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(Iniciante)
Coordenação motora
De forma geral, coordenação motora é a capacidade do corpo utilizar a musculatura para executar uma
determinada ação com eficiência e agilidade a partir dos comandos enviados pelo Sistema Nervoso Central.
Através da coordenação motora o indivíduo domina o corpo no espaço, controlando todos os movimentos. A
coordenação motora é dividida em dois tipos básicos:
Coordenação motora grossa – é a responsável pelas habilidades motoras fundamentais que demandam pouca
precisão de movimentos e engloba o uso dos músculos maiores permitindo desenvolver habilidades como pular,
correr, chutar etc.
Coordenação motora fina – é a responsável pela capacidade de usar de forma precisa e eficiente, os pequenos
músculos do corpo para que eles produzam movimentos delicados e específicos. A coordenação motora fina é
usada para costurar, escrever, recortar, tocar um instrumento etc. Este tipo de coordenação é considerado como
mão-olho ou óculo-manual. A coordenação óculo-manual é a responsável pela realização de ações que
demandam o uso simultâneo dos olhos e das mãos. Essa modalidade é intrínseca às atividades que utilizam as
informações captadas por nossos olhos (percepção visual-espacial) para guiar as nossas mãos e realizar um
determinado movimento. Por exemplo, ao executar o piano, usamos, impreterivelmente, a coordenação fina
óculo-manual.
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Conforme tocamos o instrumento, os olhos enviam informações visuais das posições das teclas para o cérebro.
A partir daí, o cérebro envia comandos para os músculos determinando qual deve ser o posicionamento e a ação
que os dedos devem fazer para percutir as teclas desejadas. A informação visual é a responsável pela
comunicação do cérebro com a mão e com os dedos os quais são guiados de forma que possamos tocar as teclas
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corretas. A coordenação óculo-manual também entra em ação quando lemos uma partitura e executamos as
respectivas notas no teclado do piano. Trata-se de uma sequência de ações motoras muito rápidas e precisas que
requerem muita habilidade e prática. E essa é a razão pela qual o estudo de piano demanda muitos anos de
dedicação. No caso dos pianistas cegos, a coordenação óculo-manual é substituída pela coordenação ouvido-
mão que requer um trabalho específico de desenvolvimento da percepção auditiva.
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• Notas nas duas mãos com passagem de dedos nos dois movimentos
• Duas notas em uma mão para uma na outra mão e, em seguida, três para uma e quatro para uma
• Escalas nos dois movimentos
• Síncopes em uma das mãos
• Notas em uma mão e acordes na outra
• Notas na MD com baixos e acordes na ME
• Acompanhamento de balada com síncopes
Todas as situações descritas e diversas outras são apresentadas nesse curso que tem como objetivo aprimorar a
capacidade do estudante realizar múltiplos movimentos sincronicamente sendo que as mãos, muitas vezes,
realizam atividades distintas e até divergentes. Além disso, devemos considerar que os indivíduos não possuem
a mesma desenvoltura e habilidade nas duas mãos, o que nos leva ao conceito de lateralidade.
Lateralidade
A lateralidade é a tendência de o indivíduo utilizar mais um lado do corpo do que o outro para realizar ações
com as mãos, pés e até com os olhos e ouvidos. Há uma maior desenvoltura, precisão e rapidez na resposta
muscular de um ou outro lado do corpo. Justamente o lado dominante é o que inicia e executa, de forma mais
espontânea e eficaz, as ações mais importantes do dia a dia enquanto o outro lado apenas auxilia.
A predileção por um ou outro lado ocorre devido ao predomínio de um dos hemisférios do cérebro, o qual
funciona de forma cruzada: quando o hemisfério predominante é o direito, o indivíduo é canhoto e quando o
hemisfério predominante é o esquerdo, o indivíduo é destro. Contudo, há também casos em que não há uma
preferência por um ou outro lado do corpo para executar determinadas ações que requerem habilidade e
destreza. Este é o princípio da ambidestria, a qual pode ser de nascença ou adquirida. A ambidestria de
nascença é muito rara. Já a adquirida é mais comum nos indivíduos que são canhotos de nascença, mas foram
forçados a executar, desde a infância, diversas tarefas utilizando a mão direita. Desta forma, encontramos
pessoas que escrevem fluentemente com as duas mãos. A ambidestria é necessária nas atividades que exigem
habilidade equilibrada nos dois lados do corpo tais como: natação, esportes em geral e execução de
instrumentos musicais.
No caso do piano, é crucial que o estudante desenvolva a habilidade de executar os mesmos movimentos com
as duas mãos de forma equilibrada e homogênea. Para tal, é necessário praticar exercícios que estimulem a
ambidestria tais como: escalas e exercícios mecânicos (ambos no movimento paralelo e contrário). Já que os
nervos transmitem impulsos das células motoras do cérebro para os músculos, e esses obedecem aos respectivos
comandos, é necessário praticar exercícios corporais que não atuem como simples ginásticas musculares, mas
que aprimorem a capacidade de combinar os dois lados do corpo. Quanto mais se pratica um movimento
complexo, mais inconsciente se torna a atividade do sistema nervoso central que originalmente impulsionou
esse movimento. O exercício é o responsável pela preparação do sistema nervoso para executar as funções mais
complexas.
O estudo do piano é mais fácil para os destros do que para os canhotos em virtude de que a imensa maioria das
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músicas é desenvolvida de acordo com a própria disposição das teclas do instrumento (notas agudas à direita e
graves à esquerda). Como as melodias são executadas, geralmente, nas notas agudas (com a mão direita) e os
acompanhamentos e baixos, são nas notas médias e graves (com a mão esquerda), os destros dominam a técnica
necessária para tocar músicas ao piano mais rapidamente. Portanto, os canhotos devem dedicar, no mínimo, o
dobro de tempo ao aprimoramento da mão direita. Por outro lado, os destros precisam trabalhar o dobro de
tempo no desenvolvimento da técnica da mão esquerda.
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Justamente para que você possa desenvolver a ambidestria, o início desse curso é dedicado ao aprimoramento
do movimento alternado das mãos. Gradativamente, os exercícios passam a apresentar de duas a quatro
variações no intuito de combinar a coordenação das mãos com a ambidestria.
Luciano Alves
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