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Estudo de Caso: Desafios do Aleitamento Materno

Quais são os possíveis fatores que podem estar causando as dificuldades de Maria com o
aleitamento materno?
1 – Demora na descida do leite: a “descida do leite” ou apojadura ocorre entre o terceiro e
quinto dia pós-parto, mas pode demorar um pouco mais para acontecer em algumas mulheres.
As cesarianas programadas, em que a mulher não entra em trabalho de parto, têm sido
apontadas como um fator associado à demora na descida do leite, por fatores hormonais e por
dificultar a amamentação na primeira hora de vida, assim como os partos prematuros e a
obesidade materna.

O que pode ser feito: algumas medidas podem ajudar, em especial a estimulação da mama
com sucção frequente do bebê ou com extração manual ou por bomba do leite materno. Para
isso, o apoio de um profissional de saúde é fundamental.

2 – Criança com dificuldade para sugar: alguns bebês encontram dificuldades para serem
amamentados. E elas podem ser diversas, como: não sugar; tentar sugar, mas não conseguir
abocanhar o mamilo e a aréola; pegar a mama, mas não conseguir manter a pega; uso de bicos
de silicone e chupetas; a mama apresentar uma condição que dificulta o processo ou ainda o
bebê possuir a língua presa.

O que pode ser feito? Suspender o uso de bicos de mamadeiras, silicone e chupetas; utilizar
apoio para mamas muito grandes; ajustar a pega e variar a posição do bebê no momento de
amamentar; fazer a retirada do leite do peito com as mãos ou com bomba enquanto o bebê não
conseguir sugar para estimular a mama a produzir leite materno e oferecer esse leite no copo
ou colher. É importante que a mamada seja observada por um profissional de saúde logo após
o nascimento do bebê e que seja avaliado o frênulo lingual, para verificar se possui “língua
presa” e que possa estar interferindo na amamentação. Os profissionais de saúde são
fundamentais para facilitar a identificação da causa da dificuldade inicial para amamentar e
orientar a conduta mais adequada

3 – Mamilo plano ou invertido: um mamilo plano ou invertido pode dificultar a amamentação,


mas não necessariamente impedi-la, pois, a criança abocanha também a aréola, e não apenas o
mamilo.

O que pode ser feito: ajudar o bebê a abocanhar o mamilo e a aréola e tentar diferentes
posições para facilitar a pega. Se a mama estiver muito cheia, retirar um pouco de leite para a
aréola ficar mais macia antes de colocar o bebê no peito, facilitando a pega.

4 – Mamilos doloridos e/ou machucados: sentir os mamilos mais sensíveis logo após o parto
é normal devido ao aumento da sensibilidade das mamas no final da gestação e início da
amamentação. No entanto, sentir dor para amamentar é sinal de que algo precisa ser ajustado.
Os mamilos machucados, provocados por pega e/ou posicionamento inadequados do bebê para
mamar, é o motivo mais comum de dor.
O que pode ser feito: enquanto os mamilos estiverem machucados, variar a posição das
mamadas, iniciar a amamentação na mama não machucada ou menos machucada e enxaguar
os mamilos com água limpa, pelo menos uma vez por dia, para evitar infecções. Trocar sutiã
ou absorventes para os seios quando estiverem molhados. Não existe comprovação científica
de que passar cremes, pomadas, óleos, leite materno ou qualquer outra coisa ajude a cicatrizar
o peito.

5 – “Leite empedrado”: nesse caso, a mama produz leite além da quantidade esperada. O
peito enche a ponto de deixar a pele esticada, ficando endurecido ou com a presença de alguns
caroços. Esse é um processo popularmente conhecido como “leite empedrado”.

O que pode ser feito: deixar o bebê mamar sempre que quiser. Fazer massagem com
movimentos circulares nas mamas, começando pela aréola e depois ao seu redor, massageando
bem os pontos “empedrados” e retirar um pouco do leite antes de colocar o bebê para mamar,
até que a aréola fique macia, o que facilita a pega. Usar sutiã de alças largas e firmes para maior
conforto. Procurar ajuda de um profissional de saúde se notar que não está conseguindo
esvaziar a mama para que não agrave e evolua para uma mastite.

