função persuasiva). Evidente que hoje há uma série de mecanismos para
estimular a uniformização vertical dos precedentes, em especial a necessidade
de observância contida no art. 927 do CPC/15.

2. CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL


O recurso especial é um recurso constitucional, previsto no art. 105, III, da
CRFB/88, e consiste em um tipo de recurso não ordinário que visa a
analisar aspectos bem específicos de matéria de direito, não se
envolvendo em questões de matéria de fato. Seu trâmite processual está
previsto nos arts. 1.029 a 1.035 do CPC e nos arts. 255 a 257 do Regimento
Interno do STJ.
A função do recurso especial é a manutenção da unidade e da autoridade
da lei federal, interpretada por diversos órgãos judiciários na Federação, que
porventura possam estar deturpando a correta interpretação da norma
emanada da esfera federal.
O motivador da interposição de recurso especial é justamente a controvérsia
em relação à legislação federal, não havendo preocupação neste recurso
com questões de fato, ou de direito estadual, ou distrital, ou municipal.

A Constituição Federal de 1988 criou o Superior Tribunal de Justiça e o


entregou a missão de desafogar o Supremo e zelar pela integridade e
uniformização da interpretação do direito federal infraconstitucional,
fazendo-o mediante o julgamento do recurso especial.
O art. 105, III, da CF estabelece o cabimento de recurso especial nas “causas
decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 'Territórios,
quando a decisão recorrida... (...)”.
Anote-se, portanto, que o recurso especial é cabível das decisões dos tribunais
de justiça, dos tribunais regionais federais, bem como os tribunais de justiça
militar.
À luz do texto constitucional não cabe recurso especial contra decisão
proferida por juiz de primeiro grau, até mesmo quando a decisão não
puder ser impugnada mediante recurso algum para o tribunal. Também
não cabe recurso especial contra decisão proferida pelo colégio recursal
em sede de juizado especial, por se tratar de um não tribunal (Súmula
203 do STJ).
Por fim, a Súmula 518 do STJ determina que “Para fins do art. 105, III, a, da
Constituição Federal, não é cabível recurso especial fundado em alegada
violação de enunciado de súmula”.
a) decisão que contrariar tratado ou lei federal ou negar-lhes vigência;
Lei federal para fins de recurso especial é a lei infraconstitucional editada
pela União. Tanto a lei como portaria, decretos e regulamentos de seu
interesse. Os Tratados Internacionais, quando ratificados pelo Congresso
Nacional, são também sujeitos a recurso especial (arts. 49,1, e 84, VIII, da
CF).
Note-se que o termo “contrariar” pressupõe toda e qualquer forma de
ofensa ao texto legal, seja não a aplicando seja aplicando de forma errônea.
Compreende, como se vê, a própria expressão “negar-lhes vigência”.
b) decisão que julgar válido ato de governo local contestado em face de lei
federal;
A EC 45 alterou a alínea “b” de tal forma que compete ao STJ dirimir o
conflito que envolva um ato normativo ou executivo (e não mais lei) de
governo local (estadual ou municipal) em face de uma lei federal (O
confronto de duas leis de entes federados diversos é objeto de recurso
extraordinário).
A expressão julgar válido remete à necessidade de um contraste entre o
ato do governo e a lei federal, pois se acolhido o ato, a lei restou afrontada.
Assim só há cabimento quando o tribunal de origem decide em favor da
legalidade do ato de governo local.
c) decisão que der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja
atribuído outro tribunal;
É hipótese de cabimento do recurso especial por divergência
jurisprudencial entre diferentes tribunais. A função nesse caso é
uniformizar a jurisprudência dos tribunais do país acerca da interpretação
da lei federal.
Deve-se demonstrar a divergência aduzindo que o acórdão recorrido está
dissentindo do acórdão paradigma (acórdão de outro tribunal) juntando
cópia ou citação do repositório de jurisprudência, considerando-se o
processo eletrônico (art. 1.029, §1°, CPC/15). Incumbe ao recorrente
proceder ao confronto analítico do julgado recorrido e do julgado
paradigma.
Há certa superposição entre a alínea a e c, já que se o acórdão não deu a
melhor interpretação à lei federal, por certo a ofendeu. Não se pode deixar
de dizer então que esta alínea é um reforço da alínea ‘a. A diferença é que
nesse caso a constatação de violação da lei federal é objetivamente inferida
pela apresentação dos acórdãos destoantes (motivo que levou a criar uma
hipótese autônoma).
COLETÂNEA DE SÚMULAS
Súmula 7. A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso
especial.

