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Direito Processual Tributário – Teoria

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Matéria: Direito Processual Tributário


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Princípios Aplicáveis ao Processo Tributário


SUMÁRIO
1. Introdução..................................................................................... 2

2. Princípio da Legalidade .................................................................... 3

3. Princípio da Igualdade ................................................................... 12

4. Princípio da Oficialidade ................................................................. 14

5. Princípio do Formalismo Moderado .................................................. 17

6. Princípio da verdade material ......................................................... 20

7. Princípio do devido processo legal ................................................... 23

8. Princípio do contraditório e ampla defesa ......................................... 24

9. Princípio da presunção de legitimidade ............................................ 27

10. Preclusão ................................................................................... 28

Para facilitar sua referência, abaixo listamos as esquematizações desta aula:


Esquema 1 - Da legalidade ............................................................................11
Esquema 2 - Igualdade .................................................................................14
Esquema 3 - Devido Processo Legal ................................................................24

1. Introdução
Quero fazer um alerta inicial especificamente sobre esse assunto. O assunto
“princípios” é sempre muito conceitual, e cada doutrinador aborda de uma
maneira, trazendo definições próprias e por vezes complicadas. O intuito
dessa aula é ser bem direto e aproveitando sempre exemplos que dão “vida”
ao entendimento sobre esses princípios. Boa aula e bons estudos.
Ao se adentrar na seara do processo tributário, seja ele administrativo ou
judicial, tanto a Administração Pública, quanto o particular devem observar
determinados princípios, pois, além de haver etapas procedimentais a
serem seguidas, cada uma delas deve estar em consonância com o Estado
de Direito e alicerçada na Constituição da República de 1988 (“CF/88”).
Sendo assim, não é possível dissociar o processo administrativo ou judicial
da observância de princípios basilares do direito processual, que são os
vetores de atuação dos envolvidos, a fim de que, em todos os momentos do
processo, seja assegurada a lisura na apreciação do caso concreto e, ao final
do processo administrativo, haja certeza sobre a necessidade de constituição
ou não do crédito tributário e ao final do processo judicial todos os diretos e

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garantias tenham sido respeitados e assegurados tanto pelo ente executante


como pela parte executada ou cobrada.

2. Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade é uma regra prevista tanto no artigo 5º, inciso II,
quanto no artigo 150, inciso I, ambos da CF/88.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em


virtude de lei;

Também encontramos na própria Constituição o princípio da legalidade


aplicado ao Direito Tributário.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

A legalidade possui dois vetores complementares: um a ser observado pelo


contribuinte e outro pela Administração Pública.

Para o sujeito passivo: somente por meio de lei poderá ser obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa, em respeito à dignidade da pessoa humana.
O contribuinte somente deve pagar tributos se houver lei antecedente que
preveja tal obrigação.
Todavia, ressaltamos que há uma zona cinzenta em torno da abrangência
dessa exigência de lei para obrigações de fazer ou não fazer, já que, como
regra geral, somente atos administrativos que instituam/majorem tributos ou
apliquem penalidades podem ser exigidos por meio de lei, por estarem
expressamente previstos nos artigos 146 da CF/88 e 97 do Código Tributário
Nacional (“CTN”), que reproduzimos abaixo:

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988:


Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de
tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em
relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e
decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado
pelas sociedades cooperativas;
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para
as microempresas e para as empresas de pequeno porte,
inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto
previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195,
I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL:


NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
TÍTULO I
Legislação Tributária
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos
artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado
o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

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IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado


o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a
seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.

Na hipótese de um ato normativo infraconstitucional, como um decreto, por


exemplo, exigir a entrega de determinada declaração (obrigação
acessória), não estaria se infringindo a legalidade?
Não, porque em matéria tributária, as obrigações acessórias podem ser
estabelecidas por ato infraconstitucional, conforme dispõe o artigo 113, §2º
e artigo 115, caput, ambos do CTN:

CTN - Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto
as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
CAPÍTULO II
Fato Gerador
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na
forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não
configure obrigação principal.

A obrigação principal (recolher o tributo) e a sanção pelo descumprimento


devem estar previstos em lei. E, se no decreto (ou outra norma infralegal)
que regulamenta a lei, houver a previsão de obrigação acessória (ex: emitir
notas fiscais, entregar declaração, escriturar livros...), não há ilegalidade
alguma e a exigência pode ser demandada do contribuinte.
Em linhas gerais, do ponto de vista material do tributo, a sua instituição e
majoração, base de cálculo, fixação de alíquota e penalidades devem estar
previstos em lei.

A questão que pode trazer polêmica é a lei ser silente em relação à obrigação
tributária principal e conferir ao decreto a possibilidade de regulamentar toda
a matéria, como vislumbramos em inúmeras legislações no Brasil. Neste
caso, entendemos que não pode haver delegação para outro diploma

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normativo, de matéria que deva estar regulada em lei, a uma, porque não
compete ao Executivo atuar como legislador e, a duas, porque feriria tanto a
CF/88, quanto o CTN.
Ao invés de os legisladores se ocuparem em fazer projetos de leis atribuindo
nomes de famosos a logradouros e equipamentos públicos, fica evidente que
devem se ocupar com assuntos relevantes e impactantes na vida dos
cidadãos, como legislar para conferir segurança jurídica para os contribuintes
poderem se organizar, os empreendedores saberem como investir na
atividade de produção de bens ou prestação de serviços (caso queiram) e a
administração fazendária ter elementos para fiscalizar.

Quanto mais claras, simples e diretas as leis, mais a segurança jurídica


é assegurada. Leis com milhares de remições, com inúmeras exceções, com
diversas revogações e anexos, com linguagem rebuscada, técnica demais ou
com orações invertidas, são fontes seguras de interpretações desastrosas e
causa de muita burocracia tributária no Brasil.

Para a Administração Pública: o princípio da legalidade possui um vetor


restritivo, já que a Administração Pública somente pode fazer o que a lei não
vedar e, no que ela permitir, respeitando os parâmetros da lei.

Em matéria processual, a legalidade tem fundamental importância, pois os


procedimentos de fiscalização não podem ser criados a bel prazer do
fiscal/auditor durante a fiscalização.
A atividade fiscalizatória tem que observar a lei e por ela se pautar, com
base no desenho trazido pelo processo tributário administrativo e
somente deste extrair as ferramentas para sua atuação, caso contrário,
estará incorrendo em abuso de poder e, a depender da forma como a
fiscalização for feita, em improbidade administrativa (por violar os princípios
da administração, conduta prevista no artigo 11 da Lei nº 8.429/92).
Importante coisa é salientar que os artigos 194 a 200 do CTN tratam da
fiscalização e, dentre estes artigos, estão elencados os poderes e vedações
aos agentes de fiscalização.
A fiscalização pode e deve exigir documentos, livros, arquivos, papéis
referentes ao período e tributo fiscalizado, mas existe uma moldura forte que
limita a atuação do fiscal no artigo 198: não pode divulgar as informações
obtidas em razão da fiscalização, exceto nas hipóteses previstas nos
parágrafos 1º, 2º e 3º do próprio dispositivo legal.
A Administração Fazendária deve usar a documentação fornecida pelo
contribuinte como ferramenta para a atividade fiscalizatória, sendo-lhe

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vedada utilizar com outros fins e, principalmente, divulgar informações


obtidas com base no acesso a livros e documentos do contribuinte.
Reproduzimos abaixo os artigos 194 a 196 e 198 do CTN. Leia com atenção
pois são artigos recorrentemente cobrados em provas de auditor:

TÍTULO IV
Administração Tributária
CAPÍTULO I
Fiscalização
Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei,
regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do
tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades
administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas
naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de
imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal.
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar
mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou
fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes
de exibi-los.
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os
comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que
ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que
se refiram.
Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer
diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se
documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que
fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre
que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado
deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela
autoridade a que se refere este artigo.
Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a
divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de
informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou
financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de
seus negócios ou atividades.
§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no
art. 199, os seguintes:

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I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;


II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração
Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo
administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de
investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de
infração administrativa.
§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração
Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a
entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo,
que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo.
§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a:
I – representações fiscais para fins penais;
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública;
III– parcelamento ou moratória.

Em relação à quebra de sigilo, o STF decidiu que a Receita Federal pode


solicitar dados bancários diretamente das instituições financeiras, sem a
necessidade de autorização judicial, com base na Lei Complementar nº
105/01, pois para a Colenda Corte não se trata de quebra de sigilo, apenas
de transferência de sigilo da órbita bancária para a fiscal. (RE 601314 e ADI
2390, 2386 e 2397).
O art. 1º da Lei Complementar 104/2001, no ponto em
que insere o § 1º, inciso II, e o § 2º ao art. 198 do CTN,
não determina quebra de sigilo, mas transferência de
informações sigilosas no âmbito da Administração
Pública. Outrossim, a previsão vai ao encontro de outros
comandos legais já amplamente consolidados em nosso
ordenamento jurídico que permitem o acesso da
Administração Pública à relação de bens, renda e
patrimônio de determinados indivíduos. 8. À
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, órgão da
Advocacia-Geral da União, caberá a defesa da atuação do
Fisco em âmbito judicial, sendo, para tanto, necessário o
conhecimento dos dados e informações embasadores do
ato por ela defendido. Resulta, portanto, legítima a
previsão constante do art. 3º, § 3º, da LC 105/2001. 9.
Ação direta de inconstitucionalidade nº 2.859/DF
conhecida parcialmente e, na parte conhecida, julgada
improcedente. Ações diretas de inconstitucionalidade nº
2390, 2397, e 2386 conhecidas e julgadas improcedentes.
Ressalva em relação aos Estados e Municípios, que

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somente poderão obter as informações de que trata o art.


6º da Lei Complementar nº 105/2001 quando a matéria
estiver devidamente regulamentada, de maneira análoga
ao Decreto federal nº 3.724/2001, de modo a resguardar
as garantias processuais do contribuinte, na forma
preconizada pela Lei nº 9.784/99, e o sigilo dos seus
dados bancários.

