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DEFINIÇÕES
ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: a criança recebe apenas o leite humano, direto da
própria mãe ou ordenhado (oferecido em outros dispositivos). Com exceção de gotas ou xaropes
contendo vitaminas, sais de hidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos.
ALEITAMENTO MATERNO PREDOMINANTE: além do leite humano a criança recebe suco,
chás ou água.
ALEITAMENTO MATERNO MISTO OU PARCIAL: quando além do leite materno a criança
recebe outro leite.
ALEITAMENTO MATERNO COMPLEMENTADO: além do leite humano a criança recebe
alimentos sólidos ou semi-sólidos.
INDICES NACIONAIS DE ALEITAMENTO MATERNO
A média é baixa devido a desinformação profissional que não orientam e estimulam as mães
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO
Durante a gravidez, a progesterona estimula o crescimento dos alvéolos mamários. Enquanto o
estrogênio estimula a proliferação dos ductos lactíferos.
Apesar dos níveis de prolactina estarem elevados na gravidez, a mulher não secreta leite devido à
inibição pelo hormônio lactogênio placentário.
Com o nascimento e a saída da placenta, os efeitos inibitórios da progesterona e do lactogênio
placentário sobre a prolactina cessam, e a secreção do leite aumenta.
Da mesma forma, inicia-se a síntese da occitocina, que atua na ejeção do leite.
O que promove a produção láctea é a sucção do lactente e o esvaziamento regular das mamas, isto é,
quanto mais o lactente suga, mais o leite será produzido…
Terminações nervosas areolares, levam estímulo para a hipófise anterior que produz prolactina, que
atua nas células alveolares produzindo leite materno.
Grande parte do leite de uma mamada é produzida enquanto a criança mama, sob o estímulo da
prolactina, que é liberada graças à inibição da liberação de dopamina, que é um fator inibidor da
prolactina. A liberação da ocitocina provocada pelo estímulo da sucção também ocorre em resposta a
estímulos condicionados, tais como visão, cheiro e choro da criança, e a fatores de ordem emocional
como motivação, autoconfiança e tranquilidade.
A continuidade da sucção chega a hipófise posterior, que libera occitocina, que age sobre as células
mioepitelias promovendo o reflexo de descida do leite. Este reflexo é bloqueado pelo estresse, baixa
autoestima, dor, medo e falta de apoio.
A quantidade de leite que a mulher produz depende principalmente de quanto leite está sendo
consumido pela criança ou retirado da mama. Logo, quanto mais vezes a criança for ao peito e mais
leite consumir, mais leite a mulher vai produzir.
Mamilos planos ou invertidos podem dificultar o início da amamentação, mas não necessariamente a
impedem, pois o bebê faz o “bico” com a aréola. Para fazer o diagnóstico de mamilos invertidos, pressiona-
se a aréola entre o polegar e o dedo indicador: se o mamilo for invertido, ele se retrai; caso contrário, não é
mamilo invertido. Para uma mãe com mamilos planos ou invertidos amamentar com sucesso, é fundamental
que ela receba ajuda logo após o nascimento do bebê, que consiste em:
• Promover a confiança e empoderar a mãe – deve ser transmitido a ela que com paciência e
perseverança o problema poderá ser superado e que com a sucção do bebê os mamilos vão se
tornando mais propícios à amamentação;
• Ajudar a mãe a favorecer a pega do bebê – a mãe pode precisar de ajuda para fazer com que o bebê
abocanhe o mamilo e parte da aréola se ele, inicialmente, não conseguir; é muito importante que a
aréola esteja macia.
Pode-se ser necessária a mudança de posição para amamentar
DOR NA AMAMENTAÇÃO: É comum, nos primeiros dias após o parto, a mulher sentir dor discreta ou
mesmo moderada nos mamilos no começo das mamadas, devido à forte sucção deles e da aréola. Essa dor
pode ser considerada normal e não deve persistir além da primeira semana. No entanto, ter os mamilos
muito doloridos e machucados, apesar de muito comuns, não é normal e requer intervenção. A causa mais
comum de dor para amamentar se deve a lesões nos mamilos por posicionamento e pega inadequados. Deve-
se orientar a pega correta durante a amamentação.
FREQUENCIA DAS MAMADAS: O recém-nascido normal mama com frequência, sem regularidade
quanto a horários, sempre que a criança quiser. É comum um bebê em aleitamento materno exclusivo mamar
de 8 a 12 vezes ao dia ou mais. A mãe precisa ser orientada que quanto mais o bebê mamar, mais leite
produzirá no seio; que deve confiar em sua produção; que seios murchos não significam menos leite; que
boa parte do leite é produzido durante a da mamada; e que é normal, durante o pico de crescimento, o bebê
mamar horas seguidas.