Súmula 13. A divergência entre julgados do mesmo tribunal não enseja


recurso especial.

Súmula 83. Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando


a orientação do tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão
recorrida.

Súmula 86. Cabe recurso especial contra acordão proferido no


julgamento de agravo de instrumento.

Súmula 126. É inadmissível recurso especial, quando o acordão


recorrido assenta em fundamentos constitucional e infraconstitucional,
qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não
manifesta recurso extraordinário.

Súmula 203. Não cabe recurso especial contra decisão proferida por
órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.

3. CABIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO


O recurso extraordinário é um recurso constitucional previsto no art. 102,
III, a, b, c, d, da CRFB/88. Sua regulamentação está nos arts. 1.029 a 1.035
do CPC, e arts. 321 a 329 do Regimento Interno do Supremo Tribunal
Federal.
A finalidade do recurso extraordinário é manter a unidade e a supremacia
constitucional. O recurso extraordinário é competência do STF, e só
subirá depois de esgotados todos os recursos ordinários admissíveis
(Súmula 281 do STF).

O fato de a Constituição limitar o cabimento de recurso especial às


decisões de “tribunal” fez com que a jurisprudência dos tribunais
superiores fixasse o entendimento que o recurso extraordinário poderia
ser interposto contra qualquer decisão jurisdicional, ainda que não seja de
tribunal (Súmulas 640 do STJ e 203 do STJ).
Para restar configurada a hipótese de cabimento do recurso extraordinário
é irrelevante que o julgado impugnado tenha sido proferido por tribunal,
importando-nos a prévia interposição de todos os recursos processuais
cabíveis no caso de caráter jurisdicional.
Cabe recurso extraordinário contra decisão do colégio recursal, pois a
lei não exige que a decisão tenha sido proferida por tribunal.
Atenção, pois, "não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida
no processamento de precatórios" (Súmula 733, STF), nem contra
acórdão proferido por plenário ou órgão especial de tribunal a quo em
julgamento de incidente de inconstitucionalidade (art 948, CPC/15).

a) decisão recorrida que contraria dispositivo da CF;


Apenas se admite a contrariedade direta, frontal, não sendo cabível o
extraordinário por ofensa indireta ou reflexa à Constituição. Não se admite,
por exemplo, recurso extraordinário contra o princípio da legalidade
quando se pressuponha a análise de legislação infraconstitucional.
Na prática, a parte deve interpor simultaneamente os recursos especial e
extraordinário, alegando, em um, ofensa à lei federal, em outro à
Constituição da República

b) decisão que declara a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;


Quando na decisão recorrida houver o reconhecimento da
inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, cabe recurso extraordinário.
A inconstitucionalidade pode ser tanto material (conteúdo da norma) como
formal (vício na edição da norma). Cabe ao STF, como guardião da
Constituição Federal, dar a última palavra quando o assunto é a
constitucionalidade.
Apenas ressalte-se que a declaração de inconstitucionalidade pode ser
feita pelo juízo singular e, no tribunal, depende da maioria absoluta de
votos dos membros do tribunal ou órgão especial (cláusula de reserva de
plenário, art. 97 da CE Súmula vinculante 10 e arts. 948 a 950, CPC/15).
c) decisão que julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
da Constituição;
Nesse caso a decisão recorrida privilegiou a lei ou ato local em detrimento
d* própria Constituição Federal. Assim o Recurso Extraordinário tem
aplicabilidade para defesa da Lei Fundamental. Nesses casos houve uma
situação de contrariedade ou de negativa de vigência da lei maior, pois a
norma local é de duvidosa constitucionalidade.
Ato de governo local quer dizer leis, portarias, decretos etc. Abrange tanto
legislação estadual como municipal. A expressão “ato de governo local”
alcança os atos oriundos do poder executivo e legislativo.
d) decisão que julgar válida lei local contestada em face da lei federal;
Por se tratar de um conflito de leis, e a outorga de competências ser feita
pela Constituição Federal (arts. 22, 23, 24 e 30 I), cabível o recurso
extraordinário. Se há um conflito entre a competência local (estadual ou
municipal) e a competência da federação, a questão é constitucional, pois
a disciplina da competência dos entes federativos é típica matéria
constitucional.

