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EPIDEMIOLOGIA
1) Infecção de via aérea superior – Cavidade nasal, Faringe, Ouvido médio e seios paranasais
2) Infecção de via aérea intermediária - Laringe
3) Infecção de via aérea inferior – Traqueia, Brônquios, Pulmão
Como regra geral, as IVAs não são condições graves e ameaçadoras da vida ( na maioria das vezes tem
desfecho benigno)
Fatores risco IVAS:
o Baixa idade (menores 2a)
o História atopia dermatite atópica, asma, alergia alimentar, rinite alérgica
o Deficiência imunológica
o Creche – crianças ainda não tem sistema imune completo onde são expostas a inúmeros agentes
o Fumo passivo
o Uso de chupeta
o Ausência de aleitamento materno
ETIOLOGIA
ANATOMIA
1) Cavidade nasal
2) Faringe
3) Ouvido médio
4) Seios paranasais
Cavidade nasal
O anel de Waldeyer consiste em quatro estruturas tonsilares: tonsilas faríngeas (ou adenoides), tubárias,
palatinas (ou amígdalas) e linguais, bem como pequenas coleções de tecido linfático disperso ao longo do
revestimento mucoso da faringe - tecido linfóide associado à mucosa (MALT).
O tecido linfático da nasofaringe (adenoide) e da orofaringe (amigdalas), distribuem-se em forma de anel.
As estruturas do anel de Waldeyer são formadas por um tecido composto de nódulo linfático, ricos em
linfócitos B, e um tecido interfolicular contendo linfócitos T primeiro canal de defesa da criança
A sua função é garantir uma rápida resposta imunológica contra os patógenos que penetram nas vias aéreas
superiores.
A adenoide tende a crescer do nascimento até 3-6 anos, para após regredir até praticamente desaparecer na
idade adulta.
As amigdalas alcançam a sua atividade e crescimento máximo entre 4-10 anos.
Quando há a retirada de amigdalas e adenoide a proteção contra patógenos de via área superior pode cair
Ouvido médio
Otoscopia para avaliar o conduto auditivo interno, para avaliar cerúmen, secreção e membrana timpânica
O ouvido interno tem comunicação direta com a nasofaringe por isso secreções presentes na
nasofaringe podem ir em direção ao ouvido médio
Seios paranasais
Seios da face – cavidades nos ossos da face revestidas de epitélio ciliar e secretor de muco, como
continuação ou prolongamento da cavidade nasal.
4 seios: maxilares, etmoidais, frontais e esfenoidais.
No recém-nascido: seios maxilares, esfenoidais e etmoidais já estão presentes o diagnóstico de sinusite
pode ser feito em qualquer faixa etária
Formação completa seios frontais: 5 anos no pré-escolar é rara a ocorrência de sinusite frontal
INFECÇÕES DE VIAS AEREAS SUPERIORES
RINOFARINGITES VIRAIS
FARINGOAMIGDALITES VIRAIS E BACTERIANAS
OTITE MÉDIA AGUDA
RINOSSINUSITE
Diagnóstico
Clínico
Tratamento
Sintomáticos
Limpeza nasal para evitar acumulo de secreção em nasofaringe que pode causar complicações
Uso de antitussígenos, mucolíticos, anti-histamínicos, descongestionantes, supositórios NÃO influenciam a
evolução do episódio viral.
Agentes antivirais – Influenza (tamiflu) quando o quadro é mais grave e sem evolução
Prevenção
Vacina anti-influenza vacina não viva (não provoca gripe)
Medidas preventivas: lavagem de mãos após contato direto com pessoas infectadas
Evitar levar a criança pra escolinha quando estiver doente
Introdução
A faringite aguda com envolvimento das amigdalas palatinas é uma doença inflamatória da orofaringe,
caracterizada por eritema e pela presença ou não de exsudato amigdaliano, ulcerações e vesículas
Transmissão: a principal fonte de contágio são os pacientes sintomáticos, que transmissão facilmente a
bactéria através de secreção nasal e da saliva (perdigoto). O contato próximo é o grande fator de risco para a
transmissão.
Diagnóstico: oroscopia
Epidemiologia
Adenovírus
o Febre faringoconjuntival – resfriado (sintomas respiratórios) + conjuntivite + placas amigdalianas
o Exsudato amigdaliano e eritema em orofaringe
o Sintomas proeminentes de mialgia, cefaleia, calafrios e febre de mais de 38,3°C, que persiste por 5
a 6 dias. A dor de garganta é importante e exsudatos amigdalianos e eritema de toda orofaringe são
notados ao exame físico.
o Um achado sugestivo de infecção pelo adenovírus é a presença de conjuntivite, do tipo folicular,
encontrada em até metade dos casos. Nesta situação estamos diante da febre faringoconjuntival.