E, se a Receita Federal pode solicitar as informações diretamente, por uma


questão de paridade de armas, as receitas estaduais e municipais também
podem, desde que a matéria veiculada na LC nº 105/01 esteja devidamente
regulamentada em decreto.
Por fim, como é matéria de prova, o Tribunal de Contas da União, as
Comissões Parlamentares de Inquérito e o Ministério Público podem solicitar
diretamente as informações do sistema bancário, sem autorização do Poder
Judiciário:
MS 22801 / DF - DISTRITO FEDERAL
Relator(a): Min. MENEZES DIREITO
Julgamento: 17/12/2007
Órgão Julgador: Tribunal Pleno
EMENTA Mandado de Segurança. Tribunal de Contas da União.
Banco Central do Brasil. Operações financeiras. Sigilo. 1. A Lei
Complementar nº 105, de 10/1/01, não conferiu ao Tribunal de
Contas da União poderes para determinar a quebra do sigilo
bancário de dados constantes do Banco Central do Brasil. O
legislador conferiu esses poderes ao Poder Judiciário (art.
3º), ao Poder Legislativo Federal (art. 4º), bem como às
Comissões Parlamentares de Inquérito, após prévia
aprovação do pedido pelo Plenário da Câmara dos Deputados,
do Senado Federal ou do plenário de suas respectivas
comissões parlamentares de inquérito (§§ 1º e 2º do art.
4º). 2. Embora as atividades do TCU, por sua natureza,
verificação de contas e até mesmo o julgamento das contas das
pessoas enumeradas no artigo 71, II, da Constituição Federal,
justifiquem a eventual quebra de sigilo, não houve essa
determinação na lei específica que tratou do tema, não cabendo
a interpretação extensiva, mormente porque há princípio
constitucional que protege a intimidade e a vida privada, art. 5º,
X, da Constituição Federal, no qual está inserida a garantia ao
sigilo bancário. 3. Ordem concedida para afastar as
determinações do acórdão nº 72/96 - TCU - 2ª Câmara (fl. 31),

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bem como as penalidades impostas ao impetrante no Acórdão


nº 54/97 - TCU - Plenário.
RE 1055941 RG / SP
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI
Julgamento: 12/04/2018
Órgão Julgador: Tribunal Pleno - meio eletrônico
Publicação
DJe-083 DIVULG 27-04-2018 PUBLIC 30-04-2018
Ementa
EMENTA CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL.
COMPARTILHAMENTO COM O MINISTÉRIO PÚBLICO, PARA FINS
PENAIS, DOS DADOS BANCÁRIOS E FISCAIS DO
CONTRIBUINTE, OBTIDOS PELO FISCO NO LEGÍTIMO
EXERCÍCIO DE SEU DEVER DE FISCALIZAR, SEM A
INTERMEDIAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. TRANSFERÊNCIA DE
INFORMAÇÕES EM FACE DA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DA
INTIMIDADE E DO SIGILODE DADOS. ART. 5º, INCISOS X E XII,
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. QUESTÃO EMINENTEMENTE
CONSTITUCIONAL. MATÉRIA PASSÍVEL DE REPETIÇÃO EM
INÚMEROS PROCESSOS, A REPERCUTIR NA ESFERA DO
INTERESSE PÚBLICO. TEMA COM REPERCUSSÃO GERAL.

QUEM PODE REQUISITAR INFORMAÇÕES RESGUARDADAS PELO


SIGILO BANCÁRIO DIRETAMENTE ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Ministério SIM, desde que utilizada para fins penais, por se tratar de
Público simples transferência de informações.

Tribunal de SIM
Contas

SIM, com base no artigo 6º da LC nº 105/2001 por se


Receita Federal
tratar de simples transferência de informações.

Fisco estadual, SIM, desde que regulamentem o artigo 6º, da LC nº


distrital, 105/01, de forma análoga ao que a União fez em relação
municipal ao Decreto nº 3.374/01.

SIM, desde que seja CPI federal ou estadual ou distrital,


CPI vedando-se para CPI municipal. (MS 22801//DF, DJe de
17/12/2017)

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Conclusão, o princípio da legalidade deve ser respeitado por todos os agentes


públicos durante todo o procedimento de fiscalização do tributo, mas não para
por aí. Os processos administrativos tributários também devem seguir ritos,
procedimentos e conteúdo material que coadunam com a lei. Durante todo o
processo deve ser respeitado o princípio da legalidade, sob pena de nulidade
de atos do processo ou até mesmo de todo o processo.
Por fim, a legalidade também é princípio que deve ser seguido ao longo de
todo processo judicial tributário, as partes e o juiz não podem se furtar da lei
para prática de qualquer ato processual, para garantir lisura, transparência e
segurança jurídica, a lei deve ser respeitada ao longo de todo processo
judicial tributário.

O sujeito passivo que queira impugnar um lançamento dando início ao


contencioso administrativo tributário tem um prazo, normalmente, de 30 dias
para impugnar, porque a lei assim define esse prazo. Pelo princípio da
legalidade esse princípio deve ser observado como uma garantia para o
contribuinte de poder se manifestar em um prazo razoável. Esse prazo
também é uma regra a ser seguida pelo agente público, pois esgotado esse
prazo o funcionário não poderá receber a impugnação ou, se receber, o
julgamento deve considerar o pedido intempestivo e de plano indeferido sem
análise do mérito e se tiver antes dos 30 dias de prazo, o funcionário é
obrigado a receber a impugnação. Veja que a legalidade teve que ser
respeitada por ambas as partes no processo, existem infinitos exemplos sobre
a aplicação da legalidade no processo.

Esquema 1 - Da legalidade

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3. Princípio da Igualdade
O princípio da igualdade está positivado no artigo 5º, caput, da CF/88, que
dispõe:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
(...)

A origem da igualdade reside no pensamento de Aristóteles (posteriormente


seguido por Rui Barbosa e Celso Antonio Bandeira de Mello), que orbitava em
torno da máxima: “a verdadeira igualdade é tratar igualmente os iguais
e desigualmente os desiguais”.
No campo material tributário, não pode um tributo ser instituído, majorado
ou diminuído em razão de preferências ou profissão exercida por uma
determinada categoria profissional ou por motivos particulares. Ao instituir a
moldura tributária, o legislador não pode privilegiar determinadas pessoas
em detrimento de outras em função de sua ocupação profissional ou função
exercida. Mas pode sim, em função mesmo da legalidade, instituir tributo
analisando as características pessoais do sujeito passivo, de modo que haja
um entrosamento entre o princípio da capacidade contributiva e da isonomia.
Na seara processual, não se permite o fomento de situações que favoreçam
de forma injustificada um determinado sujeito passivo em detrimento de
outros, ou que venham a beneficiar a Fazenda Pública, mas para isso
prejudicando o contribuinte.
No nosso exemplo do prazo usado na legalidade: se o prazo para
impugnação ou recurso é de 30 dias, não há que se estender esse prazo a
alguém ou privilegiar determinado tipo de empresário atribuindo novos ou
maiores prazos, esse prazo deve ser aplicado a todos e respeitados por todos.
A não ser, é claro, quando a própria lei trouxer exceções.
Nesse ponto, compreendemos o porquê da existência de prazo diferenciado
para a Fazenda Pública na seara judicial, mais precisamente o artigo 183
do CPC, que dispõe que “A União, Estados, Distrito Federal, os Municípios e
suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo
em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá
início a partir da intimação pessoal”.
Este artigo que confere prazo em dobro para a Fazenda Pública se manifestar
não fere a igualdade. O regime jurídico de direito público reclama um prazo
diferenciado para a Fazenda Pública.
A um, porque a estrutura administrativa é grande, pesada e o fluxo de
informações entre órgãos e repartições é lento por conta da necessária
documentação e formalização de atos e procedimentos.

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A dois, porque a defesa judicial do Estado é feita pela advocacia pública, que
é composta, em regra, de advogados e procuradores nomeados em concurso
público que defendem a Fazenda em todas as instâncias e em relação a todos
os assuntos, não podendo escolher os casos, nem substabelecer para
terceiros a defesa do Estado.
A três, porque há um interesse público presente nos conflitos que envolvem
a Fazenda Pública, de modo que a insuficiência de prazo poderia gerar um
passivo processual para toda a sociedade, já que poderia ter uma deficiência
na defesa que poderia atingir o interesse de toda a sociedade.
A quatro, porque o volume da defesa judicial da Fazenda Pública é
infinitamente maior que a de uma empresa ou particular.

(FCC/SEGEP - MA/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2016) A respeito


dos Princípios Gerais Tributários,

a) a instituição de tributo através de Decreto não fere o princípio da


legalidade.

b) a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro sem que haja sido


publicada a lei que os instituiu ou aumentou fere especificamente o princípio
da competência.

c) a instituição de tributo fora da matéria que foi destinada


constitucionalmente à entidade tributante fere especificamente o princípio da
anterioridade.

d) a graduação dos tributos fora da capacidade econômica de contribuir não


fere o princípio da capacidade contributiva.

e) O imposto progressivo não fere o princípio da igualdade.

Comentários:

a) Incorreta, pois fere a legalidade, por violar o artigo 150, I, da CF/88.

b) Incorreta, pois fere a irretroatividade, previsto no artigo 150.

c) Incorreta, pois fere o princípio da legalidade.

d) Incorreta, pois fere a capacidade contributiva, por violar o artigo 145,


§1º, da CF/88.

e) Correta, pois na progressividade se tributa mais quem tem maior


condições ou patrimônio para pagar o tributo.

Gabarito: E

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Sendo assim, seja pela estrutura grande, pela ausência de opção do


advogado público em defender ou não a Fazenda Pública, seja porque um
prazo exíguo pode gerar uma defesa ineficiente ou pelo fato de o volume de
defesa ser grande, o fato é que, a despeito das inúmeras críticas aos prazos
diferenciados para a Fazenda Pública, ele existe e deve ser observado.
A igualdade para a Fazenda só é respeitada quando se levam em consideração
o prazo em dobro, para que assim se oportunize ao Estado o equilíbrio com
o particular.
Por fim, cabe lembrar que os prazos em dobro previsto no artigo 183 do CPC,
não se aplicam ao processo administrativo, apenas ao processo
judicial. Para saber como se dá a contagem e qual o prazo do processo
administrativo, deve-se verificar a lei do processo administrativo de cada ente
tributante, como observaremos na aula específica do PAT.

Esquema 2 - Igualdade

4. Princípio da Oficialidade
Pelo princípio da oficialidade observa-se que a Administração Pública tem o
dever de agir ex officio para a instauração, desenvolvimento e conclusão
de procedimentos.
Independentemente de provocação, pode a Fazenda Pública iniciar um
procedimento administrativo de lançamento ou de fiscalização, a fim de

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averiguar se um tributo é devido e foi pago, se houve pagamento a menor e


se toda a operação foi declarada.
Nos casos de sujeitos passivos ou operações imunes ou isentas, o Fisco pode
realizar operação de fiscalização para saber se houve cumprimento dos
requisitos para a obtenção e manutenção da imunidade/isenção.
Ainda em relação a oficialidade, podemos dizer que uma vez iniciado o
processo, seja esse início pela própria Administração Tributária, seja
provocado pelo sujeito passivo, caberá à Administração a responsabilidade
pela movimentação desse processo. O órgão que tem a competência e
atribuição sobre o processo deve impulsioná-lo desde o início até a decisão
final e consequente arquivamento.
O princípio da oficialidade, portanto, é aquele em que a Administração
Tributária é responsável por impulsionar o processo, seja de ofício, seja a
pedido.
Por meio desse princípio, inclusive, as autoridades competentes, podem,
quando julgarem necessário, determinar a realização de diligências ou
perícias para melhor instruir o processo. Nos casos em que a lei exige, deve
o agente público, no processo administrativo tributário, agir de ofício o
quando requisitado pelo contribuinte nos conformes legais, deverá o agente
movimentar o processo também.
Veja abaixo uma lei que trata sobre o princípio da oficialidade no âmbito do
processo administrativo federal.

