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INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS (IRA)

PROF: ENF° LARISSA MACHADO


INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS (IRA)

As infecções respiratórias agudas são as infecções do aparelho


respiratório que afetam o nariz, a garganta, os ouvidos, a laringe, os
brônquios e os pulmões, causando inflamação, sinusite, bronquite,
asma e pneumonia.
É definida como a incapacidade do sistema respiratório, desenvolvida
agudamente, em promover adequadamente as trocas gasosas, ou seja,
promover oxigenação e eliminação de gás carbônico.
Do de vista de parâmetros gasométricos, a IRpA é definida pela
presença de:
• PaO2 <55-60 mmHg, cm paciente respirando em ar ambiente
(FIO2=0,21)
Que pode ou não estar associada a:
• PaCO2 > 50 mmHg, usualmente determinando acidose respiratória
(pH <7,35).
INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS (IRA)

A criança com infecção respiratória aguda pode ter tosse, nariz escorrendo, dor de
ouvido, dor de garganta, chiado no peito, dificuldade para respirar, febre ou temperatura
muito baixa. Além disso, a criança perde o apetite, pode ficar muito irritada e chorosa.
Algumas ficam com os olhos vermelhos e lacrimejando. As crianças maiores reclamam
de dor de cabeça e dores no corpo. As infecções respiratórias agudas, principalmente a
pneumonia, podem trazer risco de vida quando não tratadas.

Toda a criança que apresenta um destes sinais, por até 7 dias sem melhorar, deve ser levada ao
serviço de saúde.
Classificação da Insuficiência respiratória aguda (IRA)

TIPO I OU HIPOXÊMICA => CAUSAS PULMONARES


HIPOXEMIA
PaO2 MENOR QUE 60mmHg
IMINENTE RISCO DE VIDA

TIPO II OU HIPERCAPNICA => CAUSAS XTRAPULMNARES


PaCO2 RELACIONADA COM VENTILAÇÃO ALVEOLAR

→ AUMENTO DA VENTLAÇÃO ALVEOLAR => REDUÇÃO PaCO2 => HIPOCAPNIA


→ REDUÇÃO DA VENTILAÇÃO ALVEOLAR => AUMENTO PaCO2 => HIPERCAPNIA
Cuidados para a criança com IRA

NARIZ ENTUPIDO – Lavar com soro fisiológico cada narina, sempre que necessário. Este pode ser
preparado em casa, misturando 1 colher pequena de sal com um litro de água fervida e deve ser
preparado todos os dias.
Cuidados para a criança com IRA

TOSSE – Dar bastante líquidos (Chás caseiros ou água). Evitar xaropes contra a tosse, pois ajuda
a eliminar o catarro. Quando a criança está com dificuldade de eliminar o catarro, realizar a
tapotagem. Deitar a criança de bruços, no colo, e bater com as mão sem concha nas suas costas.
Cuidados para a criança com IRA

FEBRE – Dar banho morno e aplicar compressas úmidas só com água na testa, nuca e virilha. Na
febre alta procurar atendimento médico urgente.
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios

OTITE MÉDIA – Classifica-se em: Otite Média Aguda, Otite Média Supurativa, Otite Média Supurativa Crônica

ETIOLOGIA:

• Infecciosa – Streptococuspneumoniae; Haemophilus influenza.


• Não infecciosa – em consequência do bloqueio por edema das trompas de Eustáquio e Rinite alérgica.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Otalgia, febre, secreção auditiva de característica purulenta.

TRATAMENTO: Antibioticoterapia, analgésico, antitérmico, cirúrgico (casos graves).

Cuidados de enfermagem – Têm por objetivo diminuir a dor e orientar para evitar recidivas

• Aplicar calor com compressa morna no local


• Manter os cuidados com a higiene do ouvido
• Orientar sobre perdas temporárias da audição
• Cuidado com água no canal auditivo
• Observar sinais de hipertermia
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios

AMIGDALITE – É uma inflamação das amígdalas, que geralmente ocorre associada à faringite.

ETIOLOGIA:

• Agentes virais
• Agentes bacterinaos (Streptococus).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Hipertermia, anorexia, halitose, respiração pela boca com sensação de irritação da mucosa, orofaringe
hiperemiada, exsudato.

