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GALVANOTERAPIA

GALVANOTERAPIA
Histórico
→ É a forma mais velha de eletroterapia;
Carlos André Gomes → Em 1786 – Luigi Galvani – correntes de
Silva excitação nervosa

contração muscular na pata de uma rã sobre


uma placa metálica quando estalava numa
centelha entre os eletrodos de uma máquina
elétrica de fricção.

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→ 1870 – Van Bruns - traços de iodeto Definição


na urina após tratamento com a → É uma corrente de fluxo de elétrons com
corrente galvânica. direção e intensidade constante e com
→ Entre 1900 e 1912 Leduc efeitos polares.
demonstrou que poderia introduzir → É também conhecida como corrente
íons medicamentosos no organismo direta, corrente constante, corrente
animal (coelhos) provocando efeitos contínua, corrente voltaica, corrente
gerais. unidirecional.
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Representação gráfica A → período de fechamento do


circuito;

B → período de estado;

C → período de abertura do circuito.


Figura 1 – fases da corrente galvânica
Fonte:AGNE, J. E. Eletrotermoterapia teoria e prática. 2005. p.85.

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Células, tecidos e líquidos nos seres animais É sabido que numa solução, os íons se
contêm uma série de substâncias e elementos dispersam pelo meio e se associam com
químicos em forma de íons, de moléculas e
outros próximos, devido às cargas elétricas
partículas em suspensão com carga elétrica.
existentes entre eles (atraindo-se, rejeitando-
Esta composição de soluções e dispersões está
separada por membranas seletivamente permeáveis se, orientando-se).
que geram gradientes ou desequilíbrios entre as
proporções das distintas soluções próximas entre si Eletroforese
– pressão osmótica, ddp, nível de polarização, etc.
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As substâncias como sais, ácidos e bases,


podem ser dissociadas quimicamente
quando submetidas a uma corrente de fluxo
constante, sem mudança de polaridade e
superior às forças iônicas e moleculares.
Principal efeito da corrente galvânica

Figura 2 – diferenciação da disposição dos íons numa condição


Eletrólise ou separação de íons
sem estimulação galvânica e com estimulação galvânica.
Fonte: AGNE, J. E. Eletrotermoterapia Teoria e Prática. 2005. p.87.

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Ânodo → pólo positivo – vem os ânions com Efeitos Biofísicos do Galvanismo


carga negativa. O fluxo de corrente elétrica através de um meio
Cátodo → pólo negativo – vem os cátions biológico condutor origina três efeitos
com carga positiva. básicos:

Eletrotermal
Ânodo → eletrodo de coloração vermelha
Eletroquímico
Cátodo → eletrodo de coloração preta Eletrofísico
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Efeitos da corrente galvânica Ações fisiológicas da corrente galvânica


Sobre os nervos sensitivos → formigamento
Físico-Térmico → ligeiro aquecimento Pólo positivo → produção de
ácido pela liberação de oxigênio
Físico-Tônico → dissociação eletrolítica
Efeitos fisiológicos → hiperemia ativa Efeitos polares
Efeito analgésico → aumenta o limiar de Pólo negativo → reação alcalina
pela atração do sódio e outros cátions.
excitabilidade Também há liberação de oxigênio e
se produz a rejeição de íons negativos
para o interior do organismo

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Cátodo → 2Na + 2H20 → 2NaOH + 2H Efeitos Interpolares


→ Ação vasomotora e trófica – resultado da
ativação da circulação e do movimento iônico
intracelular.
→ Ação sobre o sistema nervoso – galvanonarcose
Ânodo → 4Cl + 2H2O → 4HCl + O2
→ Hiperemia ativa – maior no pólo negativo – maior
oxigenação tecidual, aumento da irrigação,
aumento da defesa, maior aporte de nutrientes,
íons e aumento do metabolismo. O fluxo de
corrente carrega líquido e bactérias do pólo
positivo para o negativo concorrendo também
para o efeito bactericida e antiinflamatório.
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→ efeito analgésico – aumenta o limiar de Eletrodos:


excitabilidade das fibras nervosas sensitivas
– também pela diminuição da acidez e pela → placa metálica; → tipo tubo;
diminuição da pressão de lugares → caneta eletroestimuladora; → Tipo máscara;
congestionados – diminuição do tônus das → tipo cuba com água; → Borracha de silicone;
fibras nervosas simpáticas. → tipo rolo; → Tipo auto-adesivos.
→ eletrosmose – pólo positivo para o negativo. → tipo tubo;
→ efeito especial – diminuição do limiar de
excitabilidade das fibras nervosas motoras.