CRIANÇA COM DIFICULDADE INICIAL PARA SUGAR: deve-se suspender o uso de bicos de
mamadeira, silicone e chupetas; utilizar apoio para as mamas muito grandes; melhorar a pega e variar a
posição do bebe no momento de amamentar podem ser medidas uteis. Enquanto a criança estiver com
dificuldade para sugar, recomenda-se fazer a retirada do leite do peito de forma manual ou com bomba, de 6
a 8 vezes ao longo do dia, e oferecer ao bebe o leite retirado no copo ou colher.
POUCO LEITE: a mulher produz uma quantidade suficiente de leite, desde que a criança sugue com
frequência, por tempo adequado e com uma pega adequada, estimulando a produção do leite e esvaziamento
da mama.
O tempo de permanência na mama em cada mamada não deve ser preestabelecido, uma vez que o
tempo necessário para esvaziar uma mama varia entre os bebês e, em uma mesma criança, pode variar
dependendo da fome, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do volume de leite armazenado na
mama, entre outros. Independentemente do tempo necessário, é importante que a criança esvazie a mama,
pois o leite do final da mamada – leite posterior – contém mais calorias e sacia a criança.
Peito vazando: ocorre apenas nos primeiros 3 meses, pois não há uma produção de leite bem estabelecida.
Depois dos 3 meses o seio fica mais murcho, pois há uma readequação do corpo da mulher para a
amamentação. Antes dos 3 meses o leite é produzido e represado nas mamas, após os 3 meses o leite é
produzido apenas no momento em que o bebe suga, sob o efeito da prolactina.
Na amamentação, o volume de leite produzido varia, dependendo da frequência com que a criança mama.
Quanto maior a frequência das mamadas, maior será a produção de leite.
A mãe precisa ser orientada que quanto mais o bebê mamar, mais leite produzirá no seio; que deve confiar
em sua produção; que seios murchos não significam menos leite; que boa parte do leite é produzido durante
a da mamada; e que é normal, durante o pico de crescimento, o bebê mamar horas seguidas.
A mama endurecida significa que o bebe não está sendo amamentado (sugando) na frequência necessária.
COLOSTRO:
Secretado nos primeiros 5 dias após o parto
O conteúdo de eletrólitos, proteínas, vitaminas lipossolúveis, minerais e imunoglobulinas é maior
(principalmente IgA). Período em que a mãe passa a maior quantidade de anticorpos para o bebe
Por outro lado, possui menor concentração de gorduras, lactase e vitaminas hidrossolúveis.
LEITE DE TRANSIÇÃO:
Produção entre 6-10 dia pós parto até a segunda semana
A concentração de imunoglobulinas torna-se progressivamente menor, assim como o teor de
vitaminas lipossolúveis. Ocorre aumento de vitaminas hidrossolúveis, lipídios e lactose.
LEITE MADURO:
Produzido após segunda semana pós parto.
Maior teor lipídico e de lactose, menor quantidade de proteínas.
O leite anterior é ralo e doce, ocorrendo predomínio de proteína do soro e lactose. No meio da
mamada é a maior quantidade de caseína. E o leite posterior tem maior concentração de gordura,
necessária para saciar o lactente.
O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções. A IgA
secretória é o principal anticorpo, atuando contra microrganismos presentes nas superfícies mucosas. Os
anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela
produz anticorpos contra agentes infecciosos com os quais já teve contato, proporcionando, dessa maneira,
proteção à criança contra os germens prevalentes no meio em que a mãe vive. A concentração de IgA no
leite materno diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então.
Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de proteção, tais como anticorpos IgM e IgG,
macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido. Esse favorece o crescimento
do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de
bactérias que causam diarreia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli.
COMO SABER SE O BEBE ESTÁ RECEBENDO LEITE MATERNO SUFICIENTE? Deve-se prestar
atenção a alguns sinais: se o bebe é ativo e responde a estímulos; se faz xixi várias vezes ao dia, no mínimo
6 vezes nas 24 h, urina de cor clara; e se está crescendo e se desenvolvendo adequadamente.
MEDICAÇÕES E LACTAÇÃO
Consultar a caderneta da saúde: amamentação e uso de medicamentos e outras drogas
Site: elactancia
DROGAS E LACTAÇÃO
Cafeína: provoca irritabilidade e insônia no lactente. Uso compatível com a amamentação.