TRATAMENTO: Analgésico, antitérmico, antibioticoterapia, cirurgias (amidalectomia)

Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo diminuir a dor e promover o conforto do paciente Cuidados visam o conforto do paciente

• Cuidados visam o conforto do paciente


• Minimizar as manifestações clínicas
• Administrar NBZ
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios

FARINGITE – É a inflamação da faringe, e tem seu agente etiológico como um dos causadores de sequelas graves.

ETIOLOGIA: Espretococcus beta-hemolítico do grupo A e sequelas; Febre reumática; Glomerulonefrite aguda.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Cefaleia, mal-estar, anorexia, rouquidão, tosse, dor abdominal, vômito, inflamação
com exsudato.

TRATAMENTO: Antibioticoterapia (penicilina), analgésico, antitérmico.

Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo aliviar o quadro sintomatológico

• Aplicar compressas mornas


• Manter ingesta hídrica adequada
• Dieta branda e líquida
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios

LARINGITE – Infecção da laringe causada por agentes virais.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Odinofagia, indisposição, febre, congestão nasal, rouquidão, cefaléia, coriza.

TRATAMENTO: Líquidos e ar umidificado

Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo aliviar o quadro sintomatológico

• Aplicar compressas mornas


• Manter ingesta hídrica adequada
• Dieta branda e líquida
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios

GRIPE – Infecção causada geralmente por vírus de diferentes tipos, que sofrem alterações significativas no
tempo.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Mucosa e faringe seca, rouquidão, febre, mialgia, calafrios, fotofobia, prostração.

TRATAMENTO: Sintomático

Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo aliviar o quadro sintomatológico

• Aplicar compressas mornas


• Manter ingesta hídrica adequada
• Dieta branda e líquida
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios

BRONQUITE – Inflamação das grandes vias aéreas, estando invariavelmente associado a uma IRA.

ETIOLOGIA: Agentes virais, sendo muito comum o Mycoplasma pneumoniae.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Tosse seca, metálica e improdutiva, respiração ruidosa, dor torácica, falta de ar, vômito
e febre.

TRATAMENTO: Diminuir temperatura, dor e umidificar secreções.

Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo aliviar o quadro


sintomatológico

• Cuidados com oxigenoterapia


• Manter ingesta hídrica adequada
• Dieta branda e líquida
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios

BRONQUIOLITE – Infecção viral aguda dos bronquíolos, que ocorre principalmente no inverno.

ETIOLOGIA: Adenovírus, Influenza.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Obstrução das VA, faringite, tosse, sibilância, febre, taquipneia, cianose, agitação, dispneia,
fome de ar intensa, batimento da asa do nariz.

TRATAMENTO: Tratar com ar umidificado, aumentar a ingesta hídrica, Graves: oxigenioterapia e terapia venosa.

Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo aliviar o quadro


sintomatológico, promover o conforto.

• Observar oxigenoterapia e terapia endovenosa


• Verificar SSVV
• Elevar decúbito
• Observar permeabilidade das VA
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios

PNEUMONIA – É a inflamação do parênquima pulmonar, dificultando as trocas gasosas.


FATORES DE RISCO:

• Idade < 6 anos


• Estado imunológico debilitado
• Situação econômica precária
• Poluição ambiental
• Pais fumantes
• Baixo peso
• Desmame
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios

CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA:

Pneumonia viral: tosse, febre, taquipneia, cianose, fadiga, prostração, presença de ruídos respiratórios e
estridores.

TRATAMENTO: Sintomático, oxigênio, fisioterapia respiratória e administração de líquidos

Pneumonia Bacteriana (pneumococos): tosse, indisposição, respiração rápida e superficial, dor torácica,
batimento de asa do nariz, cianose, palidez agitação e letargia.

TRATAMENTO:

• Crianças maiores: antibióticos, antitérmicos, sedativos para tosse, repouso e líquidos.


• Crianças menores: mesmo das crianças maiores, com líquido endovenoso e oxigenioterapia.
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios

Cuidados de Enfermagem – Tem por objetivo aliviar o quadro sindrômico, promover o conforto e evitar
complicações e agravamento do quadro.

•Avaliar respiração
•Administrar oxigenioterapia
•Controlar SSVV
•Elevar decúbito
•Estimular drenagem postural
•Aspirar secreções quando necessária
•Aliviar desconforto
OBSERVAÇÃO: Aspiração de líquidos ou alimentos, provocados pela dificuldade de deglutir em função de
paralisias, debilidade, ausência do reflexo da tosse pode causar a Pneumonia Aspirativa. É importante orientar
os pais sobre a gravidade da doença e as formas de prevenção da mesma.
Assistência de enfermagem à criança com distúrbios respiratórios

ASMA – Obstrução das VA por edema e/ou muco, desencadeada por diversos estímulos.

