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Nutrição e dietética

Aleitamento materno

Alimentação 1º ano de vida- diversificação alimentar

ENFERMAGEM

Natália Silva
Nutricionista

25.03.2019
Aleitamento materno
Amamentação em Portugal
“De acordo com as estatísticas disponíveis, à data da alta hospitalar a larga maioria das puérperas
e seus recém-nascidos terão como plano alimentar esperado o aleitamento materno exclusivo, o
que permite falar numa taxa de 90% de iniciação.

No entanto, a elevada taxa de aleitamento materno exclusivo à alta parece ter um acentuado
declínio logo no primeiro mês de vida para ser inferior a 50% aos 3 meses.

Diversos trabalhos têm procurado analisar as causas do "abandono precoce". Consensualmente os


estudos apontam o apoio às mães na resolução das dificuldades dos primeiros dias como estratégia
primordial para o prolongamento da amamentação”.

http://www.saudereprodutiva.dgs.pt/aleitamento-materno/rede-de-cantinhos-da-amamentacao.aspx
Aleitamento materno
Aleitamento materno total (full breast-feeding)

Aleitamento materno exclusivo: unicamente leite materno (nenhum outro líquido ou sólido
com excepção de gotas ou xaropes de vitaminas, suplementos minerais ou fármacos)

Aleitamento predominante: leite materno + líquidos não lácteos (água e chás sem conteúdo energético)

Aleitamento misto: leite materno + fórmula infantil

Aleitamento parcial: leite materno + alimentação complementar

 OMS
Aleitamento materno
Colostro (1-3 dias)  LM prematuro  LM maduro (12-15 dias)

A mãe deve estar fortemente motivada para amamentar antes do bebé nascer.
A mãe deve amamentar na posição mais confortável para ela.

A criança deve ficar em contacto com a mama o mais precocemente possível.


O esvaziamento da mama também ajuda a mais produção de leite.
Aleitamento materno
Vantagens para o bebé:

Leite materno fornece:


Nas proporções adequadas todos os nutrientes necessários ao recém-nascido

Mediadores de crescimento e de diferenciação celular

Múltiplos factores de defesa contra antigénios e agentes infeciosos

Hormonas, enzimas e oligossacarideos


Aleitamento materno
Vantagens para o bebé:
 Previne infeções gastrintestinais, respiratórias e urinárias.

 Efeito protector sobre as alergias, nomeadamente as específicas para as proteínas do leite de vaca.

 Melhor adaptação para os bebés a outros alimentos.

 Prevenção de linfomas ( longo prazo).

 MENOR RISCO:

• Dermatite atópica, asma,obesidade,Diabetes M.tipo 1 e 2

• Síndrome de morte súbita no lactente


Aleitamento materno
Vantagens para a mãe :
 Facilita uma involução uterina mais precoce, e associa-se a uma menor probabilidade de ter cancro da

mama entre outros formas.

 Confere à mãe sentimento de prazer único de amamentar.

 Na maioria das situações, protege as mães de uma nova gravidez

 Constitui o método mais barato e seguro de alimentar os bebés.

No entanto, é fundamental que todas as seguintes condições sejam cumpridas:


• Aleitamento materno praticado em regime livre
• Sem intervalos nocturnos
• Sem suplementos de outro leite
• Nem complementado com qualquer outro tipo de comida
Sucesso do Aleitamento Materno
 Pode ser definido por uma amamentação mais prolongada.

 A duração ideal do aleitamento materno exclusivo, ou seja, sem que seja oferecido ao bebé mais
nenhum alimento, é de 6 meses.

É ainda preciso que o bebé tenha um bom estado nutricional, ou


seja, aumente de peso de maneira adequada e tenha um bom
desenvolvimento psicomotor

 Pode ainda ser definido pela qualidade da interacção entre mãe e


bebé, durante a mamada
 Num aleitamento materno com sucesso, verifica-se habitualmente
uma boa transferência de leite entre a mãe e o bebé

Ao falarmos de sucesso, temos também de ter em conta o projecto materno


... a resposta às suas expectativas da mãe
Curvas de
crescimento
Excesso de peso – IMC entre o percentil 85 e 95 para a idade e sexo
Obesidade – IMC acima do percentil 95 para a idade e sexo

Notas: a curvas para rapazes a


título de exemplo
Sucesso do Aleitamento Materno
Para que a amamentação tenha sucesso, devem conjugar-se três factores:

• A decisão de amamentar ( 3º trimestre da gestação tem sido apontado como o primeiro ponto de viragem em termos de sucesso do aleitamento materno)

• O estabelecimento da lactação (o 2º ponto de viragem, sendo decisivas as práticas hospitalares ligadas ao trabalho de parto, parto e pós-parto)

 «Hospital Amigo dos Bebés».