LEI Nº 9.784 - Art. 2o Parágrafo único. Nos processos administrativos serão


observados, entre outros, os critérios de:
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da
atuação dos interessados;

Exemplo: uma decisão final em processo administrativo em que o prazo de


recurso esteja esgotado ou que não caiba mais recurso, torna-se uma decisão
administrativa transitada em julgado e irrecorrível, dando fim ao processo
administrativo tributário, essa situação enseja arquivamento do processo.
Portanto, o agente público deve tramitar o processo para o setor de arquivo.
Outro exemplo pode ser suscitado quando o contribuinte impugna um
lançamento feito contra ele por meio da chamada reclamação, o agente
público, pelo princípio da oficialidade, deve mandar esse processo gerado
para o órgão competente julgador desse litígio. Outro exemplo, julgador que
julga processo contra a Fazenda Pública e a lei exige que esse mesmo
julgador faça recurso de ofício para instância superior. Mais uma vez, seriam
diversos os exemplos para esse princípio.

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(FCC/Técnico De Controle Externo/TCM – PA/2010) Sobre os princípios


do processo administrativo, considere:

I. Princípio que assegura a possibilidade de instauração do processo por


iniciativa da Administração, independentemente de provocação do
administrado.

II. Princípio que garante ao administrado que se sentir lesado com a decisão
administrativa propor recursos hierárquicos até chegar à autoridade máxima
da organização administrativa.

III. Princípio segundo o qual muitas das infrações administrativas não são
descritas com precisão na lei.

Esses conceitos referem-se, respectivamente, aos princípios da

a) oficialidade, da economia processual e da ampla defesa.

b) oficialidade, da pluralidade de instâncias e da atipicidade.

c) economia processual, da pluralidade das instâncias e da oficialidade.

d) publicidade, da ampla defesa e da oficialidade.

e) ampla defesa, da oficialidade e da pluralidade das instâncias.

Comentários:

I) Princípio da oficialidade ou do impulso oficial, pois não há necessidade de


iniciativa do contribuinte ou particular ou administrado para que a
Administração Pública inicie um processo administrativo.

II) Princípio da pluralidade de instâncias, que assegura a possibilidade de


acesso a várias autoridades para tentar a reversão de uma decisão
desfavorárvel

III) Princípio da atipicidade, pois se as infrações não são descritas com


precisão, o fato se torna atípico em termos de sanção administrativa.

Gabarito: B

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(FCC/TJ-AP/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2011)


Constituem princípios do processo administrativo, explícitos ou implícitos no
Direito positivo:

a) oficialidade, publicidade e motivação.

b) sigilo, economia processual e unilateralidade.

c) onerosidade, publicidade e tipicidade.

d) formalismo, gratuidade e inércia dos órgãos administrativos

e) oficialidade, devido processo legal e inércia dos órgãos administrativos.

Comentários:

a) Correta, pois são três princípios presentes no processo administrativo.

b) Incorreta, pois predomina a publicidade dos atos administrativos e a


bilateralidade ou multilateralidade no processo administrativo. Somente está
correta a economia processual.

c) Incorreta, pois a onerosidade não é um princípio válido no processo


administrativo, que vela pela economia processual.

d) Incorreta, pois a oficialidade é que prevalece no processo administrativo,


e não a inércia.

e) Incorreta, pois a oficialidade é que prevalece no processo administrativo,


e não a inércia.

Gabarito: A

5. Princípio do Formalismo Moderado


A Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo em âmbito federal,
em seu artigo 2º, VIII e IX traçou o princípio do formalismo moderado,
também conhecido como informalismo, pois permite que seja conduzido
sem muito apego ao rigor excessivo das formalidades, a fim de possibilitar a
defesa, sem a necessidade de contratação de advogado.

LEI Nº 9.784 - Art. 2o Parágrafo único. Nos processos administrativos serão


observados, entre outros, os critérios de:
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de
certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;

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Perceba que deve haver um equilíbrio entre as formalidades que são


essenciais e previstas em lei para que os direitos e garantias do administrado
sejam assegurados e ao mesmo tempo deve ser buscada a forma mais
simples de agir processualmente para que a celeridade e a busca por um
resultado seja feita o quanto antes e evitando muita burocracia ou desgastes
desnecessários, sem, é claro, ferir a certeza, a segurança e o respeito aos
direitos do administrado.
Exemplo: o funcionário deve tramitar o processo o mais rápido que puder,
se faltar algum documento, pode pedir que o sujeito passivo apresente o
original e a cópia e ele mesmo, o funcionário da repartição, poderá autenticar
a cópia com a original.

Se um ato foi cumprido de outra forma, mas se assegurou a finalidade


pretendida, não será anulado, aproveitando-se, salvo se gerar prejuízo.
O processo administrativo fiscal deve ser simples, sem rigor formal, de forma
a possibilitar que a defesa do contribuinte possa ser feita por alguém sem
formação jurídica, caso assim se queira. Tem o condão de atuar em favor do
administrado.
Por este motivo, no processo administrativo, a defesa pode ser subscrita por
contadores, diretores ou sócios de pessoas jurídicas, engenheiros, peritos.
Isso na teoria. Na prática se observa que as informações técnicas trazidas
pelos departamentos de uma empresa são condensadas por um advogado
para fazer a defesa.
Exemplo: a empresa precisa comprovar que um determinado produto
adquirido é empregado na prestação de serviços para não se sujeitar ao
ICMS, mas apenas ao ISSQN e a defesa é realizada por contador, que é
técnico e domina os requisitos da lei que traça o processo tributário.
A defesa administrativa fiscal pode ser feita por advogado, mas não é
obrigatória, é uma opção do contribuinte.
Essa mitigação da formalidade também é vislumbrada no processo
administrativo disciplinar, pois o STF fixou o verbete na Sumula Vinculante
nº 05, que dispõe que:

Súmula Vinculante nº 5 - A falta de defesa técnica por advogado no


processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

O Supremo Tribunal Federal concluiu pela desnecessidade de um advogado


no processo administrativo, entendendo que o administrado não sofre
nenhum prejuízo na ampla defesa ou contraditório se não houver a defesa
técnica de um advogado, pois preferiu franquear ao administrado a
autodefesa e, também, porque poderá se valer do Judiciário para questionar
qualquer ilegalidade que possa sofrer no processo administrativo.

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Esse princípio não tem o intuito de ser informal ao ponto de ser ilegal, mas
sim garantir acesso e procedimento célere, menos formal e com menos
rigores aplicáveis aos processos judiciais.
A título de ilustração, vamos apresentar como o professor o professor Hely
Lopes trata o tema: “O processo administrativo deve ser simples, despido de
exigências formais excessivas, tanto mais que a defesa pode ficar a cargo do
próprio administrado, nem sempre familiarizado com os meandros
processuais.”
Entenda, tanto processo judicial como processo administrativo devem ansiar
pela busca da celeridade, porém ao processo administrativo é permitida uma
certa formalidade mitigada ou como chamamos aqui, formalidade
moderada, essa não é admitida no processo judicial.

(FCC/TJ-AP/Juiz Substituto/2014) Acerca dos princípios do processo


administrativo, é correto afirmar:

a) Em face do silêncio da Administração diante de um requerimento do


administrado, aplica-se o princípio da razoável duração do processo, gerando
presunção de anuência tácita ao requerimento.

b) A exemplo do processo judicial, em que a instauração se dá de ofício, no


processo administrativo, o princípio da oficialidade somente vigora após a
provocação da autoridade administrativa pelo interessado.

c) Os processos administrativos devem ser realizados de maneira sigilosa,


até a decisão final, em vista do interesse da Administração em tomar decisões
sem interferências da opinião pública.

d) Embora se aplique no processo administrativo o chamado princípio do


informalismo ou do formalismo moderado, há necessidade de maior
formalismo nos processos que envolvem interesses dos particulares, como é
o caso dos processos de licitação, disciplinar e tributário.

e) O princípio da gratuidade exige que todos os processos administrativos


sejam gratuitos.

Comentários:

a) Incorreta, pois normalmente se não houver prazo para responder a um


requerimento do administrado, não haverá anuência tácita.

b) Incorreta, pois o Poder Público pode instaurar um processo administrativo


de oficio, o que não acontece em processo judicial.

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c) Incorreta, salvo casos previstos em lei, os processos administrativos


demandam a publicidade e não correm em sigilo, porque o que se tutela é o
interesse público.

d) Correto. O formalismo é moderado e muito sutil em processos de licitação,


disciplinar e tributário.

e) Incorreto, não há esta garantia de forma absoluta. O que se veda é a


exigência de depósito para recorrer.

Gabarito: D

6. Princípio da verdade material


O princípio da verdade material também é chamado de princípio da verdade
real e deriva do princípio da legalidade.
O princípio da verdade material preconiza que a Administração Pública deve
conhecer os fatos de forma efetiva para que possa observar as leis que lhes
são aplicáveis.
Exemplo: se um fato imponível não ocorreu, como uma prestação de serviço
previsto na lei do ISSQN, e a Administração vier a aplicar a penalidade pelo
não recolhimento do tributo e pela falta de entrega de obrigação acessória,
estaria cometendo uma ilegalidade, porque está atuando com bases
equivocadas da realidade.

A Administração Fazendária, diante de incertezas quanto à ocorrência ou não


do fato gerador do tributo ou do cumprimento de obrigações acessórias, não
só pode, como deve buscar informações para se certificar da verdade material
dos fatos, por meio da instauração de fiscalização.
Em última análise, após esgotados os meios para obtenção da verdade
material, é que a fiscalização poderá adotar o lançamento por arbitramento
como saída para a falta de informações.
Exemplo: o estabelecimento do contador, onde ficam armazenados os livros
de observância obrigatória, sofre um incêndio e não há como realizar a
reprodução da escrituração. Neste caso, por ser uma situação extrema e após
esgotada a oportunidade de reconstituir a escrita fiscal é que o contribuinte
sofrerá o lançamento por arbitramento, que, poderá tomar como base o
recolhimento médio de tributos dos últimos doze meses.
A mesma situação não se observa se houver uma escrituração regular, porém
incompleta, caso em que o Fisco se valerá das provas coletadas, cotejando-
as com outras provas em sua base de dados ou na base de dados de terceiros
(tomador dos serviços, por exemplo), para verificar a veracidade das
informações e eventual necessidade de retificação do tributo recolhido por

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meio de lançamento de ofício. Isso porque o dever de fiscalização da


Administração Fazendária somente cessa se realmente for impossível
realiza-lo.
Exemplo: Se um contribuinte apresentar a escrituração de prestação de
serviços que gerem um faturamento x, compete ao Fisco verificar nos
livros/declarações onde se apuram as receitas e, principalmente, cruzar estas
informações com o volume de receitas do período e com as informações
bancárias do sujeito passivo, para saber se não houve prestação de serviços
omitida e, assim verificar se houve a formação de fato gerador tributário.