ETIOLOGIA: Duvidosa, pode ter relação com fatores bioquímicos, imunológicos, alérgicos, climático, psicológico, físicos.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Tosse, irritabilidade, falta de ar, sibilância audível, rubor, lábios avermelhados escuro, progredindo para
cianose, sudorese, diafragma deprimido.

TRATAMENTO: Uso de corticosteróide, antiinflamatório, broncodilatores. Realização de exercícios através da fisioterapia respiratória.

Cuidados de Enfermagem – Têm por objetivo identificar e eliminar fatores irritantes e alérgicos, além de orientar os pais sobre a
doença e no reconhecimento de sinais agudos.

• Controle rigoroso da terapia endovenosa.


• Administrar oxigenioterapia.
• Oferecer líquidos (controle).
• Elevar decúbito.
• Controlar SSVV
• Estimular participação dos pais nos cuidados.
ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES EM
PEDIATRIA

Obs: Responsável pela elaboração do POP: Enf. Emanuel Pereira dos Santos Enf. Maria da Penha Pinheiro

Definição - É o procedimento técnico utilizado para remover secreções do trato respiratório (oral e nasal) quando necessário

Objetivo:

 Melhorar a respiração;
 Fornecer adequada oxigenação ao paciente;
 Remover por aspiração as secreções do trato respiratório sem que haja traumatismo;
 Promover permeabilidade de vias aéreas superiores.

Indicação:

• Crianças com aumento da produção de secreções, vômitos ou sangue na cavidade bucal e nasal com impossibilidade de
expulsá-los espontaneamente;
• Antes da intubação e da extubação traqueal.
ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES EM
PEDIATRIA

MATERIAL A SER UTILIZADO:

 Bandeja ou cuba rim;


 Álcool à 70%;
 Álcool gel à 70%;
 Luva de procedimento;
 Sonda de aspiração compatível com o paciente;
 Gaze não estéril;
 Água destilada ou soro fisiológico;
 Equipamentos de proteção individual (EPI): gorro, máscara cirúrgica, óculos de proteção, avental ou capote não-estéril;
 Toalha de rosto ou papel toalha;
 Aparelho de aspiração portátil ou fonte de vácuo em rede;
 Frasco de vidro de aspiração;
 Válvula redutora de pressão para rede de vácuo;
 Frasco coletor de secreções descartável, preferencialmente e na sua ausência a extensão
ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES EM
PEDIATRIA
1 Explicar o procedimento a ser realizado e sua finalidade a criança e/ou ao familiar;
2 Higienizar as mãos;
3 Reunir os materiais necessários e encaminhá-los próximo ao leito;
4 Fechar as cortinas do Box da criança;
5 Posicionar o paciente em fowler ou semi-fowler, se não for contraindicado;
6 Abrir o pacote do cateter, apenas na extremidade e deixar o resto protegido com a embalagem;
7 Abrir o invólucro das gazes esterilizadas e deixá-las na mesa de cabeceira;
8 Ligar o sistema de vácuo ou aspirador portátil;
9 Paramentar-se com os EPIs;
10 Ligar o aspirador;
11 Com a mão dominante, segurar a face da criança;
12 Pinçar o intermediário do silicone de aspiração;
13 Com a mão dominante introduzir a sonda de aspiração na cavidade nasal (pinçada) e abrir quando estiver introduzida;
14 Ocluir a válvula e retirar a sonda lentamente com movimentos circulares;
15 Com a mão dominante introduzir a sonda de aspiração na cavidade oral (pinçada) e abrir quando estiver introduzida;
16 Ocluir a válvula e retirar a sonda lentamente com movimentos circulares;
17 Repetir o processo até a limpeza total da cavidade oral, avaliando condição respiratória da criança;
18 Aspirar água destilada para limpeza da extensão;
19 Retirar sonda, máscara, luvas e óculos;
20 Desligar o aspirador ou válvula da rede de vácuo;
21 Deixar a criança o mais confortável e segura no leito;
22 Manter o ambiente em ordem e desprezar o material adequadamente;
23 Proceder às anotações de enfermagem no prontuário da criança, constando: descrição da quantidade e características da secreção aspirada, de ocorrências adversas e as
medidas tomadas.

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