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Materno-
Infantil
Aleitamento Materno:
Vantagens, Classificação,
Epidemiologia, Fisiologia da
Lactação,
Composição do Leite
Materno,
Complicações e Dificuldades,
Contraindicações.
“Amamentação: biologicamente
determinada e socialmente
condicionada”.
• IBFAN - International Baby Food Action Network–
- Rede Internacional em Defesa do Direito de
Amamentar - http://www.ibfan.org.br/site/
• MS - https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-crianca
• SBP -
https://www.sbp.com.br/departamentos/aleitame
nto-materno/documentos-cientificos/
• PR -
https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Aleitamento-
Materno
• UNICEF -
https://www.unicef.org/brazil/aleitamento-
materno
Introdução
Aleitamento Materno
10 a 100
Lóbulo mamário
Ducto lactífero
Mamogênese
• Desenvolvimento da glândula mamária
• Puberdade: Alongamento dos ductos mamários
• Gestação: Proliferação dos ductos e formação dos lóbulos
Lactogênese
• Secreção Láctea
• Estágio 1: Inicia no último trimestre de gestação e se
caracteriza pelo aumento significativo na produção de
lactose, proteínas e imunoglobulinas. Independe da sucção
da criança até o terceiro ou quarto dia após o parto.
• Estagio 2: “Apojadura” ou “descida do leite”, ocorre dois ou
três dias após o parto.
• Estagio 3: Galactopoese, ocorre a manutenção da lactação.
200g 400 a 600g 600 a 800g
Lactação
Prolactina
• Atua nas células
alveolares
fazendo com que
elas produzam
leite
• Os níveis são
proporcionais à
sucção 4 dias
após o parto
Lactação
Ocitocina
• O estímulo de
sucção, faz com que
a hipófise libere a
ocitocina que irá
contrair as células
mioepiteliais eu
circundam as
células alveolares.
• O leite dentro das
células alveolares
será ejetado para
os ductos lactíferos
Lactação
Estímulos visuais, táteis olfatórios ou auditivos
Lactação
• Se o esvaziamento das mamas é prejudicado, pode haver
diminuição na produção do leite pela ação dos “peptídeos
supressores da lactação”.
• Outro mecanismo local que regula a produção do leite, ainda não
totalmente conhecido, envolve os receptores de prolactina na
membrana basal do alvéolo. À medida que o leite se acumula nos
alvéolos, a prolactina não consegue se ligar aos seus receptores,
criando assim um efeito inibidor da síntese de leite .
Composição do Leite Materno
• COLOSTRO
• Leite secretado nos primeiros dias após o parto, até
cerca de uma semana. Do 7° ao 10° dia, ou ate 2
semanas é chamado de leite de transição;
• Líquido amarelado e espesso;
• Alta concentração de proteínas, com menos lactose e
gordura;
• Proteínas relacionadas aos aspectos imunológicos,
imunoglobulinas;
• Proteção contra microrganismos presentes no canal do
parto;
• Presença do fator bífido, polissacarídeo que é
responsável pela crescimento da flora bacteriana;
• Facilita a eliminação do mecônio.
Composição do Leite Materno
• COLOSTRO
• Teor energético de aproximadamente 67 Kcal/dL;
• Volume varia de 2 a 20 mL por mamada nos 3
primeiros dias, dependendo da paridade;
• Alta concentração de Na, K, Cl, Zn e vitaminas
lipossolúveis A e E e carotenoides (cor amarelada);
• As imunoglobulinas são altíssimas e sofrem queda
do primeiro ao terceiro dia de lactação;
• Propriedade anti-inflamatória, pois interfere na
atividade enzimática dos leucócitos.
Composição do Leite Materno
• LEITE MADURO
• Leite propriamente dito, apresenta composição mais estável
do 15 ° dia após o parto;
• Valor energético de 71 Kcal/dL.
• PROTEÍNAS:
• 1,2 a 1,5g/dL, adequada a velocidade de crescimento do
lactente;
• Representada por 60% de proteínas do soro (alfa-
lactoalbumina, enzimas e imunoglobulinas) e 40% por
caseína. No colostro essa relação é de 90% e 10%;
• Há diferenças químicas entre a caseína humana e bovina
que resulta em composição diferente de aminoácidos.