Não existe espaço para suposições, deve a Fazenda Pública, em razão da sua
missão de tutelar o interesse público de arrecadação, fazer a devida
fiscalização para a descoberta da verdade material e aplicar a lei ao caso
apurado.

Exemplo: Se uma determinada prestação de serviços for comprovada pela


emissão de nota fiscal de um modelo, por meio de recebimento de valores
em determinada conta contábil e com pagamentos parcelados, não pode o
Fisco exigir que o contribuinte prove os fatos com base em documentos
diferentes daqueles previstos na legislação. Se o formulário de emissão de
nota fiscal tiver três vias, por exemplo, não pode o fisco exigir que se emitam
quatro vias, sem que haja base legal para essa exigência.
Por outro lado, o Fisco do município x pode exigir que o contribuinte prove
que está estabelecido no município y e que, por isso, não obstante só prestar
serviços em x, acaba recolhendo o ISSQN para o município y, onde se
encontra domiciliado.
Isso porque, não raro, muitas pessoas jurídicas abrem empresas em
municípios com alíquota mínima de 2%, deixando apenas uma caixa postal
como prova do estabelecimento, mas na verdade possuem toda a estrutura
empresarial e logística em locais de alíquota máxima de 5% de ISSQN, onde
efetivamente prestam os serviços, como tentativa de planejamento
tributário.
Compete à fiscalização apurar detalhadamente se o local de domicílio do
contribuinte é uma fachada para redução da carga tributária ou se, na
verdade, é realmente o local onde o sujeito passivo está estabelecido.
Segundo Celso Antônio Bandeira De Mello, a verdade material:

“Consiste em que a administração, ao invés de ficar adstrita ao que as partes


demonstrem no procedimento, deve buscar aquilo que é realmente verdade,
com prescindência do que os interessados hajam alegado e provado, como
bem o diz Hector Jorge Escola. Nada importa, pois, que a parte aceite como

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verdadeiro algo que não o é ou que negue a veracidade do que é, pois no


procedimento administrativo, independentemente do que haja sido aportado
aos autos pela parte ou pelas partes, a administração deve sempre buscar a
verdade substancial.
(BANDEIRA DE MELLO, 2011, p. 306)”.

Já Hely Lopes Meirelles, ratificando o pensamento de Bandeira de Mello, diz:


“O princípio da verdade material, também denominado de liberdade na prova,
autoriza a administração a valer-se de qualquer prova que a autoridade
julgadora ou processante tenha conhecimento, desde que a faça trasladar
para o processo. É a busca da verdade material em contraste com a verdade
formal. Enquanto nos processos judiciais o Juiz deve cingir-se às provas
indicadas no devido tempo pelas partes, no processo administrativo a
autoridade processante ou julgadora pode, até o julgamento final, conhecer
de novas provas, ainda que produzidas em outro processo ou decorrentes de
fatos supervenientes que comprovem as alegações em tela. (MEIRELLES,
2011, p. 581)”.

A verdade material está muito ligada à produção de provas, tanto é que o


julgador pode solicitar diligências e perícias para poder apurar melhor os fatos
e julgar de acordo com o que realmente aconteceu, ou, pelo menos, da
maneira mais parecida possível com a verdade dos fatos. Portanto, admite-
se a ampla possibilidade de produção de provas, sempre lícitas e legais, tanto
pela autoridade fiscal autuante como pelo sujeito passivo.

(FCC/ SEFAZ-PB/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais/2006) Suponha


que um indivíduo preste à administração informações equivocadas a respeito
da área construída de imóvel de sua propriedade. Tendo em vista essas
informações, a administração lavra multa contra o proprietário, porque a área
construída informada é maior do que a permitida pela legislação. Porém, na
realidade, a área é menor e o imóvel está em conformidade com as posturas
municipais. Desejando contestar a aplicação da multa, o proprietário

a) não poderá fazê-lo, porque induziu a administração em erro.

b) não poderá fazê-lo, porque a verdade material não prevalece sobre as


informações constantes dos autos.

c) poderá fazê-lo, sustentando a inexistência de motivos do ato


administrativo.

d) poderá fazê-lo, sustentando vício de forma do ato administrativo.

e) poderá fazê-lo, sustentando desvio de finalidade do ato administrativo.

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Comentários:

a) Incorreta, pois poderá contestar o ato administrativo

b) Incorreta, pois a verdade material prevalece sobre os fatos não


comprovados.

c) Correta, poderá questionar o elemento “motivo” do ato administrativo.

d) Incorreta, pois não há vício na forma.

e) Incorreta, pois não houve desvio de finalidade, mas falsa motivação.

Gabarito: C

7. Princípio do devido processo legal


O princípio do devido processo legal foi alçado à categoria de direito
fundamental no nosso ordenamento. Está previsto no artigo 5º, LIV, da
CF/88, esse princípio assegura:

CF – Art. 5º - LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem


o devido processo legal;

Doutrinariamente, há uma subdivisão do devido processo legal em formal e


material.
No devido processo legal formal, basta a existência de uma norma que
assegure o devido processo legal para restar atendido o princípio aludido.
Ocorre que nem sempre é possível assegurar o princípio do devido processo
legal se não houver efetividade no conteúdo das normas.
Por este motivo, a doutrina entende que para se atender ao comando da
CF/88 é vital que se assegure o devido processo legal material (ou
substantivo), ou seja, que haja eficácia normativa, de forma que o conteúdo
das normas legais do processo administrativo efetivamente possuam
limitações negativas e positivas à atuação da fiscalização e sejam aplicadas
na prática.
Explica-se: o conteúdo das normas deve assegurar ao contribuinte que a o
sujeito passivo poderá influenciar na decisão final, seja por meio de provas
apresentadas, seja por meio de controle de legalidade dos atos
administrativos de fiscalização, seja porque enquanto o débito é discutido na
via administrativa o crédito não pode ser constituído, nem cobrado.
Caso não se observasse isso, a mera existência de uma garantia
constitucional, sem a força do devido processo legal substantivo, faria da
Constituição da República letra morta, pois não conferiria ao contribuinte o
direito de realmente poder se valer de um procedimento para poder

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apresentar sua versão e ter o direito de influenciar no resultado do


julgamento.

Esquema 3 - Devido Processo Legal

8. Princípio do contraditório e ampla defesa


Os princípios do contraditório e ampla defesa são irmãos xifópagos,
previstos na CF/88, que dispõe:

CF – Art. 5º - LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e


aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes;

Estes princípios apenas se aplicam em razão da existência de processo


administrativo ou judicial, ou seja, nas palavras de Hugo de Brito Machado
Segundo seriam “séries organizadas de atos concatenados, administrativas
ou judiciais, que tenham de pôr fim a resolução de um conflito, com a
necessária participação das partes”.
A ampla defesa assegura aos litigantes a comprovação de suas pretensões.
Para se assegurar a ampla defesa, há necessidade de o contribuinte ter claro
conhecimento da imputação do fato gerador com o acesso detalhado à
descrição do fato e dispositivos legais que amparam a pretensão do Fisco. Só
pode se defender amplamente quem sabe exatamente do que está sendo
acusado ou cobrado.

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Também deve ser-lhe conferido o poder de apresentar suas alegações de


forma a influenciar no resultado final do processo, poder produzir a prova e
impugnar a prova do Fisco, além de poder recorrer em caso de sucumbência.

Na seara administrativa tributária, o auto de infração deve ser bem


detalhado, demonstrando exatamente a ausência do tributo apurado ou a
diferença de tributo apurada. E até mesmo os detalhes da infração cometida,
se for o caso.
No plano judicial, após a constituição definitiva do crédito tributário (quando
não mais cabe discutir administrativamente o lançamento, que se consolida),
o Fisco pode inscrever os valores em dívida ativa, para posteriormente ajuizar
a execução fiscal.

Neste termo de inscrição deve constar as seguintes informações, sob pena


de nulidade da inscrição:

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade


competente, indicará obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como,
sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora
acrescidos;
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a
disposição da lei em que seja fundado;
IV - a data em que foi inscrita;
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o
crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a
indicação do livro e da folha da inscrição.
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior,
ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do
processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até
a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula,
devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa,
que somente poderá versar sobre a parte modificada.

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A obrigação veiculada nestes artigos 202 e 203 do CTN, não são apenas uma
obrigação do Fisco, mas um direito do contribuinte saber pelo que está sendo
cobrado, quanto é, de quando é o débito e quem é o responsável por adimpli-
lo, para que possa exercer ampla defesa.
Cumpre ressaltar decisão recente do STJ, em sede de recurso repetitivo, que
decidiu que a certidão de dívida ativa não necessita da memória de cálculo
discriminada, para se consubstanciar em título líquido e certo, apto a lastrear
a execução fiscal, porque entendeu que a Lei nº 6.380/80 (Lei de Execução
Fiscal), não apresenta a memória de cálculo como requisito necessário para
o demonstrativo do débito.
O princípio do contraditório consiste em ofertar o conhecimento às partes de
cada uma das etapas vividas no processo, de forma que a elas seja
chancelada a possibilidade de participar para defender as suas razões e,
assim ter realmente o poder de influenciar na decisão final. Trata-se do
exercício da dialeticidade no processo.

Atentamos para o fato de haver quatro súmulas vinculantes que direta ou


indiretamente tratam dos princípios aqui mencionados:

SÚMULA VINCULANTE 5 - A falta de defesa técnica por advogado no


processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
SÚMULA VINCULANTE 14 - É direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de
defesa.
SÚMULA VINCULANTE 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo.
SÚMULA VINCULANTE 28 - É inconstitucional a exigência de depósito
prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda
discutir a exigibilidade de crédito tributário.

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9. Princípio da presunção de legitimidade

Presume-se que o ato administrativo se pratique de acordo com a lei, mas tal
presunção é relativa, podendo ser afastada pelo contribuinte.

Por meio da presunção de legitimidade, presume-se que o ato praticado pela


autoridade fazendária seja embasado em lei e, portanto, lícito.

