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Sem dúvida nenhuma o ato de taquigrafar exige uma coordenação motora da parte
daquele que o pratica, da mesma forma que a escrita comum. Trata-se, em ambos os
casos, do que se costuma chamar de “coordenação motora fina”, que é a capacidade de
usar de forma eficiente e precisa os pequenos músculos, produzindo assim movimentos
delicados e específicos. Essa “coordenação motora fina”, que usamos para costurar,
escrever, digitar, etc, diferencia-se da “coordenação motora grossa, ou geral”, que
permite à criança ou ao adulto dominar o corpo no espaço, controlando os movimentos
de ordem mais instintiva, como andar, pular, rastejar, etc.
Quando dizemos que para ser um bom taquígrafo é preciso ter uma boa coordenação
motora, queremos apenas dizer que pessoas com deficiência motora, com algum tipo de
deficiência mental ou problema neurológico grave (neuropsicomotor), encontraria
grande dificuldade para taquigrafar. Da mesma forma, encontraria grande dificuldade
(e não raramente impossibilidade), pessoas com déficit visual ou auditivo.
Mas veja que a necessidade de coordenação motora se dá também com a grafia comum.
A mais completa escritora de romances de mistério, Agatha Christie (O Guinness Book
of Records a reconheceu como a escritora de ficção mais vendida de todos os tempos)
tinha uma doença rara, chamada disgrafia, o que a impossibilitava de escrever, de
maneira legível. Todos os seus romances foram ditados para a sua secretária-
datilógrafa.
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No caso do uso da taquigrafia para simples anotações, como parece ser o seu caso, a
coordenação motora equivale (mutatis mutandis) àquela usada na escrita comum. Como
você diz que faz anotações “em letra de forma, e assim mesmo com muita lentidão”,
tudo leva a crer que, no seu caso, o estudo da taquigrafia seria altamente recomendado,
pois abreviaria o tempo e o esforço da escrita. Haveria a troca apenas de uma grafia (a
comum) extensa, lenta, cansativa, trabalhosa de se escrever por outra bem mais sucinta,
menos cansativa, menos trabalhosa: a taquigrafia.