• O suporte da amamentação (O 3º ponto de viragem será o suporte da amamentação depois da alta da maternidade)

Os primeiros quinze dias de vida do bebé, até que a lactação esteja bem estabelecida, são especialmente importantes

Ajuda em casa por alguém nas tarefas, e apoio de profissionais de saúde e disponíveis no centro de saúde. “Rede de

Cantinhos da Amamentação”

 Um ambiente calmo e caloroso, uma alimentação simples e cuidada


http://amamentar.medicineone.net/IniciativaAmigadosBeb%C3
%A9s/HospitaisAmigosdosBeb%C3%A9semPortugal/tabid/394/
Default.aspx
http://amamentar.medicineone.net/IniciativaAmigadosBeb%C3%A9s/HospitaisAmigosdosBeb%C3%A9semPortugal/tabid/394/Default.aspx
Aleitamento materno
CONTRA-INDICAÇÕES TEMPORÁRIAS

Mães com algumas doenças infecciosas como a varicela, herpes com lesões mamárias,
tuberculose não tratada ou ainda quando tenham de efectuar uma medicação imprescindível.

Durante este período de tempo, os bebés devem ser

alimentados com leite artificial por copo ou colher, e a

produção de leite materno deverá ser estimulada.


Aleitamento materno
CONTRA-INDICAÇÕES DEFINITIVAS

Não são muito frequentes

Mães com doenças graves, crónicas ou debilitantes, mães infectadas pelo vírus da
imunodeficiência humana (VIH), mães que precisem de tomar medicamentos que são
nocivos para os bebés e, ainda, bebés com doenças metabólicas raras como a
fenilcetonúria e a galactosemia.
Aleitamento materno
/ hipófise
Aleitamento materno

A gordura e o tecido de sustentação é que dão a


forma à mama e fazem a maior parte da diferença
entre uma mama grande e uma pequena.

Tanto as mamas grandes como as pequenas


contêm a mesma quantidade de tecido glandular
e podem produzir uma grande quantidade de
leite.
Como Funciona a Amamentação
2- Em resposta, a parte anterior da
hipófise na base do cérebro segrega
3- A prolactina vai através do sangue prolactina
para a mama, fazendo com que as
células secretoras produzam leite.

1- Bebé mama, impulsos


sensoriais vão do mamilo
para o cérebro

Prolactina está no sangue cerca de 30 minutos


após a mamada – o que faz com que a mama
produza leite para mamada seguinte. Ou seja,
quanto mais o bebé suga, mais leite é produzido!
Prolactina
 Maior produção à noite
 Suprime a ovulação, sobretudo se a
amamentação for à noite
 Faz com que a mãe se sinta relaxada, sonolenta e
descanse bem.
Ocitocina
2-Em resposta, a parte posterior da hipófise
na base do cérebro segrega uma hormona
chamada OCITOCINA.

3-

1-Quando um bebé suga, impulsos


sensoriais vão do mamilo para o
cérebro

A ocitocina é produzida mais rapidamente


3-A ocitocina pelo sangue vai para a mama  contracção das que a prolactina  faz com que o leite
células musculares (células mioepiteliais) em torno dos que já está na mama flua para ESTA
alvéolos. mamada
o leite colectado nos alvéolos flua através dos ductos até
ao mamilo.

Chama-se a isto reflexo da ocitocina ou reflexo de ejecção.


Como ajudar o reflexo da ocitocina:
Aleitamento materno
Existe uma substância no leite materno que pode diminuir ou inibir a produção de leite. Se
muito leite é deixado na mama, o factor inibidor faz com que as células deixem de produzir
leite.
Se um bebé pára de mamar numa das mamas, essa
mama deixa de produzir leite.
Se o bebé mama mais de uma mama, essa mama
produz mais leite e torna-se maior que a outra.
Para uma mama continuar a produzir leite, o leite
deve ser removido.

 Se um bebé não pode mamar de uma ou das duas mamas, o leite deve ser removido por
expressão, manual ou com bomba, para permitir que a produção continue.
Reflexos do bebé
Existem três principais reflexos do bebé relacionados com a amamentação:
 de busca e preensão,
 de sucção
 De deglutição.
Reflexos do bebé
Aleitamento materno
Até quando?

Exclusivo durante o 1.º semestre de vida


Ao longo de todo o programa de diversificação alimentar

Enquanto for mutuamente desejado pela mãe e lactente


Aleitamento materno
DIFICULDADES PRECOCES:

Mamas muito cheias e dolorosas (ingurgitadas)

Bloqueio dos ductos

Mastite

Mamilos dolorosos e/ou com fissuras

Mamilos com fissuras (gretas)

Mamilos planos e invertidos


Aleitamento materno
DIFICULDADES TARDIAS:
Algumas mães pensam que o seu leite
é insuficiente porque:
Pouco leite / choro do bebé O bebé chora mais do que o habitual;
– Quer sugar mais frequentemente;
– Demora muito a mamar;
Voltar ao trabalho – Adormece a mamar.

– O bebé deve esvaziar uma mama até ao fim (até que ele pare espontaneamente), só
depois a mãe deve oferecer a outra; na mamada seguinte deve alternar;
– Acordar o bebé e não o deixar muito agasalhado ( favorece o adormecimento);
– A mãe pode amamentar com mais frequência durante alguns dias;
– Amamentar também de noite (libertação prolactina é >);
– Retirar o leite, sempre que não esteja com o bebé.

Se a criança está a aumentar de peso, está decerto a alimentar-se em quantidade suficiente.