Para se questionar um ato administrativo da Fazenda Pública, dada sua


legitimidade relativa, há necessidade de o contribuinte impugnar esse ato em
âmbito administrativo pedindo sua anulação ou até mesmo provocar o
judiciário. O contribuinte pode se valer do judiciário para questionar a
interpretação dada pela fiscalização para praticar o ato administrativo de
lançamento.

Exemplo: o contribuinte pode discordar judicialmente da abertura de


procedimento administrativo de fiscalização sem data de início e término ou
sem que esteja demonstrado o período abrangido na fiscalização.

Também pode o contribuinte se valer de demanda judicial para questionar


procedimentos duvidosos de auditores, tais como: exigir que o contribuinte
preencha as planilhas que ele deveria preencher para fazer a auditoria no
livros e documentos, lacração de estabelecimentos sem ordem judicial,
apreensão de livros e documentos sem a entrega de termo de apreensão com
a discriminação da documentação retirada do estabelecimento do
contribuinte e levada para a repartição pública, exigência de documentos
pessoais ou resguardados por sigilo bancário (já vimos que o próprio Fisco
pode solicitar os documentos bancários diretamente às instituições
financeira) Sendo assim, concluímos que o ato administrativo de fiscalização
é vinculado, devendo estar lastreado em lei para sua realização e que, por
isso, goza de presunção relativa de legitimidade, podendo ser elidida pelo
contribuinte mediante provas contrárias a serem levadas à apreciação do
Judiciário.

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10. Preclusão
A preclusão não é elevada à categoria de princípio, pois apenas serve de
fechadura na marcha processual tributária.

Explica-se: uma vez que se ignore uma etapa processual, seja ela
administrativa ou processual e, posteriormente, tente se retomar a etapa
ignorada, operar-se-á a impossibilidade de voltar no tempo para concluir a
etapa procedimental desejada.

Conforme for avançando as etapas, as primeiras portas são trancadas e se


impede a rediscussão do assunto, tendo ele sido debatido ou não.

Exemplo típico é a falta de apresentação de impugnação ao auto de infração


tributário. Após transcorrido o prazo para impugnação sem a apresentação
desta e sem a apresentação de recursos previstos na lei do processo
administrativo, o crédito tributário se tornará definitivamente constituído na
esfera administrativa, podendo ser inscrito em dívida ativa e cobrado
mediante execução fiscal.

Neste caso, não poderá mais o contribuinte tentar retomar o prazo que deixou
transcorrer in albis, salvo a existência de uma nulidade evidente, como a
citação em local onde não está mais estabelecido ou a entrega de auto de
infração em empresa homônima. Isso porque operar-se-á a preclusão para a
prática do ato de defesa e, sendo assim, a porta para a via administrativa
será fechada e trancada, não sendo mais possível se valer dela para
demonstrar o inconformismo com o lançamento.

(FCC/TRT - 20ª(SE)/Técnico Judiciário/2011) No tocante aos atos


processuais, o fato impeditivo, destinado a garantir o avanço progressivo da
relação processual e a obstar o seu retorno para fases anteriores do
procedimento é

a) a preclusão.

b) a prescrição.

c) a decadência.

d) a litispendência.

e) o impulso ex officio.

Comentários:

a) Correta, pois a preclusão impede a volta para fases anteriores.

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b) Incorreta, pois prescrição é a perda do direito de exigir uma pretensão.

c) Incorreta, pois decadência é a perda do direito de constituir uma relação


jurídica.

d) Incorreta, pois litispendência é a existência de mais de uma lide com a


mesma causa de pedir, mesmas partes e mesmo pedido.

e) Incorreta, pois impulso oficial é a situação de movimentação oficial de


um processo depois de iniciado pelo interessado.

Gabarito: A

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QUESTÕES | Princípios Aplicáveis ao Processo


Tributário
Sumário

1. Questões Comentadas ........................................................ 1

2. Questões sem comentários ..................................................... 15

3. Gabarito .............................................................................. 23

1. Questões Comentadas
1. (FCC/SEGEP - MA/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2016) A
respeito dos Princípios Gerais Tributários,
a) a instituição de tributo através de Decreto não fere o princípio da
legalidade.
b) a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro sem que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou fere especificamente o princípio
da competência.
c) a instituição de tributo fora da matéria que foi destinada
constitucionalmente à entidade tributante fere especificamente o princípio da
anterioridade.
d) a graduação dos tributos fora da capacidade econômica de contribuir não
fere o princípio da capacidade contributiva.
e) O imposto progressivo não fere o princípio da igualdade.
Comentários:
a) Incorreta, pois fere a legalidade, por violar o artigo 150, I, da CF/88.
b) Incorreta, pois fere a irretroatividade, previsto no artigo 150.
c) Incorreta, pois fere o princípio da legalidade.
d) Incorreta, pois fere a capacidade contributiva, por violar o artigo 145,
§1º, da CF/88.
e) Correta, pois na progressividade se tributa mais quem tem maior
condições ou patrimônio para pagar o tributo.
Gabarito 1: E

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2. (FCC/Al/Analista legislativo/2014) Respeita o princípio da isonomia:


a) concessão de isenção, em favor do Ministério Público e aos membros e
servidores do Poder Judiciário, inclusive inativos, de custas processuais,
notariais, cartorárias, e quaisquer taxas e emolumentos.
b) a isenção de imposto de renda sobre a verba de representação percebida
especificamente pelos magistrados.
c) o regime diferenciado, e mais benéfico, em relação ao IPVA relativo a
veículos de propriedade de motoristas cooperados a cooperativas de trabalho
contratadas pela Administração Municipal para o transporte público de
escolares.
d) o regime de recolhimento diferenciado a determinadas categorias de
profissionais liberais, em relação ao ISSQN, para o fim de aproximar suas
condições de trabalho e competitividade às das empresas de maior porte.
e) a isenção do IPVA em favor de proprietários de veículos que se mantêm
associados a determinadas associações de interesse público.
Comentários:
a) Incorreta, pois conceder isenção de tributos em razão do cargo ocupado
por alguém é ferir a isonomia.
b) Incorreta, pois o imposto de renda tributa renda e proventos de qualquer
espécie e seria anti-isonômico tributar uma verba de representação percedida
por quem não fosse magistrado e não para os magistrados.
c) Incorreta, pois o tratamento discriminatório dado a este tipo de
profissional só por estar em cooperativa que presta serviço público fere a
isonomia.
d) Correta, pois tributar as sociedades uniprofissionais (ex: médicos que se
instalam em um mesmo consultório) tem o condão de tratar desigualmente
quem não poderia competir com operadoras de saúde, por exemplo.
e) Incorreta, pois trata-se de discriminação odiosa e não amparada em lei,
que feriria a isonomia.
Gabarito 2: D

3. (FCC/MANAUSPREVE/Procurador/2015) O Município de Manaus,


desejando promover o aumento da base de cálculo do IPTU incidente sobre a
propriedade de imóveis localizados em seu território, deverá elaborar norma
jurídica que atenda, dentre outros, aos princípios constitucionais da
a) Legalidade, anterioridade e irretroatividade
b) Legalidade, anterioridade, noventena e irretroatividade
c) Legalidade, noventena e irretroatividade

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d) Legalidade, anterioridade e noventena


e) Anterioridade, noventena e irretroatividade
Comentários:
O aumento da base de cálculo do IPTU deve estar previsto em lei (legalidade),
deve ser cobrado após a publicação da lei que o majore (irretroatividade) e
deve ser cobrado em exercício financeiro seguinte à sua majoração
(anterioridade). O aumento da base de cálculo do IPTU não se submete à
noventena, pois há exceção constitucional no artigo 150, §1º, da CF/88, o
que torna incorretas as alternativas b, c, d e e.
Gabarito 3: A

4. (FCC/TCE-CE/Analista de controle externo – atividade


jurídica/2015) Considerando o conjunto de regras e disposições relativas à
legalidade, estabelecidas no plano constitucional e no CTN, prescinde de lei a
a) Concessão ou supressão de créditos presumidos relativos à apuração de
impostos e contribuições.
b) Estipulação dos critérios para a atualização da tabela de incidência do
imposto sobre a renda.
c) Definição das condições e limites aplicáveis à alteração das alíquotas do
imposto sobre produtos industrializados.
d) Modificação do termo de vencimento da obrigação tributária principal a
cargo do sujeito passivo.
e) Redução no percentual das multas para o pagamento de tributos em
atraso.
Comentários:
a) Incorreta, pois a concessão ou supressão de créditos presumidos precisa
de lei, CF artigo 97, II, do CTN.
b) Incorreta, pois a atualização da tabela do IR é autorizada em lei e
implementada por decreto.
c) Incorreta, pois a alteração de condições e limites das alíquotas de IPI
necessita de lei, cf artigo 97, IV, do CTN.
d) Correta, pois o termo de vencimento não influi no montante da obrigação
principal a pagar, segundo o STF, conforme extraímos da Súmula Vinculante
50.
e) Incorreta, pois a redução de multas é uma anistia, que é uma das duas
espécies de exclusão do crédito tributário e que necessita de lei, cf artigo 97,
VI, do CTN.
Gabarito 4: D

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5. (FCC/Técnico De Controle Externo/TCM – PA/2010) Sobre os


princípios do processo administrativo, considere:
I. Princípio que assegura a possibilidade de instauração do processo por
iniciativa da Administração, independentemente de provocação do
administrado.
II. Princípio que garante ao administrado que se sentir lesado com a decisão
administrativa propor recursos hierárquicos até chegar à autoridade máxima
da organização administrativa.
III. Princípio segundo o qual muitas das infrações administrativas não são
descritas com precisão na lei.
Esses conceitos referem-se, respectivamente, aos princípios da
a) oficialidade, da economia processual e da ampla defesa.
b) oficialidade, da pluralidade de instâncias e da atipicidade.
c) economia processual, da pluralidade das instâncias e da oficialidade.
d) publicidade, da ampla defesa e da oficialidade.
e) ampla defesa, da oficialidade e da pluralidade das instâncias.
Comentários:
I) Princípio da oficialidade ou do impulso oficial, pois não há necessidade de
iniciativa do contribuinte ou particular ou administrado para que a
Administração Pública inicie um processo administrativo.
II) Princípio da pluralidade de instâncias, que assegura a possibilidade de
acesso a várias autoridades para tentar a reversão de uma decisão
desfavorárvel
III) Princípio da atipicidade, pois se as infrações não são descritas com
precisão, o fato se torna atípico em termos de sanção administrativa.
Gabarito 5: B

6. (FCC/TJ-AP/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2011)


Constituem princípios do processo administrativo, explícitos ou implícitos no
Direito positivo:
a) oficialidade, publicidade e motivação.
b) sigilo, economia processual e unilateralidade.
c) onerosidade, publicidade e tipicidade.
d) formalismo, gratuidade e inércia dos órgãos administrativos
e) oficialidade, devido processo legal e inércia dos órgãos administrativos.
Comentários:

