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CLASSE DE FUNDAMENTOS

O
ESPÍRITO SANTO
BRUNO ARRUDA
O ESPÍRITO SANTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• COMPREENDER A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO E SUA OBRA


• CONCEITUAR OS DONS PARA MELHOR IDENTIFICÁ-LOS NO SERVIÇO
COMUNITÁRIO
• CONCEITUAR E IDENTIFICAR O FRUTO DO ESPÍRITO E O QUE SIGNIFICA
VIVER NO ESPÍRITO

INTRODUÇÃO
Antes de falarmos exclusivamente da pessoa do Espírito Santo, vamos apenas recapitular a
forma básica da doutrina da Trindade:

1. Deus é três pessoas.


2. Cada pessoa é plenamente Deus.
3. Há um só Deus.

Assim vamos pensar então sobre a 3ª pessoa da Trindade que é o Espírito Santo. Lembrando
que o termo 3ª pessoa não é hierárquico, mas em ordem de revelação. Ou seja, o Espírito Santo
foi revelado nas Escrituras após o Pai e o Filho, mas não é inferior em nada a eles.

PESSOALIDADE
O Espírito é um ser pessoal, sendo distinto do Pai e do Filho. Algumas heresias o colocam como
uma força impessoal, apenas a manifestação do poder de Deus. Mas isso não é correto. O fato
é que o Espírito Santo é uma pessoa.

POSSUI OS ELEMENTOS ESSENCIAIS À PERSONALIDADE


Por ser uma pessoa, ele possui características que demonstram sua pessoalidade.

INTELIGÊNCIA (MENTE, INTELECTO)

ls 40.13-14; Jo 14.26; 15.26; At 15.28; Rm 8.27; 1Co 2.10-12. Sobre esse texto, diz
C. Hodge: "A consciência de Deus é a consciência do Espírito".

VONTADE

Sl 106.32-33; Is 34.16; At 13.2; 16.7; 21.11; 1Co 12.11; 1Tm 4.1.

SENTIMENTOS

Mq 2.7 (irritação); Rm 15.30 (amor); Is 63.10 e Ef 4.30 (entristece-se).

ATOS PESSOAIS SÃO ATRIBUÍDOS AO ESPÍRITO

Trabalha (1Co 12.11), intercede (Rm 8.26-27), proíbe (At 16.7), decide (At 15.28),
perscruta (1Co 2.10), fala (At 13.2; Ap 2.7), testifica (Jo 15.26; At 5.32; Rm 8.16),
ensina (Ne 9.20; Jo 14.26; 1Co 12.3), consola (At 9.31), reprova (Jo 16.8-11), regenera
(Tt 3.5), ora (Rm 8.26), guia à verdade (Jo 16.13), glorifica a Cristo (Jo 16.14), chama os
homens ao trabalho, dirigindo-os nessa atividade (ls 61.1; At 13.2-4; 16.6-7; 20.28), entre
outras.
O ESPÍRITO É DISTINTO DO SEU PODER
O Espírito não é confundido com seu poder nem com o daqueles aos quais ele capacita
eficazmente (Lc 1.35; 4.14; At 1.8; 2.4; 10.38; Rm 15.13; 1Co 2.4; 12.4,8,11).

DIVINDADE
O Espírito não é apenas uma pessoa. Ele é uma pessoa divina.

ELE É DEUS

O Espírito é chamado Deus (At 5.3-4).

PERFEIÇÕES DIVINAS SÃO-LHE ATRIBUÍDAS

Santidade (Jo 14.26; Is 63.10), onipresença e imensidão (SI 139.7-10; Jr 23.24),


onipotência (Lc 1.35; Rm 15.19), onisciência (Is 40.13-14; Rm 11.34; 1Co 2.10-11; Jo
16.13; 2Pe 1.21), liberdade soberana (ls 40.13; 1Co 12.11; Hb 2.4), eternidade (Hb
9.14; Gn 1.2), glória (1Pe 4.14), graça (Hb 10.29), vida (1Co 15.45; Rm 8.11).

REALIZA OBRAS DIVINAS


O Espírito Santo como ser pessoal é o agente executivo da Trindade. Tudo quanto Deus faz, Ele
o faz por meio Espírito. Todavia, deve ser ressaltado que ele é o agente, não uma agência.

Veja: na criação (Gn 1.2-3; Jó 33.4; Sl 33.6), na preservação e no governo (Jó 26.13;
33.4; Sl 104.30), na inspiração das Escrituras (2Pe 1.20-21; 2Tm 3.16), na regeneração
(Jo 3.5-6; Tt 3.5), na revelação de eventos futuros (Lc 2.26; Jo 16.13; At 11.28; 1Tm
4.1), na ressurreição (Rm 8.11; 1Pe 3.18), na concessão de dons (1Co 12.4-11), no
governo da Igreja e na tomada de decisões (At 15.28), na vocação de servos (At 13.2; 20.28),
na iluminação (Ef 1.17-18), na santificação (2Ts 2.13; 1Pe 1.2), nos milagres (Mt 12.28),
entre outros.

É ADORADO
Em Atos, fica claro que o Deus adorado é identificado com o Espírito Santo, que proferiu as
Escrituras (Lc 2.25-29; At 4.23-25; At 1.16,20; Ef 2.18). Há o reconhecimento de que o
Senhor é o Espírito. O culto deve ser prestado a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo - e só a
Ele.

É POSTO EM IGUALDADE COM O PAI E O FILHO


O fato de a Bíblia relacionar as três pessoas da Trindade no batismo e na bênção apostólica
atesta a igualdade substancial da Trindade em poder e glória (Mt 28.19; 2Co 13.13). Ser
batizado no nome do Pai, do Filho e do Espírito equivale a ser entregue a eles, para a remissão
dos pecados. "Quando o nome de Deus se junta com o do Filho e do Espírito Santo,
assume o caráter de perfeição e plenitude (Mt 28.19); trata-se de pensamento
trinitariano, ainda que falte aqui uma formulação trinitariana precisa".

PECA-SE CONTRA O ESPÍRITO

A imperdoabilidade desse pecado envolve o fato de o Espírito Santo ser Deus (Mt 12.31-32).
Se o Espírito fosse apenas uma força, não se pecaria contra ele; se em contrapartida fosse
apenas um ser pessoal finito, o pecado contra ele não seria imperdoável. "Se não fosse Deus,
o pecado cometido contra Ele seria considerado menos odioso do que quando
cometido contra o Pai ou o Filho" (cf. Is 63.10; At 5.3).

O TEMPLO DO ESPÍRITO É O TEMPLO DE DEUS

O que nos qualifica como "templos de Deus" é a habitação do Espírito Santo em nós (Rm 8.9-
10; 1Co 3.16; 6.19). Logo, somos "templo do Espírito", porque Deus habita em nós.

A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO


Existe uma posição majoritária sobre esta questão, e muitas vezes difundida com a única, mas
não é. Temos pelo menos 6 posições a respeito da atuação do Espírito Santo no Antigo
Testamento.

1- Salvos e habitados – não há diferença alguma entre a atuação do Espírito no Antigo e


no Novo Testamento
2- Diferenças reconhecidas, mas não vistas como fundamentais – existem diferenças, mas
elas são periféricas, porém os crentes no Antigo Testamento eram salvos e habitados.
3- Salvos, mas não habitados – o Espírito Santo salvava, mas não habitava nas pessoas.
4- Recebem a operação e, por inferência seu Espírito, mas não são habitados – o Espírito
apossava e usava, mas não habitava.
5- O Espírito nada tem a ver com a salvação dos crentes da Antiga Aliança – creem em
uma distinção nítida entre o Antigo e o Novo Testamento.
6- Habitação negada e a salvação não é levantada – não creem na habitação, mas não
formulam nada sobre a salvação.

A posição mais comum é a 4: Não havia a habitação do Espírito nos crentes do Antigo
Testamento. O Espírito vinha "SOBRE" os crentes para tarefas especiais, mas não habitava nos
crentes.

Há ainda outro conceito, este completamente equivocado na compreensão das Escrituras e que
tem a ver com a posição 5, onde as pessoas assumem que no Antigo Testamento é o Tempo da
Lei e no Novo Testamento é o Tempo da Graça.

