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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA


LABORATÓRIO DE FARMACOLOGIA

Bloqueadores
Neuromusculares

Dr. Fernando Carvalho


Professor Titular de Farmacologia
Departamento de Ciências da Vida
Universidade do Estado da Bahia
Introdução
Drogas que afetam a função muscular
 Bloqueadores neuromusculares
 Procedimentos cirúrgicos
 Paralisia em UTI

 Espasmolíticos
 Diminuição da espasticidade em condições
neurológicas
 Adjuvantes em anestesia geral

 “ de ação central “
Histórico
Séc. XVI - Bacia amazônica veneno na extremidade
das flechas
 Paralisia e morte da caça por asfixia
 Alimentação sem sintomas de intoxicação e morte
 CURARE: mistura de alcalóides ocorrência natural encontrado em
diversas plantas sul-americanas e utilizados como venenos para
pontas de flechas dos índios
1850 – Claude Bernard mostrou efeito periférico
(entre junção nervosa e muscular)
1932 – Descoberta da estrutura da d-tubocurarina
1942 – Griffith e Johnson – utilização em
anestesiologia
Mecanismo de ação da transmissão neuromuscular

Transmissão depende da liberação


de Ach
Receptor colinérgico na placa
motora
Permeabilidade ao sódio
Potencial de placa terminal
Contração da fibra depende da
quantidade de Ach
 Ultrapassa o limiar
Transmissão neuromuscular
Receptor nicotínico
choline Choline acetylcholine
recapture esterase

choline acetylase
action
potential
R
ACh (10,000)
in vesicle ACh
- +
Ca++

pre-
calcium entry synaptic
receptors
diffusion
Farmacocinética
Drogas muito polares
Inativação após via oral
Adm. parenteral

DROGA DURAÇÃO DA AÇÃO VIA DE ELIMINAÇÂO


Doxacúrio > 30’ Renal
Atracúrio 20-35’ Hidrólise enzimática
d-tubocurarina > 35’ Hepática 70%, renal 30%
Galamina > 35’ Renal
Pancurônio > 35’ Fígado e Rim
Vecurônio 20-35’ Fígado (90%) e Rim
Mecanismo de ação
Bloqueadores não despolarizantes
 Competição pelos receptores nicotínicos
 Doses altas penetração no canal e bloqueio
 Bloqueio do canal
Mecanismo de ação
Bloqueadores despolarizantes
 Bloqueio de Fase I
(despolarizante)
 Succinilcolina
 Efeitos neuromusculares
idênticos aos da Ach
 Mais prolongados
 Reage com o receptor nicotínico
abrindo o canal
 Despolarização
 Não há metabolismo na sinapse
 Membranas despolarizadas e
insensíveis a outros estímulos
Mecanismo de Ação

Bloqueadores despolarizantes
 Bloqueio de Fase II (dessensibilizante)
 Exposição continuada ao bloqueador
 Membrana inicia a repolarização
 Presença da succinilcolina impede o término
 Membrana não responde a acetilcolina
 Dessensibilização
 Canais se comportam como se estivessem fechados
por um longo período
Utilizações clínicas

Cirurgias
 Relaxamento muscular: duradouro e reversível
Afeccões espásticas
 Trismo, tétano
Controle de convulsões
 Epilepsia, toxicidade dos anestésicos locais
Manobras ortopédicas
Controle da ventilação
Efeitos adversos

Hipotensão
Broncoconstrição
Liberação de histamina
Taquicardia
Arritmias
Elevação da pressão intra-ocular
Dores musculares
Interações

Inibidores da colinesterase
 Revertem os efeitos dos BNM não
despolarizantes
 Prolongam os efeitos dos despolarizantes
Anestésicos gerais
 Ação estabilizadora da junção neuromuscular
Antibióticos aminoglicosídios
 Depressão da liberação de Ach
Drogas espasmolíticas
Espasticidade
 Aumento nos reflexos extensores tônicos
 Espasmos nos músculos flexores
 Fraqueza muscular

Associação com paralisia cerebral,


esclerose múltipla e AVE
Farmacoterapia
 Melhora dos sintomas
 Alterações no arco reflexo extensor
 Diretamente na excitação-contração do
músculo esquelético
Diazepan
 Facilitam as ações do GABA
 Ações sobre a medula espinhal
 Utilizado em espasmos musculares de
origem diversa
 Produz sedação em pacientes nas doses
necessárias para reduzir o tônus muscular
Baclofeno
 GABA-mimético ativo por via oral
 Provoca hiperpolarização
 Eficaz contra espasmos sem produzir
sedação significativa (sonolência)
Dantrolene
 Diminui a força muscular esquelética
 Ação no acoplamento excitação/contração
na fibra muscular
 Interfere na liberação de cálcio pelo
retículo sarcoplasmático
 Ação intracelular no órgão efetor

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