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a) Correta, pois são três princípios presentes no processo administrativo.


b) Incorreta, pois predomina a publicidade dos atos administrativos e a
bilateralidade ou multilateralidade no processo administrativo. Somente está
correta a economia processual.
c) Incorreta, pois a onerosidade não é um princípio válido no processo
administrativo, que vela pela economia processual.
d) Incorreta, pois a oficialidade é que prevalece no processo administrativo,
e não a inércia.
e) Incorreta, pois a oficialidade é que prevalece no processo administrativo,
e não a inércia.
Gabarito 6: A

7. (FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Enfermagem/2010) Sobre os


princípios básicos da Administração, considere:
I. É necessária a divulgação oficial do ato administrativo para conhecimento
público e início de seus efeitos externos.
II. O administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito
aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum.
III. O administrador público deve justificar sua ação administrativa, indicando
os fatos que ensejam o ato e os preceitos jurídicos que autorizam sua prática.
Estão enunciados acima, respectivamente, os princípios da
a) oficialidade, eficiência e finalidade.
b) publicidade, legalidade e motivação.
c) publicidade, supremacia do interesse público e razoabilidade.
d) segurança jurídica, legalidade e praticidade.
e) razoabilidade, supremacia do bem comum e motivação.
Comentários:
I) Trata-se do princípio da publicidade
II) Trata-se do princípio da supremacia do interesse público
III) Trata-se do princípio da motivação dos atos administrativos
Gabarito 7: B

8. (FCC/TCE-PI/Auditor Fiscal de Controle Externo/2014) No que


concerne aos princípios aplicáveis ao processo administrativo é correto
afirmar:

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a) É instaurado a pedido do interessado, sendo vedada à Administração a


atuação de ofício, em razão do princípio da inércia.
b) Não há impedimento à utilização de provas obtidas por meio ilícito, em
obediência aos princípios da oficialidade, da verdade real e da economia
processual.
c) A instauração pode dar-se de ofício, em atendimento ao princípio da
oficialidade.
d) A instauração pode dar-se de ofício, em atendimento ao princípio da
oficialidade, ou a pedido do interessado, que, no entanto, no que diz respeito
à instrução, está impedido de provar os fatos que alega, em respeito ao
princípio do impulso oficial.
e) É vedado ao interessado a participação nos atos do processo, em respeito
ao princípio do interesse público, direito assegurado apenas no processo
judicial.
Comentários:
a) Incorreta, pois a Administração pode iniciar um processo administrativo
de ofício, com base no princípio da oficialidade.
b) Incorreta, as provas obtidas por meios ilícitos são ilegais e não se
prestam a embasar um processo administrativo, pois o contaminam e o
tornam nulo.
c) Correta. O princípio da oficialidade permite que a Administração Pública
inicie um processo administrativo mesmo sem provocação do
particular/administrado.
d) Incorreta, pois o administrado pode se valer de todas as provas
permitidas, desde que lícitas.
e) Incorreta, pois a falta de participação viola o princípio da ampla defesa.
Gabarito 8: C

9. (FCC/ANS/Técnico em Regulação/2007) Quanto aos Processos


Administrativos considere:
I. No processo administrativo deve ser observado o contraditório e a ampla
defesa.
II. A oficialidade é o princípio que garante à Administração iniciar o processo
administrativo de ofício, sem a necessidade de provocação de terceiros.
III. A imposição da sanção por meio da chamada verdade sabida, em
sindicância administrativa, é admitida em todas as infrações funcionais
punidas com advertência e suspensão.

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IV. No processo administrativo, predomina a atipicidade de ilícitos e infrações,


que geralmente são previstos por conceitos jurídicos indeterminados, como
no caso da expressão “falta grave". É correto o que consta APENAS em
a) I, II e IV.
b) I e III.
c) I, III e IV.
d) II e III.
e) II, III e IV.
Comentários:
I) Correta, pois o processo administrativo tem como princípios o
contraditório ampla defesa.
II) Correta, pois a Administração Pública pode iniciar um processo
administrativo independentemente da provocação do interessado.
III) Incorreta, pois o princípio da verdade sabida, em que um fato
notoriamente conhecido pode ensejar um processo administrativo e, por ser
amplamente conhecido, não precisa assegurar ampla defesa e contraditório
não encontra mais espaço no processo administrativo após a CF/88.
IV) Correta, pois a atipicidade adota conceitos jurídicos indeterminados, que
serão integrados por meio de princípios gerais de Direito para terem sentido
e fundamentarem as decisões da Administração Pública.
Gabarito 9: A

10. (FCC/TRE-CE/Analista Judiciário - Área Judiciária/ 2012)


Considere as assertivas abaixo atinentes aos princípios do processo
administrativo:
I. O princípio da oficialidade está presente no poder de iniciativa da
Administração Pública para instaurar o processo, na instrução do processo e
também na revisão de suas decisões.
II. No processo administrativo, prevalece o princípio da atipicidade, no
sentido de que muitas infrações administrativas não são descritas com
precisão na lei.
III. No processo administrativo, embora vigore o princípio da pluralidade de
instâncias, não é permitido alegar em instância superior o que não foi arguido
de início.
IV. É consequência do princípio da pluralidade de instâncias reexaminar a
matéria de fato e produzir novas provas.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.

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b) II e III.
c) I, II e IV.
d) I e IV.
e) II, III e IV.
Comentários:
I) Correta, pois pelo princípio da oficialidade, a Administração Pública pode
iniciar um processo administrativo de ofício.
II) Correta, a atipicidade preconiza a existência de conceitos jurídicos
indeterminados na lei.
III)Incorreta, pois diferentemente do processo judicial, no processo
administrativo é possível arguir em instância superior o que não foi alegado
em instâncias inferiores, desde que não se tenha operado a preclusão.
IV) Correta, a pluralidade de instâncias permite o reexame de fatos e provas.
Gabarito 10: C

11. (FCC/TJ-PI/Assessor Jurídico/2010) Sobre o processo


administrativo é certo que
a) vigora o princípio da oficialidade, sendo necessária para a instauração da
relação processual, a iniciativa do administrado.
b) a autoridade processante ou julgadora não pode conhecer de novas
provas, produzidas em outro processo ou decorrentes de fatos
supervenientes.
c) será observado o atendimento a fins de interesse geral, vedada, em
qualquer hipótese, a renúncia total ou parcial de poderes ou competências.
d) poderá ser aberto período de consulta pública para manifestação de
terceiros, se o processo envolver assunto de interesse geral, sendo que o
comparecimento sempre confere o direito de obter da Administração resposta
fundamentada.
e) é possível a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou
bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Comentários:
a) Incorreta, pois na oficialidade a iniciativa é da Administração Pública, e
não do administrado.
b) Incorreta, pois não há vedação à prova emprestada no processo
administrativo, desde que no processo original tenha sido oportunizado o
contraditório e ampla defesa ao administrado.

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c) Incorreta, pois o fim último é o interesse público e pode haver delegação


de poderes, que é a renúncia parcial e temporária de poderes ou
competências.
d) Correta, pois é viável a instalação de consulta pública em processos
administrativos, para esclarecimento de pontos geralmente técnicos ou
eivados de muita divergência.
e) Incorreta, pois há vedação no depósito prévio para admissibilidade de
recursos, por vedação da Súmula Vinculante nº 28 (“É inconstitucional a
exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação
judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário”)
Gabarito 11: B

12. (FCC/TJ-AP/Juiz Substituto/2014) Acerca dos princípios do processo


administrativo, é correto afirmar:
a) Em face do silêncio da Administração diante de um requerimento do
administrado, aplica-se o princípio da razoável duração do processo, gerando
presunção de anuência tácita ao requerimento.
b) A exemplo do processo judicial, em que a instauração se dá de ofício, no
processo administrativo, o princípio da oficialidade somente vigora após a
provocação da autoridade administrativa pelo interessado.
c) Os processos administrativos devem ser realizados de maneira sigilosa,
até a decisão final, em vista do interesse da Administração em tomar decisões
sem interferências da opinião pública.
d) Embora se aplique no processo administrativo o chamado princípio do
informalismo ou do formalismo moderado, há necessidade de maior
formalismo nos processos que envolvem interesses dos particulares, como é
o caso dos processos de licitação, disciplinar e tributário.
e) O princípio da gratuidade exige que todos os processos administrativos
sejam gratuitos.
Comentários:
a) Incorreta, pois normalmente se não houver prazo para responder a um
requerimento do administrado, não haverá anuência tácita.
b) Incorreta, pois o Poder Público pode instaurar um processo administrativo
de oficio, o que não acontece em processo judicial.
c) Incorreta, salvo casos previstos em lei, os processos administrativos
demandam a publicidade e não correm em sigilo, porque o que se tutela é o
interesse público.
d) Correto. O formalismo é moderado e muito sutil em processos de licitação,
disciplinar e tributário.

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e) Incorreto, não há esta garantia de forma absoluta. O que se veda é a


exigência de depósito para recorrer.
Gabarito 12: D

13. (FCC/ SEFAZ-PB/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais/2006)


Suponha que um indivíduo preste à administração informações equivocadas
a respeito da área construída de imóvel de sua propriedade. Tendo em vista
essas informações, a administração lavra multa contra o proprietário, porque
a área construída informada é maior do que a permitida pela legislação.
Porém, na realidade, a área é menor e o imóvel está em conformidade com
as posturas municipais. Desejando contestar a aplicação da multa, o
proprietário
a) não poderá fazê-lo, porque induziu a administração em erro.
b) não poderá fazê-lo, porque a verdade material não prevalece sobre as
informações constantes dos autos.
c) poderá fazê-lo, sustentando a inexistência de motivos do ato
administrativo.
d) poderá fazê-lo, sustentando vício de forma do ato administrativo.
e) poderá fazê-lo, sustentando desvio de finalidade do ato administrativo.
Comentários:
a) Incorreta, pois poderá contestar o ato administrativo
b) Incorreta, pois a verdade material prevalece sobre os fatos não
comprovados.
c) Correta, poderá questionar o elemento “motivo” do ato administrativo.
d) Incorreta, pois não há vício na forma.
e) Incorreta, pois não houve desvio de finalidade, mas falsa motivação.
Gabarito 13: C

14. (FCC/ PGE-SP/Procurador do Estado/ 2002) O devido processo


legal
a) garante aos administrados, no âmbito da Administração Pública, o direito
de interpor recurso em processo administrativo, mediante o pagamento de
taxa.
b) assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, o direito à
motivação apenas das decisões sobre questões complexas.
c) determina, no âmbito do Poder Judiciário, que o acusado seja processado
perante juízo pré-constituído na forma da lei.