Aleitamento materno
DIFICULDADES TARDIAS Voltar ao Trabalho

• O emprego da mãe pode ser próximo do domicílio;


• Talvez seja possível levar a criança para uma ama ou creche
perto ou no local de trabalho;
• Alguém poderá levar a criança para mamar enquanto a mãe
trabalha;
Se estas hipóteses não forem viáveis, a mãe pode retirar o leite antes
de sair de casa e deixá-lo para ser dado ao bebé;
• No local de trabalho, deve retirar com a frequência com que o bebé
mamaria;
• Amamente sempre que estiver em casa, à noite, logo pela manhã, e
sempre que possível.
Dispensa para amamentação ou aleitação
Lei n.º 7/2009 Artigo 47.º
Dispensa para amamentação ou aleitação
1 - A mãe que amamenta o filho tem direito a dispensa de trabalho para o efeito, durante o tempo que
durar a amamentação.
2 - No caso de não haver amamentação, desde que ambos os progenitores exerçam actividade
profissional, qualquer deles ou ambos, consoante decisão conjunta, têm direito a dispensa para
aleitação, até o filho perfazer um ano.
3 - A dispensa diária para amamentação ou aleitação é gozada em dois períodos distintos, com a
duração máxima de uma hora cada, salvo se outro regime for acordado com o empregador.
4 - No caso de nascimentos múltiplos, a dispensa referida no número anterior é acrescida de mais 30
minutos por cada gémeo além do primeiro.
5 - Se qualquer dos progenitores trabalhar a tempo parcial, a dispensa diária para amamentação ou
aleitação é reduzida na proporção do respectivo período normal de trabalho, não podendo ser inferior
a 30 minutos.
6 - Na situação referida no número anterior, a dispensa diária é gozada em período não superior a
uma hora e, sendo caso disso, num segundo período com a duração remanescente, salvo se outro
regime for acordado com o empregador.
7 - Constitui contra-ordenação grave a violação do disposto neste artigo.
https://dre.pt/legislacao-consolidada/-/lc/75194475/201608230300/73439790/diploma/indice
Conservação leite materno
• Existem sacos de plástico esterilizados para o efeito.
• Pode ainda guardar em biberão esterilizado.
Leite materno vs Fórmulas infantis
Na ausência do leite materno existem fórmulas infantis que têm sido, ao longo dos anos,
sucessivamente modificadas:
 aproximação máxima do leite humano
 a promoção de um perfil de crescimento, de composição
corporal e de marcadores bioquímicos e funcionais

- o conceito de lactente – “criança com idade inferior a 12


meses” [Artigo 2º; alínea b)] (Decreto-Lei Nº217/2008)

- o conceito de criança de pouca idade – “criança com idade


compreendida entre 1 e 3 anos” [Artigo 2º ; alínea c)]
(Decreto-Lei Nº217/2008)

Rêgo, C. Et al. Leites e Fórmulas Infantis: a realidade portuguesa revisitada em 2012Acta Pediatr Port 2013;44(5):S50-S93.Sociedade Portuguesa de Pediatria
Fórmulas Infantis*
*Rêgo, C. Et al. Leites e Fórmulas Infantis: a realidade portuguesa revisitada em 2012.Acta Pediatr Port 2013;44(5):S50-S93.Sociedade Portuguesa de Pediatria

o conceito de FÓRMULA PARA LACTENTES ( Leite 1) – “géneros alimentícios


com indicações nutricionais especificas destinados a lactentes durante os
primeiros meses de vida e que satisfaçam as necessidades nutricionais desses
lactentes até à introdução de alimentação complementar adequada” [Artigo
2º; alínea d)]

- o conceito de FÓRMULA DE TRANSIÇÃO ( Leite 2)– “géneros alimentícios


com indicações nutricionais especificas destinados a lactentes quando é
introduzida uma alimentação complementar adequada, que constituam o
componente líquido principal de uma dieta progressivamente diversificada
desses lactentes” [Artigo 2º; alínea e)].

No que respeita aos leites para crianças saudáveis a partir dos 12 meses de idade, não são até agora uma
categoria e não possuem legislação própria, o que dificulta a sua classificação. Daí algumas marcas efectuam o
seu registo de acordo com a legislação dos Leites de Transição, enquanto outras os incluem na categoria de
“Alimentação especial”.
Fórmulas infantis- fonte proteica
POR DEFINIÇÃO AS FÓRMULAS INFANTIS SÃO PRODUTOS : Duas fontes proteicas na
baseados no leite de vaca (Leite) ou ainda de origem vegetal (soja) (Fórmula) manufactura das FI: a proteína
 podendo o termo Fórmula ser aplicado aos primeiros mas não o inverso. do Leite de Vaca e a proteína de
soja.

Fórmulas Infantis com proteína de soja, tem indicação


terapêutica apenas em situações clínicas bem definidas.