Coxsackie A - Herpangina
o Pequenas úlceras ou vesículas no palato mole e pilares da amigdala
o Pode causar Síndrome Mão-pé-boca (lesões ulcerosas em mão e pé)
o Determina uma forma incomum de faringite: hipergangina. No exame físico nota-se pequenas
vesículas localizadas em palato mole, úvula e pilares amigdalianos anteriores. As lesões geralmente
se rompem e originam úlceras esbranquiçadas.
o Febre alta, dor de garganta e disfagia.
Herpes - simples
o Múltiplas úlceras no palato, adenopatia cervical dolorosa, com ou sem gengivoestomatite
o Febre elevada
Ebstein- Baar
o Adenopatia cervical, esplenomegalia e exantema após uso de ampicilina/amoxicilina –
Mononucleose infecciosa pelo vírus EBV
o Febre, linfadenopatia cervical e esplenomegalia são encontradas e sugerem a presença desta
infecção viral.
Amigdalite bacteriana: placas grosseiras, esbranquiçadas, úvula hiperemiada e por vezes deslocada para o lado da
lesão
65-85% das crianças com menos de 1 ano e 66-99% das menores de 2 anos já apresentaram pelo menos um
episódio de OMA.
A incidência de OMA declina após os 2 anos (até 2 anos trompa auditiva é mais curta e horizontal – a
comunicação entre a trompa auditiva e a rinofaringe é maior, com isso as secreções da rinofaringe vão com
mais facilidade para o ouvido médio)
Fatores de risco: menores 2a, meninos, aleitamento artificial ( a criança mama deitada o que facilita a ida
de leite ao ouvido), tabagismo passivo, creches, anomalias crânio-faciais (fenda palatina).
Aleitamento no peito não leva secreção ao ouvido – acriança pode mamar deitada
Hipetrofia de adenoide pode provocar obstrução do óstio tubário e predispor a OMA de repetição
Fisiopatologia
Etiologia
Manifestações clínicas
Otoscopia
Membrana timpânica abaulada, coloração (hiperemiada, opacificação, pontos esbranquiçados) e com perda
da mobilidade ( quando a criança chora pode-se ver a mobilidade da membrana). Presença de nível
hidroaéreo.
O abaulamento é o sinal mais específico para OMA
Otorreia – quando há perfuração
A membrana timpânica normal é levemente côncava, transparente, brilhante e móvel à insuflação
pneumática
Diagnóstico de certeza de OMA
Início rápido (história aguda e abrupta com sinais e sintomas compatíveis com efusão e inflamação de orelha
média) +
Sinais de efusão de orelha média: alteração na cor da membrana timpânica (esbranquiçada, opacificada),
presença de nível líquido ou bolhas, ou diminuição da mobilidade +
Sinais de inflamação da orelha média: dor importante, ou hiperemia marcante da membrana timpânica, ou
membrana timpânica abaulada ou presença de otorreia purulenta no conduto.
Conduta terapêutica
Observação e reavaliação em
6 meses – 2 anos Terapia antimicrobiana 24h ou terapia antimicrobiana
se doença grave
Observação e reavaliação (se quadro
> 2 anos leve) ou terapia antimicrobiana se Observação e reavaliação
doença grave
< de 6 meses sempre realizar a terapia, pois a criança pode fazer complicações graves
6 m -2 a:
Diagnóstico incerto (não se pode visualizar bem, inicio de febre, sintomas leves, apenas hiperemia)
reavaliar em 24h
Diagnóstico incerto: doença grave (acima de 39 graus) ATB
Doença leve: otalgia leve e febre < 39 graus nas últimas 24h
Tratamento
Complicações
Perfuração timpânica: evolução comum nos casos de OMA não tratados. Autodrenagem da supuração do
ouvido médio. Geralmente perfuração pequena, permitindo a regeneração espontânea na maioria dos
casos.
Otite média crônica (OMC): persistência dos sinais de otite por mais de 3 meses. Principais tipos: OMC
secretora (hipoacusia), OMC supurativa, OMC colesteatomatosa.
o OMC supurativa e colesteatomatosa cursam com MT perfurada e otorreia crônica.
o Colesteatoma: otorréia fétida e sanguinolenta, com perda rápida da audição
Complicações
Mastoidite: processo inflamatório se estende para o periósteo da mastóide do osso temporal. Edema,
vermelhidão e dor atrás da orelha.
a. Tratamento: antibioticoterapia endovenosa e miringotomia (drenagem) deve internar
b. Principais agentes: pneumococo, hemófilos não tipável e Pseudomonas.
c. Diagnóstico: TC de mastóides ( para confirmação e comprometimento)
Infecção do SNC: meningite, abscesso ou tromboflebite do seio lateral. Mais comum em OMC supurativa
ou colesteatomatosa.