Composição do Leite Materno
• LEITE MADURO
• CARBOIDRATOS:
• 7g/dL de lactose, que é o CHO mais expressivo e favorável
ao SNC. Leite de vaca possui 4,5g/dL de lactose;
• 1g/dL de polissacarídeos que tem a função da proliferação
do fator bífido;
• Favorece a absorção de cálcio, fósforo e magnésio, ação
considerada antirraquitismo.
• LIPÍDIOS:
• Componente energético mais importante com quantidade
total de 3,5g/dL;
• 97% de triglicerídeos e pequenas quantidades de colesterol
e ácidos graxos livres;
• Presença de ácidos graxos essenciais está relacionada ao
bom desenvolvimento da criança.
Composição do Leite Materno
• LEITE MADURO
• MINERAIS:
• Menores quantidades no leite materno comparado a
outros animais, porém atendem as necessidades dos
lactentes sem sobrecarregar o metabolismo;
• A quantidade de ferro é pequena, mas possui alta
biodisponibilidade, atendendo as necessidade do
lactente;
• VITAMINAS:
• Todas as vitaminas presentes em quantidades
suficientes, com exceção da vitamina D;
• Não há necessidade de suplementação de vitamina D,
pois os raios de sol são a principal fonte de absorção,
assim como a lactose aumenta a sua
biodisponibilidade.
Composição do Leite Materno
• VARIAÇÕES
• A principal variação ocorre durante a mamada; Leite
anterior é mais aquoso, contém menos gordura e calorias;
Leite posterior maior quantidade de gorduras e energia.
Importante garantir que a criança esvazie uma mama a cada
mamada.
• Prematuridade: níveis mais elevados de proteínas de
defesa, Na, Cl e ácidos graxos de cadeia curta e menor de
lactose.
• Desnutrição materna: menor produção de volume diário,
menores níveis de algumas vitaminas.
• Mães adolescentes: menores níveis de cálcio.
Alguns dos fatores de
proteção do leite materno
são total ou parcialmente
destruídos pelo calor, razão
pela qual o leite humano
pasteurizado (submetido a
uma temperatura de 62,5° C
por 30 minutos) não tem o
mesmo valor biológico que
o leite cru.
Manejo do Aleitamento Materno
Ao nascer, a criança é movida por reflexos que asseguram sua
sobrevivência, uma criança nascida a termo e saudável tem reflexos que
facilitam a mamada.
Busca e Sucção: Deglutição:
Auxilia o bebê a Para extrair o leite, o
encontrar o mamilo bebê suga o mamilo e
mediante um estímulo a aréola, que
realizado na face, penetram em sua boca
lábios ou região até tocar o palato; a
perioral, que faz com pressão da aréola
que ele gire a cabeça tracionada contra o
para o mesmo lado, palato com a língua
com a boca aberta, e propulsiona o leite dos
abocanhe o mamilo e a seios lactíferos para a
aréola. boca da criança, de
modo que ela possa
engolir.
Manejo do Aleitamento Materno
• Apesar de a sucção do recém-nascido ser um ato reflexo, a
prática bem-sucedida do aleitamento materno e o risco de
desmame precoce dependem, em grande parte, do apoio e
das orientações recebidas pelas mães na gestação e nos
primeiros momentos após o nascimento e a alta hospitalar.
• Muitas vezes, a técnica de amamentar precisa ser ensinada
e, para tanto, é necessário que o profissional de saúde
realize a observação da mamada (posição e pega).
• O bebê deve começar a mamar logo após o nascimento,
ainda na sala de parto, desde que a mãe esteja em boas
condições e o recém-nascido com manifestação ativa de
sucção e choro. O contato precoce, da criança com a mãe, e
a estimulação sensorial da mama, ajudam a consolidar o
reflexo da sucção, com a abreviação do tempo de descida do
leite e o fortalecimento do vínculo mãe-filho.
Técnicas Adequadas de Amamentação
• Posição e Pega :
• Para que o bebê sugue o peito eficientemente, é necessário
estar em posição que lhe permita abocanhar,
adequadamente, o mamilo e a aréola.