6 – Mastite (inflamação das mamas): é o nome dado à inflamação da mama, que pode
progredir ou não para uma infecção. Nessa situação, uma parte da mama fica inchada, quente,
avermelhada e dolorida, o que costuma causar dores no corpo, febre e mal-estar. Pode acontecer
quando o leite fica muito tempo parado no peito e/ou através da rachadura no mamilo, que
funciona como uma porta de entrada para bactérias.

O que pode ser feito: procurar imediatamente um serviço de saúde. A amamentação não
precisa ser interrompida durante o tratamento.

7 – Bloqueio de ductos lactíferos (leite retido em alguns canais da mama): ductos lactíferos
são os canais por onde o leite passa dentro da mama. Eles podem ficar bloqueados quando: o
leite produzido não é drenado adequadamente, a mama não está sendo bem esvaziada, as
mamadas estão muito espaçadas, a mulher usa um sutiã muito apertado ou ainda obstrui os
poros de saída do leite com cremes.

O que pode ser feito? Amamentar com frequência, massagear a área afetada, esvaziar as
mamas, amamentar em diferentes posições e oferecer primeiramente a mama com o problema,
com o queixo do bebê direcionado para a área afetada. Caso a mulher perceba que não está
conseguindo solucionar o problema, deve buscar imediatamente um profissional de saúde para
que não se agrave a situação e evolua para uma mastite.

8 – “Pouco leite”: essa é a razão mais comum para a oferta de outros leites e alimentos à
criança. É importante saber que a maioria das mulheres produz uma quantidade suficiente de
leite, desde que a criança sugue com frequência, por tempo e pega adequados, estimulando a
produção do leite e o esvaziamento da mama. Além disso, é fundamental que a mulher esteja
tranquila e segura na amamentação. Choro ou outras reações de insatisfação do bebê, assim
como alguns dias sem fazer cocô, não significam necessariamente que a mãe esteja com pouco
leite. É importante acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criança através da
“Caderneta da Criança” juntamente com o profissional de saúde para verificar se o leite
materno está suprindo as suas necessidades.

O que pode ser feito? Procurar um ambiente mais tranquilo e confortável para amamentar;
garantir que a mulher tenha uma rede de apoio; melhorar o posicionamento e a pega, se
necessário; aumentar a frequência das mamadas, inclusive durante a noite; oferecer as duas
mamas quando for amamentar, e o bebê desejar, deixando que seja esvaziada primeiro uma
para depois oferecer a outra; massagear a mama durante as mamadas; caso haja produção
excedente de leite materno, retira-lo manualmente ou com bomba após as mamadas; evitar o
uso de mamadeiras, chupetas e bicos de silicone; ingerir água em quantidade suficiente para
matar a sede e manter-se hidratada; consumir uma alimentação adequada e saudável; repousar
sempre que possível.

9 – Hiperlactação (excesso de leite): acontece quando a mulher produz leite além do que o
bebê consome. Embora não seja um problema, às vezes pode provocar algumas dificuldades
na amamentação.

O que pode ser feito: evitar retirar leite das mamas antes das mamadas e só fazer isso quando
elas estiverem muito cheias, causando desconforto ou se os mamilos e aréola estiverem cheios,
dificultando a pega do bebê; amamentar em apenas uma mama em cada mamada, retirando um
pouco de leite da mama não usada, apenas para o conforto da mulher; amamentar em uma
posição mais deitada ou de lado, pois nessas posições o fluxo de leite diminui; considerar doar
o leite em excesso para o Banco de Leite Humano ou Posto de Coleta de Leite Humano, quando
houver em sua cidade.

O que Maria pode fazer para ajudar João a pegar o peito de forma eficaz?
Alguns bebês encontram dificuldades para serem amamentados. E elas podem ser diversas,
como: não sugar; tentar sugar, mas não conseguir abocanhar o mamilo e a aréola; pegar a
mama, mas não conseguir manter a pega; uso de bicos de silicone e chupetas; a mama
apresentar uma condição que dificulta o processo ou ainda o bebê possuir a língua presa.