Súmula 279. Para simples reexame de prova não cabe recurso


extraordinário.

Súmula 280. Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário.

Súmula 281. É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na


Justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada.

Súmula 282. É inadmissível o recurso extraordinário, quando não


ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada.

Súmula 283. É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão


recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não
abrange todos eles.

Súmula 284. É inadmissível o recurso extraordinário, quando a


deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da
controvérsia.

Súmula 640. É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida


por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de
juizado especial cível e criminal.
Súmula 728. É de três dias o prazo para a interposição de recurso
extraordinário contra decisão do tribunal superior eleitoral, contado,
quando for o caso, a partir da publicação do acórdão, na própria sessão
de julgamento, nos termos do art. 12 da Lei n. 6.055/74, que não foi
revogado pela Lei n. 8.950/94.

Súmula 735. Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere
medida liminar.

4. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS

Há pressupostos tipificados constitucionalmente (prévio exaurimento das


instâncias ordinárias, devolução da matéria de direito, repercussão geral),
e outros tipificados pela legislação infraconstitucional (prequestionamento,
indicação expressa do artigo de lei violado e impugnação de todos os
fundamentos).
A Repercussão Geral, como veremos adiante, é específica do Recurso
Extraordinário.
a) Prévio exaurimento das instâncias ordinárias;
Pela sua natureza excepcional, os recursos de estrito direito só terão
cabimento quando exaurida a possibilidade de interposição de recursos
ordinários. São cabíveis em causas decididas em “única” ou “última instância”.
A expressão “causas decididas” pressupõe decisão final, exauridos os
recursos possíveis, seja qual for a natureza do processo (execução,
conhecimento, cautelar...), a qualidade da decisão (mérito, sem mérito...)
ou o tipo de jurisdição (contenciosa ou voluntária).
b) Não servem para revisão da matéria de fato;
Os recursos extraordinário e especial por sua natureza e finalidade, não
servem para a mera revisão da matéria de fato analisada nas instâncias
ordinárias, pois nesse aspecto, não existe questão federal ou
constitucional a ser analisada.
c) Da repercussão geral (exclusivamente para o Recurso Extraordinário);
Constitui-se em um filtro para que somente algumas causas sejam
submetidas ao Supremo Tribunal Federal. Privilegiam-se causas que possam
causar impacto à coletividade, que extrapolem os limites subjetivos da lide (art.
102, § 3o, CF, e art. 1.035, CPC/15).
A Repercussão geral é um pressuposto de cabimento do recurso
consubstanciado na exigência de que o recorrente demonstre a relevância
da questão constitucional veiculada no recurso extraordinário, sob o
prisma econômico, político, social ou jurídico a fim de ensejar o
conhecimento do recurso pelo Supremo Tribunal Federal, em razão de
interesse superior da preservação do direito objetivo.

O recorrente deverá demonstrar a repercussão em preliminar do recurso


(arts. 1.035, § 2.°, e 938, CPC/15) para apreciação exclusiva do STF.

Os critérios para a apuração de repercussão geral (tanto a sua definição


como os critérios propriamente) são subjetivos, já que os Ministros do
Supremo Tribunal Federal têm liberdade na apuração da relevância social,
econômica, política ou jurídica da questão federal de índole constitucional.
Mas se presume a existência de Repercussão Geral sempre que o recurso
impugnar decisão contrária à súmula ou jurisprudência dominante do
tribunal Esse caso não é um requisito subjetivo como os demais, mas objetivo.
A Repercussão Geral fomenta a verticalização das decisões judiciais e
racionaliza a atividade judicial. Trata-se de um filtro que impede que o STF
se torne uma terceira ou quarta instância. A definição do que vem a ser
repercussão geral, é encontrada no § Iº do art. 1.035 assim ‘questões relevantes
do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os
limites subjetivos do processo.
Anote-se, ademais, que a análise da repercussão geral tem de ser
examinada em sessão pública com julgamento motivado (art. 93, IX, da CF).
A competência é exclusiva do plenário do STF que só poderá propugnar
pela não existência da repercussão por 2/3 (dois terços) de seus membros,
o que equivale a oito ministros.
O relator submete aos demais ministros, por via eletrônica, sua
manifestação sobre a repercussão geral. Os ministros encaminham sua
manifestação por meio eletrônico no prazo de 20 dias e presume-se a
existência da repercussão geral se não houver decisão em contrário.
Negada a existência da repercussão geral a decisão é irrecorrível e
prática tem eficácia erga omnes.