Acta Pediatr Port 2013:44(5):S50-S93 Rêgo C et al. – Leites e Fórmulas Infantis


Leites e fórmulas infantis
CLASSIFICAÇÃO DOS LEITES E FÓRMULAS INFANTIS

Leites e fórmulas para lactentes

Leites de transição

Leites infantis ou leites de continuação

Leites especiais
Leites 3, “+ crescidos” e “de crescimento”
Leites e fórmulas infantis
CLASSIFICAÇÃO DOS LEITES E FÓRMULAS INFANTIS

Outros leites ( Leites especiais)

◦ Leites acidificados

◦ Leites parcialmente hidrolisados (…HA)

◦ Leites extensamente hidrolisados e dietas semi-elementares

◦ Leites anti-regurgitação (…AR)

◦ Leites para recém-nascidos de pré-termo ou leves para a idade gestacional

◦ Leites sem lactose


Acta Pediatr Port 2013:44(5):S50-S93
Rêgo C et al. – Leites e Fórmulas Infantis

(...) CONSULTAR Tabela


Aleitamento materno, leites e fórmulas
Leite de vaca
Inadequação da utilização do LV inteiro como fonte láctea principal antes 12 meses

“Comité de Nutrição da ESPGHAN sugere que as recomendações relativas à idade de introdução do LV


tivessem em consideração a cultura e o padrão alimentar das populações. Tendo sempre presente a
necessidade de salvaguardar a importância do consumo de alimentos enriquecidos em ferro, bem como
alertando para o volume de leite ingerido , poderá ser atualmente aceitável a introdução de pequenos volumes
de LV enquanto se processa a diversificação alimentar, nunca devendo ser esta a fonte láctea preferencial antes
dos 12 meses “ Acta Pediatr Port 2013:44(5):S50-S93 Rêgo C et al. – Leites e Fórmulas Infantis

“Efectivamente, depois dos 12 meses, o leite e seus derivados devem


ocupar apenas cerca de 1/3 da oferta alimentar diária da criança, o
que em termos práticos se pode definir como 300 – 500 ml/dia “
Acta Pediatr Port 2013:44(5):S50-S93 Rêgo C et al. – Leites e Fórmulas Infantis
Leites infantis ou leites de continuação ou
crescimento
“São leites crescimento com menor teor proteico que o Leite de vaca , são
suplementados em vitaminas, minerais (incluindo ferro), AGE e contêm nutrientes
opcionais e funcionais (pre- e probióticos, nucleótidos )o que à partida os torna mais
adequados que o LV em natureza”

Acta Pediatr Port 2013:44(5):S50-S93 Rêgo C et al. – Leites e Fórmulas Infantis


Diversificação alimentar
Diversificação alimentar
Definição
Fase de transição que corresponde à passagem da alimentação láctea exclusiva, leite

materno ou fórmula, para uma alimentação semi-sólida e posteriormente sólida, em


quantidade diária significativa e com características especiais diferentes das do adulto.

Inicia-se com a introdução de qualquer outro alimento para além do leite (materno ou fórmula) e
termina quando a criança se integra na dieta familiar, durante o 2.º ano de vida.

São sinónimos de diversificação alimentar:


alimentação diversificada, complementar, suplementar ou de transição.
Diversificação alimentar
Aspectos nutricionais

Benefícios de aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses;

A partir dos 6 meses o volume de leite ingerido é insuficiente (não


satisfaz necessidades energético-proteicas e em micronutrientes).
Diversificação alimentar
Timing
Entre os 5 e os 8 meses ocorre uma transição progressiva das funções oromotoras com a
passagem da SUCÇÃO para a MASTIGAÇÃO

A partir deste período o lactente desenvolve assim a capacidade de mastigação


devendo esse processo ser estimulado de modo a facilitar a integração na
alimentação familiar.

Introdução de alimentos que não o leite não deve ocorrer precocemente, ou seja, nunca antes dos
4 meses e preferivelmente cerca dos 6meses de idade.

Há um período crítico para a introdução de sólidos na alimentação do lactente.


Se a sua INTRODUÇÃO NÃO OCORRER ATÉ AOS 10 MESES, aumentará o risco de
dificuldades na alimentação com impacto negativo nos hábitos dietéticos em idades posteriores

Guerra A et al. – Alimentação do lactente. Acta Pediatr Port 2012:43(2):S17-S40


Diversificação alimentar

Distribuição energética
(variável ao longo do 1.º ano de Leite materno
vida)

Hidratos de carbono 35-65% 38%

Gorduras 30-55% 55%

Proteínas 7-15% 7%

• Adaptações hormonais
• Adaptabilidade digestiva
Diversificação alimentar
Maturação fisiológica e neurológica

Aleitamento Alimentação
familiar

• Maturação fisiológica da função Adequada digestão,


gastrointestinal e renal absorção e metabolização
dos alimentos
• Maturação neuro-desenvolvimento
4 meses
+

6 meses (LM)
Diversificação alimentar

Desvantagens da introdução precoce da alimentação diversificada:

• Interferência com a biodisponibilidade dos nutrientes do leite materno;

• Suprimento energético excessivo – risco de sobrepeso/obesidade;

• Maior intolerância digestiva (osmolaridade) / perturbações do apetite;

• Maior risco de sensibilização alérgica.


Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares

A concordância de preferência para a maioria dos sabores mantém-se entre os


2-3 anos e os 8 anos

◦ Valores altos para pão, massas, sobremesas

◦ Valores baixos para fruta e vegetais crus e cozinhados

(Skinner et al)
Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares

Gosto inato para o doce


Aversão ao amargo

Preferência pelo salgado vai-se desenvolvendo a partir


do 2.º semestre de vida
Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares

Gosto pela fruta desenvolve-se progressivamente dos 6 aos 18 meses.


Correlaciona-se positivamente com a aceitação de sabores mais ácidos (entre os
12-18m) e com a influência das mães.