AT Lei NT Graça

No entanto, o correto é pensarmos em continuidade, onde a Graça permeia também todo o


Antigo Testamento e no Novo Testamento devemos permanecer observando a Lei. No Novo
Testamento, quando se diz que não estamos sob a Lei, a ideia é que não estamos mais sob a
condenação da Lei. Porém os mandamentos permanecem regulando a moralidade de todo
aquele que foi salvo pela Graça.
PERMANECEMOS OBRIGADOS A OBEDECER AOS MANDAMENTOS POIS ELES
DEMONSTRAM NOSSA CONVERSÃO. Obedecemos não para nos salvarmos, mas porque
fomos salvos.

Lei

AT NT
Graça

Assim, acreditamos em uma só forma de Salvação, nas Operações da Graça de igual modo tanto
no Novo quanto no Antigo Testamento, uma só Fé e uma mesma Lei.

Doutrina Novo Testamento Antigo Testamento

Salvador 1Tm 2.5 Is 43.11

Graça Rm 3.24 Sl 13.5

Fé Rm 3.28 Gn 15.6

Santificação 2Ts 2.13 Lv 20.7

Salvação Tt 3.5 ???

Habitação do Espírito Rm 5.5 ???


E se é verdade que os principais pontos da doutrina bíblica têm uma continuidade do Antigo
Testamento para o Novo Testamento, possivelmente então a atuação no Espírito Santo na
Salvação e na Habitação também deve ser a mesma em toda a Bíblia.

SE QUISER VER UM ESTUDO COMPLETO SOBRE ESTA QUESTÃO, ASSISTA AS


PALESTRAS DO DR. MAURO MEISTER :
A HABITAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NOS CRENTES NO AT: DEFINIÇÕES
ACESSE: HTTPS://YOUTU.BE/ZEXQEYSKFS4
A HABITAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NOS CRENTES NO AT: DIFICULDADES
ACESSE: HTTPS://YOUTU.BE/WQ1GX5C4JEU

SUA ATUAÇÃO

Wayne Gruden na sua Teologia Sistemática define que “a tarefa do Espírito Santo é a
manifestação da presença ativa de Deus no mundo, especialmente na igreja”.
Assim, o Espírito anuncia que chegou o tempo da salvação, caracterizado pelo perdão para todos
os que se arrependem de seus pecados. E a partir disto, o Espírito Santo começa a operar no
novo convertido.

NA SALVAÇÃO
O Espírito Santo é quem aplica a salvação no homem.

CONVENCE-NOS DO PECADO DA JUSTIÇA E DO JUÍZO


Não são argumentos humanos, convincentes ou não, que persuadem o homem, mas o Espírito,
que, agindo em nós, nos dá consciência de nossos pecados, fazendo-nos pela graça voltar
arrependidos para Cristo (Jo 16.7-11).

A ação do Espírito tem duplo efeito: convence os homens de seus pecados, conduzindo-os ao
arrependimento a fim de que sejam salvos pela justiça de Cristo (1Co 1.30), e também ele
mostrará aos homens, para a condenação deles, que estavam errados em relação à pessoa e
obra de Cristo.

REGENERA-NOS, CONCEDENDO-NOS VIDA

O Espírito é vida, sendo a fonte e o doador da vida (Rm 8.2; Jo 6.63; 2Co 3.6; Gl 6.8).
Através do Espírito fomos recriados para que possamos responder com fé à Palavra
reivindicatória de Deus (Jo 3.5,6,8; Tt 3.5).

A regeneração antecede a fé: antes, estávamos mortos, incapazes de atender às reivindicações


de Cristo e de ver o glorioso reino de Deus. É o Espírito quem nos capacita a receber a graça,
iniciando uma nova vida em nosso coração, na qual temos os olhos abertos e o coração voltado
para a Palavra de Deus.

Antes, amávamos o pecado; agora, agrada-nos fazer a vontade de Deus (Sl 119.16,77,97-
105; 1Jo 5.1-5). O Espírito infunde em nós uma nova disposição que nos conduz em direção
à vontade de Deus em uma santa e prazerosa obediência.

JUSTIFICA-NOS

Jesus Cristo cumpriu a lei. Ele é nossa justiça (1Co 1.30). O Espírito aplica em nós a justiça de
Cristo; por isso, somos declarados justos diante de Deus (Rm 4.25; Tt 3.6-7; 1Co 6.11).

Quando Deus, livre e soberanamente, nos declara justos, ele efetua uma mudança radical na
nossa situação: antes, como pecadores condenados, estávamos aguardando a sentença
condenatória; agora, como pecadores regenerados e justificados, somos seus herdeiros,
aguardando a plena manifestação da herança incorruptível (Rm 8.17).

FAZ-NOS RECONHECER E CONFESSAR O SENHORIO DE CRISTO

Paulo esclarece aos coríntios: "Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala
pelo Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode
dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo" (1Co 12.3).
Somente pelo Espírito podemos de fato reconhecer e confessar a Cristo como Senhor de nossa
vida, vivendo de forma coerente com esta confissão (Mt 22.43; 1Co 12.3; Rm 10.9-10).

ILUMINA-NOS
O Espírito nos capacita a entender salvadoramente a Palavra de Deus para que possamos
cumpri-la. O que resume bem o desejo de conhecer a lei de Deus para praticá-la, bem como a
certeza da soberania de Deus em auto revelar-se, é a conhecida oração do salmista:
"Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei" (Sl
119.18).

É por meio da iluminação do Espírito que compreendemos as Escrituras (1Co 2.9-12; Tg


1.22-25).

SANTIFICA-NOS
Este ponto é de certa forma decorrente do anterior. O caminho do conhecimento das Escrituras
é a rota da santificação. Deus nos escolheu em Cristo para salvação, pela santificação do Espírito
Santo que fortalece a nossa fé através da Palavra da verdade (2Ts 2.13).

A doutrina da santificação tem como fundamento uma série de atos do Espírito Santo em nossa
vida, resultantes da obra vicária de Cristo; assim, quando falamos de santificação, iniciando pela
eficácia da obra de Cristo, pressupomos - sem importar a ordem aqui - a vocação eficaz,
arrependimento, fé, regeneração, adoção, justificação e a união com Cristo.

DÁ-NOS A VIDA ETERNA


Quando vivemos sob a direção do Espírito, temos a certeza de que ele nos dará a vida eterna,
como consumação efetiva da obra eterna do Deus Triúno, efetuada em nós pelo Espírito. Paulo
escreve aos gálatas: "Porque o que semeia para a sua própria carne da carne
colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida
eterna" (Gl 6.8; Fp 1.6).

NA IGREJA
O Espírito Santo é quem dirige a vida do crente e da comunidade.

O ESPÍRITO SANTO É O NOSSO INTERCESSOR ESPIRITUAL

O Espírito Santo nos assiste em nossa fraqueza (Rm 8.26-27). Temos fraquezas. A força não
vem de dentro, mas do alto. Ele não nos escorraça porque somos fracos, mas nos assiste.

O ESPÍRITO SANTO É QUEM NOS DÁ VITÓRIA SOBRE O PECADO


Só mediante a força e o poder do Espírito Santo que se pode crucificar a carne com suas paixões
e desejos (Gl 5.16,24). Só quando somos cheios do Espírito Santo podemos vencer o pecado
que tenazmente nos assedia.

O ESPÍRITO SANTO É QUEM NOS DÁ PODER


Precisamos do revestimento do poder para testemunhar, para viver, para morrer, para perdoar,
para fazer a obra (Lc 3.16; 3.21-22; 4.1; 4.14; 4.17-18; 24.49; At 1.3-5,8; 2.4; 4.8;
4.31; 1Co 2.3-5; 1Ts 1.5; Zc 4.6).

O ESPÍRITO SANTO É QUEM NOS CONCEDE DONS

Em 1Co 12.7 Paulo chama os dons espirituais de "manifestações do Espírito". E depois diz que
quando usamos os dons, é o mesmo Espírito que realiza todas as coisas conforme sua vontade
(1Co 12.11). Os dons são manifestações porque neles O Espírito Santo se manifesta! Isto é,
ele torna conhecido o seu cuidado por nós e a sua vontade.
O ESPÍRITO SANTO FAZ COM QUE O CULTO SEJA CRISTOCÊNTRICO.
O Espírito nos leva constantemente para perto de Cristo, que se aproxima através da vinda a
nós do próprio Espírito (Jo 16.13,14). Desta forma, capacitando-nos a discernir a Cristo e
levando-nos a estender as nossas mãos para ele, quando este desce do seu trono para vir ao
nosso encontro, o Espírito Santo glorifica a Cristo, de acordo com as próprias palavras deste.