A decisão terá eficácia futura para todos os demais recursos que vierem a
ser interpostos com base na mesma matéria, sendo cabível apenas o
recurso de agravo interno, por erro de paradigma (art. 932, CPC/15, art. 327,
§ 2.° do RISTF e art 39 da Lei n° 8.038/1990).
Não faria sentido o plenário do STF se reunir (virtual ou fisicamente) para
analisar a presença ou a ausência da repercussão geral para todos os
recursos que chegarem na Corte. Assim, a opção legislativa é no sentido
de dispensar a apreciação do plenário quando houver identidade entre a
decisão paradigmática e outros casos que venha a alcançar a Corte no
futuro.
Sempre haverá repercussão geral quando o acórdão contrariar súmula ou
jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal ou tenha
reconhecido a inconstitucionalidade de lei federal ou tratado, nos termos
do art. 97 do CPC/15.
d) Prequestionamento;
É imprescindível que a matéria objeto de apreciação pelo Supremo Tribunal
Federal ou Superior Tribunal de Justiça, nos recursos extraordinário e
especial, já tenha sido debatida nas instâncias inferiores. A questão
constitucional ou federal deve ter sido ventilada no acórdão recorrido.
O prequestionamento é a própria essência do recurso, pois não se recorre
de violação alguma se o acórdão não o tiver julgado.
Há três correntes que explicam a natureza do prequestionamento:
a) Atividade das partes: Há autores que entendem ser o prequestionamento
ato privativo das partes: provocam o tribunal para que este se manifeste.
b) Atividade dos Tribunais (Majoritária doutrina e Tribunais):
independentemente de quem traga a questão (próprio tribunal ou a parte)
é imperioso que a questão deve estar no acórdão recorrido.
c) Teoria mista ou eclética - não apenas a parte deve ter suscitado a matéria
como o tribunal deverá ter decidido sobre ela.
Para que haja prequestionamento é necessário que a questão
constitucional ou federal suscitada esteja explicitamente no acórdão
atacado. No entanto, consideram-se incluídos no acórdão os elementos
que o suscitadas em embargos de declaração, para fins de
prequestionamento, ainda que os mesmos sejam inadmitidos ou
rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão,
contradição ou obscuridade (art. 1.025, CPC/15).

5. PROCESSAMENTO DOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E


ESPECIAL
Ambos os recursos serão interpostos no prazo de quinze dias (art. 1.003,
§5°, CPC/15) e endereçamentos ao presidente ou vice-presidente do
tribunal de origem, em petições distintas e simultaneamente (art. 1.029,
CPC/15).
O recorrido será intimado para apresentar contrarrazões em quinze dias,
seguindo-se para o juízo de admissibilidade. Mesmo que positivo, o juízo
não vincula o tribunal ad quem, que ficará livre para conhecer ou não do
recurso. Há um juízo de bipartido, de admissibilidade e cabimento.
O não recebimento dos recursos especial e extraordinário enseja a
interposição de agravo nos autos (art. 1.042, CPC/15). Como o agravo ficará
dentro do processo, caso seja deferido pelo STF ou STJ, o processo já
estará nas mãos do Ministro Relator. O Tribunal de origem não pode
frustrar o julgamento desse recurso, sob pena de usurpar a competência
do STF ou STJ a ensejar o cabimento da Reclamação.
Os recursos extraordinário e especial gozam de efeito devolutivo (art.
1.034, do CPC/15), ou seja, admite-se a execução provisória do julgado.
Em casos excepcionais, onde se faz necessária a concessão do efeito
suspensivo, pode a parte valer-se de requerimento com fulcro no art.
1.029, §5°, CPC/15.