Gosto pelo salgado aumenta a partir do 2.º semestre até atingir um pico aos 3-4
anos. A exposição mais precoce aumenta interesse.
Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares

Neofobias alimentares

Acentuam-se a partir do 1.º ano

Preferencialmente para alimentos como a carne, vegetais ou frutas

Menos para alimentos doces ou ricos em gorduras.


Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares

Podem contrariar-se os mecanismos inatos de preferência


alimentar:

Experiência precoce

Familiarização com o sabor

Variedade alimentar
Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares
15.ª semana de gestação  botões gustativos estão completamente formados

25.ª semana de gestação  neurónios olfactivos funcionais

Feto reconhece sabores voláteis da dieta materna

(transferidos para o líquido amniótico)

Aceitação mais fácil dos sabores aquando da diversificação alimentar.


Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares

Passagem de sabores através do leite materno  Maior capacidade para se adaptar à

diversidade alimentar (nomeadamente a sabores de frutos e vegetais, desde que as

mães os consumam enquanto amamentam)

(Ferreira, R. et al, 2010)


89% das mães que amamentaram eliminaram nesse período,

na sua alimentação, um conjunto de produtos que incluía as

couves, os feijões e as laranjas.


Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares

Capacidade do bebé aceitar novos sabores, principalmente amargos e ácidos (vegetais e frutas)
aumenta à medida que se familiariza com o sabor: média de 11 tentativas!!!!

PERSISTÊNCIA NA OFERTA ALIMENTAR

Variedade precoce de alimentos oferecidos  maior capacidade de gostar “à primeira” de alimentos que
nunca experimentou.
Diversificação alimentar
A influência precoce das preferências alimentares
Diversificação alimentar

Cronologia da introdução dos diferentes alimentos não pode ser rígida ...
...e deve ter em consideração uma série de factores de ordem social e cultural, tais como:
•costumes de cada região,
•questões socioeconómicas,
•temperamento da criança,
•disponibilidade do agregado familiar
•e ainda particularidades do lactente (ex: atopia, alergias alimentares, patologia específica, etc.)

NÃO HÁ REGRAS RÍGIDAS, NÃO


HÁ VERDADES ABSOLUTAS!
Diversificação alimentar
Quando começar?
Diversificação alimentar
Período crítico para
introdução de sólidos
(IllingworthnRS and ListerJ, 1964;
Northstone K et al, 2001)

Diversificação alimentar Pico de neofobia

10
0 12 24 36 Meses
5 8

Neofobia
Passagem da sucção Habituação aos A concordância de
para mastigação sabores preferências para a maioria
Estimular dos sabores mantém-se
mastigação entre os 2-3 anos e os 8
anos (Skinner JD et al, 2002)
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar

Aleitamento Sopa Alimentação


materno ou Cereal - Farinha “papa” familiar**
fórmula infantil Fruta

0 3 6 9 12 Meses

Carne Gema do ovo


Peixe 2.º prato
Iogurte Neofobia
Toda a fruta*
Leguminosas (9 – 11 meses)

*exceto ananás, kiwi, maracujá, morango, amora


** exceto chocolate, marisco, frutos secos
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Cereais (farinhas)
 Lácteas (devem ser feitas com água) | Não lácteas (feitas com leite materno ou fórmula);
 Isentas de glúten (milho, arroz ou frutas) | Com glúten (mistura de cereais);
 Fornecedoras de hidratos de carbono; proteína de origem vegetal (trigo); ácidos gordos
essenciais (trigo, milho); minerais (fósforo: aveia, milho e cevada; magnésio e cálcio: trigo)
e vitaminas;
 Elevado valor energético (cerca 400kcal/100g), considerável teor proteico;
 Uma refeição deve corresponder a cerca de 35-50g de farinha (evita suprimentos
energético-proteico excessivo;
 Enriquecidos em ferro (a partir dos 6 meses).
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
 Mais utilizados: batata, cenoura, abóbora, cebola, alho, alho francês, alface,
CALDO DE
curgete, brócolo, couve banca – agrupados 4 a 5.
LEGUMES
 Não utilizar antes dos 12 meses: espinafre, nabo, nabiça, beterraba e aipo
(elevado teor de nitrato e fitato).

 Baixo valor energético (40-80kcal/100g); fonte de macronutrientes e


micronutrientes.

 Adicionar 5-7,5ml de azeite em cru a cada dose puré ou caldo de legumes


Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
FRUTA  Fornecedora de vitaminas, minerais, fibra e compostos não nutricionais (antioxidantes e fitoesterois);

 Introduzir por volta dos 6 meses, não deve constituir uma refeição;

 Maçã, pêra (cozidas ou assadas com casca e caroço ou em vapor) e a banana são habitualmente os 1.ºs frutos utilizados;

 Até 1 ano evitar frutos potencialmente alergogénicos ou libertadores de histamina (morango, amora, kiwi, maracujá) | Frutos
tropicais ( manga, pêra abacate, papaia )a partir dos 6-7 meses;

 Fornecer os frutos individualmente e não sob a forma de puré de vários frutos  treino do paladar; Água
Única bebida a
 Consumir frutos inteiros e não sob a forma de sumos; ser oferecida
 Frutos ricos em vitamina C deverão preferencialmente ser consumidos em simultâneo com alimentos ricos em ferro (feijão,
lentilha, agrião, salsa…) ou cereais pois aumentam a absorção de ferro não-hémico.

