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Tutorial 04

Amamentar sempre!

Data: 27/01/2022

“Janisete, 18 anos, G3P2nA0, em seu terceiro trimestre gestacional, foi surpreendida


com início das contrações uterinas, tendo que ser submetida a parto cesariano. Seu filho
nasceu com 36 semanas e apresentou quadro de depressão respiratória, necessitando ficar em
observação sob oxigenoterapia por algumas horas. Já na enfermaria a mãe reencontra seu
filho recém-nascido, mas não consegue iniciar a amamentação por fortes dores no peito e
desconforto postural. Receberam alta hospitalar após 48hs de internação hospitalar e com 20
dias de nascido, seu RN é levado para primeira consulta pediátrica. Janisete revelou que não
está conseguindo amamentar, embora produzindo leite adequadamente, pelo fato de sentir
muita dor, chegando a apresentar sangramento nos mamilos. A médica pediatra avalia as
mamas da puérpera e observa engurgitamento mamário e fissuras nos mamilos. Foi então
explicado à mãe sobre a importância do aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses
do seu filho, orientando sobre a correta pega e cuidados com as mamas, além de ser bem
enfática: “ a hora de amamentar nesse momento deve ser em livre demanda”. Após a
consulta, Janisete foi encaminhada ao Banco de Leite Humano, para receber maiores
orientações e acompanhamento.”

1. Descrever a Política Nacional de Aleitamento materno.


2. Conhecer a Política nacional de Banco de Leite Humano
3. Estudar os fatores que influenciam na amamentação, benefícios e consequências e
contra indicações para amamentação.

01.

A Politica Nacional de Aleitamento Materno está contida e resumida no livro “Bases


para a discussão da Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento
Materno”, e como o nome sugere, ela possui 03 pilares: Promoção, proteção e o apoio. Ela foi
iniciada no ano de 1981 com a criação do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento
Materno (PNIAM).

Promoção – Refere-se a todas as ações e medidas tomadas visando o incentivo e o


aumento do interesse por parte das mães em praticar o Aleitamento Materno (AM).

EX.: Campanhas Publicitárias veiculadas pelos meios de comunicação em massa e treinamento


de profissionais de saúde.
Proteção – Trata do combate a todas a ações e fatores que desestimulem,
prejudiquem, desorientem e espalhem a desinformação a respeito do AM, inclusive contando
com leis de combate ao marketing enganoso.

EX.: Criação de leis trabalhistas de proteção à amamentação e controle de marketing e de


comercialização de leites artificiais, desconhecimento da amamentação.

Apoio – Refere-se a medidas educacionais e de suporte para a garantia do aleitamento


materno, ajudando assim a sanar eventuais dúvidas e dificuldades que as mães possam ter. A
criação do Banco de Leite Humano (BLH) é um exemplo de medida de apoio.

Ex.: Elaboração de material educativo, criação de grupos de apoio à amamentação na


comunidade e aconselhamento individual.

Outras Medidas do PNIAM:

 Criação de alojamentos conjuntos nas maternidades (1982)


 Instalação e funcionamento dos Bancos de Leite Humano (1985)
 Adaptação do Código Internacional de Comercialização de Substituos do Leite Materno
do Leite Materno às necessidades brasileiras em 1988, instituindo Normas para
Comercialização de Alimentos para Lactantes (NCAL).
 Início da amamentação imediatamente após o parto;
 Não oferta de água e leite artificial nas maternidades

Obs.: Em 1991, a NCAL passa por uma revisão e torna-se a Norma Brasileira para
Comercialização de Alimentos para Lactentes (NBCAL). Foi só então que houve marco legal
para a regulamentação do marketing de alimentos substitutivos do Leite Materno.

Obs2.: Em 1988, é promulgada a Constituição Brasileira, sendo instituído por ela o direito a
mulher trabalhadora de 120 dias de licença-maternidade e o direito ao pai de 05 dias de
licença-paternidade. É ainda assegurado às mulheres privadas de liberdade o direito de
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação em 1991.