O ESPÍRITO COMO ADOÇÃO, SELO E PROMESSA


Quando uma pessoa se torna cristão, quando alguém se converte a Deus, em geral há alguns
fatos que são comuns:

1- A pessoa ouve a mensagem do Evangelho.


2- Há um apelo para que ela aceite a Jesus.
3- Ele decide aceitar a Jesus.
4- O status dela muda de criatura para filho de Deus.

Esses passos, aparentemente e de maneira externa são o que resume o processo do que
chamamos conversão a Jesus. Mas é aparentemente.

As Escrituras nos mostram que há muito mais por trás disto e que na verdade há todo um
movimento da Trindade para que um indivíduo seja alcançado pelo Evangelho e seja salvo
mediante Jesus Cristo.

Jo 1.12-13 “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos


filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do
sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”.
Quem recebe a Jesus como Senhor e Salvador recebe Dele poder, ou melhor, DIREITO para
serem feitos filhos de Deus. Esse DIREITO é uma legitimidade e autoridade tal que só Deus
poderia dar porque nasceram apenas pela vontade de Deus e de mais ninguém.

ADOÇÃO
Você nasceu para Deus, porque Deus te amou de tal maneira que deu seu Filho por você e você
crendo, foi feito filho de Deus. Isso é o que chamamos de ADOÇÃO.

Para melhor entendermos esse conceito de adoção, precisamos entender o que os autores
inspirados tinham em mente quando diziam algo, por exemplo, como Paulo nos diz em Gálatas:

Gl 4.4-6 “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que
recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao
nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!”.

Ou então em Romanos:

Rm 8.14-16 “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez,
atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual
clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos
filhos de Deus”.
Talvez adoção possa soar como algo meio artificial para nós. No entanto, no mundo romano um
filho adotado era um filho definitivamente escolhido por seu pai para perpetuar seu nome e herdar
sua propriedade. Ele não era em nada inferior a um filho legítimo, antes ele adentrava
completamente à família. Mas não apenas isso. O filho adotado também era uma espécie de
embaixador, representante legal do Pai.

Quando se era adotado naquela época, você adentrava da comunhão existente na família como
se realmente tivesse nascido nela.

Em outras palavras, quando os apóstolos nos falam pelas Escrituras que fomos adotados por
Deus, eles estão querendo dizer que não somos mais vistos por Deus como se em um tempo
não vivíamos para Ele e noutro passamos a viver. Deus nos considera de maneira tal como se
sempre tivéssemos vivido em comunhão com Ele.

Isso apenas por uma razão: Deus quando olha para nós Ele enxerga apenas Seu filho Jesus
Cristo quem sempre viveu em comunhão com Ele.

Esta adoção não apenas muda nosso status diante de Deus. Não somos apenas filhos, mas
filhos íntimos. E é esse o significado da expressão “Aba, pai”.

Dentre outros entendimentos que podemos ter aqui, o uso de Aba, que é uma palavra hebraica,
já traz essa noção de intimidade. Seria o papai em português, ou melhor, “papi”, com o significado
tanto de intimidade quanto de um estado infantil no sentido de estar em completa dependência
do Pai.

ESSA É A FUNÇÃO DO ESPÍRITO SANTO EM NOS COMUNICAR A ADOÇÃO.


O ESPÍRITO SANTO NOS COMUNICA QUE SOMOS LEGALMENTE FILHOS.
O ESPÍRITO SANTO NOS COMUNICA QUE SO MOS INTIMAMENTE FILHOS.
O ESPÍRITO SANTO NOS COMUNICA QUE SOMOS TOTALMENTE
DEPENDENTES DO PAI.

SELO

Vejamos que interessante analogia Paulo faz dessa outra tarefa do Espírito Santo que é a de
nos selar para Deus, como nos textos de Coríntios:

2 Co 1.21-22 “Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é
Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração”.

E Efésios:

Ef 1.13-14 “em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o
evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o
Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da
sua propriedade, em louvor da sua glória”.

Paulo diz que fomos selados pelo Espírito e que o Espírito é o penhor da nossa herança.

O selo na época de Paulo é aquele selo real, o selo oficial, que é colocado em uma carta ou
documento importante, geralmente de pacto, tratado, negociações. Este selo garante a
autenticidade do documento no qual ele foi posto. Também apenas o dono ou o destinatário da
carta é quem poderia remover o selo e ninguém mais. Seria hoje como uma assinatura
reconhecida em cartório.
Ou seja, quando o Espírito Santo nos sela, Ele mesmo está garantindo que você nunca será
extraviado do seu destino que é estar na presença de Deus. Você tem a assinatura de Deus em
você agora, que é o Espírito Santo na sua vida. Ninguém tem o poder de remover o Espírito
Santo de você e ele mesmo é a garantia disto. O que está de acordo com a fala de Jesus de que
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu
lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha
mão” Jo 10.27-28.

É o Espírito quem garante que não nos extraviaremos pois Ele é o penhor, ele mesmo é a
garantia, Ele mesmo se deu a nós para nos levar até Deus. Em outras palavras, o Espírito Santo
é o próprio mensageiro que nos leva como cartas autênticas para Deus. Ele quem nos entregará
para Deus.

NÓS SOMOS AS CARTAS DESTINADAS A DEUS. O ESPÍRITO SANTO É O SELO


QUE NOS TORNA CARTAS AUTÊNTICAS E INVIOLÁVEIS E O ESPÍRITO SANTO
É TAMBÉM A GARANTIA DE QUE SEREMOS ENTREGUES A DEUS POIS ELE
MESMO É QUEM ESTÁ NOS LEVANDO PARA DEUS E NINGUÉM TEM PODER DE
NOS ROUBAR DELE.

PROMESSA
Paulo propõe uma tensão: estamos numa casa terrestre onde o sofrimento existe e vamos ter
que passar muitas vezes por ele, devido a imperfeição e corrupção desta casa; no entanto
esperamos e suspiramos por uma casa celestial, que é eterna, perfeita.

2 Co 5.1-5 “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se


desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna,
nos céus. E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos
revestidos da nossa habitação celestial; se, todavia, formos encontrados
vestidos e não nus. Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo
gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para
que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou
para isto, outorgando-nos o penhor do Espírito”.
E foi exatamente para esta morada celeste que Deus nos deu o Seu Espírito como penhor, como
garantia de que temos esta morada celestial.

No mundo teremos aflições, gememos, somos angustiados, tanto pelo pecado que impera no
mundo quanto nossa própria natureza pecaminosa que muitas vezes nos impede de fazer a
vontade de Deus. Muitas vezes passaremos por situações difíceis, da dor, da perda, do
sofrimento de forma tal que perdemos a esperança.

Mas ainda assim há uma promessa, há uma palavra de ânimo e devemos nos apegar firmemente
a esta certeza: temos a garantia de uma morada eterna e foi Deus quem nos garantiu através do
Espírito Santo.

