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Aluno(a):
6ª Edição – Agosto/2012
CIEADEP
Pr. Perci Fontoura
Presidente
IBADEP
Pr. M. Douglas Scheffel Jr.
Coordenador
Cremos
viii
ix
Metodologia de Estudo
Para obter um bom aproveitamento, o aluno deve estar consciente
do porquê da sua dedicação de tempo e esforço no afã de galgar um
degrau a mais em sua formação.
Lembre-se que você é o autor de sua história e que é necessário
atualizar-se. Desenvolva sua capacidade de raciocínio e de solução
de problemas, bem como se integre na problemática atual, para que
possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à Igreja em que está
inserido.
Consciente desta realidade, não apenas acumule conteúdos
visando preparar-se para provas ou trabalhos por fazer. Tente seguir
o roteiro sugerido abaixo e comprove os resultados:
1. Devocional:
a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela sua salvação e
por proporcionar-lhe a oportunidade de estudar a sua Palavra,
para assim ganhar almas para o Reino de Deus;
b) Com a sua humildade e oração, Deus irá iluminar e direcionar
suas faculdades mentais através do Espírito Santo, desvendando
mistérios contidos em sua Palavra;
c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que ser
organizados, ler com precisão as lições, meditar com atenção os
conteúdos.
2. Local de estudo:
Você precisa dispor de um lugar próprio para estudar em casa.
Ele deve ser:
a) Bem arejado e com boa iluminação (de preferência, que a luz
venha da esquerda);
b) Isolado da circulação de pessoas;
c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas.
3. Disposição:
Tudo o que fazemos por opção alcança bons resultados. Por
isso adquira o hábito de estudar voluntariamente, sem imposições.
Conscientize-se da importância dos itens abaixo:
a) Estabelecer um horário de estudo extraclasse, dividindo-
xi
5. Estudo extraclasse:
Observando as dicas dos itens 1 e 2, você deve:
a) Fazer diariamente as tarefas propostas;
b) Rever os conteúdos do dia;
c) Preparar as aulas da semana seguinte. Se constatar alguma
dúvida, anote-a, e apresenta ao monitor na aula seguinte.
Procure não deixar suas dúvidas se acumulem.
d) Materiais que poderão ajudá-lo:
»» Mais que uma versão ou tradução da Bíblia Sagrada;
»» Atlas Bíblico;
»» Dicionário Bíblico;
»» Enciclopédia Bíblica;
xii
Bom Desempenho!
xiii
Currículo de Matérias
qq Educação Geral
rr História da Igreja
rr Educação Cristã
rr Geografia Bíblica
qq Ministério da Igreja
rr Ética Cristã / Teologia do Obreiro
rr Homilética / Hermenêutica
rr Família Cristã
rr Administração Eclesiástica
qq Teologia
rr Bibliologia
rr A Trindade
rr Anjos, Homem, Pecado e Salvação
rr Heresiologia
rr Eclesiologia / Missiologia
qq Bíblia
rr Pentateuco
rr Livros Históricos
rr Livros Poéticos
rr Profetas Maiores
rr Profetas Menores
rr Os Evangelhos / Atos
rr Epístolas Paulinas / Gerais
rr Apocalipse / Escatologia
xiv
Abreviaturas
xv
xvi
Conteúdo
Capítulo 1
Livro de Jó 21
Capítulo 2
O Livro de Salmos 45
Capítulo 3
O Livro de Provérbios 71
Capítulo 4
O Livro de Eclesiastes 95
Capítulo 5
O Livro de Cantares de Salomão 121
xvii
xviii
xix
20
Capítulo 1
Tema
Livro de Jó O Autor
Autor: • A hipótese da autoria mosaica
Incerto. Talvez Moisés ou • A hipótese da autoria de Jó
• A hipese da autoria de Eliú
Salomão. • Nenhuma dessas hipóteses?
Data: Data
Não especificada (do século • Período interbíblico
• Período de Salomão
V ao II a.C.). • Período mosaico
Tema: • Período de Jó
O sofrimento do piedoso e a A Origem Divina
Soberania de Deus. • seu singular enlevo espiritual
• A canonicidade do livro de Jó
Palavras Chave: A Excelência Literária
Pecado e justiça. A Estrutura do Livro
Quem Era Jó
Versículo Chave: • A historicidade de Jó
Jó 1.21-22. • Sua terra natal
• A época em que viveu
J
ó é um dos livros sapien- • A teologia de Jó
• A Prosperidade de Jó
ciais1 e poéticos do Antigo O Testemunho de Deus a Respeito
Testamento, “sapiencial”, de Jó
porque trata profundamente de Ensinamentos Notáveis
relevantes assuntos universais
da humanidade; “poético”, Os ícones indicam
porque a quase totalidade do li-
vro está elaborada em estilo po-
ético. Sua poesia, todavia, tem
por base um personagem histó- Conceito Chave
rico e real (Ez 14.14,20) e um
evento histórico real (Tg 5.11).
»» Jó é citado em Ezequiel 14
e Tiago 5;
Muito importante
»» A doença dele pode ter sido
elefantíase;
»» O Senhor deu-lhe o dobro, a
família e a prosperidade lhe
Atenção e foco
1 . Sapiência: Sabedoria divina.
21
Tema
22
23
24
A hipótese da autoria de Jó
Embora vivesse o patriarca numa época bastante recuada,
talvez há mais de cinco mil anos, não lhe era desconhecida nem
a arte nem o ofício de escrever.
Num momento de lancinante1 dor, exclama: “Quem me
dera, agora, que as minhas palavras se escrevessem! Quem me
dera que se gravassem num livro! E que, com pena de ferro
e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha” (Jó
19.23,24).