Prevenção
OMA recorrente – presença de três ou mais episódios nos últimos 6m ou quatro ou mais episódios no último
ano.
OMA recorrente é uma predominante causa de surdez.
Fatores de risco corrigíveis: tabagismo passivo, creche, aleitamento materno
Vacinas: pneumo 10, influenza
Tubo de timpanoscopia serve para drenar a secreção do ouvido médio
RINOSSINUSITE
Seios paranasais
Seios da face – cavidades nos ossos da face revestidas de epitélio ciliar e secretor de muco, como
continuação ou prolongamento da cavidade nasal.
4 seios: maxilares, etmoidais, frontais e esfenoidais.
Seios maxilares e etmoides são os primeiros a se formarem.
Etiologia
A causa mais comum é uma infecção viral das vias aéreas superiores, geradoras de edema e inflamação da
mucosa com produção de muco espesso, que obstrui os seios paranasais e permite proliferação bacteriana
secundária.
Criança fez um resfriado simples, não fez higiene adequada de via aérea superior e por isso acaba
acumulando secreção nos seios da face. Esse acúmulo de secreção gera proliferação bacteriana secundária
Classificação
Fisiopatologia
A secreção dos seios paranasais caminha, através dos óstios, em direção aos meatos (cornetos), que formam
a parede lateral da via nasal. A posição anatômica dessas estruturas faz com que a motilidade ciliar do
epitélio seja o fator mais importante para uma drenagem bem sucedida
A causa mais comum de rinossinusite é uma infecção viral das vias aéreas superiores, geradora de edema e
inflamação da mucosa com produção de muco espesso, que obstrui os seios paranasais e permite
proliferação bacteriana aguda. A seguir, em frequência, destaca-as a rinite alérgica, que leva edema de
mucosa, prejudicial à drenagem do óstio sinusal.
Patogênese
Rinossinusite bacteriana aguda – Streptococcus pneumoniae (30%), Haemophylus influenzae (20%) e
Moraxella catarrhalis (20%).
Rinossinusite subaguda prolongada ou crônica – Staphylococcus coagulase negativo, Staphylococcus aureus,
Streptococcus alfa-hemolítico e anaeróbicos.
A presença de múltiplos micro-organismos é bem comum na rinossinusite crônica.
A incidência de bactérias resistentes à betalactamase se aproxima em 50% nos casos crônicos.
Manifestações clínicas
Manifestações mais comuns – tosse e secreção nasal, “resfriado que demora a passar”, duração sintomas
maior de 10-14 dias.
Maiores 5 anos: queixa de dor facial, cefaleia e sensibilidade à percussão da face.
Tosse principal sintoma da sinusite na infância – piora ao deitar a tosse piora pois a secreção desce
para a orofaringe
Secreção nasal – clara ou purulenta Não indica se é bacteriana ou viral
Diagnóstico
RX de seios da face
Amoxicilina 90mg/kg/dia
Amoxicilina- Clavulanato
Cefalosporina segunda geração (Cefuroxima) – alergia ou que já fizeram uso de muito ATB
Cefalosporina terceira geração (Cefriaxone)
Azitromicina
Duração: 14 a 21 dias
Sinusite subaguda e crônica – no mínimo 4 semanas de ATB
Realizar limpeza nasal com 5-10 ml de soro fisiológico (em resfriado simples diminui episódios de
complicação como otite e rinossinusite)
Não há indicação de utilização de gota nasal
Spray é caro, porém pode ser utilizado
Complicações
Celulite peri-orbitária: infecção se alastra do seio etmoidal para o tecido subcutâneo periorbitário. Edema e
sinais de flogose na região palpebral e peripalpebral, febre e queda no estado geral. Antibioticoterapia
endovenosa (Cefuroxima, Ceftriaxona).
Celulite orbitária: complicação sa sinusite etmoidal, se não tratada rapidamente leva à infecção no SNC.
Sinais flogistícos peri-orbitários, acompanhados de proptose e oftalmoplegia. Antibioticoterapia endovenosa
+ TC craneo + orbitas
Infecção SNC: meningite, abscesso e trombose de seio cavernoso.