O MESMO ESPÍRITO SANTO QUE NOS CONFIRMA QUE SOMOS FILHOS DE


DEUS; O MESMO ESPÍRITO SANTO QUE NOS SELA E AUTENTICA QUE
PERTENCEMOS A DEUS É TAMBÉM O MESMO ESPÍRITO SANTO QUE NOS
GARANTE QUE ESSA PROMESSA DE VIDA ETERNA SERÁ CUMPRIDA EM
NOSSAS VIDAS.
ANDAR NO ESPÍRITO
Antes de definir o que é, vamos definir o que não é Andar no Espírito:

• Pessoas defendem que Andar no Espírito tem a ver com esforço pessoal. Na batalha do
Espírito contra a Carne e vence quem a gente alimenta mais. Então temos que esforçar
para produzir o fruto do Espírito e eliminar as obras da carne.
o Isso está certo, temos que nos esforçarmos para expressar a vida de Jesus. Isto
faz parte da vida espiritual, mas não é o Andar no Espírito. Na verdade, o Fruto
do Espírito é o resultado do Andar no Espírito (Gl 5).
• Outros defendem que quem luta contra a carne é o Espírito Santo. Dizem que uma é a
tentação da carne, de pecar, e outra é a tentação de lutarmos contra a carne por nós
mesmos. Então devemos tomar posse da graça da santificação, confiar em Deus,
quando somos tentados e esperar em Deus o livramento. Se você se esforçar vai
misturar com sua vontade e a carne vai entrar.
o Isto está certo, há um lado mais evidente do pecado que são os atos em si, e
um lado mais obscuro que é a autoconfiança, onde você confia nos seus
esforços para produzir virtude. Mas a santificação envolve esforço também. Há
vários textos bíblicos chamando-nos a desenvolver virtudes.
o Você não pode desenvolver domínio próprio sem o exercício da vontade, por
exemplo.
• Alguns defendem que é receber orientações diretas do Espírito Santo para cada decisão
que irá tomar. Você ora e espera uma orientação do Espírito Santo para a roupa que vai
vestir, ou se vai de ônibus ou de carro.
o É claro que temos que consultar o Espírito em diversas decisões que temos que
tomar, mas ao mesmo tempo, temos uma orientação clara das Escrituras em
todo o Livro de Provérbios que para tomar decisões corretas tem que se tornar
sábio: observando, aprendendo, ouvindo os pais, garimpando a sabedoria.
o Ser guiado pelo Espírito não é aposentar as faculdades racionais e viver de
orientações e revelações do Espírito Santo.
• Alguns defendem que é orar em línguas o tempo todo.
o Devemos orar sim, em todo o momento e até mesmo orar em línguas.
o Mas a Bíblia não reduz isso ao viver no Espírito.

Estes pontos fazem parte da vida espiritual, mas não é a essência do que é Andar no Espírito.

Andar no Espírito Santo tem a ver com a realidade e não com a “espiritosfera”, ou seja, como
achar que algo místico, espetaculoso ou sobrenatural no sentido que temos em mente. Andar no
Espírito significa que a obra do Espírito Santo deve se tornar nosso contexto, nosso universo,
nosso ambiente. Em contraste com as trevas na qual antes estávamos e que promove confusão,
ilusão, engano.

Assim, na nossa vida, Jesus não é apenas a referência, mas a fonte de sustento. Você vive por
causa dele e por meio dele. Nada que não esteja em Jesus não subsiste. Tudo deve estar
relacionado com Jesus.

Andar em Espírito é termos o conhecimento e a participação na graça de Deus da obra de Cristo


na cruz. E conhecer a graça não é informação, mas é a presença interna do Espírito, onde a sua
mentalidade e sua percepção mudam; são reconfiguradas para a forma que o próprio Cristo
percebe a realidade.

Portanto, você constrói sua vida, sua existência e toda a sua percepção e perspectiva de vida a
partir do testemunho interno do Espírito de que você é Filho de Deus. E só a partir disso, todas
as demais ações fazem sentido.
SÍNTESE:
DEUS NOS CONCEDEU GRAÇA ATRAVÉS DE JESUS
O ESPÍRITO NOS FAZ CONHECER E PARTICIPAR DESTA GRAÇA
O ESPÍRITO NOS DÁ A CERTEZA DE QUE FOMOS ACEITOS
ANDAR NO ESPÍRITO É CONSTRUIR SUA VIDA A PART IR DESTA CERTEZA

BATISMO NO ESPÍRITO
Muitos consideram o Batismo com o Espírito Santo evidenciado apenas quando há alguma
manifestação dos dons, especialmente o de falar em línguas. No entanto, este é um grande
equívoco bíblico. Alguns dons podem inclusive serem imitados, como os magos de Faraó fizeram
quando Moisés manifestava as duas primeiras pragas.

Em 1 Co. 12.13 Paulo escreve: "Pois, em um só Espírito, TODOS NÓS FOMOS


BATIZADOS em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres.
E a todos nós foi dado beber de um só Espírito".
Nem Paulo e nem os coríntios estavam presentes no momento em que a profecia de Joel cumpriu
sobre o derramar do Espírito em Pentecostes. No entanto, neste texto Paulo deixa claro que
tanto ele, quando os coríntios receberam a mesma bênção, ou seja, eles receberam o Espírito
Santo.

Mas a linguagem que o próprio Paulo usa foi que eles foram batizados no Espírito Santo. Sobre
isso, John Stott conclui: “O que imediatamente desperta atenção neste versículo é a
repetição enfática da palavra "todos" ("todos nós fomos balizados", "a todos nós
foi dado beber") e da palavra "um" ("em um só Espírito", "em um corpo", "de um
só Espírito"), uma contrastada com a outra, intencionalmente. Isto está em
harmonia com o contexto. Em 1 Cor. 12 o apóstolo está enfatizando, no começo
do capítulo, a unidade do Espírito, o doador dos dons espirituais, antes de
desenvolver, na segunda parte do capítulo, a diversidade dos dons em si. Ele
está sublinhando que, como cristãos, temos uma experiência do Espírito Santo
igual para todos. Esta é a diferença entre "o dom do Espírito" (que significa o
próprio Espírito) e "os dons do Espírito" (que significa os dons espirituais que ele
distribui).

Na primeira parte do capítulo, ele fala (literalmente) três vezes de "um Espírito"
(9b, 13a e b), três vezes do "mesmo Espírito" (4, 8 e 9a), e uma vez de "um e o
mesmo Espírito" (11). Aí está sua ênfase. O clímax está no versículo 13: "Pois,
em um só Espírito, todos nós fomos balizados em um corpo... e a todos nós foi
dado beber de um só Espírito". Assim, o batismo do Espírito neste versículo,
longe de ser um fator diferenciador (alguns o têm, outros não), é um grande fator
unificador (uma experiência que todos tivemos). Ele é, na verdade, o meio de
entrada no Corpo de Cristo. E a menção que Paulo faz de judeus e gregos,
escravos e livres pode bem ser uma alusão a "toda a carne" de Joel, não
importando raça ou posição. A unidade do Corpo surge da unidade do Espírito,
e é exatamente isto que Paulo deixa implícito em Ef. 4.4: "Há somente um corpo
e um Espírito". Portanto, é difícil resistir à conclusão de que o batismo do Espírito
não é uma segunda experiência, subsequente, que alguns cristãos têm, mas é
a experiência inicial que todos têm”.
Assim, quando se dá o Batismo com o Espírito Santo? Não na manifestação dos dons, mas na
conversão a Cristo. No momento em que o Espírito passa a habitar ao que foi regenerado em
Cristo, é neste momento que a Bíblia considera o Batismo com o Espírito Santo.

UNÇÃO DO ESPÍRITO SANTO


O termo unção hoje é sinônimo de “plus espiritual”. Alguns ainda usam o termo unção para falar
de manifestações do Espírito, tais como “unção do riso”, “unção da águia” e etc. Mas fato é que
nem tais manifestações, e menos ainda o termo unção agregado a isso, estejam de acordo com
as Escrituras.

UM BREVE ANÁLISE SOBRE ESTE MOVIMENTO E SUAS ORIGENS VOCÊ


ENCONTRA EM: HTTPS://THIRDMILL.ORG/PORTUGUESE/20288~9_19_01_10 -
03-56_AM~ENTENDENDO_A.HTML

Augustus Nicodemus define que “unção, no Antigo Testamento, era o resultado do


derramar de óleo ou azeite sobre determinadas coisas para separá-las para
Deus (ver Ex 40.9,15)”.

No Novo Testamento, na carta de 1 João 2.20 “mas vocês têm uma unção que procede
do Santo, e todos vocês têm conhecimento”, o termo “unção” se refere ao próprio
Espírito Santo dado a todos os que creram em Jesus. Ou como reverendo afirma: “A unção a
que João se refere é o Espírito Santo, pois: (1) Jesus Cristo foi ungido pelo
Espírito Santo por ocasião de seu batismo no Jordão (At 10.38); (2) Cristo é o
Ungido (Dn 9.26), o “Santo” (cf At 4.27,30) que ungiu os crentes com este mesmo
Espírito, quando se converteram ao Evangelho da verdade (Ef 1.13), desta forma
separando-os e consagrando-os para Deus; (3) Esta unção ou selo, que é a
presença do Espírito nos crentes, é a defesa contra o erro religioso propagado
pelos anticristos, pois o Espírito ilumina, guia e sela o cristão na verdade (Jo
15.26; 16.13), dando-lhes o verdadeiro conhecimento de Deus”.
Assim, pensar em unção algo distinto do Espírito Santo é um equívoco, especialmente quando
o sentido é de alguns possuírem determinada unção e outros não. Todos os crentes são
igualmente ungidos, pois todos têm o Espírito Santo.