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d) legitima, no âmbito do processo administrativo disciplinar, a


responsabilização de servidor público por ter permanecido calado.
e) assegura ao investigado, em inquérito policial, o contraditório e a ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Comentários:
a) Incorreta, pois a cobrança de valores para a interposição de um recurso
é vedado pela SV 28 do STF.
b) Incorreta, pois a motivação tem que se dar para todos os atos
administrativos.
c) Correta, pois define o conceito de devido processo legal.
d) Incorreta, pois o direito ao silêncio é garantia constitucional.
e) Incorreta, pois no inquérito policial não se assegura o contraditório e
ampla defesa por ser procedimento inquisitorial.
Gabarito 14: C

15. (FCC/ DPE-SP/Oficial de Defensoria Pública/2010) A aplicação dos


princípios do devido processo legal e da ampla defesa na esfera
administrativa estende-se
a) exclusivamente aos processos disciplinares.
b) exclusivamente aos processos administrativos tributários.
c) aos processos administrativos, excluídos os disciplinares.
d) aos processos administrativos, incluídos os disciplinares.
e) aos processos administrativos disciplinares, desde que se destinem a
aplicação de pena de demissão.
Comentários:
O devido processo legal e ampla defesa aplicam-se a todos os processos
administrativos, inclusive os disciplinares.
Gabarito 15: D

16. (FCC/ TRT - 7ª (CE)/Analista Judiciário/2009) Os princípios da


ampla defesa e do contraditório
a) são garantidos por Lei Complementar especialmente editada para esse fim.
b) são inerentes aos processos judicial e administrativo.
c) só se aplicam aos processos judiciais na área penal e na área civil.
d) não se aplicam aos processos administrativos não punitivos.

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e) não se aplicam em nenhuma espécie de processo administrativo.


Comentários:
a) Incorreto, são garantidos pela CF/88.
b) Correto, pois assegura-se em processos judiciais e administrativos.
c) Incorreto, vide alternativa b.
d) Incorreto, pois o fato de um processo administrativo ser não punitivo não
afasta o contraditório, nem a ampla defesa.
e) Incorreto, se aplica a todos os processos administrativos.
Gabarito 16: B

17. (FCC/ TCE-RO/ Auditor/ 2010) O artigo 5º, inciso LV, da Constituição
Federal estabelece que "aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados, em geral, são assegurados o contraditório e
a ampla defesa, com os meios e recursos a eles inerentes". Os princípios do
contraditório e da ampla defesa
a)aplicam-se exclusivamente aos processos administrativos disciplinares.
b) pressupõem a existência de litígio instaurado, podendo ser invocados
somente após formalização de acusação.
c) aplicam-se nos processos administrativos, dentre outros casos, sempre
que houver a possibilidade de repercussão desfavorável na esfera jurídica dos
envolvidos.
d) podem ser dispensados especialmente quando não houver repercussão
patrimonial no processo administrativo.
e) não ensejam, no processo administrativo, a anulação dos atos e decisões
proferidas, salvo na hipótese de comprovado prejuízo funcional ao servidor
envolvido.
Comentários:
a) Incorreto, pois aplicam-se a todos os processos administrativos.
b) Incorreto, pois não demandam litígio instaurado, podendo ser invocados
em processos administrativos.
c) Incorreto, pois não só quando houver repercussão na esfera patrimonial.
d) Incorreto, pois o fato de não haver repercussão patrimonial não afasta
os princípios mencionados.
e) Correto, pois a necessidade de prejuízo é que norteia a anulação de ato
administrativo.
Gabarito 17: E

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18. (FCC/Prefeitura de Macapá – AP/Administrador/2018) Entre os


atributos inerentes aos atos administrativos vinculados, inserem-se
I. Tipicidade.
II. Imperatividade.
III. Discricionariedade.
IV. Presunção de legitimidade.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e IV.
b) II e III.
c) I, III e IV.
d) III e IV.
e) II e IV.
Comentários:
I) Correto, o ato administrativo deve estar previsto em lei (típico)
II) Correto, o ato administrativo é emanado de autoridade para ser imposto
a terceiros.
III) Incorreto, pois o ato administrativo é vinculado: a margem de atuação
do administrador público é limitado pela lei
IV) Correto, pois presume-se que o ato administrativo é praticado de acordo
com a lei.
Gabarito 18: A

19. (FCC/TRT - 6ª/Técnico Judiciário/2018) Considere hipoteticamente


um ato administrativo exarado por autoridade incompetente. Em relação aos
denominados atributos dos atos administrativos, o referido ato
a) não produzirá efeitos, tampouco obrigará terceiros, independentemente
da sua invalidação, ante o princípio que desobriga o cumprimento de ordens
manifestamente ilegais.
b) não produzirá efeitos, tampouco obrigará terceiros, independentemente
da sua invalidação, o que se denomina imperatividade.
c) produzirá efeitos e deverá ser cumprido, a menos que decretada, pelo
Poder Judiciário, sua invalidade, sendo vedada a autotutela na hipótese, o
que se denomina executoriedade.
d) produzirá efeitos e deverá ser cumprido, enquanto não decretada, pela
própria Administração ou pelo Poder Judiciário, sua invalidade, o que se
denomina presunção de legitimidade ou veracidade.

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e) produzirá efeitos e deverá ser cumprido, enquanto não decretada, pela


própria Administração ou pelo Poder Judiciário, sua invalidade, o que se
denomina autoexecutoriedade.
Comentários:
a) Incorreta, pois um ato emanado por autoridade incompetente produz
efeitos e obriga terceiros, existindo um vício na competência que pode ser
convalidado pelo Poder Público.
b) Incorreta, pois surte efeitos.
c) Incorreta, pois a invalidação do ato pela autoridade administrativa
(autotutela) é permitida.
d) Correta, enquanto não invalidado o ato, presume-se ser legítimo.
e) Incorreta, pois autoexecutoriedade é a característica do ato
administrativo de poder produzir efeitos sem a necessidade de prévia
autorização do
Judiciário.
Gabarito 19: D

20. (FCC/TRT - 20ª(SE)/Técnico Judiciário/2011) No tocante aos atos


processuais, o fato impeditivo, destinado a garantir o avanço progressivo da
relação processual e a obstar o seu retorno para fases anteriores do
procedimento é
a) a preclusão.
b) a prescrição.
c) a decadência.
d) a litispendência.
e) o impulso ex officio.
Comentários:
a) Correta, pois a preclusão impede a volta para fases anteriores.
b) Incorreta, pois prescrição é a perda do direito de exigir uma pretensão.
c) Incorreta, pois decadência é a perda do direito de constituir uma relação
jurídica.
d) Incorreta, pois litispendência é a existência de mais de uma lide com a
mesma causa de pedir, mesmas partes e mesmo pedido.
e) Incorreta, pois impulso oficial é a situação de movimentação oficial de
um processo depois de iniciado pelo interessado.
Gabarito 20: A

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2. Questões sem comentários


1. (FCC/SEGEP - MA/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2016) A
respeito dos Princípios Gerais Tributários,
a) a instituição de tributo através de Decreto não fere o princípio da
legalidade.
b) a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro sem que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou fere especificamente o princípio
da competência.
c) a instituição de tributo fora da matéria que foi destinada
constitucionalmente à entidade tributante fere especificamente o princípio da
anterioridade.
d) a graduação dos tributos fora da capacidade econômica de contribuir não
fere o princípio da capacidade contributiva.
e) O imposto progressivo não fere o princípio da igualdade.

2. (FCC/Al/Analista legislativo/2014) Respeita o princípio da isonomia:


a) concessão de isenção, em favor do Ministério Público e aos membros e
servidores do Poder Judiciário, inclusive inativos, de custas processuais,
notariais, cartorárias, e quaisquer taxas e emolumentos.
b) a isenção de imposto de renda sobre a verba de representação percebida
especificamente pelos magistrados.
c) o regime diferenciado, e mais benéfico, em relação ao IPVA relativo a
veículos de propriedade de motoristas cooperados a cooperativas de trabalho
contratadas pela Administração Municipal para o transporte público de
escolares.
d) o regime de recolhimento diferenciado a determinadas categorias de
profissionais liberais, em relação ao ISSQN, para o fim de aproximar suas
condições de trabalho e competitividade às das empresas de maior porte.
e) a isenção do IPVA em favor de proprietários de veículos que se mantêm
associados a determinadas associações de interesse público.

3. (FCC/MANAUSPREVE/Procurador/2015) O Município de Manaus,


desejando promover o aumento da base de cálculo do IPTU incidente sobre a
propriedade de imóveis localizados em seu território, deverá elaborar norma
jurídica que atenda, dentre outros, aos princípios constitucionais da
a) Legalidade, anterioridade e irretroatividade
b) Legalidade, anterioridade, noventena e irretroatividade

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c) Legalidade, noventena e irretroatividade


d) Legalidade, anterioridade e noventena
e) Anterioridade, noventena e irretroatividade

4. (FCC/TCE-CE/Analista de controle externo – atividade


jurídica/2015) Considerando o conjunto de regras e disposições relativas à
legalidade, estabelecidas no plano constitucional e no CTN, prescinde de lei a
a) Concessão ou supressão de créditos presumidos relativos à apuração de
impostos e contribuições.
b) Estipulação dos critérios para a atualização da tabela de incidência do
imposto sobre a renda.
c) Definição das condições e limites aplicáveis à alteração das alíquotas do
imposto sobre produtos industrializados.
d) Modificação do termo de vencimento da obrigação tributária principal a
cargo do sujeito passivo.
e) Redução no percentual das multas para o pagamento de tributos em
atraso.

5. (FCC/Técnico De Controle Externo/TCM – PA/2010) Sobre os


princípios do processo administrativo, considere:
I. Princípio que assegura a possibilidade de instauração do processo por
iniciativa da Administração, independentemente de provocação do
administrado.
II. Princípio que garante ao administrado que se sentir lesado com a decisão
administrativa propor recursos hierárquicos até chegar à autoridade máxima
da organização administrativa.
III. Princípio segundo o qual muitas das infrações administrativas não são
descritas com precisão na lei.
Esses conceitos referem-se, respectivamente, aos princípios da
a) oficialidade, da economia processual e da ampla defesa.
b) oficialidade, da pluralidade de instâncias e da atipicidade.
c) economia processual, da pluralidade das instâncias e da oficialidade.
d) publicidade, da ampla defesa e da oficialidade.
e) ampla defesa, da oficialidade e da pluralidade das instâncias.

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6. (FCC/TJ-AP/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2011)


Constituem princípios do processo administrativo, explícitos ou implícitos no
Direito positivo:
a) oficialidade, publicidade e motivação.
b) sigilo, economia processual e unilateralidade.
c) onerosidade, publicidade e tipicidade.
d) formalismo, gratuidade e inércia dos órgãos administrativos
e) oficialidade, devido processo legal e inércia dos órgãos administrativos.