Não podemos inferir destas passagens que fosse Jó um
escritor. O que ele demanda é que, naquele momento, houvesse
um escriba que, eficientemente, lhe registrasse toda aquela
discussão, a fim de que suas razões viessem a público.
Mais adiante, já esgotados seus argumentos, refere-se ele
novamente ao oficio da escrita: “Ah! Quem me dera um que
me ouvisse! Eis que o meu intento é que o Todo-Poderoso me
responda e que o meu adversário escreva um livro” (Jó 31.35).
Seja-nos permitido concluir que, naquele recuadíssimo
tempo, eram os discursos artisticamente gravados em lâminas
de argila que, endurecidas ao sol, perenizavam as filosofias
e máximas daqueles sábios. Outrossim, depreendemos que
algumas declarações, em virtude de sua relevância teológica,
filosófica e histórica, eram esculpidas com ponteiros de ferro
nas rochas, para que todos pudessem lê-las.
Naquelas tertúlias2, havia sempre um estenógrafo3 que, à
semelhança dos jornalistas atuais, tudo registrava.
25
26
Data
27
Período interbíblico
Pela antigüidade do livro, não acreditamos ter sido este
um produto da chamada era interbíblica. Isto porque, o
hebraico desse período já não tinha o mesmo grau de pureza
e de esplendor que encontramos no referido livro. Além disso,
Ezequiel, que profetizara por volta do século VI a.C., menciona
a obra que, infere-se, já era bastante conhecida em seu tempo
(Ez 14.20).
Período de Salomão
Tendo em vista a qualidade do hebraico usado neste período,
não são poucos os eruditos que defendem a hipótese de não
somente ter sido Jó escrito nessa época, como a possibilidade
de este ter a Salomão como autor. Caso o livro de Jó haja sido
escrito no período de Salomão, sua data de composição pode
ser situada entre o 10º e o 9º século. Esta foi a época áurea1 da
língua hebraica.
1 . Áurea: Fig. Brilhante, magnífico; de grande esplendor.
28
Período mosaico
Não vai longe o tempo em que havia quase que uma
indiscutível unanimidade não somente quanto à autoria do livro 1
de Jó, como também respeitante à data de sua composição.
Ora, sendo Moisés o seu autor, a obra foi composta por volta do
século XV antes de Cristo. Foi a época de formação da língua
hebraica que, adotando o alfabeto, tornou-se um dos idiomas
mais perfeitos de todos os tempos.
Período de Jó
Finalmente, se o livro de Jó foi composto por Eliú, podemos
situar a época de sua composição por volta do século XXV a.C.
Nesse período, a escrita já era uma ciência bastante conhecida.
Aceita esta hipótese, duas conclusões podem ser tiradas:
»» Jó não foi escrito em hebraico, mas num idioma
pertencente ao mesmo tronco lingüístico;
»» Na sua composição, o autor sagrado certamente não
usou o sistema alfabético, e sim ideogramas emprestados
do Egito.
Encontrando a obra em Midiã, o exilado Moisés atualizou-a,
traduzindo-a para o hebraico.
Excetuando a primeira hipótese, as outras poderiam ser
acolhidas sem qualquer prejuízo à qualidade inspirativa da
obra. Isto porque, encerrado o cânon hebraico com Malaquias,
no século V a.C., não mais se admitiu a inclusão de qualquer
outro livro no Antigo Testamento como divinamente inspirado.
29
Questionário
Assinale com “X” as alternativas corretas
1
1. É o tema do livro de Jó
a. o Comunhão com Deus em oração e louvor
b. o O sofrimento do piedoso e a Soberania de Deus
c. o A busca por algo de verdadeiro valor nesta vida
d.o Sabedoria para um viver justo
30
Anotações:
31
A Origem Divina
Não obstante as excelências estilísticas do poema, atentemos
1
para o fato de que não estamos diante apenas de uma obra-
prima da literatura universal, mas de um livro originado no
coração do próprio Deus. Vejamos por que Jó é de procedência
divina.
32
A canonicidade do livro de Jó
A inserção de Jó no cânon sagrado jamais foi questionada.
Não fora sua origem divina, ter-se-ia perdido facilmente como o 1
foram muitas obras primas da antigüidade. No entanto, o Senhor
conduziu os acontecimentos de tal forma que, preservando-o,
consola-nos hoje através do drama de seu virtuosíssimo servo.
A Excelência Literária
Gênero literário
Jó é um poema cujo prólogo é desenvolvido numa prosa
vívida e envolvente, e cujo epílogo é também composto em
ritmo prosaico. Não falta poesia, contudo, nem ao prólogo nem
ao epílogo.
A obra toda segue o modelo semítico caracterizado por
antíteses, paralelismos, metáforas e outras riquíssimas figuras
de retórica. Foi por isso que Tenysson asseverou ser o livro de
Jó o maior poema já escrito. Se nos detivermos apenas nas
excelências literárias de Jó, poderemos vir a deixar de lado seus
ensinamentos espirituais, teológicos e morais; o poema é, de
fato, celestialmente único e divinamente inimitável.
Poesia e história
Apesar de seu gênero literário, não podemos ignorar: Jó é
um poema histórico, e nele nada foi hiperbolizado.
O autor sagrado foi exato em sua descrição, fiel em seu
33
A Estrutura do Livro
Quem Era Jó
34
A historicidade de Jó
Dois autores sagrados comprovam-lhe a historicidade:
Ezequiel e Tiago (Ez 14.20; Tg 5.11). Laboram em grave erro, 1
portanto, os teólogos liberais1 que dizem não passar o patriarca
de uma mera ficção literária. As evidências bíblicas e históricas
atestam ter existido, de fato, o homem que se tornou conhecido,
universalmente, como o mais perfeito sinônimo de paciência.