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Tempo de aplicação Pólo positivo Pólo negativo


Reação ácida Reação alcalina
Libera oxigênio Libera hidrogênio
Normalmente 10 a 20 minutos Repele íons positivos Repele íons negativos
Atrai íons negativos Atrai íons positivos
Poduz menor hiperemia Vasodilatador
10 a 20 sessões Desidrata os tecidos Fluidifica os tecidos
Provoca vasoconstricção Hidrata os tecidos
Endurece os tecidos Amolece os tecidos
Bactericida Maior hiperemia
1 a 2 vezes ao dia ou em dias alternados Antiinflamatório Estimula a circulação
Analgésico Provoca abaulamento teciual
Provoca depressão tecidual Cateletrotono – aumenta a irritabilidade
Aneletrotono – diminui a iritabilidade
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Formas de aplicação
→ Galvanização direta

Método longitudinal Método transversal

→ Galvanização indireta – banho galvânico Figura 3 – galvanoterapia direta pelo método transversal
e galvanoterapia indireta.
Fonte: AGNE, J. E. Eletrotermoterapia Teoria e Prática. 2005. p.94.

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Dosimetria – intensidade

→ A intensidade ideal é aquela que produz


apenas sensação de formigamento.

→ A dose média está em torno de 0,15


Figura 4 – galvanoterapia direta pelo método longitudinal mA/cm² do eletrodo.
Fonte: AGNE, J. E. Eletrotermoterapia Teoria e
Prática. 2005. p.94.
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Técnica bipolar: → zerar aparelho;


→ despir a área a ser tratada; → ligar aparelho;
→ posição confortável e membro em semi- → explicar sensação que irá sentir;
flexão; → moldar eletrodos à pele;
→ examinar a área; → saturar a esponja;
→ testar sensibilidade; → fixar eletrodos;
→ pólo positivo – origem do músculo;

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→ pólo negativo – inserção do músculo; Técnica unipolar:


→ eleger a corrente; → preparação inicial idêntica à aplicação
→ intensidade; bipolar;
→ pré-aquecer a área; → Pólo positivo na região cervical no
→ ao final diminuir a intensidade e desligar o tratamento dos MMSS e na região lombar no
aparelho; tratamento dos MMII;
→ examinar a área a ser tratada. → pólo negativo conecta o eletrodo à caneta
que deverá ficar na mão do fisioterapeuta;
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→ explicar sensação – contração Processo agudo:


muscular.
vasodilatação
→ tempo de 5 minutos;
→ zerar o aparelho e desligar;
Irritação nas
→ examinar a área. Catabólitos ( - ) terminações
nervosas e
aumento
do pH

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Estimulação galvânica Ânodo ( + ) deverá ser aplicado sobre o foco


inflamatório.

Aumento do fluxo ddp negativa no vaso Redução do Interrupção do


metabolismo transbordamento de íons ( + )
Vasoconstricção Diminuição da alcalinidade
Coagulação da área até voltar ao
Redução da acidez Linfa mais positiva e fluida Sedação da pH adequado ou ao
dor inflamatória seu melhor ponto fisiológico
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Processo crônico → Aumentar a liquefação para que a área saia


Aplica-se o cátodo ( - ) sobre a área com os do estado de gel;
objetivos de: → Produzir reação alcalina, para mudar o pH
→ Conseguir vasodilatação circulatória; local que era ácido;
→ Favorecer o intercâmbio de substâncias e → Irritar as terminações nervosas da pele,
eliminar o edema; para que o organismo manifeste uma
→ Retirar da área os catabólitos ( - ) por efeito pequena reação inflamatória capaz de
de cataforese ou iontoforese negativa; resolver esta patologia cronificada;

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→ Que o calor produzido pelo galvanismo e as Com isso pretende-se:


mudanças químicas também contribuam → melhorar o metabolismo;
para a vasodilatação; →eliminar o edema;
→ Que o calor e a agitação eletroquímica da →restabelecer uma circulação sanguínea
área acelerem o movimento Brawniano reparadora;
(choque entre os íons), favorecendo os →aliviar a dor por ter feito desaparecer os
intercâmbios químicos e a dissolução das catabólitos que estavam irritando
substâncias precipitadas ou coaguladas. quimicamente as terminações nervosas.
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PREPARAÇÃO DO PACIENTE

Figura 5 – eletrodos fixados com atadura de velcro.


Fonte: AGNE, J. E. Eletrotermoterapia Teoria e
Prática. 2005. p.100.

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Perigos e precauções:
→ Endopróteses e osteossínteses → Marcapassos;
→ Gravidez;
→ próximos dos processos cancerígenos;
→ Pele em mal estado ou com feridas;
→ Alterações na sensibilidade do paciente.

Figura 6 – endoprótese de joelho submetida a um campo elétrico.


Fonte: AGNE, J. E. Eletrotermoterapia Teoria e
Prática. 2005. p.100.
IONTOFORESE IONTOFORESE

É uma aplicação especial da corrente Uma vez penetrados na pele, os íons


unidirecional, corrente galvânica para medicamentosos se combinam com os íons
introduzir um fármaco no organismo através e os radicais livres existentes no sangue,
da pele. para formar novos compostos.

IONTOFORESE IONTOFORESE

Princípio da repulsão eletrostática

→ Cátodo ( - ) íon ( - )

→ Ânodo ( + ) íon ( + )

Figura 8 – administração de íons medicamentosos


através da pele e sua absorção na corrente sangüínea.
Fonte: AGNE, J. E. Eletrotermoterapia Teoria e
Prática. 2005. p.103.

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