ORIENTAÇÕES SOBRE A AMAMENTAÇÃO

O braço que segura o RN tem que estar numa posição de 90°, apoiando-o. A mão do outro
braço deve oferecer a mamão usando a “técnica do C”, que basicamente consiste em fazer um
C com a mão e segurar a mama de forma a oferecê-la para o bebê em uma posição reta para
com sua boca. É importante que a mãe esteja em uma posição reta ou levemente inclinada
para trás, isso evita problemas posturais e erro na pega (não se deve nunca levar o seio ao RN).
Deve também ocorrer o contato barriga com barriga, muito benéfico tanto do ponto postural
como do ponto de vista dos efeitos psicológicos. Por fim, é interessante que ao oferecer a
mama para o neo nato, realize-se o toque do mamilo na boca dele, para que haja o estímulo
do instinto de abrir a boca e realizar a sucção.

Detalhes quanto ao neo nato.

É importante conhecer alguns sinais presentes no corpo do RN de que a pega está


sendo realizada de forma correta. A sua boca deve estar no formato de “peixinho”, com seus
lábios recobrindo uma grande parte da aureola e suas gengivas devem pressionar as regiões
próximas do mamilo. Suas bochechas devem estar arredondadas, sem a presença de sons de
estalidos e etc, que possam sugerir uma pressão negativa muito grande. Seu queixo deve estar
muito próximo do peito, e o nariz deve estar suficientemente distante sem obstruir a
respiração.

Obs.: A amamentação é dinâmica e cheia de novidades, é importante que a pega seja avaliada
do início ao fim para compensar possíveis alterações na posição do neo nato, e que além disso
haja um profissional guiando nas primeiras vezes, pois teoria e prática são distintas

Obs2.: Nunca deve-se puxar o bebe ou a mama quando estiver ocorrendo o aleitamento, isso
pode machucar o tecido promovendo fissuras e eventuais inflamações.j

Hospital amigo da criança (IAHC) e os Dez passos para o Sucesso na Amamentação

Lei de combate ao negocio errado da amam

Vantangens

Composição

Técnica

Doação, promoção da doação, garantia da qualidade leite, processos de garantia da qualidade


do leite, armazenamento, preparo para a entrega do leite distri
Ex.:
02.

O Brasil possui a maior e mais complexa Rede Nacional de Bancos de Leite Humano
(BLH). Nele são realizados controles de qualidade baseados na Tecnologia de Alimentos, com
auditoria do controle interno e externo realizada em parceria com a Controlab e Rede BLH-BR.
O BLH é especializado em processamento e controle de qualidade do leite humano ordenhado
(LHO), executando atividades de coleta, classificação (Colostro, leite de transição e leite
humano maduro; leite humano posterior e anterior) processamento (pasteurização e controle
de qualidade microbiológica e físico-químico), estocagem e distribuição de acordo com
prescrição de médicos e nutricionistas -> Uma verdadeira linha industrial de produção.

Obs.: Os BLH não são mais um local para a mera coleta e distribuição do LH, hoje passaram a
ser também um local de apoio e proteção da amamentação, auxiliando na amamentação de
nutrizes que tenham algum problema, assim como realizando educação preventiva e curativa
de como evitar problemas mamários.

Para que ele serve e a quem ele serve?


Um BLH é uma forma de promover e proteger a amamentação para aqueles que se
encontram privados dela por algum motivo. Aqueles que podem receber esse leite são:
Prematuros e recém-nascidos (RN) de baixo peso que não sugam, RN em Nutrição Trófica, RN
infectados (especialmente com infecções entéricas), Portadores de deficiências imunológicas,
Portadores de diarreia, Portadores de alergia a proteínas heterólogas, Casos excepcionais, a
critério médico.

Obs.: É importante entender que apesar de ainda nutritivamente forte, o leite doado perde
cerca de 25% do seu valor biológico, por causa do processo de pasteurização, que desnatura
proteínas importantes como...

COLETA

PASTEURIZAÇÃO

DEGELO

ENTREGA

03.