• A mãe pode estar sentada, recostada ou deitada, com as
costas e o pecoço bem apoiadas, a mama deve ser apoiada
com a mão, colocando o polegar logo acima da aréola e os
outros dedos e toda a palma da mão debaixo da mama; o
polegar e o indicador devem formar a letra C, de modo que
o lactente possa abocanhar o mamilo e boa parte da aréola
(os depósitos de leite estão sob a aréola).
• O bebê deve estar bem apoiado, com a cabeça e o corpo
alinhados; o corpo, bem próximo e voltado para o da mãe
(barriga com barriga), o queixo tocando o peito e a boca
bem aberta, de frente para o mamilo.
Técnicas Adequadas de Amamentação
Técnicas Adequadas de Amamentação
Tesoura
Concha
Técnicas Adequadas de Amamentação
Técnicas Adequadas de Amamentação
• Posição e Pega:
• Amamentar não dói, se isso acontecer, é porque esta sendo
realizada de maneira errada;
• Durante a mamada, a criança não pode fazer barulho para sugar,
o único som que deve se ouvir é o da deglutição;
• Se, enquanto a crianças suga, entra ar pelo canto da boca , pode
haver produção de gases e aumentar o risco de cólicas;
• Se a pega estiver errada, aumentam as chances de fissuras e
rachaduras no mamilo;
• Colocar o dedo indicar no queixo do bebe e puxar levemente pra
baixo, faz com ele abra mais a boca.
• Ao retirar a crianças da mama, não se deve puxá-la e sim colocar
o dedo mínimo no canto da boca do bebê, para facilitar a retirada
sem causar atrito no mamilo
Técnicas Adequadas de Amamentação
Técnicas Adequadas de Amamentação
• Tempo:
• Não se estipula tempo e duração da mamada, nos
primeiro dias após o parto, a orientação é colocar o
bebê um pouco e cada mama, para que estimule
bem as duas e de forma mais regular;
• Depois da primeira semana é importante que o
bebê tenha o leite posterior, fazendo a alternância
das mamas;
• A livre demanda é a técnica mais importante e os
intervalos muito curtos entre as mamadas indicam
que o bebê não está mamando o leite posterior.
Desde a sala de parto. Em cada mamada, oferecer ambos
os peitos, se o bebê desejar. Deixar o bebê mamar até
soltar o peito. Promovendo o Aleitamento Materno.
Complicações e Dificuldades
• INGURGITAMENTO MAMÁRIO:
• Complicação mais comum e ocorre mais
frequentemente até uma semana após o parto;
• Ocorre devido maior produção de leite e inadequado
estímulo de ejeção;
• Em partos normais esse quadro é menos comum;
• As mamas ficam doloridas, quentes, edemaciadas e
endurecidas. Os mamilos ficam menos protusos,
dificultando a pega do bebê;
• A melhor forma de prevenir, é evitar que a ejeção
demore a ocorrer, fazendo com que o bebê sugue logo
após o parto com técnica correta, evitando uso de bicos
suplementares;
INGURGITAMENTO MAMÁRIO
Complicações e Dificuldades
• INGURGITAMENTO MAMÁRIO
• Massagens circulares na mamas, especialmente nos
“nódulos” podem auxiliar o leite descer, tornando a área da
pega amolecida;
• Compressas quentes ou frias podem ser utilizadas, a
compressa quente aumenta a vascularização na mama e faz
com que o leite seja extraído com mais facilidade, porém
pode também aumentar a produção de leite, piorando a
ingurgitamento. A compressa fria provoca vasoconstrição,
diminuindo a intensidade do ingurgitamento e aliviando o
desconforto materno em relação a temperatura das mamas,
mas se for mal conduzida pode diminuir a ação da
prolactina e ocitocina;
• Não se deve usar bomba de elétrica ou manual;
• Caso o bebê não consiga esvaziar a mama durante sucção,
ordenhá-la manualmente após cada mamada.