7. (FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Enfermagem/2010) Sobre os


princípios básicos da Administração, considere:
I. É necessária a divulgação oficial do ato administrativo para conhecimento
público e início de seus efeitos externos.
II. O administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito
aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum.
III. O administrador público deve justificar sua ação administrativa, indicando
os fatos que ensejam o ato e os preceitos jurídicos que autorizam sua prática.
Estão enunciados acima, respectivamente, os princípios da
a) oficialidade, eficiência e finalidade.
b) publicidade, legalidade e motivação.
c) publicidade, supremacia do interesse público e razoabilidade.
d) segurança jurídica, legalidade e praticidade.
e) razoabilidade, supremacia do bem comum e motivação.

8. (FCC/TCE-PI/Auditor Fiscal de Controle Externo/2014) No que


concerne aos princípios aplicáveis ao processo administrativo é correto
afirmar:
a) É instaurado a pedido do interessado, sendo vedada à Administração a
atuação de ofício, em razão do princípio da inércia.
b) Não há impedimento à utilização de provas obtidas por meio ilícito, em
obediência aos princípios da oficialidade, da verdade real e da economia
processual.
c) A instauração pode dar-se de ofício, em atendimento ao princípio da
oficialidade.
d) A instauração pode dar-se de ofício, em atendimento ao princípio da
oficialidade, ou a pedido do interessado, que, no entanto, no que diz respeito

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à instrução, está impedido de provar os fatos que alega, em respeito ao


princípio do impulso oficial.
e) É vedado ao interessado a participação nos atos do processo, em respeito
ao princípio do interesse público, direito assegurado apenas no processo
judicial.

9. (FCC/ANS/Técnico em Regulação/2007) Quanto aos Processos


Administrativos considere:
I. No processo administrativo deve ser observado o contraditório e a ampla
defesa.
II. A oficialidade é o princípio que garante à Administração iniciar o processo
administrativo de ofício, sem a necessidade de provocação de terceiros.
III. A imposição da sanção por meio da chamada verdade sabida, em
sindicância administrativa, é admitida em todas as infrações funcionais
punidas com advertência e suspensão.
IV. No processo administrativo, predomina a atipicidade de ilícitos e infrações,
que geralmente são previstos por conceitos jurídicos indeterminados, como
no caso da expressão “falta grave". É correto o que consta APENAS em
a) I, II e IV.
b) I e III.
c) I, III e IV.
d) II e III.
e) II, III e IV.

10. (FCC/TRE-CE/Analista Judiciário - Área Judiciária/ 2012)


Considere as assertivas abaixo atinentes aos princípios do processo
administrativo:
I. O princípio da oficialidade está presente no poder de iniciativa da
Administração Pública para instaurar o processo, na instrução do processo e
também na revisão de suas decisões.
II. No processo administrativo, prevalece o princípio da atipicidade, no
sentido de que muitas infrações administrativas não são descritas com
precisão na lei.
III. No processo administrativo, embora vigore o princípio da pluralidade de
instâncias, não é permitido alegar em instância superior o que não foi arguido
de início.
IV. É consequência do princípio da pluralidade de instâncias reexaminar a
matéria de fato e produzir novas provas.

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Está correto o que se afirma APENAS em


a) I, III e IV.
b) II e III.
c) I, II e IV.
d) I e IV.
e) II, III e IV.

11. (FCC/TJ-PI/Assessor Jurídico/2010) Sobre o processo


administrativo é certo que
a) vigora o princípio da oficialidade, sendo necessária para a instauração da
relação processual, a iniciativa do administrado.
b) a autoridade processante ou julgadora não pode conhecer de novas
provas, produzidas em outro processo ou decorrentes de fatos
supervenientes.
c) será observado o atendimento a fins de interesse geral, vedada, em
qualquer hipótese, a renúncia total ou parcial de poderes ou competências.
d) poderá ser aberto período de consulta pública para manifestação de
terceiros, se o processo envolver assunto de interesse geral, sendo que o
comparecimento sempre confere o direito de obter da Administração resposta
fundamentada.
e) é possível a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou
bens para admissibilidade de recurso administrativo.

12. (FCC/TJ-AP/Juiz Substituto/2014) Acerca dos princípios do processo


administrativo, é correto afirmar:
a) Em face do silêncio da Administração diante de um requerimento do
administrado, aplica-se o princípio da razoável duração do processo, gerando
presunção de anuência tácita ao requerimento.
b) A exemplo do processo judicial, em que a instauração se dá de ofício, no
processo administrativo, o princípio da oficialidade somente vigora após a
provocação da autoridade administrativa pelo interessado.
c) Os processos administrativos devem ser realizados de maneira sigilosa,
até a decisão final, em vista do interesse da Administração em tomar decisões
sem interferências da opinião pública.
d) Embora se aplique no processo administrativo o chamado princípio do
informalismo ou do formalismo moderado, há necessidade de maior
formalismo nos processos que envolvem interesses dos particulares, como é
o caso dos processos de licitação, disciplinar e tributário.

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e) O princípio da gratuidade exige que todos os processos administrativos


sejam gratuitos.

13. (FCC/ SEFAZ-PB/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais/2006)


Suponha que um indivíduo preste à administração informações equivocadas
a respeito da área construída de imóvel de sua propriedade. Tendo em vista
essas informações, a administração lavra multa contra o proprietário, porque
a área construída informada é maior do que a permitida pela legislação.
Porém, na realidade, a área é menor e o imóvel está em conformidade com
as posturas municipais. Desejando contestar a aplicação da multa, o
proprietário
a) não poderá fazê-lo, porque induziu a administração em erro.
b) não poderá fazê-lo, porque a verdade material não prevalece sobre as
informações constantes dos autos.
c) poderá fazê-lo, sustentando a inexistência de motivos do ato
administrativo.
d) poderá fazê-lo, sustentando vício de forma do ato administrativo.
e) poderá fazê-lo, sustentando desvio de finalidade do ato administrativo.

14. (FCC/ PGE-SP/Procurador do Estado/ 2002) O devido processo


legal
a) garante aos administrados, no âmbito da Administração Pública, o direito
de interpor recurso em processo administrativo, mediante o pagamento de
taxa.
b) assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, o direito à
motivação apenas das decisões sobre questões complexas.
c) determina, no âmbito do Poder Judiciário, que o acusado seja processado
perante juízo pré-constituído na forma da lei.
d) legitima, no âmbito do processo administrativo disciplinar, a
responsabilização de servidor público por ter permanecido calado.
e) assegura ao investigado, em inquérito policial, o contraditório e a ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

15. (FCC/ DPE-SP/Oficial de Defensoria Pública/2010) A aplicação dos


princípios do devido processo legal e da ampla defesa na esfera
administrativa estende-se
a) exclusivamente aos processos disciplinares.
b) exclusivamente aos processos administrativos tributários.

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c) aos processos administrativos, excluídos os disciplinares.


d) aos processos administrativos, incluídos os disciplinares.
e) aos processos administrativos disciplinares, desde que se destinem a
aplicação de pena de demissão.

16. (FCC/ TRT - 7ª (CE)/Analista Judiciário/2009) Os princípios da


ampla defesa e do contraditório
a) são garantidos por Lei Complementar especialmente editada para esse fim.
b) são inerentes aos processos judicial e administrativo.
c) só se aplicam aos processos judiciais na área penal e na área civil.
d) não se aplicam aos processos administrativos não punitivos.
e) não se aplicam em nenhuma espécie de processo administrativo.

17. (FCC/ TCE-RO/ Auditor/ 2010) O artigo 5º, inciso LV, da


Constituição Federal estabelece que "aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados, em geral, são assegurados o contraditório e
a ampla defesa, com os meios e recursos a eles inerentes". Os princípios do
contraditório e da ampla defesa
a)aplicam-se exclusivamente aos processos administrativos disciplinares.
b) pressupõem a existência de litígio instaurado, podendo ser invocados
somente após formalização de acusação.
c) aplicam-se nos processos administrativos, dentre outros casos, sempre
que houver a possibilidade de repercussão desfavorável na esfera jurídica dos
envolvidos.
d) podem ser dispensados especialmente quando não houver repercussão
patrimonial no processo administrativo.
e) não ensejam, no processo administrativo, a anulação dos atos e decisões
proferidas, salvo na hipótese de comprovado prejuízo funcional ao servidor
envolvido.

18. (FCC/Prefeitura de Macapá – AP/Administrador/2018) Entre os


atributos inerentes aos atos administrativos vinculados, inserem-se
I. Tipicidade.
II. Imperatividade.
III. Discricionariedade.
IV. Presunção de legitimidade.

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Está correto o que se afirma APENAS em


a) I, II e IV.
b) II e III.
c) I, III e IV.
d) III e IV.
e) II e IV.

19. (FCC/TRT - 6ª/Técnico Judiciário/2018) Considere hipoteticamente


um ato administrativo exarado por autoridade incompetente. Em relação aos
denominados atributos dos atos administrativos, o referido ato
a) não produzirá efeitos, tampouco obrigará terceiros, independentemente
da sua invalidação, ante o princípio que desobriga o cumprimento de ordens
manifestamente ilegais.
b) não produzirá efeitos, tampouco obrigará terceiros, independentemente
da sua invalidação, o que se denomina imperatividade.
c) produzirá efeitos e deverá ser cumprido, a menos que decretada, pelo
Poder Judiciário, sua invalidade, sendo vedada a autotutela na hipótese, o
que se denomina executoriedade.
d) produzirá efeitos e deverá ser cumprido, enquanto não decretada, pela
própria Administração ou pelo Poder Judiciário, sua invalidade, o que se
denomina presunção de legitimidade ou veracidade.
e) produzirá efeitos e deverá ser cumprido, enquanto não decretada, pela
própria Administração ou pelo Poder Judiciário, sua invalidade, o que se
denomina autoexecutoriedade.

20. (FCC/TRT - 20ª(SE)/Técnico Judiciário/2011) No tocante aos atos


processuais, o fato impeditivo, destinado a garantir o avanço progressivo da
relação processual e a obstar o seu retorno para fases anteriores do
procedimento é
a) a preclusão.
b) a prescrição.
c) a decadência.
d) a litispendência.
e) o impulso ex officio.

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3. Gabarito

Gabarito 1: E Gabarito 9: A Gabarito 17: E

Gabarito 2: D Gabarito 10: C Gabarito 18: A

Gabarito 3: A Gabarito 11: B Gabarito 19: D

Gabarito 4: D Gabarito 12: D Gabarito 20: A

Gabarito 5: B Gabarito 13: C

Gabarito 6: A Gabarito 14: C

Gabarito 7: B Gabarito 15: D

Gabarito 8: C Gabarito 16: B

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