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BRONCODILATADORES/ANTICOLINÉRGICOS

Os Broncodilatadores são medicamentos que atuam nos brônquios, ajudando


no relaxamento e, consequentemente, auxiliando o aumento do calibre das vias
respiratórias. Com isso, o broncodilatador atua diminuindo a sensação de peso
no peito e melhora a qualidade da respiração. Contudo, existem dois tipos de
broncodilatadores, um de curta e outro de longa duração.

1-Broncodilatador de curta duração- O medicamento, quando de curta


duração, é usado para o tratamento imediato dos sintomas das doenças
respiratórias. Esse tipo de tratamento é comumente chamado de terapia de
resgate, pois é usada apenas quando há um pico nos sintomas do problema.

2-Broncodilatador de longa duração- No caso dos broncodilatadores de


longa duração, como o próprio nome já diz, têm efeito de ação prolongada, que
pode chegar até 24h. Esse tipo de terapia para o problema é conhecido como
tratamento de manutenção, que garante m controle contínuo dos sintomas da
doença.

A inflamação das vias aéreas também tem um papel fisiopatológico importante


na asma, e a ACh (ACETILCOLINA) induz à liberação de mediadores pró-
inflamatórios pelas células epiteliais brônquicas e células do sistema imune,
incluindo macrófagos, mastócitos, monócitos, granulócitos, neutrófilos e
eosinófilos. A ACh tem um desempenho na fisiopatologia do remodelamento
brônquico. Os Broncodilatadores agem através de seu efeito direto relaxante
sobre a célula muscular lisa.

Três classes farmacológicas: agonistas dos receptores β2-adrenérgicos,


metilxantinas e antagonistas muscarínicos (ou anticolinérgicos inalatórios).

AGONISTAS DOS RECEPTORES BETA2- ADRENÉRGICOS


- Os β2-agonistas são os broncodilatadores mais usados no tratamento da
asma.
ANTICOLINÉRGICOS
- Os anticolinérgicos têm início de ação mais lento e menos efeito sobre a
função pulmonar, quando comparados aos beta 2-agonistas, sendo mais
usados no tratamento de portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC- “doenças pulmonares obstrutivas crônicas” - grupo de doenças
pulmonares que bloqueiam o fluxo de ar e dificultam a respiração, lesões
causadas por DPOC são irreversíveis)
METILXANTINAS
- O emprego das metilxantinas no tratamento regular é limitado por seus efeitos
tóxicos potencialmente perigosos.
Broncodilatadotes Anticolinérgicos
Os fármacos anticolinérgicos bloqueiam o efeito do neurotransmissor
acetilcolina nos recetores muscarínicos - (são recetores metabotrópicos
acoplados a proteínas G, presentes no corpo humano. São estimulados pela
acetilcolina, desencadeando uma cascata intracelular que é responsável pelas
respostas ditas "muscarínicas" do sistema nervoso central e periférico. M1, M2,
M3)
No sistema motor parassimpático regulador do tônus broncomotor, a
estimulação dos receptores M1 e M3 media o efeito broncoconstritor, enquanto
a estimulação do receptor M2 antagoniza esse efeito, inibindo a liberação de
acetilcolina. Assim, um medicamento antimuscarínico ideal para o tratamento
da asma deveria inibir os receptores M1 e M3, sem agir sobre o M2
Os broncodilatadores anticolinérgicos (antagonistas dos receptores
muscarínicos) bloqueiam os reflexos do nervo parassimpático que causam
estreitamento das vias aéreas, permitindo que as passagens aéreas
permaneçam abertas. O que resulta em efeitos sobre o músculo liso no trato
respiratório, no sistema vascular, no trato urinário, no trato gastrointestinal e
nas pupilas dos olhos.
OBS. Estes fármacos são utilizados no tratamento de uma vasta gama de
doenças, sobretudo no tratamento da bexiga hiperativa, na síndrome do
intestino irritável, na doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e na rinite
alérgica.

Existe um grupo restrito de pacientes em que os anticolinérgicos


proporcionam benefícios adicionais ao tratamento da asma, como:
● nos idosos, sabe-se que o tônus colinérgico aumenta com a idade, e que em
paralelo existe um declínio do efeito dos broncodilatadores beta-agonistas
relacionados à idade;
● naqueles com asma noturna, onde existe sabidamente um aumento da ação
parassimpática noturna; cujo bloqueio eferente com atropina ou ipratrópio
dimiunui a broncoconstrição noturna;
● quando da coexistência de DPOC ou de asma brônquica com obstrução fixa.
É provável que pacientes com asma severa se beneficiarão com a adição de
anticolinérgicos à combinação em inaladores contendo beta-agonistas de longa
duração e corticoides.
EXITEM DOIS TIPOS DE ANTICOLINÉRGICOS:
Os anticolinérgicos inalatórios, usados no tratamento são os brometos de
ipratrópio (BI-AÇÃO CURTA) e de tiotrópio (BT-AÇÃO LONGA). Têm poucos
efeitos colaterais, que incluem boca seca, retenção urinária e cefaleia. O BI tem
ação curta (3-6 h após inalação) e o BT tem ação prolongada. Esse último tem
como propriedade a afinidade prolongada pelos receptores M1 (14,6 h de
inibição) e M3 (34 h de inibição) e por se dissociar rapidamente do receptor M2
(4 h). Assim, ele pode ser considerado um inibidor seletivo M1 e M3 de longa
duração.
Os anticolinérgicos de curta ação, como o brometo de ipratrópio, bloqueiam
os receptores muscarínicos M2 e M3 e seus efeitos broncodilatadores
duram até 8 horas. No Brasil, o ipratrópio é indicado como broncodilatador
no tratamento de manutenção do broncoespasmo associado à DPOC,
incluindo bronquite crônica, enfisema e asma.
OBS. Princípio ativo de Atrovente: ipratrópio