Admitidos ambos os recursos os autos serão remetidos ao Superior


Tribunal de Justiça para julgamento do recurso especial. Concluído o
julgamento os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para
apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.
Importante constar que se o relator, no Superior Tribunal de Justiça,
entender que o recurso especial versa sobre questão constitucional,
deverá conceder prazo de 15 dias para que o recorrente demonstre a
existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão
constitucional e após o cumprimento diligência remeterá o recurso ao
Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá
devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça.
Noutro giro, se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a
ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a
revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao
Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.

6. RECURSOS ESPECIAIS REPETITIVOS (ART. 1.036, CPC/15)


Trata-se de técnica de filtragem semelhante ao procedimento da
repercussão geral. Tal técnica considera ser desnecessário manter toda a
solenidade do trâmite recursal para cada recurso, quando existem diversos
outros com base na mesma fundamentação de direito ou a matéria versada
naquele específico recurso já tenha diversos precedentes consolidados no
tribunal que o julgará.
Para sua aplicação é necessário que haja multiplicidade de recursos e
todos com base na mesma questão de direito.
Por mesma questão de direito deve se entender todos os casos que não se
está a discutir a existência desses fatos, mas sim as suas consequências
jurídicas. A regra não inova, já que o Recurso Especial não pode versar
sobre revisão de matéria de fato (Súmula 7 do STJ).
Deverá, portanto, o presidente no tribunal de origem, escolher dois ou mais
recursos que devem ser apresentados para apreciação pelos Tribunais
Superiores.
Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior proferirá decisão
de afetação, na qual identificará com precisão a questão a ser submetida a
julgamento; determinará a suspensão do processamento de todos os
processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a
questão e tramitem no território nacional; e poderá requisitar aos
presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou dos
tribunais regionais federais a remessa de um recurso representativo da
controvérsia.
Permite-se, nesse caso, a participação do amicus curiae para trazer
elementos necessários ao entendimento da controvérsia. O interesse do
amicus (ao contrário dos terceiros em geral) não é tomar partido no
processo, mas uma atividade meramente institucional. Seu interesse é
ajudar a agregar informações necessárias para que se proceda ao
julgamento por amostragem.
Por se tratar de questão de alto interesse público o Ministério Público terá
vista no prazo de 15 dias.
RECURSO ESPECIAL
COMPETÊNCIA Superior Tribunal de Justiça.
A peça de interposição será endereçada ao presidente ou vice-
presidente do Tribunal que proferiu a decisão recorrida (TJ ou TRF),
a depender de seu regimento interno.

- Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente DoTribunal De


ENDEREÇAMENTO Justiça Do Estado de...;
- Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal Presidente Do
Tribunal Regional Federal da... Região.

A peça de razões será endereçada ao próprio Superior Tribunal de


Justiça.
Recorrente (total ou parcialmente sucumbente no acórdão
LEGITIMIDADE ATIVA
recorrido).
LEGITIMIDADE PASSIVA Recorrido.
FUNDAMENTO LEGAL CF, art. 105, III, e CPC/15, art. 1.029 e seguintes.
- Seja recebido e admitido o recurso, tendo em vista o
preenchimento dos requisitos de admissibilidade recursais;
- Que o recurso seja recebido no seu regular efeito devolutivo
REQUISITOS / PEDIDOS - Seja dado provimento ao recurso para o fim de...;
- A inversão das custas e honorários advocatícios;
- A intimação do recorrido para, querendo, apresentar contrarrazões
em quinze dias (art. 1.030 do CPC/15).
Cabe somente contra decisão proferida por Tribunal.
Tópico específico para tratar do prequestionamento.
PARTICULARIDADES 0 recurso será recebido apenas no efeito devolutivo e não impedirá
a execução da decisão já proferida pelo Tribunal, salvo
requerimento para tanto nos termos do art. 1.029, §5° do CPC/15.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
COMPETÊNCIA Supremo Tribunal Federal.
A peça de interposição será endereçada ao presidente ou vice-
presidente do Tribunal que proferiu a decisão recorrida, a depender
de seu regimento interno.

- Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente doTribunal de


Justiça do Estado....;
- Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal Presidente do
ENDEREÇAMENTO
Tribunal Regional Federal da... Região;
- Excelentíssimo Senhor Presidente do Colégio RecursaL;
- Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente Do (nome do Tribunal
Superior).

A peça de razões será endereçada ao próprio Supremo Tribunal


Federal.
Recorrente (total ou parcialmente sucumbente no acórdão
LEGITIMIDADE ATIVA
recorrido).
LEGITIMIDADE PASSIVA Recorrido.
FUNDAMENTO LEGAL Art. 102, III, CF e art. 1.029 e seguintes, CPC/15.
- Seja recebido e admitido o recurso, tendo em vista o
preenchimento dos requisitos de admissibilidade recursais;
- que o recurso seja recebido no seu regular efeito devolutivo;
REQUISITOS / PEDIDOS - que seja dado provimento ao recurso para o fim de...;
- a inversão das custas e honorários advocatícios;
- a intimação do recorrido para, querendo, apresentar con-
trarrazões em quinze dias (art. 1.030 do CPC/15).
-Também cabível contra decisão preferida por Colégio Recursal;
- Tópico específico para tratar da Repercussão Geral.
- Tópico específico para tratar do prequestionamento.
PARTICULARIDADES
- O recurso será recebido apenas no efeito devolutivo e não
impedirá a execução da decisão já proferida pelo Tribunal, salvo
requerimento para tanto nos termos do art. 1.029, §5° do CPC/15.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE...

Apelação n°... (Processo n.: ...)

SEGURADORA TRANQUILIDADE, já qualificada nos


autos da ação regressiva que move em face de JOSÉ,
vem à presença de Vossa Excelência, inconformada
com o v. acórdão de fls., interpor RECURSO
ESPECIAL, com fundamento na alínea "a", inciso III, do
art. 105 da Constituição da República, e nos arts. 1.029
e seguintes do Código de Processo Civil de 2015, pelos
motivos de direito aduzidos nas razões anexas.

Requer sejam as presentes razões recebidas em seu efeito devolutivo,


processadas e encaminhadas à superior instância, para ulterior provimento.
Requer, ainda, a intimação do recorrido para, querendo, apresentar
contrarrazões ao recurso especial, bem como a juntada das custas de preparo e
porte de remessa e retorno dos autos.
Termos em que pede deferimento.

Local e data...
ADVOGADO...
OAB...
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RAZÕES DE RECURSO
ESPECIAL

Recorrente: Seguradora Tranquilidade


Recorrido: José

Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,

I - HISTÓRICO PROCESSUAL
Ramirez conduzia seu veículo pela Av. das Marginais, na cidade de Quatro
Rodas, quando se deparou com um veículo que transitava na contramão de
direção, conduzido por José. O acidente foi inevitável: com o choque, o veículo
de Ramirez foi projetado e colidiu também contra uma carreta, passando a
capotar em plena pista.
Por um milagre, Ramirez e José sobreviveram. Superado o trauma da colisão,
Ramirez contatou sua seguradora, ora Recorrente, e disponibilizou o veículo
para vistoria. Feita a vistoria e apurada a regularidade documental, a Recorrente
indenizou Ramirez pela perda integral do veículo (sessenta mil reais).
Efetuado o pagamento, propôs ação regressiva em face de José, alegando ser
ele o causador do dano. José confessou e, na contestação, afirmou não possuir
condições de efetuar o pagamento.
O magistrado, titular da 4a Vara Cível da Comarca de Quatro Rodas, julgou
improcedente o pedido, ao argumento de que a seguradora não tem direito de
regresso contra o causador do dano, pois o pagamento de indenização decorre
do risco de sua própria atividade. A Seguradora interpôs apelação que, à
unanimidade, não foi provida. O Tribunal sustentou-se nas mais razões do
magistrado.
II - DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO
O acórdão, que demonstrou com bastante clareza e objetividade a posição dos
desembargadores, foi publicado há dois dias, restando tempestivo o presente
recurso nos termos do art. 1.003, §5° do Código de Processo Civil de 2015.
Objetivando discutir, exclusivamente, a aplicação da lei federal ao presente caso,
resta cabível o presente recurso nos termos da alínea "a", inciso III, do art. 105
da Constituição Federal de 1988. A matéria foi amplamente debatida nas
instâncias inferiores, havendo expresso pronunciamento da primeira e segunda
instância acerca da inexistência do direito de regresso da seguradora,
argumento que destoa da jurisprudência desta corte, de súmula persuasiva do
Supremo Tribunal Federal e, principalmente, de expresso dispositivo constante
de Lei Federal.
III - DO PREQUESTIONAMENTO
A matéria do recurso foi devidamente ventilada no acórdão recorrido, como,
aliás, ressalta a ementa do julgado, adiante colacionada:
EMENTA...

