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Transcrição da aula
Vinicius Pereira - 2023
● ASMA - Introdução
A asma é uma doença de inflamação das via aéreas, a qual torna essas vias mais
sensíveis a diversos estímulos (alérgenos, estímulos químicos, irritantes, fumaça de
cigarro). Quando o indivíduo asmático é exposto a esses estímulos, as vias aéreas
ficam edemaciadas, estreitas, cheias de muco.
Sabendo da fisiopatologia, podemos ter uma noção dos fármacos que serão
utilizados. Por exemplo, é notório que essa enfermidade possui um forte
componente inflamatório, logo, pode-se utilizar glicocorticóides. Além disso, fica
claro que ela resultam em broncoconstrição, portanto, pode-se utilizar
broncodilatadores. Assim como se sabe que a inervação mediadora é colinérgica
(parassimpático), o que também direciona para os fármacos de escolha.
● ASMA - Farmacoterapia
❖ Agonistas B2 adrenérgicos
Em relação à farmacocinética, todos eles são disponíveis pela via inalatória, com
exceção da terbutalina (utilizada por via subcutânea, mas somente em situações
graves).
Indicações clínicas:
➔ Os de curta duração são utilizados para alívio da broncoconstrição, usados
de acordo com a necessidade do paciente;
➔ Os de longa duração são utilizados em pacientes com uso crônico, para
profilaxia da asma, sendo administrados e associação com glicocorticóides;
O salbutamol pode ser administrado por via inalatória, oral ou intravenosa, podendo
ser associado à betametasona ou brometo de ipratrópio.
❖ Antagonistas muscarínicos
Indicações clínicas:
➔ Asma noturna, por conta de sua longa duração;
➔ Asma psicogênica, já que é mediada pelo aumento da atividade
parassimpática vagal;
➔ Pacientes asmáticos com angina e hipertensão, que fazem tratamento com
beta-bloqueadores (se o paciente usa um beta-bloqueador não seletivo, ele
pode bloquear tanto receptores B1 quanto B2, não dá para usar o agonista
B2 porque o receptor está bloqueado). Isso não vai acontecer na prática,
porque um paciente asmático, mesmo tendo hipertensão, nunca vai utilizar
um fármaco beta-bloqueador não seletivo, já que o bloqueio de receptores B2
pode levar à broncoconstrição, propiciando a uma crise asmática.
➔ Na DPOC, podem ser tão eficazes ou até mesmo superiores, como
broncodilatadores, quando comparados com agonistas B2;
❖ Xantinas
São broncodilatadores, por via oral, possuem menor efeito broncodilatador do que
os agonistas B2 e possuem uma grande desvantagem, a qual é o baixo índice
terapêutico.
Até hoje não se sabe ao certo o seu mecanismo de ação, mas pode ser por inibição
da fosfodiesterase (enzima responsável pela degradação de AMPc, inibindo-a você
tem o mesmo mecanismo de ação dos agonistas B2) ou por inibição dos receptores
de adenosina, receptores do tipo 2, promovendo a broncodilatação ao inibir a
liberação de leucotrienos e histamina.
Indicações clínicas:
➔ Asma não controlada com o uso de glicocorticóides e agonistas B2 de longa
duração (salmeterol);
➔ Asma noturna;
➔ Alguns pediatras preferem usar esse fármaco, já que os glicocorticóides
provocam retardo do crescimento em crianças. Sendo assim, a teofilina pode
ser uma alternativa.
Os efeitos adversos podem acontecer a nível do SNC, sistema cardiovascular, TGI,
efeito diurético fraco. Devendo ter muita cautela em pacientes idosos com
insuficiência cardíaca ou hepatopatas, já que a janela terapêutica é pequena e,
nessas situações, pode-se aumentar a toxicidade, sendo que o ideal é reduzir a um
terço ou à metade da dose deste fármaco.
❖ Glicocorticóides
Esses fármacos são a primeira linha para a asma persistente e para a profilaxia da
asma, sendo que a budesonida e fluticasona podem ser administradas 1 vez ao dia.
Indicações clínicas:
➔ Anti-inflamatório;
➔ Imunossupressor;
➔ Rinite alérgica;
➔ Asma, entretanto eles não são curativos, eles só são totalmente efetivos
enquanto estão sendo utilizados.
Efeitos adversos: quando administrados eles possuem muitos efeitos adversos (os
mesmos abordados na aula de glicocorticóides, além disso, podem causar
supressão do eixo hipotalâmico), muitas vezes a supressão do eixo hipotalâmico
não é muito observada quando eles são administrados por via inalatória (isso só
acontece quando são administrados em doses muito altas, como 2000 microgramas
de beclometasona). Entretanto, mesmo tendo menos efeitos adversos, a via
administração por via inalatória pode acarretar em candidíase oral, disfonia e
irritação da garganta, levando à tosse (você pode fazer com que o paciente não
desenvolva esses efeitos ao orientá-lo a fazer um gargarejo após a administração
desses fármacos.
❖ Omalizumabe
● DPOC - Introdução
OBS: já foi descrito que a DPOC tem um forte componente colinérgico, tendo ampla
atuação dos receptores M3, promovendo broncoconstrição. Isso explica porque
fáracos antimuscarínicos podem ser utilizados no tratamento da DPOC.
O tratamento da DPOC tem como objetivo o alívio dos sintomas agudos (agonistas
B2 de longa duração e ipratrópio), mas na dispneia persistente usa-se agonista B2
de ação prolongada e tiotrópio. Além disso, a teofilina também leva a uma melhora.
O corticoide também pode ser utilizado no esquema terapêutico da DPOC, mas o
uso de corticoides pode levar a uma resistência à terapia com corticoides em alguns
pacientes, já que o corticoide para que possa exercer o seu mecanismo de ação,
recruta uma histona desacetilase, entretanto, em pacientes fumantes com DPOC há
uma grande concentração de radicais livres (substâncias do cigarro aumentam a
concentração de espécies reativas de oxigênio) e esses radicais livres podem
destruir a histona desacetilase. Portanto como têm uma menor concentração de
histonas, esses pacientes podem não responder à corticoterapia.
A HAP pode ser secundária a uma cirrose hepática, doenças pulmonares, sequelas
reumáticas (estenose mitral), entre outras.