Unção não é um poder místico que vem de Deus como uma capacidade extra para terem
experiências estranhas. Unção é a atuação do Espírito em todos os que creem; Espírito este que
devemos buscar para que o seu governo sobre nossas vidas seja pleno de modo que sirvamos
a Deus para a sua própria glória.

DONS E MINISTÉRIOS
Dons Espirituais são capacitações divinas para ministrar a graça de Deus, que operam através
do serviço, edificando a Igreja e glorificando a Deus.

O dom espiritual só pode funcionar plenamente quando é orientado em direção à uma


necessidade de um irmão ou da igreja. É por isso que Paulo diz em 1Co 13.1-3 que os dons
sem amor não trazem nenhum proveito. Qual deve ser a nossa motivação ao buscar dons
espirituais? A edificação da igreja. Pois o propósito dos dons é servir à igreja.

Ou seja, quando suprimos às necessidades das pessoas com a graça que Deus nos concedeu,
as pessoas reconhecem a mão de Deus e o glorificam. Esse é o propósito dos dons: manifestar
a multiforme graça de Deus, para trazer glória a Deus.

DONS ESPIRITUAIS OU TALENTOS NATURAIS?


Alguns fazem uma distinção entre o que é dom espiritual, como sendo algo extraordinário, e o
talento natural, como sendo algo não espiritual ou mesmo inferior. No então, a Bíblia mesmo não
faz esta distinção. Antes Tiago diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do
alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra
de mudança” (Tg 1.17).
Assim, podemos até falar em dons e talentos no sentido de que o dom é algo dado ao cristão
regenerado após sua conversão e o talento é dado a pessoa desde nascença. Mas um não é
inferior ao outro e nem mais especial que o outro.

John Stott é prudente então ao concluir: “Portanto, a evidência bíblica nos adverte a
não traçarmos uma linha demarcatória muito firme entre dons naturais (talentos)
e espirituais. John Owen, era seu grande livro do século XVII PNEUMATOLOGIA
ou A DISCOURSE CONCERNING THE HOLY SPIRIT (UMA DISSERTAÇÃO SOBRE O
ESPÍRITO SANTO), distinguiu entre dois tipos de dons espirituais - "OS QUE
EXCEDEM TODOS OS PODERES E CAPACIDADES DA MENTE HUMANA" e "OS QUE
CONSISTEM DE REFORÇOS EXTRAORDINÁRIOS DAS CAPACIDADES DA MENTE
HUMANA".

QUAIS SÃO OS DONS ESPIRITUAIS?


Antes de classificarmos e listarmos os diversos dons, algumas questões precisam ficar claras:

1. Em primeiro lugar, a Bíblia apresenta o povo de Deus realizando muitas tarefas através
do poder do Espírito Santo, sem falar claramente que são dons. Mas a partir do conceito
bíblico de dons espirituais, somos forçados a reconhecer que esses feitos vêm dos dons;
2. Paulo alista alguns dons sem nos dar explicações claras do que são; assim precisamos
de outros critérios para defini-los, e um deles é certamente os trechos da Bíblia que se
referem aos dons sem dizer explicitamente que eles são dons;
3. As listas de Paulo não são completas; há dons que se repetem e dons que só aparecem
em uma lista. Isso mostra que não podemos fechar o número de dons com as listas de
Paulo;
4. Pedro diz que a graça de Deus é multiforme, e que por isso há tantos dons. Dizer que a
graça de Deus só pode operar através de 15 ou 20 dons é negar que ela seja realmente
multiforme; E por ser tão diverso, isso implica que não teremos todos os dons,
justamente porque o serviços dos dons é um serviço mútuo (1Co 12.29-30).
5. Finalmente, os dons são capacidades divinas, graças. O que mostra que um dom existe
é a sua existência! Se reconhecermos que o serviço de um irmão, não importa qual seja
a sua habilidade, manifesta a graça de Deus, então devemos saber que estamos diante
de um "charisma", isto é, de um dom da graça.

A melhor classificação que conheço é a de David Kornfield, apesar das ressalvas em relação à
sua teologia. Ele divide os dons conforme as listas de Paulo: os nove dons de 1Co 12 são
denominados "DONS MANIFESTACIONAIS", porque são claramente manifestações que
ocorrem em momentos específicos; os sete dons de Rm 12 são chamados "DONS
MOTIVACIONAIS", pois se apoiam em elementos da nossa personalidade; e os cinco dons de
Ef 4 são chamados "DONS MINISTERIAIS", pois tem uma função especial na capacitação e
desenvolvimento dos outros dons espirituais.

OS DONS MANIFESTACIONAIS
Os dons manifestacionais são aquelas manifestações momentâneas do Espírito, quando ele
concede a alguém uma capacitação especial para edificar o corpo. Há cerca de nove dons que
podemos classifica-los como dons manifestacionais, mas pode haver outros pouco conhecidos.
Esses dons estão alistados principalmente em 1 Coríntios 12.

A PALAVRA DE SABEDORIA
É a graça de julgar as coisas e trazer uma resposta sábia diante de uma necessidade específica.
Esse dom é útil em vários ministérios: aconselhamento, pregação, visitação, liderança (para dar
orientações sobre os rumos da igreja), evangelismo e ensino (para avaliar e dar orientações
sábias à luz do evangelho).

A PALAVRA DO CONHECIMENTO
É a graça de descobrir, reter e esclarecer verdades importantes para a edificação do corpo. O
Dom de conhecimento é importante para o ministério de ensino e também para o trabalho
missionário (acumulando informações para elaborar estratégias). Esse dom geralmente se
apresenta nos que se dedicam ao estudo da Teologia à serviço da Igreja.

O DOM DA FÉ
É a graça de confiar em Deus de maneira extraordinária e independente das circunstâncias,
especialmente quando as mesmas estão contrárias ao alvo planejado. O dom da fé é apropriado
para grupos de oração, para evangelismo, trabalho missionário e plantação de igrejas, para o
planejamento de longo prazo e excelente para a liderança da igreja.

OS DONS DE CURAR
É a graça divina de curar o corpo e emoções de alguém de modo miraculoso, em ocasiões
específicas, à parte de meios naturais. No texto bíblico em 1Co 12.9 está no plural indicando a
atuação em diversos tipos de indisposições e doenças. O dom de cura é útil para equipes de
visitação, cultos de oração, aconselhamento e evangelismo.

AS OPERAÇÕES DE MILAGRES
É a graça de operar um sinal sobrenatural, de forma que a mão divina seja revelada e Deus seja
glorificado. Esse dom é importante no ministério de oração, nas missões transculturais, quando
os poderes das trevas são desafiados e na evangelização.

O DOM DE PROFECIA
É a graça de transmitir a mensagem de Deus de modo que os segredos do coração dos ouvintes
sejam manifestos. O dom de profecia tem uma das funções mais importantes no culto da igreja.
Werner de Boor nos oferece uma boa explicação de como se dá em seu comentário de
1Coríntios: “Os que falam profeticamente falam também agora com seu
entendimento e eles proferem edificação, exortação e consolo. Fazem-no com
sua razão [isto é, com sua inteligência e raciocínio] e por isso em linguagem
simples e inteligível. Não o fazem a partir de sua razão [ou seja, como se sua
própria inteligência regesse tudo], mas a partir do Espírito Santo e sob a
condução do Espírito. É por essa razão [ou seja, pela condução do Espírito] que
o fazem de tal modo que o visitante seja atingido na consciência e ele veja seu
íntimo descoberto e revelado, ficando diante da onipresença de Deus. (...) A
igreja realiza sua reunião para sua própria edificação. Porém, falando todos
profeticamente acontece sem intenção deles e sem seu conhecimento e
determinação diretos, que tudo o que é dito atinja o coração dos visitantes
estranhos, levando-os a se prostrarem perante Deus”. Este dom é útil para a pregação,
para o ministério de louvor, para grupos de oração, para aconselhamento. Pode ser desenvolvido
também em grupos pequenos.

O DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS
É a graça de identificar a natureza de alguma manifestação, seja da parte de espíritos malignos,
do espírito humano ou Espírito de Deus. Esse dom é útil para o trabalho com aconselhamento,
também é para reuniões administrativas da igreja, para o trabalho com pessoas necessitadas e
com novos convertidos. Quem tem esse dom deve tomar cuidado para não desenvolver um
espírito excessivamente crítico ou usar seu dom sem misericórdia ou sem sabedoria.

O DOM DE LÍNGUAS
É a graça de orar, adorar e falar palavras de edificação, sob inspiração do Espírito, num idioma
desconhecido pela pessoa que se expressa. Diferentemente do que muitos pensam, não é este
dom que evidencia que uma pessoa foi batizada no Espírito Santo e nem todos os cristãos o tem
(1Co 12.30). O dom de línguas é útil para os momentos de oração. Para as orações públicas,
em reuniões de culto, ele só é útil se houver interpretação para edificação de toda a comunidade.
A orientação bíblica é que não use deste dom como exibicionismo espiritual, mas em ordem e
decência. Este dom foi o mais bem orientado pelo apóstolo Paulo (1Co 14.27-28).

VEJA A EXPERIÊNCIA DE JOHN PIPER SOBRE O DOM DE LÍNGUAS:


HTTPS://YOUTU.BE/LEPVC-W1KRI

A INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS
É a graça de explicar o significado de uma expressão em línguas. Esse é o "dom irmão" do dom
de línguas. Esse dom é muito importante pois é o único capaz de dar às línguas um valor para o
culto público, para edificação de toda a igreja.

OS DONS MOTIVACIONAIS
Esses são os dons que estão mais ligados a partes profundas da nossa personalidade e aos
nossos talentos. Geralmente eles são talentos purificados e ungidos pelo Espírito Santo, mas
podem também ser habilidades totalmente novas concedidas por ele.

A PREGAÇÃO
É a graça de proclamar a Palavra de Deus confrontando o pecado dos ouvintes e encaminhando-
os de volta a Deus. O dom de pregar é muito útil à igreja. É muito importante no ministério pastoral
e em todos que comunicam as Escrituras, como evangelismo e ensino.

O SERVIÇO
É a graça de reconhecer onde se engajar para que uma determinada tarefa seja realizada, e
como usar os meios disponíveis para atingir os alvos desejados. Esse dom é muito útil para o
trabalho de visitação, de assistência aos necessitados, para cuidar do espaço das reuniões,
buscar pessoas ou coisas, operar o som da igreja, cuidar de crianças, preparar refeições, ajudar
na organização de acampamentos, encontros de comunhão e eventos especiais, secretaria da
igreja, etc.

O ENSINO
É a graça de transmitir informações importantes para a edificação da igreja, de forma
compreensível e relevante para outras pessoas. O dom de ensino é importantíssimo para a
igreja. É útil nos ministérios de educação cristã; para a escola dominical, o discipulado, os
estudos bíblicos, a preparação de material didático, o preparo dos novos convertidos, e para as
discussões em grupos de estudo.

A EXORTAÇÃO
É a graça de aconselhar alguém a assumir certa atitude, de tal modo que ele seja bem orientado,
encorajado e animado diante da vida. O dom de exortação é muito útil para equipes de
aconselhamento, integração de novos convertidos, visitação, trabalho com pessoa afastadas da
fé, aconselhamento sobre dons, grupos pequenos, discipulado e atividades semelhantes.

A CONTRIBUIÇÃO
É a graça de contribuir para a obra de Deus entregando seus recursos materiais para suprir as
necessidades com alegria e liberalidade. Esse dom é útil para sustentar atividades que
dependem de recursos financeiros, como a igreja, instituições educacionais e ações sociais
cristãs. A pessoa com esse dom pode comprometer-se a apoiar missões e missionários em longo
prazo.

A LIDERANÇA
É a graça de conduzir um grupo de pessoas à mobilização para realizar projetos para glorificar
a Deus. O dom de liderança é útil para a presidência da igreja e de ministérios diversos, para
liderar grupos e para planejamentos em longo prazo.

A MISERICÓRDIA
É a graça de identificar-se com o sofrimento do próximo e responder de modo alegre e eficiente
com atos que aliviem esse sofrimento. O dom de misericórdia se distingue do serviço por estar
mais orientado para o sofrimento das pessoas do que para as tarefas em si. Esse dom de
manifesta na capacidade de escuta, acolhimento e atitudes de auxilio diante da pessoa que sofre.

ORGANIZAÇÃO
É a graça de planejar e coordenar as atividades da obra cristã com o fim de atingir os objetivos
do ministério. É um dom útil para a organização e coordenação de ações estratégicas, as quais
contribuem para o bom andamento da igreja. O fato de ser um dom prático, não quer dizer que
não precise conter boas reflexões, é sempre necessário rever as motivações, pois o risco é
reduzir a Igreja a uma organização empresarial e de eventos para entretenimento. Exemplos da
utilidade deste dom: organizar seminários, cursos de capacitação para vida cristã,
acampamentos, eventos evangelísticos, comemorações; para a secretaria da igreja; para a parte
financeira, organização de boletins, coordenação, equipes de liderança em ministérios que
precisam de organização.

AJUDA
É a graça de colocar as suas habilidades e recursos a serviço de outros cristãos para que seus
dons sejam mais eficientes. Esse dom é muito útil para aliviar a carga dos líderes realizando
tarefas diversas, apoiar atividades especiais juntamente com diáconos, e integrar equipes de
infraestrutura (distribuição de material, secretaria, cantina, correspondência, limpeza, etc.).
COMUNICAÇÃO CRIATIVA
É a graça de comunicar a verdade através de formas artísticas e meios variados de comunicação,
de modo que Deus seja glorificado. Esse dom é útil para compor grupos de teatro, mobiliar
ambientes, elaborar panfletos, cartazes e layout para informativos na igreja, escrever poesias ou
livros (como as ficções de C.S. Lewis), participar de grupos de pintura e artesanato, confecção
de roupas, etc.

MÚSICA
É a graça de conduzir as pessoas a terem uma maior percepção de Deus para adorá-lo e
aprender sobre ele, por meio da música não apenas na Igreja ou no culto. O dom da música é
útil para compor corais, grupos de louvor, grupos instrumentais, para o evangelismo, para compor
cânticos.

MISSIONÁRIO
É a graça de colocar seus dons em prática num contexto cultural diferente do seu contexto de
origem. Esse dom é útil para missionários transculturais, para o trabalho com subculturas
urbanas e grupos marginalizados, e imigrantes.

HOSPITALIDADE
É a graça de acolher pessoas dispondo os próprios recursos para prover abrigo, alimento e
atenção. O dom de hospitalidade é bom para muitas tarefas: ceder a casa para grupos de estudo,
abrigar pessoas em dificuldades, receber as pessoas que chegam no culto, hospedar irmãos que
vêm de outros lugares, liderar retiros, ser conselheiro de jovens, apoiar intercâmbios de igrejas,
integrar novos convertidos, apoiar encontros sociais da igreja.

CELIBATO
É a graça de permanecer solteiro, mas concentrado em levar uma vida digna do Evangelho para
a glória de Deus sem ser distraído por desejos sexuais. O dom de celibato não funciona sozinho;
serve para liberar a pessoa para se dedicar mais ao uso dos outros dons espirituais no serviço
comunitário.

POBREZA VOLUNTÁRIA
É a graça de renunciar bens materiais e o luxo para adotar um estilo de vida adequado dentro
de um grupo social. A pessoa com esse dom é pobre voluntariamente, não por força das
circunstâncias.

SERVIÇO DE ORAÇÃO
É a graça de orar regularmente por extensos períodos de tempo. A pessoa com esse dom pode
integrar reuniões de oração, eventos especiais como vigílias, listas de pedidos de oração, etc.

OS DONS MINISTERIAIS
Esses dons são necessários para fazer os outros dons serem melhor orientados. Esses dons
transformam os dons dos santos em "serviço". Essa é a função dos pastores, apóstolos, mestres,
evangelistas e profetas. Eles procuram colocar o restante do corpo em condições de funcionar e
realizar boas obras. Nunca foi o propósito de Deus que os líderes fizessem todo o trabalho.