Além das passagens supracitadas, que afiançam o fato de
ser Jó um personagem histórico e real, tem o testemunho do
próprio Deus. Testemunho este, aliás, dado em primeira mão
a Satanás (Jó 1.8). Por outro lado, não podemos confundir os
personagens do livro de Jó com os homônimos que aparecem
em algumas genealogias bíblicas. Há também os que supõem
ter sido Jó procedente da tribo de Issacar (Gn 46.13).
A teologia de Jó
A teologia de Jó é de uma singular e impressionante
1 sublimidade. O patriarca acreditava firmemente em:
• O Deus Único e Verdadeiro a quem, por 31 vezes, chama
de Todo-Poderoso (Jó 5.17).
• A soberania divina (Jó 1.21; 42.2).
• O glorioso advento do Cristo: “Porque eu sei que o meu
Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra”
(Jó 19.25).
• Justificação1 pela fé. Este postulado acha-se implícito
na pergunta: “Como se justificaria o homem para com
Deus?” (Jó 9.2).
Profundamente reflexivo, Jó foi um teólogo de raríssimos
pendores; buscava sempre se aprofundar no conhecimento
divino. O seu livro traz ensinos dos mais profundos sobre a vida
cristã em geral.
A Prosperidade de Jó
36
37
Ensinamentos Notáveis
38
39
Questionário
Assinale com “X” as alternativas corretas
1
6. A estrutura do livro de Jó é formada por:
a. o Prólogo; diálogo; monólogos e epílogo
b. o Poemas acrósticos; decálogo e doxologia
c. o Prólogo; doxologia; epílogo e diálogo
d.o Poemas acrósticos; monólogos e decálogo
40
Anotações:
41
42
Salmo 19.7-10
43
44
Capítulo 2
Os Autores
Livro de Salmos Data
Autor: A Divisão do Livro
Davi, Asafe, filhos de Coré e Características Principais
O Vocábulo Salmos
outros. Temas
Data: Compilação
100-300 a.C. Classificação
Uso Litúrgico
Tema: Títulos
Comunhão com Deus em Interpretação
oração e louvor. O Livro de Salmos ante o NT
Palavras Chave:
Júbilo, misericórdia (amor e
benignidade), louvor, inimi-
gos, senhor e justiça.
Versículo Chave:
Sl 23.
O
constante encanto e
atualidade dos Salmos
são devidos, principal-
mente, à intensidade espiritual.
Os salmistas são unânimes em Os ícones indicam
adorar a Deus, seja qual for o
modo, motivo ou variedade de
circunstâncias.
Cada um destes hinos, cada Conceito Chave
uma destas orações, é uma ex-
pressão ou um eco de uma vívi-
da relação pessoal com Ele. Foi
incorporada nestes poemas uma
Muito importante
qualidade dinâmica de vida. Por
detrás das palavras existe uma
experiência profunda e, para
além da experiência, encontra-
se uma manifestação de Deus. Atenção e foco
45
Os Autores
46
47
Data
A Divisão do Livro
48
2 Grupo devocional 42 ao 72
3 Grupo litúrgico 73 ao 89
4 Grupo anônimo 90 ao 106
5 Salmos escritos mais tarde 107 ao 150
Características Principais
49
50
O Vocábulo Salmos
Saltério.
O livro de Salmos também é chamado de Saltério. Este termo
vem da palavra grega Psâlterion. É o nome de um instrumento
musical que, no AT, já era bem conhecido (Sl 33.2; 108.2 e
144.9).
Os títulos descritivos que precedem a maioria dos salmos,
embora não pertençam ao texto original, logo não inspirados,
são muito antigos (anteriores a Septuaginta) e importantes.
O conteúdo desses títulos varia, e forma diferentes grupos
de Salmos, como:
»» O nome do autor (e.g., Sl 47, “Salmo... entre os filhos de
Coré”);
»» O tipo de salmo (e.g., Sl 32, um “masquil”, que significa
uma poesia para meditação ou ensino);
»» Termos musicais (e.g., Sl 4, “Para o cantor-mor, sobre
Neguinote [instrumentos de cordas]”);
»» Notações litúrgicas (e.g., Sl 45, “Cântico de amor”, i.e.,
um cântico para casamento);
»» Breves notações históricas (e.g., Sl 3, “Salmo de Davi,
quando fugiu... de Absalão, seu filho”).
Em quase todas as bíblias atuais, dependendo da agência
publicadora e da respectiva versão e edição, cada salmo traz,
antes de tudo, uma epígrafe , elaborada por essas agências. É
51
Temas
52
53
54
Anotações:
55
Questionário
Assinale com “X” as alternativas corretas
3. Salmos imprecatórios
a. o Invocam a maldição ou condenação divina sobre os
ímpios
b.o Eram cantados pelos peregrinos, a caminho de Jerusa-
lém para celebrarem as festas
c. o Narram como Deus lidou com a nação de Israel
d.o Engrandecem o nome, a majestade, a bondade, a gran-
deza e a salvação de Deus
56
Anotações:
57
Compilação
Sabe-se que existiram hinos, usados no culto em Babilônia e
no Egito, por muitos séculos antes de Abraão e José.
Embora fosse um caso notável se a salmodia hebraica não
apresentasse sinais de ter crescido de tal solo, uma semelhança
de estrutura literária, como por exemplo, o uso extenso do
paralelismo não é índice de igual riqueza e vigor espiritual. Neste
2 aspecto, os Salmos de Israel não têm rivais. Além disso, o seu
uso comum por parte de uma congregação de adoradores, bem
como pelos sacerdotes oficiantes, era uma prática desconhecida
em todos os lugares.