 Deve oferecer-se a cada dia fruta de cor e forma variada de forma a grantir a mais completa variedade nutricional.
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos

CARNE  Fornecedora de proteína;

 Fonte nutricional de minerais de elevada biodisponibilidade (ferro e

zinco) e ácido araquidónico (maior AGP-CL da série n-6);

 Fornecedora de ferro hémico;

 Preferir as carnes de aves (frango, peru e avestruz) ou de coelho.


Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
 Iniciar, depois do 6.º mês com oferta de peixes magros (pescada, linguado, solha ou
PEIXE
faneca);

 Salmão depois dos 10 meses (elevado teor de gordura poderá condicionar

intolerância digestiva);

 Fonte de aminoácidos e AGP- CL n-3 (salmão, arenque, atum, sardinha, cavala…),

iodo (peixe de mar) e ferro.


Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
 Introdução aos 6 meses no caldo/puré de legumes;
CARNE
 Iniciar com porções de 10g e aumentar gradualmente até atingir 25-30g/dia (toda numa refeição –
PEIXE
almoço - ou dividida em 2 refeições principais).
Textura progressivamente
menos homogénea.
 Carne 4x/semana | peixe 3x/semana;
Sem sal!
 A partir dos 7 meses a dose recomendada pode adicionar-se a preparados como farinha de pau ou

açorda.

 A partir dos 8-9 meses pode adicionar-se a arroz branco ou massa, cozidos sempre com legumes.
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos

http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2017-01-28-Baby-Led-Weaning-a-
tecnica-que-esta-a-conquistar-as-refeicoes-dos-bebes-com-mais-de-6-
meses
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos

OVO  Rico em proteínas (aminoácidos essenciais), em lípidos (fosfolípidos com uma relação elevada de

AGP/AGS) e em ferro (pouco biodisponível porque ligado à albumina e fosfolipoproteína);

 A partir dos 9 meses introduzir de forma progressiva e lenta ( meia gema/refeição/semana durante 2-3

semanas, seguida de 1 gema/refeição/semana 2-3 semanas);

 Utilização de uma gema numa refeição obriga à ausência de oferta de outra fonte de proteína animal nessa

refeição;
GEMA- ) meses ( gradual)
CLARA- 11 meses  Introduzir a clara a partir dos 11 meses.
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
(feijão, ervilha, fava, lentilha, grão)
LEGUMINOSAS
 Fonte de proteína vegetal e hidratos de carbono complexos;

 Ricos em minerais e em fibra;

 Introduzir entre os 9-11 meses (iniciar com feijão fradinho, branco ou preto e a
lentilha) sempre previamente bem demolhados e inicialmente sem casca e em
pequenas porções. Em lactentes em dieta vegetariana iniciar mais precocemente.
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
 Alimento completo, com proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais (cálcio);
IOGURTE
 Melhor absorção de cálcio e ausência de efeitos adversos comparativamente ao leite em crianças
com intolerância à lactose;

 Pré e probiótico, bem tolerado, protetor de infeções intestinais e regularizador e protetor da flora
cólica;

 Introdução POR VOLTA DOS 9 MESES, em alternativa ao leite ou papa, uma pequena porção (150-
200ml);

 Deve ser natural, sem aromas nem qualquer aditivo de açúcar (adocicados) ou de natas (cremoso).
Diversificação alimentar
Prebióticos na alimentação do lactente
Alimentos funcionais: aqueles que proporcionam ao organismo efeitos benéficos para além do seu contributo
puramente nutricional. São exemplo a maioria das vitaminas, minerais e oligoelementos, os nucleótidos, os AGP-
CL, os prebióticos e os probióticos.

Prebióticos: componentes alimentares não digeríveis que afetam favoravelmente o hospedeiro através da
estimulação selectiva do crescimento e/ou atividade de um limitado número de bactérias do cólon

De que depende a composição da flora intestinal?

A colonização intestinal inicia-se no processo do nascimento, quando o bebé passa no canal do


parto:

• Cesariana vs parto vaginal

• Leite materno vs artificial


Diversificação alimentar
Prebióticos
. na alimentação do lactente
Os bebés alimentados com LM desenvolvem uma flora intestinal considerada mais saudável (predomínio de
Bifidobactérias e Lactobacilos). O efeito “bifidogénico” do LM depende em grande medida dos oligossacáridos do LM,
que funcionam como prebióticos.

Oligossacáridos – chegam intactos ao cólon e vão criar condições para o crescimento de


algumas estirpes com efeito benéfico para o organismo (Bifidobactérias e Lactobacilos)
contribuindo para o desenvolvimento de uma “flora intestinal saudável”.

Prebióticos usados em nutrição infantil: misturas de fruto-oligossacáridos (FOS) e galacto-oligossacáridos


(GOS), em proporções e dosagens específicas.
Diversificação alimentar
Prebióticos na alimentação do lactente
Suplementação das fórmulas infantis com mistura de FOS/GOS

• Desenvolvimento de flora intestinal mais parecida aos bebés alimentados com LM;

• Efeito bifidogénico perdura meses após a suplementação.