FATORES QUE INFLUENCIAM

Diversas são as variáveis que exercem influência sobre a amamentação, podendo


tanto promove-la como desincentivá-la.

Negativos

A inserção da mulher no mercado de trabalho, pois apesar de leis que garantam a


proteção da amamentação no ambiente laboral, a dinâmica e as demandas cotidiana acabam
impossibilitando.

As Fissuras a ruptura do tecido epitelial que cobre a papila mamária (mamilo).


Essas levam a mulher a sentir dor nos mamilos, e até podem sangrar. Causas
da fissura mamária: A principal causa da fissura mamária é a pega incorreta do bebê
no momento da amamentação. O banho de sol é algo que pode auxiliar no combate as
fissuras, pois ajuda na cicatrização, além disso, aumenta os níveis de vitamina D,
cruciais para esse momento. É importante não usar pomadas nem sabonete na região
para não irritar o mamilo e desenvolver inflamações.

O ingurgitamento mamário é uma condição que pode acontecer em qualquer


período do estágio de amamentação, mas é típico do período inicial, pois as principais
causas são o: atraso do início da amamentação, técnica incorreta, sucção ineficaz do
bebê, mamadas pouco frequentes e uso de suplementos por parte da mãe.

Devido ao acúmulo de leite, o líquido passa a ficar mais viscoso, o que dificulta
sua saída e causa obstrução, podendo machucar o tecido da região. Pode ser
classificado, de acordo com o local da mama acometido, em lobular, lobar, ampolar,
glandular obstrutivo e glandular não obstrutivo.
Outras causas:

 Mamilos planos – nesse caso é orientados exercícios de rotação, tração e


exteriorização, chamados exercício de Hoffman.
 Crianças prematuras e/ou muito pequenas – não conseguem fazer a pega
correta pois a boca não envolve toda a aureola.

Benefícios

Consequências

CONTRAINDICAÇÕES

É importante entender que a amamentação deve ser preservada e protegida o máximo


possível, e por conta disso ela é mantida mesmo em diversas situações de mãe com doença
contagiosa em estágio agudo durante o período da lactação. Apesar disso, existem sim
situações de contraindicações para a amamentação, todas elas são situações que envolvem
risco para a mãe ou o bebê.

Fatores Relacionados RN

 Galactosemia (absoluta)
 Síndrome do Xarope de Bordo
 Fenilcitoinúria

Relacionados à Mãe

 Infecção por HIV, HTLV-1 e HTLV-2 (absoluta);


 Doenças de
 Uso de drogas ilícitas (com retorno após o período de recomendado de abandono)
 Fase aguda da Leptospirose, Coqueluche e Doença de Chagas (ou quando houver
sangramento mamilar no caso da doença de chagas).

Não Contraindica a amamentação:

• Tuberculose - cuidados especiais nos casos de mãe bacilífera (portador de


bacilos; que elimina bacilos):
o Usar máscara.
o Iniciar profilaxia com isoniazida 10 mg/kg/dia por 3 meses.
o Realizar PPD (a prova cutânea da tuberculina) no terceiro mês. Se PPD
positivo: investigar doença. Caso haja infecção: reavaliar terapêutica. Se
não houver doença: manter profilaxia por mais 3 meses. Se PPD negativo:
suspender profilaxia e vacinar contra BCG.
• Hanseníase - iniciar tratamento da mãe (mãe deixa de ser bacilífera com uma
dose de rifampicina);
• Hepatite B;
• Hepatite C - prevenir fissuras e sangramentos;
• Dengue;
• Tabagismo - desencorajar consumo;
o Aumenta o risco de síndrome de morte súbita infantil e alergia respiratória
infantil.
• Alcoolismo - desencorajar consumo.
o Pode diminuir o reflexo de descida e afetar o desenvolvimento do bebê.
o A amamentação deve ocorrer pelo menos duas horas após a ingestão de
uma bebida alcoólica

DÚVIDAS

Existe alguém que não possa receber ou esteja desaconselhado a receber o leite do BLH?

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