Quando os filhos de Israel estabeleceram o culto de Jeová,
na Palestina, fizeram-no no meio de um povo que possuía
um considerável depósito de poesia religiosa. Isto é indicado
pelas tábuas de Ras Shamra e está implícito nos cânticos de
júbilo e de maldição entoados pelos siquemitas no tempo de
Abimeleque (Jz 9.27). É a este período que devemos atribuir a
poesia israelita como o Cântico de Moisés (Êx 15) e o Cântico
de Débora (Jz 5). Estas poesias constituíram precedentes e
ofereceram incentivos para os salmos mais recentes.
A base do Saltério parece ser constituída por uma coleção dos
hinos davídicos. Davi esteve tradicionalmente associado com o
culto organizado (cfr. 1Cr 15 e 16) e os seus dons excepcionais
combinaram-se com a sua notável experiência espiritual.
O grupo principal pareceria ser Salmos 51-72, mas há outros
grupos davídicos, nomeadamente, 2-41 (omitindo o 33), 108-
110 e 137-145. Talvez nem todos estes sejam atribuíveis a Davi,
mas a sua composição marca o estilo e constitui o núcleo.
É presumível1 que tenha havido mais do que um centro
onde os hinos hebraicos foram colecionados, do mesmo modo
que houve mais do que uma “escola de profetas”.
Durante os séculos em que estes grupos se fundiram, algumas
repetições foram aceitas. Estas continham habitualmente
variantes, em que aparecia a palavra Eloim para o nome
de Deus, de hinos que se referiam a Deus como Jeová, mas
havia ainda outras diferenças ligeiras (cfr. 2Sm 22 e Sl 18). Os
58
59
pessoal original e até que ponto foi composto para uso no culto
público? Alguns Salmos são tão íntimos e pessoais como o
amor e a morte (por exemplo, 22; 51; 139), mas foram mais
tarde adaptados para uso nos serviços do templo. Um exemplo
interessante disto acha-se no fim do Salmo 51.
Muitos Salmos, porém, foram compostos, sem dúvida, para
uso em cultos coletivos (por exemplo, 67; 115), e alguns dos
poemas hebraicos mais antigos eram deste caráter, como os
Cânticos de Miriã e Débora (Êx 15.20 ss. e Jz 5).
2 Deve notar-se também que Salmos em que aparece o
pronome “EU” podem não ter sido originalmente pessoais.
A sociedade hebraica encontrava-se de tal modo unida que,
o indivíduo podia identificar-se com o grupo a que pertencia,
e o povo, como um todo, podia ser considerado como uma
personalidade coletiva. Eis por que muitos Salmos, que parecem
ser pessoais, podem entender-se como expressões de uma
comunidade unificada por alguma experiência geral e falando
por meio de uma pessoa representativa.
Classificação
60
Uso Litúrgico
61
Títulos
Interpretação
62
63
64
Testamento são: Sl 2; 8; 16; 22; 40; 41; 45; 68; 69; 89; 102;
109 e 118. Referem-se a:
»» Jesus como profeta, sacerdote e rei;
»» Sua primeira e sua segunda vinda;
»» Sua qualidade de Filho de Deus e seu caráter;
»» Seus sofrimentos e morte expiatória;
»» Sua ressurreição.
Resumindo: os salmos contêm algumas das profecias mais
minuciosas de todo o AT a respeito de Cristo e, a cada passo,
vemo-las fartamente entretecidas na mensagem dos escritores
2
do NT.
Anotações:
65
Questionário
Assinale com “X” as alternativas corretas
66
Anotações:
67
68
Salmo 19.7-10
69
70
Capítulo 3
Sabedoria para a vida correta
Livro de Provérbios A sabedoria em Provérbios
Autor: O Autor
Salomão, com trechos • Salomão
• Os sábios
escritos por Agur e pelo rei • Os homens de Ezequias
Lemuel. • Agur, filho de Jaque
Data: • Rei Lemuel
Data
Cerca de 970 a.C., com tre- Forma e Conteúdo
chos de 700 a.C. Os Provérbios de Israel e de Outras
Tema: Nações
Sabedoria para um viver Uso do Livro de Provérbios
Texto e Versões
justo. Comentário
Palavras Chave: O Livro de Provérbios Ante o NT
Temor do Senhor, sabedoria, Ensinamentos Notáveis
Aspectos Interessantes
entendimento, instrução e Chave de Compreensão
conhecimento.
Versículo Chave:
Pv 3.5,6 e 9.10.
O
AT hebraico era em re-
gra dividido em três par-
tes: a Lei, os Profetas Os ícones indicam
e os Escritos (cf. Lc 24.44).
Na terceira parte estavam os
livros poéticos e sapienciais, a
saber: Jó, Salmos, Provérbios, Conceito Chave
Eclesiastes, etc.
Semelhantemente, o Israel
antigo tinha três categorias de
ministros: os sacerdotes, os pro-
Muito importante
fetas e os sábios. Estes últimos
eram especialmente dotados de
sabedoria e conselhos divinos a
respeito de princípios e práticas
da vida. Atenção e foco
71
72
73
A sabedoria em Provérbios
»» Instrui a respeito da família, da juventude, da pureza
sexual, da fidelidade conjugal, da honestidade, do
trabalho diligente, da generosidade, da fraternidade, da
justiça, da retidão e da disciplina;
»» Adverte quanto à insensatez do pecado, das contendas,
dos males da língua, da imprudência, da bebedeira,
da glutonaria, da concupiscência, da imoralidade, da
falsidade, da preguiça e das más companhias;
»» Faz um contraste entre a sabedoria e a tolice, entre os
justos e os ímpios, entre a soberba e a humildade, entre a
3 preguiça e a diligência, entre a pobreza e a riqueza, entre
o amor e a concupiscência, entre o certo e o errado e
entre a vida e a morte.
O Autor
74
Salomão.