O que pode ser feito? Suspender o uso de bicos de mamadeiras, silicone e chupetas; utilizar
apoio para mamas muito grandes; ajustar a pega e variar a posição do bebê no momento de
amamentar; fazer a retirada do leite do peito com as mãos ou com bomba enquanto o bebê não
conseguir sugar para estimular a mama a produzir leite materno e oferecer esse leite no copo
ou colher. É importante que a mamada seja observada por um profissional de saúde logo após
o nascimento do bebê e que seja avaliado o frênulo lingual, para verificar se possui “língua
presa” e que possa estar interferindo na amamentação. Os profissionais de saúde são
fundamentais para facilitar a identificação da causa da dificuldade inicial para amamentar e
orientar a conduta mais adequada.

Como Maria pode determinar se está produzindo leite suficiente para satisfazer as
necessidades de João? Quais são os sinais de uma produção de leite adequada?

• Estimulação da mama com sucção frequente do bebê ou com extração manual ou por
bomba do leite materno. Para isso, o apoio de um profissional de saúde é fundamental.
• Enquanto os mamilos estiverem machucados, variar a posição das mamadas, iniciar a
amamentação na mama não machucada ou menos machucada e enxaguar os mamilos
com água limpa, pelo menos uma vez por dia, para evitar infecções. Trocar sutiã ou
absorventes para os seios quando estiverem molhados.
• Procurar um ambiente mais tranquilo e confortável para amamentar; garantir que a
mulher tenha uma rede de apoio; melhorar o posicionamento e a pega, se necessário;
aumentar a frequência das mamadas, inclusive durante a noite; oferecer as duas mamas
quando for amamentar, e o bebê desejar, deixando que seja esvaziada primeiro uma
para depois oferecer a outra; massagear a mama durante as mamadas; caso haja
produção excedente de leite materno, retira-lo manualmente ou com bomba após as
mamadas; evitar o uso de mamadeiras, chupetas e bicos de silicone; ingerir água em
quantidade suficiente para matar a sede e manter-se hidratada; consumir uma
alimentação adequada e saudável; repousar sempre que possível.

Sinais de uma produção de leite adequada:

• Quantidade de xixi que o bebê faz nas 24h;


• Ganho de peso satisfatório e curva de crescimento;
• Se o bebê sai relaxado da mamada;
• Sonecas longas e satisfatórias.

Quais estratégias Maria pode adotar para aliviar a dor nos mamilos durante a
amamentação?

Enquanto os mamilos estiverem machucados, variar a posição das mamadas, iniciar a


amamentação na mama não machucada ou menos machucada e enxaguar os mamilos com água
limpa, pelo menos uma vez por dia, para evitar infecções. Trocar sutiã ou absorventes para os
seios quando estiverem molhados. Utilizar laser terapia para ajudar na cicatrização. Utilizar o
próprio leite materno.

O que você recomendaria a Maria para ajudá-la a se sentir menos ansiosa e mais
confiante em sua jornada de aleitamento materno?

É comum a ocorrência de situações próprias à amamentação que podem gerar insegurança e


dificultar esse processo. No entanto, a mulher que está amamentando não deve deixar de
procurar ajuda de profissionais de saúde quando perceber situações que dificultem e coloquem
em risco o aleitamento materno. Essa ajuda pode ser encontrada em Unidades Básicas de
Saúde, nos ambulatórios/consultórios ou clínicas de amamentação, Bancos de Leite Humano e
Postos de Coleta de Leite Humano da Rede BLH Brasil — Rede Global de Bancos de Leite
Humano. Algumas maternidades oferecem serviços do tipo disque-amamentação ou plantão
ambulatorial, que podem auxiliar com informações, tanto durante o pré-natal como depois do
nascimento da criança, em um momento de dúvida ou dificuldade.

É preciso ter cuidado com as informações disponíveis em internet, mídias sociais e blogs, que
não sejam de fontes confiáveis, já que muitas vezes não são baseadas em evidências científicas
e podem estar equivocadas e/ou desatualizadas.

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