• Capacidade de conferir maior resistência às infeções intestinais;


• Modulação do sistema imunitário;
• Diminuição do risco alérgico;
• Diminuição do risco de cancro de cólon;
• Diminuição dos níveis de colesterol e de lípidos;
• Aumento da biodisponibilidade de cálcio e da mineralização óssea.
Diversificação alimentar
Probióticos na alimentação do lactente

Manutenção e equilíbrio da saúde humana

• Flora intestinal

• Barreira mucosa

• Sistema imunológico intestinal Probióticos

Maturação destes sistemas em fases precoces e determinantes do


desenvolvimento humano.
Diversificação alimentar
Probióticos na alimentação do lactente
Microflora intestinal (constituída por uma biomassa de mais de 100 000 biliões de
microorganismo de 500 estirpes diferentes, chegam a pesar entre 500g-1000g)

Funções:

• Nutritivas e metabólicas

• Proteção e defesa

• Modulação e regulação do sistema imunológico

Os alimentos fermentados constituem um bom paradigma de tolerância,


segurança e efeitos benéficos efetivos (hidrólise da lactose, libertação de péptidos
hipotensores e efeito antimicrobiano).
Diversificação alimentar
Probióticos na alimentação do lactente
• Não se verificaram efeitos benéficos na suplementação com probióticos em fórmulas infantis
antes dos 4 meses.

• Depois dos 4 meses a suplementação pode estar associada a benefícios (ex. redução da
incidência de infeções gastrointestinais inespecíficas).

• Em lactentes saudáveis estas fórmulas não parecem trazer problemas de segurança .

• A segurança e efeitos clínicos de probiótico não pode ser extrapolada para outros
microorganismos.

• Ausência de conhecimento relativo a efeitos a longo prazo.


ESPGHAN, 2011
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar
Introdução de alimentos
Diversificação alimentar
Alergia

Intervenção:
• Tem como objetivo primordial a prevenção da doença.

• Não se deve limitar ao período em que ocorre a diversificação alimentar.

• Não se deve limitar exclusivamente às recomendações alimentares, devendo


ser complementadas por outras medidas ambientais.
Diversificação alimentar
Alergia
• Restrição dietética em gestantes e amamentantes - não reduz de modo significativo o risco
de doença atópica e pode conduzir a efeitos negativos sobre o estado de nutrição fetal e
materno.

• Aleitamento materno – efeito protetor relativo à ocorrência de doença atópica (dermatite


atópica, asma, rinite alérgica e alergia alimentar).

• Aleitamento com fórmula infantil – não há evidência de que a utilização de fórmulas


hidrolisadas sejam tão ou mais eficazes na prevenção da doença atópica relativamente ao
leite materno.

• Introdução de novos alimentos – não há evidência de que retardar o início da diversificação


alimentar, bem como de alimentos potencialmente alérgicos (peixe, ovo) reduza as alergias .
Diversificação alimentar
Dietas especiais – vegetarianas e macrobiótica

• Dieta “semi-vegetariana” – permite uma ingestão limitada de peixe e carne de aves, e elevada
ingestão de vegetais e cereais integrais.

• Dieta ovolactovegetariana – não permite o consumo de carne, peixe, aves ou produtos


derivados, mas ovos, leite e derivados são autorizados.

• Vegetarianismo estrito – exclui-se totalmente o consumo de produtos de origem animal.

• Dieta vegan – não permite qualquer tipo de alimento de origem animal. Os vegans rejeitam
todos os produtos que exijam o sacrifício de uma animal (mel, couro, lã, seda) – a dieta vegan
apoia-se em fundamentos filosóficos e para além de uma opção alimentar, é um estilo de vida.

• Dieta macrobiótica – pode estar contemplada a ingestão de peixe e/ou aves.


Diversificação alimentar
Dietas especiais – vegetarianas e macrobiótica
As particularidades e vulnerabilidade que caracterizam o crescimento e maturação durante
os primeiros meses/anos de vida leva às seguintes recomendações (ESPGHAN):

• 500mL de leite (materno ou fórmula infantil) ou de lacticínios

• Oferta, pelo menos semanal de produtos animais (peixe)

Constatação da ocorrência de desnutrição


energético-proteica e carências de vit D,
B12 e riboflavina e cálcio.

Compromisso estaturo-ponderal, da composição


corporal e desenvolvimento cognitivo.
Diversificação alimentar
Dietas especiais – vegetarianas e macrobiótica
• A diversificação alimentar apoia-se nas mesmas diretrizes preconizadas para as crianças
omnívoras.

• O dia alimentar da criança deve ser cuidadosamente (re)avaliado de forma a assegurar


a oferta de alimentos energeticamente densos e ricos em gorduras e proteínas de
origem vegetal:

• Iogurte de soja Em algumas crianças a


suplementação de alguns
• Queijo de soja - Tofu
minerais e vitaminas poderá
• Leguminosas secas justificar-se (zinco, vit. D,

• Cereais integrais ferro)

• Gema de ovo cozida (para os ovolactovegetarianos)


Diversificação alimentar
Diversificação alimentar
Fatores de risco para desenvolvimento
•Prematuridade e baixo peso ao nascer
“Peso ao nascer está entre os indicadores de saúde que predizem a qualidade de vida do indivíduo” (Gasparino, 2003)

•Doenças genéticas
•Eventos pré-natais e perinatais adversos (hemorragia peri-intraventricular, asfixia
perinatal)
•Exposição intra-uterina do feto a substâncias tóxicas.