No livro de Provérbios, a sabedoria não é simplesmente
intelectual, mas envolve o homem inteiro; e dessa sabedoria,
Salomão, no zênite1 de sua fama, é a materialização.
Ele amava ao Senhor (1Rs 3.3); ele orou pedindo um
coração entendido para discernir entre o bem o mal (1Rs
3.9,12); sua sabedoria foi-lhe proporcionada por Deus (1Rs
4.29), e era acompanhada por profunda humildade (1Rs 3.7);
foi testada em questões práticas, tais como administração justa
(1Rs 3.16-28) e diplomacia (1Rs 5.12).
Sua sabedoria tornou-se famosa no Oriente (1Rs 4.30
ss.; 10.1-13); ele compôs provérbios e cânticos (1Rs 4.32) e
respondeu “enigmas” (1Rs 10.1); e muito de sua coletânea de
fatos foi tirado da natureza (1Rs 4.33).
1 . Zênite: Fig. Auge, apogeu, culminância.
75
Os sábios.
As nações do Oriente antigo tinham os seus “sábios”, cujas
funções iam desde a política do estado até a educação. (Quanto
ao Egito, cfr. por exemplo, Gn 41.8; quanto a Edom, cfr. Ob 8).
Em Israel, onde era reconhecido que “o temor do Senhor
é o princípio da ciência”, os “sábios” também ocupavam uma
função mais importante. Jeremias 18.18 demonstra que, no
tempo daquele profeta, os sábios estavam no mesmo nível
3 com o profeta e com o sacerdote como órgão da revelação de
Deus. Porém, assim como os verdadeiros profetas tiveram de
entrar em luta com profetas e sacerdotes movidos por motivos
indignos, semelhantemente, muitos dos sábios, transigiram1 em
sua função que era de declarar o “conselho de Jeová” (Is 29.14;
Jr 8.8,9).
Existem pelo menos duas coleções de “palavras dos sábios”
no livro de Provérbios (Pv 22.17-24.22 e 24.23-34). Talvez os
capítulos 1-9 que contém uma exposição do alvo e do conteúdo
do “conselho dos sábios”, venham da mesma origem.
É virtualmente impossível datar essas coleções. Provavelmente
representam a sabedoria destilada2 de muitos indivíduos que
temiam a Deus e viveram dentro de um considerável período
de tempo. Porém, muito desse material é de data antiga. E. J.
Young sugere que pode ser até pré-salomônico.
Os homens de Ezequias.
Por 2Crônicas 29.25-30 aprendemos que Ezequias
providenciou para restaurar a ordem davídica, no templo, bem
como os instrumentos davídicos e os salmos de Davi e de Asafe.
Não há dúvida que um reavivamento de interesse na
sabedoria “clássica” de Salomão foi outra conseqüência dessa
reforma, um reavivamento motivado, não pelo amor às coisas
1 . Transigiram: Chegar a acordo; ceder, condescender, contemporizar.
2 . Destilado: Caído gota a gota; Ressumada, gotejada, estilada.
76
Data
77
Forma e Conteúdo
78
79
Questionário
Assinale com “X” as alternativas corretas
80
Anotações:
81
82
83
Texto e Versões
Comentário
Embora Provérbios, como os Salmos, não seja fácil
de resumir como outros livros da Bíblia, há seções com
3 estrutura definida. É o caso principalmente dos capítulos
1-9, com sua série de 13 discursos apropriados para os pais
em relação aos filhos quando estes atingem a adolescência.
Com exceção de três desses discursos (ver Pv 1.30; 8.1; 9.1),
os demais iniciam por “meu filho” ou “meus filhos”.
Esses treze discursos contêm numerosos preceitos
importantes no âmbito da sabedoria para a juventude. A
partir do capítulo 10, Provérbios contêm diretrizes de peso
a respeito dos relacionamentos familiares (e.g., Pv 10.1;
12.4; 17.21,25; 18.22; 19.14,26; 20.7; 21.9,19; 22.6,28;
23.13,14,22,24,25; 25.24; 27.15,16; 29.15-17; 30.11;
31.1-31).
Provérbios é um livro, sobretudo prático, mas contém
conceitos profundos de Deus. Deus é a personificação da
sabedoria (e.g. Pv 8.22-31) e o Criador (e.g. Pv 3.19,20;
8.22-31; 14.31; 22.2); Ele é descrito como onisciente (e.g.
Pv 5.21; 15.3, 11; 21.2), justo (e.g. Pv 11.1; 15.25-27,29;
19.17; 21.2,3) e soberano (e.g. Pv 16.9,33; 19.21; 21.1).
Provérbios termina com uma solene homenagem à mulher
de caráter nobre (Pv 31.10-31).
O que Salmos é para vida devocional, Provérbios é para
a vida prática. No seu método de ensino, é intimamente
relacionado ao Sermão da Montanha e à Epístola de Tiago.
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Aspectos Interessantes
Talvez o maior de todos os provérbios é 3.5,6. Excelente
3 versículo para a vida. O escritor demonstra ter grande
conhecimento da natureza: formigas, aranhas, coelhos.
Respeito pelos pais é assunto ao qual se referem muitos
provérbios.
Chave de Compreensão
Na estrutura de Provérbios, Deus reconhece a capacidade e
as limitações da mente humana. Sua finalidade, portanto, era
ensinar a sabedoria para viver bem: “Ouça também o sábio
e cresça em ciência, e o entendido adquira habilidade, para
entender provérbios e parábolas, as palavras dos sábios, e seus
enigmas” (Pv 1.5-6).
Provérbios ensina, portanto, a sabedoria. Mas, que é
sabedoria?
»» Não se deve confundi-la com erudição, que é acúmulo
de informações e dados, mas que nem sempre garantem
que a pessoa saberá viver;
»» Não se deve confundi-la também com saber acadêmico.