Contudo,
o consumo de altas doses pela nutriz têm sido associado à irritabilidade e insônia no lactente.
Nicotina: provoca vômitos, irritabilidade e insônia no lactente. Uso criterioso durante a
amamentação. A nicotina pode reduzir a produção láctea e alterar o sabor do leite. O uso de
medicamentos (adesivo, goma de mascar e spray) contendo nicotina é compatível com a
amamentação.
Álcool: em excesso (superior 1g/kg/dia) provoca distúrbio cognitivo no lactente, entorpecimento,
astenia, baixo ganho ponderal. Além de diminuir o reflexo de ejeção.
Se consumido em menor quantidade o ideal é que seja após as mamadas, e mantido um intervalo de
cerca de 2h após a próxima mamada.
Cocaína: contraindicado o aleitamento materno, associada a taquicardia, irritabilidade, vômitos,
convulsões e Síndrome da Morte Súbita do Lactente.
O recém-nascido deve receber isoniazida na dose de 10 mg/kg/dia por três meses. Após
esse período, deve fazer teste tuberculínico; se positivo, a doença deve ser pesquisada,
especialmente em relação ao acometimento pulmonar. Se a criança tiver contraído a doença,
a terapêutica deve ser reavaliada; caso contrário, deve-se manter isoniazida por mais três
meses. Se o teste tuberculínico for negativo, pode-se suspender a medicação e a criança deve
receber BCG. Outras formas de tuberculose, além da pulmonar, devem sempre ser
pesquisadas.
MASTITE E ABSCESSO MAMÁRIO: O bebe sugar ajuda a diminuir o ingurgitamento
o Não contraindicam o aleitamento materno.
o De um modo geral, a presença de patógenos bacterianos no leite materno não representam
riscos ao lactente.
o Os ABT usados são compatíveis com a amamentação
HANSENÍASE:
o Quando a mãe está sob tratamento adequado, não possui contraindicação a amamentação.
o O Micobacterium leprae pode ser isolado no leite de mulheres com a forma virchowiana não
tratada ou com tratamento inferior a 3 meses de duração com sulfona (dapsona ou
clofazamina) ou, ainda, com tratamento inferior a 3 semanas com rifampicina. A
amamentação é contraindicada apenas neste caso
o Lesões de pele na mama também podem ser fonte de contaminação. Amamentação
contraindicada
DOENÇA DE CHAGAS:
o O parasita pode ser excretado no leite humano.
o Nota-se, entretanto, que a infecção aguda no lactente parece ter evolução benigna e a
descrição de sequelas é rara.
o Assim, a amamentação deverá ser contraindicada apenas na fase aguda da doença ou quando
houver lesão mamilar com sangramento.
CITOMEGALOVÍRUS:
o O CMV passa através do LM.
o Entretanto como a infecção é assintomática e não deixa sequelas no RN a termo, não a
contraindicação a amamentação.
o EM RN pré-maturos < 30 sem ou menor 1kg de peso - que podem adquirir doença
citomegálica grave; deve-se proceder a pasteurização do leite materno, a fim de redução da
carga viral.
HEPATITE A:
o Não contraindica LM, apenas usar imunoglobulina padrão humana no RN se doença materna
aguda.
HEPATITE B:
o O aleitamento não é contra indicado em mães HBsAg + uma vez que o maior risco de
transmissão é intraparto.
o Após o nascimento banho imediato para retirar secreções, aplicar vacina e Imunoglobulina
específica nas primeiras 12h
HEPATITE C:
o O aleitamento materno não é contra-indicado
o Porém o contato da criança com o sangue materno favorece a infecção
o Evitar se houver rachaduras e lesões no mamilo
VARICELA:
o Mães com varicela até 5 dias antes do parto ou início das lesões até 2 dias após o parto
deverão ser isoladas do RN na fase contagiante. O leite deve ser ordenhado e oferecido ao
RN. O contato mãe-filho deve apenas ocorrer na fase crostosa. Administrar Ig especifica ao
RN. *Separar mãe e filho ainda é controverso nesse caso…
o As mães que iniciaram lesões com período superior a 5 dias antes do parto, passam
anticorpos para o RN. Não se indica a separação mãe-filho. Nesse caso, a mãe pode
amamentar a criança, tomando os cuidados de lavagem das mãos, uso de máscara e proteção
das lesões em contato direto com o bebê.
Amamentação em tandem: ocorre quando a mãe amamenta simultaneamente dois filhos de idades diferentes. É
importante orientar que a prioridade é do RN.