OS APÓSTOLOS
O apostolado é a graça de iniciar, fundamentar e liderar uma igreja ou várias, especialmente em
lugares remotos ou de difícil acesso ao Evangelho. Algumas considerações:
1. Precisamos fazer uma distinção entre os apóstolos originais, e aqueles que têm o dom
apostólico hoje e que comumente são chamados missionários plantadores de igreja.
2. O que chamados de Igreja hoje foi fundada por meio dos apóstolos originais.
3. O que os apóstolos originais escreveram e chegou até nós virou Escritura Sagrada.
4. Os apóstolos originais tinham uma capacitação especial para operar sinais. O livro de
Atos mostra claramente que os sinais eram mais abundantes nos apóstolos que no
restante da igreja (Mt 10.1-8; At 2.43; 4.33; 5.12).
5. Outra marca fundamental dos apóstolos originais era a visão do Cristo ressuscitado.
Esse critério foi exigido na eleição de Matias, substituto de Judas Iscariotes (At
1.22,26). E o Paulo de Tarso teve que justificar perante os demais apóstolos que ele
teve um encontro com Jesus ressuscitado, pelo qual foi reconhecido.
6. Diferentemente, os missionários plantadores de igreja podem ser considerados
portadores do dom apostólico apenas por sua capacidade extraordinária de alcançar um
povo remoto, ou fundar uma igreja em um local de difícil acesso para o Evangelho.
7. Nem todo missionário e nem todo plantador de igreja tem o dom apostólico, uma vez que
muitos fazem missões ou plantam igreja em locais em que o Evangelho já está presente.
8. Um grande exemplo contemporâneo de missionário plantador de igreja com dom
apostólico é Ronaldo Lidório na ocasião em que evangelizou os Konkombas no interior
de Gana. Dentre feitos maravilhosos, um deles se destaca que é o desenvolvimento do
dialeto escrito daquele povo para que pudesse ser feita a tradução do Novo Testamento
na linguagem deles.
9. Diferente de outros por aí, Ronaldo de Lidório não usurpa o título de apóstolo por causa
disso. Ele é se reconhece como missionário, mas devido às características do local de
sua missão, o dom apostólico foi manifesto para instituir uma igreja em um lugar que
nunca tinha se ouvido do evangelho.
10. No sentido original, o ministério e dom apostólico cessou. O que permanece é a herança
dos apóstolos que é a Doutrina Bíblica dos Apóstolos.

SAIBA MAIS SOBRE RONALDO LIDÓRIO E OS KONKOMBAS EM:


HTTPS://RONALDO.LIDORIO.COM.BR/WP/KONKOMBAS -UM-BREVE-
HISTORICO/

OS PROFETAS
O profeta tem a graça de ter a percepção do texto bíblico ou da situação contemporânea, ou de
ambos, ou seja, uma poderosa combinação de uma precisa exposição com uma aplicação
pertinente de modo que denuncie, exorte, console e edifique a igreja.

1. Semelhante ao ministério apostólico original, não há hoje mais profetas na mesma


autoridade dos profetas das Escrituras, pois de outra forma, sua palavra se tornaria
Escritura.
2. Uma vez que temos o fundamento da Igreja estabelecido através da Bíblia, o que
podemos chamar de ministério de profeta algum tipo recorrente de dom em uma pessoa
que tem muito a ver com a exposição das Escrituras.
3. Alguns entendem que se trata de um dom especial de exposição bíblica, um grau
incomum de entendimento da Palavra de Deus, de modo que, mediante o ministério do
Espírito Santo, os profetas modernos ouvem e recebem a Palavra de Deus, não como
uma nova revelação, mas, sim, como uma compreensão renovada da antiga revelação.
4. Outros veem o dom como sendo uma sensibilidade para entender o mundo
contemporâneo, uma capacidade para ler os sinais dos tempos, juntamente com uma
denúncia indignada dos pecados sociais contemporâneos e uma aplicação perceptiva
das Escrituras a eles. Aqueles que sustentam este ponto de vista chamam a atenção
aos oráculos sócio-políticos dos profetas do Antigo Testamento.
5. Um terceiro ponto de vista concentra-se no efeito que o ministério dos profetas do Novo
Testamento teve sobre seus ouvintes, trazendo aos descrentes uma convicção dos seus
pecados, e aos crentes, edificação, exortação e consolação.
6. Possivelmente, o ministério de profeta deve ser uma combinação destes pontos de vista,
e em cada momento enfocando em um deles.

OS EVANGELISTAS
O evangelismo é a graça de pregar o evangelho de maneira que as pessoas sejam despertadas
e convertidas, inclusive ajudando aqueles que estão indecisos a dar o passo da entrega da vida
a Cristo.

1. Alguém com a vocação de evangelista deve ter algum relacionamento com ministério
evangelístico, seja na evangelização em massa, na evangelização pessoal, na
evangelização pela literatura, na evangelização por filmes, na evangelização pelo rádio
e pela televisão, na evangelização pela música, ou pelo emprego de algum outro meio
de comunicação.
2. Os evangelistas são de grande importância para a igreja local, pois mantém o espírito
evangelístico da igreja aceso.

OS PASTORES
O pastorado é a graça de se responsabilizar pela edificação de um grupo de pessoas e de
conduzi-las à maturidade, discipulando, equipando e guiando os irmãos, ajudando-os a serem
saudáveis, individualmente, e em conjunto.

1. Os pastores tem a motivação de cuidar de pessoas em longo prazo, e isso traz muito
prazer a eles; estão dispostos a dar a vida por suas ovelhas.
2. O pastor exerce um cuidado mais geral das pessoas e faz seu trabalho num
relacionamento de longa duração.
3. Os pastores que são chamados para cuidar do rebanho de Deus, o fazem especialmente
por meio de alimentá-lo, isto é, pelo ensino.
4. Talvez se deva dizer que, todo pastor deva ser um mestre, tendo o dom de ministrar a
Palavra de Deus ao povo (seja a uma congregação, seja a grupos ou a indivíduos).

OS MESTRES
O mestre tem a graça de transmitir conhecimento importantes da Palavra de Deus para a
edificação da igreja, de forma compreensível e relevante para que outras pessoas possam
apreciá-las, entendê-las e usá-las.

1. É um dom estratégico, essencial para o pleno amadurecimento dos santos.


2. Há muitos tipos de mestres na igreja. Há os que atuam com ênfases distintas, alguns se
tornam pesquisadores, outros se tornam ministros do evangelho, professores de
seminários locais.
3. Mas às vezes surgem na igreja de Cristo mestres com ministérios muito mais
abrangentes que a igreja local. Eles são influentes e capazes de trazer uma boa
orientação doutrinária à igreja como um todo.

O FRUTO DO ESPÍRITO
O fruto do Espírito não é uma coletânea arbitrária de características. Não podemos ser levianos
e entender que algumas características foram colocadas de qualquer maneira apenas por serem
bem vistas na sociedade ou coisa parecida. Observe:
Gl. 5.22-23 “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas
coisas não há lei”.
Nós temos uma cadeia interdependente de qualidades básicas, porém essenciais que todo
cristão deve cultivar. Se o cristão é marcado por alguma coisa, é exatamente pelo fruto do
Espírito. Se há alguma evidência clara que alguém é cristão essa evidência está na manifestação
do fruto do Espírito.

Esta lista é um nítido contraste com as obras da carne e é chamando de o fruto, no singular e
não os frutos. Só isso já dá uma perspectiva de que se faltar qualquer uma das características,
a pessoa será um cristão incompleto.

A BASE DE TUDO: O AMOR


Todas as características do fruto do Espírito podem ser falsificadas. A alegria pode se
transformar em hedonismo, a paz em apatia, a longanimidade em acomodação, a benignidade
em chantagem emocional, a bondade em autopromoção, fidelidade em busca de interesses, a
mansidão em hipocrisia e o domínio próprio em legalismo.

E como podem ser falsificadas? Quando há a ausência de amor. 1Co 13 descreve


excelentemente as características do amor. Como a maioria delas são bem claras no texto não
vamos nos prender essas características.

Neste momento é mais interessante saber a fonte do amor e o relacionamento que temos com o
amor. Afinal, se o amor não vem desta fonte, este amor também se torna falso.