O brometo de tiotrópio é um anticolinérgico de longa ação que apresenta


afinidade similar pelos subtipos de receptores muscarínicos M1 a M5. Quando
administrado por inalação, é seletivo para o brônquio, levando à
broncodilatação. Seu efeito broncodilatador dura mais de 24 horas.
OBS. Nome comercial de TRITRÓPIO: SPIRICA RESPIMAT

Definição segundo a OMS.

Associação BI (ipratrópio) e β2-agonista


Ao menos teoricamente, a associação do BI ao β2-agonista tem sinergismo no
efeito broncodilatador. Como os mecanismos de ação broncodilatadora de cada
uma das duas classes de medicação são diferentes, essa associação está
indicada especialmente no tratamento das crises graves de asma. Nos casos
de crise grave em crianças, foi demonstrado em uma meta-análise que o
tratamento de cada sete pacientes com a associação BI e β2-agonista é capaz
de evitar a hospitalização de um deles. Uma vez que boa parte dos estudos
avaliou o impacto nas taxas de hospitalização, a sua relevância clínica esbarra,
sobretudo, na ampla diferença de critérios de hospitalização entre diferentes
países e mesmo entre regiões de um mesmo país. Portanto, ainda são
necessários trabalhos que verifiquem a eficácia do BI em outros desfechos,
como a duração da hospitalização, o tempo necessário de uso de oxigênio
durante a exacerbação e a taxa de transferência para UTI.
Farmacodinâmica
A atropina é o fármaco anticolinérgico prototípico devido ao seu
antagonismo com os recetores de acetilcolina (ACh).

 Também chamados:
o Antimuscarínicos/antagonistas dos recetores
antimuscarínicos
o Bloqueadores colinérgicos
o Parassimpatolíticos

 Química dos anticolinérgicos:


o Têm um ponto de ligação primário aos recetores
colinérgicos através do seu átomo de azoto catiónico (com
carga positiva)
o São ou aminas terciárias, ou compostos de amónio
quaternários.
o Um grupo hidroxilo aumenta a atividade antimuscarínica
acima da de compostos semelhantes sem o grupo
hidroxilo.

 Ações anticolinérgicas de agentes químicos:


o Bloqueiam a atividade dos recetores de ACh → previnem a
transmissão de sinais através de certas partes do sistema
nervoso
o A atropina (fármaco prototípico) antagoniza os recetores de
ACh (anticolinérgico).
Mecanismo de ação e efeitos fisiológicos
 Mecanismo de ação:
o Inibem de forma competitiva o neurotransmissor ACh nos
locais recetores no sistema colinérgico
o Esta inibição leva ao bloqueio do sistema nervoso
parassimpático.

 Efeitos fisiológicos:
o Diminuição da produção de secreções:
 Glândulas salivares
 Árvore brônquica
 Trato gastrointestinal
o Broncodilatação
o Relaxamento do músculo liso no trato gastrointestinal e na
bexiga

 Classes de fármacos usados para a sua atividade


anticolinérgica:
o Antiespasmódicos para patologias GI:
 Antagonizam ACh nos recetores muscarínicos
 Relaxam o músculo liso
 Inibem espasmos induzidos por histamina
o Antiespasmódicos urinários:
 Antagonizam ACh nos recetores muscarínicos
 Relaxam o músculo liso da bexiga
 Inibem as contrações involuntárias do músculo
detrusor
o Antagonistas muscarínicos de ação prolongada
(LAMA) inalatórios:
 Broncodilatadores
 Diminuem as secreções brônquicas
 Usados para indivíduos com doença pulmonar
obstrutiva crónica (DPOC))
o Midriáticos em oftalmologia (colírio):
 Inibem a resposta do esfíncter da íris
 Inibem a resposta dos músculos do corpo ciliar
o Anti-histamínicos de 1.ª geração:
 Atuam nos recetores de histamina
 Inibem os recetores muscarínicos e têm efeitos
anticolinérgicos (utilizados terapeuticamente para o
enjoo)
o Fármacos antiparkinsónicos (substituídos em grande parte
por fármacos mais recentes)
o Os regeneradores de acetilcolinesterase (AChE) estimulam
a quebra da acetilcolina → efeito anticolinérgico no
excesso colinérgico:
 Pralidoxima (cloreto de 2-piridina aldoxima metilo (2-
PAM)): antídoto para a toxicidade de organofosfatos
observada no envenenamento por inseticidas e
agentes nervosos em bioterrorismo (inibidores da
AChE)
 Como a AChE quebra a ACh, os inibidores da AChE
causam envenenamento colinérgico e os
regeneradores de AChE (antídoto) → diminuição
líquida de ACh

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