IV - DAS RAZÕES RECURSAIS


O Código Civil tem um Capítulo inteiro tratando da sub-rogação dos direitos, por
si só suficiente para definir o direito da seguradora em recuperar os valores
despendidos contra o causador dos danos (Parte Especial, livro 1, Título III,
Capítulo III).
Importante atentar para o fato de que o legislador optou por ir além e repetir regra
específica de sub-rogação dos direitos no art. 786, no qual trata do contrato de
seguro:
Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do valor
respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do
dano.
E no caso presente, como não poderia deixar de ser, a seguradora pretende tão
somente o valor gasto com os reparos, não entrando no mérito da franquia nem
dos lucros cessantes, pois não foram objeto de indenização. Ou seja, a
titularidade sobre aquelas é exclusiva do segurado. Cabe à seguradora, tão
somente o reembolso do valor despendido por ela. E nada mais.
Com a ocorrência de sinistro posterior à contratação do seguro de danos,
providenciada reparação pela Requerente à segurada, esta se sub-roga nos
direitos desta contra o responsável pela lesão patrimonial, até o limite do
respectivo valor indenizado, tal como preceituam os arts. 349, 786, 934 do
Código Civil e a Súmula 188 do STF.
O Tribunal de Justiça e o juízo singular, no entanto, negam vigência à Lei Federal
ao afirmarem que a Seguradora não tem direito de regresso em face do causador
do dano, razão pela qual o Recurso Especial deve ser conhecido e, no mérito,
provido, determinando-se a reforma do acórdão e a inversão dos encargos
sucumbenciais.
Advirta-se, ademais, que se pretende discutir apenas a interpretação e aplicação
da lei federal, não restando qualquer discussão fática nesse recurso, sobretudo
porque os fatos são incontroversos e o próprio recorrido confessou, conforme se
verifica de sua contestação, a culpa pelo acidente. Não há sim, violação à
Súmula 7 desse Superior Tribunal.
V - DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se:
a) Seja recebido e admitido o presente recurso, tendo em vista o preenchimento
dos requisitos de admissibilidade recursais;
b) Seja recebido no seu regular efeito devolutivo;
c) Seja dado provimento ao recurso para o fim de reconhecer o direito de
regresso da seguradora sub-rogada;
d) A inversão das custas e honorários advocatícios;
e) A intimação do recorrido para, querendo, apresentar contrarrazões em quinze
dias.
Termos em que pede deferimento.

Local e data...
ADVOGADO...
OAB...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO W

Apelação n°... (Processo n.: ...)

MITRA DIOCESANA, já qualificada nos autos da ação


que move em face de MUNICÍPIO DE ITAPEMIRIM, por
seu advogado, vem à presença de Vossa Excelência,
não se conformando com o v. acórdão de fls..., e com
fundamento no art. 102, III, "a" da Constituição Federal,
e arts. 1.029 e seguintes do Código de Processo Civil
de 2015, interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO, pelas
razões anexas.
Requer seja recebido o recurso no seu regular efeito devolutivo com a remessa
dos autos para o Excelso Supremo Tribunal Federal.
Requer a intimação do recorrido para, em querendo, apresentar contrarrazões,
no prazo de 15 dias.
Requer a juntada da inclusa guia de preparo devidamente recolhida.
Termos em que pede recebimento.

Local e data...
ADVOGADO...
OAB...
EXCELSO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RAZÕES DE RECURSO
EXTRAORDINÁRIO

Recorrente: Mitra Diocesana.


Recorrido: Município de Itapemirim.

Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,

I - DA REPERCUSSÃO GERAL
A questão constitucional ora discutida reveste-se de repercussão geral na
medida em que possui interesse social, jurídico e econômico, exigência
estabelecida pelo art. 1.035, § 1.° do Código de Processo Civil de 2015.
Com efeito, a questão tem potencialidade para atingir um número expressivo de
entidades religiosas, as quais têm seus imóveis tributados pelas administrações
municipais que desrespeitam o comando do art. 150, VI, "b" e § 4.°, da
Constituição Federal.
Há interesse social na medida em que a recorrente desempenha atividades
sociais relevantes para a sociedade, e o faz mediante a utilização dos imóveis
que estão ameaçados de tributação. Ademais, promove autonomia e dignidade
humanas, valores esses estruturantes de toda e qualquer atividade religiosa que,
de um ou de outro modo, conferem nova percepção de vida ao indivíduo.
A relevância jurídica está delineada pela afronta à imunidade imposta pelo
constituinte originário, regra que busca salvaguardar as instituições religiosas,
as quais exercem importante papel de equilíbrio social. Ademais, por se tratar de
cobrança de imposto, o assunto contém importância econômica evidente.
Portanto, tendo em vista o preenchimento desse requisito constitucional, requer
seja admitido o recurso extraordinário conforme art. 1.035 do CPC/15.

II - DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO
O acórdão ora atacado foi publicado em... e o acórdão que julgado os embargos
declaratórios foi publicado em..., restando tempestivo o presente recurso nos
termos do art. 1.003, §5° do Código de Processo Civil de 2015.
Objetivando discutir, exclusivamente, o respeito e a aplicação dos dispositivos
constitucionais previstos do alínea "b"do inciso VI e do §4°, ambos do art. 150
da Constituição da República ao presente caso, contrariados pelo acórdão
recorrido, resta inequivocamente cabível o presente recurso nos termos do art.
102, III, "a", da Constituição Federal.

III - DO PREQUESTIONAMENTO
A matéria do recurso foi devidamente ventilada no acórdão recorrido, como,
aliás, ressalta a ementa do julgado, adiante colacionada:
EMBARGOS DECLARATÓRIOS. APELAÇÃO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
DE TEMPLOS DE QUALQUER CULTO. SITUAÇÃO NÃO EXTENSÍVEL A
IMÓVEIS DE FINS SECUNDÁRIOS, QUE NÃO SE PRESTAM AO CULTO,
PROPRIAMENTE DITO. CENTROS PASTORAIS E IMÓVEL LOCADO SOBRE
OS QUAIS INCIDEM O IPTU. CF, art. 150, VI, "b" e § 4.°. INCONFORMISMO
QUE DEVE SE DAR NA VIA RECURSAL PRÓPRIA. SENTENÇA MANTIDA.

IV - DAS RAZÕES RECURSAIS


As imunidades foram criadas estribadas em considerações extrajurídicas,
atendendo à orientação do poder constituinte em função das ideias políticas
vigentes, preservando determinados valores políticos, religiosos, educacionais,
sociais, culturais e econômicos, todos eles fundamentais à sociedade brasileira.
Assim, no caso da imunidade de templos pretendeu-se colocar em relevo a
liberdade de crença religiosa, ainda mais diante do fato de ser a República
Federativa do Brasil um Estado laico (arts. 5.°, VI, e 150, CF).
Art. 5.° (...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias;
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações,
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
§ 4.° As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem
somente o património, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades
essenciais das entidades nelas mencionadas.
O vocábulo "templo" não significa apenas os edifícios onde o culto se professa,
mas também seus "anexos", os quais variam conforme a religião. Tais imóveis
estão enquadrados no conceito de patrimônio e, por vezes, serviços, também
não se descartando a hipótese de renda, auferida mediante locação de imóveis,
fazendo jus, portanto, à imunidade conferida pela Carta Maior.

V - DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se:
a) seja admitido o recurso tendo em vista o preenchimento de todos os requisitos
de admissibilidade recursais;
b) seja recebido o recurso extraordinário no seu regular efeito devolutivo;
c) seja dado provimento ao recurso para o fim de reformar a decisão recorrida,
reconhecendo-se a imunidade tributária à requerente;
d) a inversão do ônus de sucumbência.

Termos em que pede deferimento.

Local e data...
ADVOGADO...
OAB...

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