1Jo 4.10 “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas
em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos
pecados”.
Deus é a fonte do amor verdadeiro. Se torna impossível amarmos de verdade e com pureza se
não for por meio do auxílio, da dependência completa de Deus. E é por isso que é fruto do
Espírito e não nosso fruto. Se há algo que devemos buscar intensamente de Deus é esse fruto
pois é o que mais precisamos desenvolver na nossa caminhada cristã.

ALEGRIA OU FELICIDADE
A felicidade é uma característica marcante de um verdadeiro cristão. Isso porque o cristão é um
makarios, um bem-aventurado.

Uma pessoa bem aventurada é uma pessoa bem resolvida. É uma pessoa que não se deixa
influenciar pelas situações. Ela não perde a perspectiva da felicidade, pois sabe que o sofrimento
e as coisas ruins da vida passam. Ela sabe que ela vive mais momentos de felicidade que
qualquer outra coisa.

Quem não é feliz só enxerga as tristezas da vida. Na verdade, divide a vida em três momentos:
o da alegria ou euforia, o da tristeza e a maior parte da vida enxerga apenas uma neutralidade.
ALEGRIA BASEADA NOS VALORES MUNDANOS DO
HEDONISMO

Tristeza Cotidiano Alegria

No entanto, essa é uma perspectiva falsa, baseada nos valores mundanos do hedonismo, do
prazer a qualquer custo.

Mas o cristão tem sua perspectiva de felicidade baseada apenas no amar a Deus, no servir o
próximo em amor e na esperança do dia de nossa completa redenção na eternidade. É isso que
o motiva e isso que faz transparecer a alegria.

Assim ele enxerga que a alegria toma a maior parte de sua vida, pois sua satisfação está
plenamente em Deus.

ALEGRIA CRISTÃ

Tristeza Alegria na Vida

PAZ
Paz inicialmente não vem meramente de uma característica subjetiva. A paz com os homens é
uma demonstração da relação que o cristão tem com Deus. Éramos inimigos de Deus, mas
através do sangue de Jesus temos paz com Deus. Assim somos portadores do Evangelho da
paz com Deus e devemos comunicar essa paz aos homens. Portanto, mais do que apenas
vivermos a paz com Deus, devemos anunciar essa paz.

A paz como característica cristã é o estado de serenidade mental. Quem tem paz não é escravo
da angústia, do buscar o que comer ou com que vestir. Quem tem paz não torna o trabalho, o
lazer, ou qualquer outra atividade em um fim e si mesmo. Quem tem paz cumpre suas obrigações
de forma harmoniosa, sem stress, sem ansiedade.

O cristão também é pacífico ele dá um boi para não entrar numa briga e uma boiada para sair
de uma confusão. E além: o cristão se reconcilia facilmente, perdoa facilmente. Ele também
promove reconciliações, promove a paz.

LONGANIMIDADE
A longanimidade muitas vezes é considerada apenas como paciência. Porém paciência é uma
palavra bem mais fraca do que longanimidade. Enquanto o paciente apenas espera, o longânime
também persevera.
Quem tem longanimidade sabe ouvir, sabe esperar até que o outro entenda. O longânime
também sabe esperar as coisas acontecerem no tempo certo. Isso coincide com a característica
de quem é paciente. E o longânime mantém-se firme também quando tudo dá errado. A principal
característica do longânime é a de ser estável.

A estabilidade, o estar firme, faz com que o cristão não desanime. O sofrimento vem, mas ele
não é abatido. Ele chora, se entristece, mas ele sabe que isso é apenas um momento e que vai
passar. E então ele volta novamente para seu estado original de estabilidade.

BENIGNIDADE OU AMABILIDADE
Amabilidade é ser amável. É ser gentil, é o que cede o lugar, é o que busca água, é o que é
carinhoso com todos indistintamente. O amável é aquele que é fácil da gente gostar. A gente
gosta dele de graça.

O amável é aquele que tem essa característica da docilidade, da meiguice, da gentileza, da


educação, da doçura, como marca da sua vida. Facilmente o amável é empático e por isso sabe
como tratar as pessoas, como conversar, como falar.

BONDADE
A bondade é a ação de ser generoso com o próximo. O bondoso reparte, o bondoso inclui, o
bondoso auxilia, o bondoso acolhe. E tudo isso sem ter interesse próprio, sem segundas
intenções.

O coração que possui a bondade como qualidade não olha medida para ajudar. Ele faz porque
é o correto a se fazer e não para ser visto, elogiado ou receber honras.

FIDELIDADE
Fidelidade não é apenas uma característica de ser fiel a Deus em qualquer circunstância.
Fidelidade vai além disso. Como fruto do Espírito a fidelidade é a característica da pessoa de ser
confiável. As pessoas podem confiar em você.

Ser fiel é ser honesto, é não trapacear em hipótese nenhuma, é ser leal em todos os aspectos.
Se a bola saiu do campo, ela saiu; se custa X, custa X. O fiel é verdadeiro em tudo. A verdade
caminha sempre na sua boca, nos seus atos, no seu testemunho.

O fiel é constante com seus compromissos e com as pessoas.

MANSIDÃO
Mas ser manso não é a conotação pejorativa que é aquele a pessoa folgada, preguiçosa,
passiva.

Ser manso é ser ensinável e considerar os outros superiores a si. Não no sentido de ter uma
autoestima baixa, mas no sentido de combater o orgulho, de ser humilde. O manso nunca pensa
que sabe o suficiente, mas sempre saber que pode aprender mais.

A mansidão fala também tanto da submissão quanto da não imposição nas questões
hierárquicas. Por exemplo, um liderado manso se submete com facilidade as orientações dos
seus líderes, perdoa quando há excessos e é sábio ao questionar algo quando não há uma
concordância. É honesto ao expor suas questões querendo entender de fato para poder aceitar
e acatar. E não com o coração já tomado de certezas usando do questionamento para mascarar
sua rebelião.
Um líder manso aceita as argumentações de seus liderados, é paciente no explicar e permite até
mesmo que errem. Não de forma negligente ou vingativa, mas para não se tornar um controlador
de suas vidas. E ainda aceita seu arrependimento e perdoa.

DOMÍNIO PRÓPRIO OU AUTOCONTROLE


Seria melhor entendido por domínio do Espírito ou controle do Espírito. Devemos permitir o
Espírito Santo nos governar e governar nossos desejos e reações. O domínio próprio fala disso,
dessa moderação da temperança. A temperança foi classificada na Idade Média como uma das
7 virtudes fundamentais em oposição aos 7 pecados capitais.

Nós temos uma natureza caída que o tempo todo se levanta procurando satisfazer nossos
desejos errados. E também reagimos errado quando esses desejos ruins são contrariados.
Portanto o domínio próprio é a característica daquele que controla seus desejos e também
controla suas reações.

Naturalmente somos indisciplinados. Por isso este o fruto do Espírito vai nos ensinar a disciplina.
Vamos aprender a ter disciplina com o tempo, com a saúde do corpo, com a língua, com os
impulsos sexuais. Também vamos ter disciplina no controle das emoções, das reações, do
temperamento.

Enfim o domínio próprio nos ensina a ter uma relação correta com todas as coisas, com
sobriedade, moderação e equilíbrio

OS DONS TÊM SEU LUGAR E SUA FUNÇÃO NO MEIO DA IGREJA. MAS É O


FRUTO DO ESPÍRITO QUE É O ESSENCIAL. É MAIS IMPORTANTE TERMOS O
FRUTO QUE OS DONS, POIS JESUS DISSE QUE SERÍAMOS RECONHECIDOS
COMO DISCÍPULOS DELE SE TIVÉSSEM OS AMOR UNS PELOS OUTROS.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
HERMISTEN MAIA – FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA REFORMADA

DAVID KORNFIELD – DESENVOLVENDO DONS ESPIRITUAIS E EQUIPES DE


MINISTÉRIO

FRANCIS FOULKES – EFÉSIOS INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO

JOHN STOTT – A MENSAGEM DE EFÉSIOS

WERNER DE BOOR – CARTAS AOS CORÍNTIOS 1CORÍNTIOS COMENTÁRIO


ESPERANÇA

AUGUSTUS NICODEMUS – COMENTÁRIO DE 1 JOÃO

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