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A gestação é o período ideal para que a mulher e seu (sua) companheiro

(a)/acompanhante esclareçam suas dúvidas e recebam orientações para que a amamentação do


futuro bebê seja bem-sucedida e prazerosa. O acompanhamento pré-natal dá a oportunidade de
discutir o conhecimento da mulher e sua família, suas crenças e sentimentos sobre
amamentação e de trabalhar a confiança da mulher em sua capacidade de amamentar seu
bebê.
Para ajudar a mulher a decidir sobre como será a alimentação do seu bebê, os
profissionais não devem esquecer que ela precisa de:
● Informações precisas sobre a importância da amamentação e os riscos do uso de
fórmulas infantis industrializadas ou outros tipos de leite.
● Compreensão sobre as informações que devem ser dadas em linguagem adequada à
mulher.
● Confiança na sua capacidade de amamentar por dois anos ou mais, sendo de forma
exclusiva nos primeiros 6 meses.
● Apoio para a sua decisão e para superar eventuais dificuldades.
A mulher precisa acreditar que pode colocar sua decisão em prática. O profissional de
saúde precisa confirmar com a mulher se suas necessidades de informação e apoio foram
supridas.

O leite da mãe é tudo que o bebê precisa.

A amamentação exclusiva é recomendada durante os 6 primeiros meses de vida. O bebê


não precisa de água, outros líquidos ou alimentos nesse período. Após os 6 meses o leite
materno continua sendo uma importante fonte de nutrição, porém deve ser introduzida a
alimentação complementar saudável. No segundo ano de vida, a amamentação fornece grande
parte de alguns nutrientes, 500 mL (2 copos) de leite materno fornecem 95% das necessidades
de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% das de proteína e 31% do total de energia. Além disso,
o leite materno continua protegendo de infecções respiratórias, alergias e diarreia.
O leite da própria mãe é o leite mais adequado para o seu bebê, pois ele muda dia a dia,
mês a mês e a cada mamada para suprir as necessidades daquele bebê. A criança descobre os
sabores dos alimentos que a família consome através dos sabores do leite materno.

A amamentação previne outras doenças:

● Favorece um QI maior tanto em crianças e adolescentes quanto em adultos,


principalmente em indivíduos amamentados por 12 meses ou mais.
● Promove a estimulação da criança, por conseguinte importante para o seu
desenvolvimento.
● Está associada com maior escolaridade e maior renda em adultos, principalmente nos
amamentados por mais de 1 ano.
● Favorece o vínculo afetivo entre mãe e filho.
● Reduz em 60% as mal oclusões nos dentes de leite.
● Favorece uma melhor mastigação, principalmente se praticada por 12 meses ou mais.
● Protege contra sobrepeso e obesidade na infância e na vida adulta e diminui o risco de
diabetes tipo II.
Há vantagens para a mãe:
● Quanto maior o tempo de amamentação, menor o risco de a mulher desenvolver câncer
de mama.
● Protege contra o câncer de ovário.
● Protege contra o câncer de endométrio.
● Diminui o risco de a mulher desenvolver diabetes tipo II.
● A criança amamentada adoece menos e a família gasta menos com remédios e consultas
e falta menos ao trabalho.
● O AM contribui para a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental, pois o leite
materno é um alimento natural e renovável, que não causa poluição nem danos ao meio
ambiente.

Práticas hospitalares que ajudam no sucesso da amamentação

● Cumprir a Lei do Acompanhante (Lei 11.108), publicada em 2005, que garante o direito à
presença de um(a) acompanhante – escolhido pela mulher- para ser uma referência de
apoio familiar durante o trabalho de parto, parto e pósparto imediato.
● Evitar intervenções no trabalho de parto e a realização do parto com analgésicos
sedativos, episiotomia e cesáreas desnecessárias.
● Oferecer líquidos e alimentos leves (caldos, sucos, frutas) à mulher durante o trabalho de
parto.
● Estimular a parturiente a movimentar-se e a ter o parto na posição em que se sentir
mais confortável.
● Manter o bebê em contato pele a pele com a mãe, imediatamente após o nascimento, por
no mínimo uma hora.
● Manter o bebê em alojamento conjunto com a mãe durante toda a internação hospitalar.
● Orientar a mulher a identificar os sinais de fome do bebê para que a amamentação seja
conduzida em livre demanda.
● Orientar a mulher a amamentar com frequência para favorecer a descida e a produção do
leite.
● Não oferecer chupeta e/ou mamadeiras.
● Não oferecer outros leites desnecessariamente.
● Orientar a mulher a amamentar com técnica adequada para que o bebê consiga retirar o
leite da mama de maneira eficiente e não machucar os seus mamilos.

Obs: A própria gravidez se encarrega de preparar as mamas, tornando os mamilos mais


elásticos devido a ação dos hormônios da gestação. Além disso, o tamanho das mamas e dos
mamilos não costuma interferir na amamentação.

Como realizar o preparo das mamas para a amamentação?

● Usar sutiã de tamanho adequado pode dar conforto por ajudar na sustentação das
mamas, porém não auxiliam na amamentação.
● Não se recomenda esticar os mamilos ou fazer massagens utilizando cremes, óleos ou
álcool nos mamilos e aréolas.
● Os tubérculos de Montgomery são glândulas sebáceas hipertrofiadas que lubrificam os
mamilos, e por isso, não é necessário o uso de cremes ou óleos.
● Não se recomenda esfregar os mamilos com toalhas ásperas, buchas ou qualquer
material que possa agredir a pele.
● O uso de conchas ou sutiãs com um orifício central para alongar os mamilos não tem se
mostrado eficaz.
● A maioria dos mamilos curtos apresentam melhora com o avançar da gravidez. Para
mamilos muito planos ou invertidos, as intervenções logo após o nascimento costumam
ser mais eficazes do que na gestação.

Sobre as condições das mamas e dos mamilos e sua relação com a amamentação:
● Os mamilos podem mudar de forma durante a gestação e se tornarem mais
protuberantes ou “elásticos”. Não há necessidade de realizar tratamento em mamilos que
aparentam ser invertidos durante a gestação.
● Mamilos longos ou grandes podem dificultar o aleitamento materno porque o bebê não
coloca uma parte suficiente da mama na boca. Após o nascimento, ajude a mãe com o
posicionamento e a pega da mama pelo bebê, de forma que haja uma grande quantidade
da aréola (parte mais escura da mama) na boca, não apenas o mamilo.
● Se o bebê engasgar repetidamente por causa de um mamilo grande, peça à mãe que
retire seu leite e alimente o bebê com um copo durante alguns dias. Os bebês crescem
rápido e suas bocas também crescem.

PASSOS PARA O EXAME DAS MAMAS DE UMA GESTANTE:

● Explicar o procedimento.
● Certificar-se de que há privacidade para ajudar a mãe a se sentir confortável e leve.
● Pergunte se ela prefere ser examinada na presença ou na ausência do acompanhante.
● Peça permissão antes de expor ou tocar as mamas.
● Converse com a mãe e olhe para as mamas, no primeiro momento, sem tocar.
● No segundo momento, ao tocar a mama, seja gentil.
● Não há necessidade de investigar a presença de colostro fazendo a expressão das
mamas durante a gestação.

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