Desenvolvimento do feto, lactente, criança, indicando muitas vezes anormalidade no seu SNC.
(Canete e Pires, 2002; Resegue, Puccini e Koga, 2008)

Fatores de risco para dificuldades alimentares


Diversificação alimentar
Fatores de risco para dificuldades alimentares
Prematuridade Doenças cardíacas
Baixo peso à nascença (<1500g) Fenda palatina
Hipoxia (falta de oxigenação) Perturbações do
História de um episódio grave de asfixia neurodesenvolvimento (perturbação do
História de infeções respiratórias, espectro do autismo)
pneumonias Dificuldades desde cedo na sucção
Meningite Existência de familiar com dificuldades
Alterações neurológicas alimentares
Problemas gastroenterológicos Dificuldades em aumentar de peso

Falta de apetite, recusa em alimentar-se e aceitar novos alimentos, dificuldades na


digestão dos alimentos, em sugar, engolir ou mastigar.
Diversificação alimentar
Estratégias de intervenção
Individuais
- Tendo em conta cada família, cada criança, o seu dia-a-dia e
expetativas na alimentação

Hora da refeição “sagrada”


- Agradável, positiva, ambiente relaxado e calmo, sem stress ou pressões
Refeições divertidas e coloridas

Levar as crianças ao supermercado e pedir ajuda para arrumar os alimentos nos


respetivos sítios.
Diversificação alimentar
Estratégias de intervenção
Dar o exemplo e disponibilizar desde cedo variedade de alimentos saudáveis.
Incentivar a criança a preparar e a cozinhar os alimentos.
Diversificação alimentar
Estratégias de intervenção

Criar rotinas e regras na alimentação

- Intervalo entre as refeições, duração das refeições… Atitudes firmes,


consistentes e confiantes!

Respeitar a fome da criança e ensiná-la a comer o suficiente

Não dar recompensas com comida

- Preferir incentivos afetivos e elogios


Diversificação alimentar
Estratégias de intervenção

Na introdução de novos alimentos a criança deve poder ver o alimento várias
vezes antes de provar!
- Quanto mais cedo introduzir melhor
- Introduzir um de cada vez
- Ter possibilidade de escolher entre 2
- Escolher a hora em que tem mais tempo
- Ser um alimento familiar (vê os pais comer)
- Incentivar a provar, sem forçar a comer todo
- Se a criança rejeitar, servi-lo de uma forma diferente
Diversificação alimentar
Estratégias de intervenção

Deixar a criança brincar, tocar, explorar os alimentos e levá-los à boca.


Diversificação alimentar
Estratégias de intervenção
Procurar a posição mais segura e confortável na alimentação.
Encorajar a criança a comer sozinha, ensiná-la a mastigar bem os alimentos e a falar só
depois de os engolir.
Dar os alimentos mais escorregadios, oleosos e gordurosos (que engasgam mais)
quando se tiver a certeza de que a criança já mastiga bem.
Se a criança se engasgar, pedir-lhe para tossir com força, deitá-la de barriga para baixo
e com a mão em concha dar 4 ou 5 pancadas nas costas entre as omoplatas. Se não
resultar, pressionar com 2 ou 3 dedos no externo até 5 vezes. Pressionar o peito e bater
nas costas alternadamente até a criança expelir o alimento.
Manter o nariz limpo (ajuda a respirar e comer melhor), fazer a higiene oral após as
refeições (dentes, gengivas e língua).
Objetivo de aula
No final o aluno deve ser capaz de:
1. Saber qual a situação da incidência da prática de aleitamento materno (AM) em Portugal
2. Reconhecer 3 principais formas de aleitamento : materno total, materno com fórmula ou materno com alimentação
complementar
3. Saber as vantagens do AM para o bebé e mãe
4. Saber os componentes para o sucesso do AM ( duração, estado nutricional do bebé, qualidade da interação bebé- mãe)
5. Identificar os 3 pontos de viragem em termos do sucesso do AM
6. Saber quais as situações de contra-indicação temporárias e definitivas para AM
7. Perceber a fisiologia da prolatina e ocitocina no processo de amamentação
8. Saber os fatores que influenciam a produção de prolactina e ocitocina
9. Saber quais os comportamentos na amamentação que podem aumentar ou diminuir a produção de leite
10. Saber dificuldades precoces e tardias no AM
11. Saber os métodos de conservação do leite materno quando extraido artificialmente
12. Saber a distinção entre fórmulas para lactentes e de transição
13. Saber as classificações principais de leites e fórmulas infantis
Objetivo de aula
No final o aluno deve ser capaz de:
14. Perceber indicações para introdução do leite de vaca
15. Entender o conceito de diversificação alimentar
16. Perceber o “timing” de introdução dos alimentos sólidos
17. Saber as desvantagens da introdução precoce da diversificação alimentar
18. Perceber o período susceptível ao ínicio das neofobias alimentares e os grupos de alimentos mais
susceptiveis
19. Perceber os mecanismos para contrariar as preferências alimentares inatas
20. Reconhecer os factores socias e culturais que podem influenciar a metodologia de diversificação
alimentar
21. Compreender as recomendações da introdução ,no processo de diversificação alimentar, dos
seguintes alimentos: cereais, legumes, fruta, iogurte, carne, peixe, ovo, leguminosas
22. Enumerar os fatores de risco no desenvolvimento de dificuldades alimentares.

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