Complicações e Dificuldades
• FISSURAS E RACHADURAS:
• São comuns no primeiro mês após o parto e suas
causas estão relacionadas a pega errada e preparo
inadequado dos mamilos no período pré-natal;
• Como prevenção, a mãe deve ser orientada a tomar sol
na área dos mamilos e da aréola para fortalecer a pele
nas últimas semana gestacionais;
• Não se devem utilizar cremes ou óleos que retirem a
proteção natural da pele;
• É importante também amamentar por livre demanda,
ordenhar o leite antes da criança mamar para facilitar
extração, especialmente quando a mama estiver muito
cheia e evitar o uso de protetores de mamilos;
Complicações e Dificuldades
• FISSURAS E RACHADURAS:
• Quando ocorrer as fissuras e rachaduras, é
fundamental manter o mamilo seco e expor ao sol
antes das 10:00h ou após as 16:00h, ou lâmpadas de
40w;
• Usar analgésicos por via oral com orientação médica,
deixar o leite materno atuando no local das fissuras e
manter a parte afetada mais livre para que o local fique
seco e não haja contato com sutiã;
• Algumas opções como óleo com de vitamina E ou
ácidos graxos de cadeia média e curta e cremes com
vitamina A e D são utilizadas na rotina de hospitais;
• Evitar tratamentos sem comprovação científica, chás de
camomila e uso de cascas de frutas como banana e
mamão.
Complicações e Dificuldades
• MASTITE:
• Processo inflamatório que pode ou não evoluir para
infecção bacteriana.
• A parte atingida da mama se apresenta dolorosa e com
aumento da temperatura. Quando há infecção, a
mulher apresenta temperaturas acima de 38°C e
calafrios;
• É mais comum quando há ingurgitamento, rachaduras e
fissuras e estagnação do leite na mama.
• O tratamento deve ter apoio médico e se necessário
uso de medicamentos, em alguns casos, é necessária
drenagem dos abcessos q são formados por mastite
não tratada.
Complicações e Dificuldades
• HIPOGALACTIA:
• Produção insuficiente de leite, e não deve ser
confundida com agalactia, que é a ausência total da
produção de leite que é raro.
• Pode ocorrer devido técnicas inadequadas de
amamentação ou estresse materno.
• É diagnosticado quando o bebê está abaixo ou com
ganho insuficiente do peso, o bebê urina menos de seis
vezes por dia e a urina é amarelada com odor forte, e
quando as mamas estão flácidas.
• Se for identificada rapidamente, pode ser corrigida em
dois ou três dias, colocando a criança para mamar mais
vezes e orientando a mãe a aumentar o consumo de
água.
Complicações e Dificuldades
• MAMILOS AUSENTES, PLANOS OU INVERTIDOS:
• Em qualquer uma dessas situações, é possível fazer
com que a amamentação ocorra com sucesso,
porém as dificuldades são maiores.
• Os tipos de mamilos devem ser identificados
durante a gestação para que a mãe seja orientada
fazer exercícios de estimulação.
• O profissional deve auxiliar e garantir, a melhor
posição para pega e que esse processo ocorra nas
duas mamas.
Complicações e Dificuldades
Complicações e Dificuldades
• MEDICAMENTOS:
• Não se deve utilizar medicamento sem orientação médica e são citados fatores
que interferem na segurança do uso de medicamentos durante a amamentação.
• Alteração na composição do leite;
• Excreção hepática ou renal;
• Dosagem e duração do tratamento;
• Via de administração;
• Idade do lactente;
• Absorção do medicamento;
• Volume de leite ingerido pelo lactente;
• Solubilidade do fármaco;
• Tamanho da molécula;
• Toxicidade;
• Permeabilidade;
• Duração da ação do fármaco.
Complicações e Dificuldades
• TRABALHO MATERNO:
• É importante que o profissional conheça as leis
trabalhistas para que possa planejar com a mãe as
práticas alimentares da criança.
• Lei 11.770/08 - serviço público, 180 dias e privado
120 ou 180 dias (dedução no imposto de renda da
pessoa jurídica a remuneração paga nos 60 dias de
prorrogação da licença).
• Direito de 2 descansos especiais de meia hora cada
para amamentar.
Contraindicação do Aleitamento
Materno
• Infecções invasivas na mãe (pneumonia, influenza)
– suspensão do aleitamento deve ocorrer no
período inicial (24h a 96h) do tratamento materno.
Infecções mamárias não são contraindicações.
• Galactosemia, tuberculose, radioterapia, uso de
drogas ilícitas e infecções pelo HIV a amamentação
não deve ocorrer
Obrigada!