Há pessoas muito bem preparadas academicamente e
absolutamente insensatas;
»» Sabedoria, no conceito bíblico, não tem a ver com
escolaridade, capacidade intelectual, domínio de
1 . Preceito: Regra de proceder; norma. Ensinamento, doutrina. Ordem, determinação,
prescrição.
2 . Conciso: Sucinto, resumido. Breve, lacônico. Preciso, exato.
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3 Anotações:
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Anotações:
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Questionário
Assinale com “X” as alternativas corretas
90
Anotações:
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Capítulo 4
O Autor
Livro de Eclesiastes Data
Autor: Aspectos Interessantes
Salomão. Eclesiastes Ante o NT
A Vaidade Daquilo que Foi Experimen-
Data: tado
Cerca de 935 a.C. • Tudo é vaidade
• Prazeres e riquezas não produzem
Tema: a felicidade
A busca por algo de verda- A Vaidade Daquilo que foi Observado
deiro valor nesta vida. • Tempo próprio para tudo
• Os males e as tribulações da vida
Palavras Chave: A Sabedoria Prática
Vantagem, vaidade, debaixo • Vários conselhos práticos
do sol e aflição de espírito. • Gozando os bens que Deus dá
• Sete coisas melhores
Versículo Chave: Normas Para uma Vida Feliz
Ec 2.11,13 e 12.13-14. • Valores morais
• Pensamentos pessimistas
E
clesiastes é um livro dife- • A loucura é causa de muitas
rente dos demais livros da desgraças
• Façamos o que é bom no tempo
Bíblia, principalmente os oportuno
do AT. Ele não apresenta uma Conclusão
história como Juízes ou Crônicas,
nem ao menos é um “hinário”,
tal como os Salmos, ou uma co- Os ícones indicam
letânea de oráculos, como alguns
livros proféticos. Trata-se de um
livro “diferente”.
É uma reflexão acerca da Conceito Chave
vida e dos problemas humanos.
Mas somente uma reflexão pura
e simples. Ele se envolve tanto
com os problemas humanos, que
Muito importante
alguns chegaram até a dizer que
essas reflexões foram feitas por
um homem que não conhecia a
Deus em sua plenitude.
Houve mesmo quem dissesse Atenção e foco
95
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O Autor
Data
Aspectos Interessantes
A “conclusão” (Ec 12.13,14) é ainda uma conclusão “debai-
xo do sol”.
Liturgicamente, Eclesiastes é um dos cinco rolos da terceira
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Anotações:
103
Questionário
Assinale com “X” as alternativas corretas
1. Eclesiastes
a. o É um livro basicamente idêntico aos demais livros da
Bíblia, principalmente os do AT
b.o Apresenta uma história como Juízes; em algumas partes
é um “hinário” e uma coletânea de oráculos, como alguns
livros proféticos
c. o É uma reflexão acerca da vida e dos problemas huma-
nos
d.o É fruto de um movimento de sábios que influenciou o
mundo, a partir do reinado de Saul
104
Anotações:
105
A Sabedoria Prática
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Anotações:
114
Anotações:
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Questionário
Assinale com “X” as alternativas corretas
116
Anotações:
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120
Capítulo 5
O Autor
Livro de Cantares Ocasião e Data
Autor: Interpretação
Provavelmente Salomão. Considerações
• O significado
Data: As Mensagens de Cantares
Cerca de 960 a.C. • Acerca do amor humano
• Acerca da religião
Tema: Características Especiais
O Amor Conjugal. Ensinamentos Notáveis
Palavras Chave: Aspectos Interessantes
Chave de Compreensão
Amor, jardim, casa materna. Cantares Ante o NT
Versículo Chave: Cristo Revelado
Ct 6.3 e 8.6-7. O Espírito Santo em Ação
N
o volume sagrado que
nos transmite a men-
sagem que incendeia a
esperança do amor de Deus,
Cantares de Salomão é o único
livro que tem o amor como seu
tema exclusivo.
O assunto é manuseado com
grande habilidade e introspec- Os ícones indicam
ção, numa série de dramáticos
cânticos, centralizada num úni-
co casal e ligada pelo apare-
cimento e reaparecimento de Conceito Chave
grupos subordinados, tais como
“as filhas de Jerusalém” (Ct 1.5;
2.7; 5.8,16), e “os guardas” (Ct
3.3; 5.7), bem como pela repe-
Muito importante
tição de estribilhos significativos
(por exemplo, Ct 2.7; 3.5; 8.4;
2.17; 4.6; 2.16; 6.3; 7.10).
Os cânticos são embelezados
pela rica imaginação oriental, e Atenção e foco
121
122
O Autor
123
Ocasião e Data
Embora Cantares não forneça informações precisas sobre o
contexto, Salomão reinou em Israel de 970 a 930 a.C.
Linguagem e ideais similares também são encontrados na
oração que Davi fez no templo por Salomão e pelo povo durante
a entronização de Salomão (1Cr 29).
As referências geográficas decididamente favorecem uma data
anterior a 930 a.C. O autor menciona de maneira indiscriminada
localidades tanto do Reino do Norte como do Reino do Sul:
Engedi, Hermom, Carmelo, Líbano, Hesbom e Jerusalém. São
mencionadas como se pertencessem a uma única área política.
Nota-se que Tirza é mencionada como sendo uma cidade
de especial glória e beleza, e isto juntamente com Jerusalém (Ct
6.4). Se estas palavras tivessem sido escritas depois de Tirza ter
sido escolhida como primeira capital do norte depois de ter sido
rejeitada a autoridade da dinastia davídica, é difícil crer que teria
sido citada em termos tão favoráveis. Do outro lado, é altamente
significativo que Samaria, cidade fundada por Onri, algum
tempo entre 885 e 874, não tenha recebido nenhuma citação
em Cantares.
A julgar da evidência interna, o autor nada sabia duma
separação da monarquia hebraica em Reino do Norte e Reino do
Sul. Isto se reconcilia facilmente com uma data de composição no
décimo século, antes de 931 a.C.
Mesmo depois da volta do Cativeiro, nenhum judeu da
província da Judéia teria se referido de maneira tão indiscriminada
5 a localidades destacadas nas áreas não-judaicas da Palestina que
já estavam sob o domínio de gentios ou de samaritanos.
É verdade que a área inteira foi reunida sob o reinado dos reis
hasmoneanos, João Hircano e Alexandre Janeu, mas a evidência
dos fragmentos da quarta caverna de Qumran indica que
Cantares já existia na sua forma final, escrita antes do começo da
revolta macabéia em 168 a.C.
É interessante notar que mesmo um estudioso liberal como
R. Gordis sente que é justificável asseverar que Cantares 3.6-11
é “a poesia mais antiga da coletânea inteira, sendo composta na
ocasião de um dos casamentos de Salomão com uma princesa
estrangeira”.
124
Interpretação
Judeus devotos desde o primeiro século de nossa era têm
considerado os Cantares como uma alegoria que representa as
relações de Jeová com Israel. Já o rabino Akiba afirmou que
esse livro era um presente de inestimável valor para Israel e o
mais santo de todos os escritos sagrados.
A exegese cristã, desde os dias de Orígenes tem visto nas
cenas do livro a representação do amor de Cristo para com Sua
Igreja. Delitzsch mantinha que Cantares é um diálogo dramático
em que Salomão e a sulamita são os personagens principais.
Seu amor tipifica o amor de Cristo e da Igreja.
Ewald, conforme foi indicado acima, tomou uma diferente
linha de interpretação. Ele interpretou “o amado” como um pastor
amante de quem a jovem estava noiva, antes de ser capturada
e trazida para o palácio por um dos servos de Salomão. Depois
dela ter resistido com sucesso a todas as tentativas do rei para
conquistar sua afeição, ela é libertada e se reúne a seu amante,
com quem ela aparece na cena final.
Aqueles que adotam esta interpretação vêem em Salomão
um tipo do mundo, e vêem no pastor um tipo de Cristo. A jovem
representa a alma fiel que lealmente preserva a sua fé, seu amor
e sua obediência, a despeito da pressão da tentação, resistindo
a tudo como se visse o invisível.
Quanto a este ponto de vista, as diversas seções de Cantares
podem ser entendidas como segue:
• Cantares 1.2 – 2.7. A jovem relembra seu amado, no
palácio onde Salomão promete adorná-la de jóias; 5
• Cantares 2.8 – 3.5. A jovem relembra uma visita feita
certa ocasião por seu amado e um sonho que se seguiu
a isso;
• Cantares 3.6 – 4.7. A jovem é novamente visitada e
louvada por Salomão;
• Cantares 4.8 – 5.1. Imperturbável, a jovem relembra as
palavras de seu amado e antecipa seu dia de casamento
com ele;
• Cantares 5.2 – 6.3. A jovem relata um sonho e descreve
seu amado;
• Cantares 6.4 – 7.9. A jovem recebe mais uma visita
de Salomão, que faz nova tentativa de conquistar sua
125
afeição;
• Cantares 7.10-8.3. A jovem, mantendo sua lealdade a
seu amado ausente, anseia por sua companhia;
• Cantares 8.4-14. A jovem retorna para casa com seu
amado, e declara-lhe sua fidelidade.
Considerações
O significado:
5 »» Para os judeus daquela época era um apelo à pureza
de vida, um retorno àqueles relacionamentos que Deus
ordenou entre o homem e a mulher. Era um projeto
contra a poligamia que havia se tornado quase universal.
Na verdade, era considerada como uma apresentação
de toda a história de Israel. Havia freqüentemente se
afastado de Deus assim como aquela jovem fora tentada
a se afastar do seu amor.
»» Para os cristãos é apresentada como uma alegoria de
Cristo e Sua Igreja, O Noivo e a Noiva, a plenitude do
amor que une o crente e o seu Salvador. O crente não
deve submeter-se às tentações do mundo e ser infiel a
Jesus. Assim, a atitude da jovem ilustra a verdadeira
126
atitude cristã.
»» Para todo o mundo é mostrada a pureza e a constância do
amor de uma mulher e a devoção aos seus ideais. Fornece
um ideal que, se atingido da maneira própria, expulsaria
da sociedade humana todas as práticas monstruosas que
procedem de ideais indignos. Ele purifica a relação entre
os sexos e nos salvaria da ruína do pecado social.
127
128
Acerca da religião
São três as sugestões:
• A nossa religião é primeiramente uma religião de amor.
Isso se tornará mais claro se aplicarmos a esse pensamento
a base, a força, etc., dadas acima;
• O amor humano é santificado pela religião que o encara
fora do círculo da luxúria1 ;
• A vida religiosa tem a sua melhor expressão nos termos do
amor humano, tais como afeto, auto-renúncia, fidelidade,
etc.
1 . Luxúria: Incontinência, lascívia; sensualidade. Dissolução, libertinagem.
Anotações:
129
Questionário
Assinale com “X” as alternativas corretas
2. O estilo de Cantares
a. o É em parte diálogo e em parte prólogo
b.o É somente diálogo
c. o É em parte diálogo e em parte monólogo
d.o É somente monólogo
130
Anotações:
131
Características Especiais
Na qualidade de poema hebraico, estes cantares passam
repentinamente de personagem para personagem, e de cena
para cena.
A identificação é feita geralmente pelos pronomes usados.
Nomes dos personagens principais: Noivo (masculino, Príncipe
da Paz) e sulamita, a noiva (feminino, Pretendente da Paz)
corresponde, por exemplo, a Júlio e Júlia, Mário e Maria.
Os laços matrimoniais são uma figura favorita usada por
muitos dos profetas e dos apóstolos para representar a relação
de Deus para com o Seu povo. Quatro características principais
assinalam Cantares de Salomão:
1. É o único livro na Bíblia que trata exclusivamente do
amor especificamente conjugal.
2. É uma obra-prima incomparável da literatura, repleta de
linguagem imaginativa, discreta, mas realista; tomada
principalmente do mundo da natureza. As várias metáfo-
ras e a linguagem descritiva retratam a emoção, poder e
beleza do amor romântico e conjugal, que era puro e cas-
to entre os judeus, o povo de Deus dos tempos bíblicos.
3. É um dos poucos livros do Antigo Testamento de que não
se faz referência no Novo Testamento.
4. Neste livro, consta apenas uma vez o nome de Deus, em
Cantares 8.6, mas a inspiração divina permeia o livro,
principalmente nos seus símbolos e figuras.
5
Ensinamentos Notáveis
A filha mais velha de uma família pobre era responsável pela
maior parte do serviço. Ela apascentava os cordeiros e lavrava
a vinha da família, que pertencia ao Rei Salomão. Um dia o
estranho partiu, prometendo voltar. Ela creu nele, confiou nele,
e esperou o cumprimento da promessa.
Aparentemente, ninguém mais na vila o esperava. Ela
esperou por muito tempo, e freqüentemente sonhava. E certo dia
ele voltou mesmo, à testa de gloriosa procissão, e proclamou-a
como sua esposa.
Outra interpretação, dada por algumas pessoas, é de que
a sulamita era a noiva de Salomão. Alguns argumentam que
132
deve ter sido a filha de Faraó; outros que era a bela Abisague,
com quem Salomão possivelmente casou-se no começo do seu
reinado (1Rs 1.3; 2.20-25).
Aspectos Interessantes
• Suném era uma aldeia na encosta sudoeste do pequeno
Hermom;
• Este livro era sempre lido na Festa da Páscoa dos Judeus;
• Alguns consideravam o livro como uma coleção de
cânticos para serem entoados numa festa de casamento.
Chave de Compreensão
Ao ler este livro o estudante deve recordar-se de que
está lendo um poema oriental, e que os orientais usam uma
linguagem clara nas mais íntimas das questões – uma clareza
de linguagem estranha e algumas vezes desagradável à maioria
dos ocidentais. Por mais delicada e íntima que seja a linguagem
em muitas partes do livro, deve notar-se que não há nada que
ofenderia ao mais modesto oriental.
Uma verdadeira apreciação do valor de Cantares é reservada
para aqueles cujo coração está inteiramente entregue a Cristo.
Para eles, a relação é bem inteligível, e as verdades, cristalinas.
133
Cristo Revelado
Capítulo 1
134
135
Capítulo 2
5
“Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales” (2.1)
Aqui fala a donzela sulamita; ela se compara às flores
simples dos campos, pois não está acostumada à aristocracia
1
de Jerusalém.
Sarom é a planície litorânea imediatamente ao sul do
monte Carmelo.
136
Capítulo 3
137
Capítulo 4
“Açafrão” (4.14)
Trata-se de uma planta cujas flores, de tom violeta, produziam
uma tinta amarela. Preparava-se um ungüento perfumoso,
1 . Depreciar: Desvalorizar. Rebaixar, desestimar, desprezar, desdenhar, menoscabar.
138
Capítulo 5
“Safiras” (5.14)
A safira é uma pedra semipreciosa, de um tom intenso de
azul-celeste. Ele é totalmente desejável (Ct 5.16). Tudo o que se
diz do noivo é precioso, desejável e encantador.
Capítulo 6
139
Capítulo 7
“Mandrágoras” (7.13)
Esta erva é considerada um afrodisíaco, isto é, um estimulante
sexual (cf. Gn 30.14-17).
Capítulo 8
140
Anotações:
141
Questionário
Assinale com “X” as alternativas corretas
6. Cantares de Salomão
a. o É um dos livros da Bíblia que trata exclusivamente do
amor especificamente conjugal, os outros são: Oséias e
Efésios
b. o É um dos livros do Antigo Testamento mais referencia-
do no Novo Testamento
c. o Apenas não faz menção no nome de Deus, nem mes-
mo em símbolos e figuras
d.o É repleto de linguagem imaginativa, discreta, mas rea-
lista; tomada principalmente do mundo da natureza
142
Anotações:
143
STAMPS, Donald C.; Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro - RJ: CPAD,
1995.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI. 3ª Ed. Rio
de Janeiro - RJ: Editora Nova Fronteira, 1999.
HALLEY, Henry H., Manual Bíblico, São Paulo: Editora Vida Nova, 9ª edição,
1990.
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Pindamonhangaba - SP:
IBAD.
DOUGLAS, J. D.; O Novo Dicionário da Bíblia. 2ª Ed. São Paulo - SP: Edições
Vida Nova, 2001.
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 6ª Ed. Rio de Janeiro
- RJ: CPAD, 1998.
MEARS, Henrietta C.; Estudo Panorâmico da Bíblia; São Paulo: Editora Vida,
9ª Edição, 1997.
MCNAIR, S. E.; A Bíblia Explicada; Rio de Janeiro: CPAD, 1994; 13ª edição.
PEARLMAN, Myer; Através da Bíblia Livro por Livro; São Paulo: Editora Vida,
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HOFF, Paul; O Pentateuco. São Paulo: Editora Vida.
ELLISEN, Stanley A.; Conheça Melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Edi-
tora Vida.