Você está na página 1de 3

RESENHA ALEITAMENTO MATERNO- PIESC II

Docente: Prof. Werner dos Santos Copatto Costa


Discente: Júlia Galvão Martins
Turma A
O aleitamento materno é um momento muito especial na vida da mãe, no
entanto, diante da falta de informações, pode se tornar uma grande dificuldade
e dor no dia a dia. Sendo assim, é essencial o treinamento a auxílio de
terceiros nesse momento, a fim de que seja proveitoso para ambas partes.
A OMS indica o aleitamento exclusivo materno até os 6 meses de idade, mas,
ainda após esse tempo, se possível, é recomendado que se mantenha essa
forma de alimentação-porém associada a outros alimentos saudáveis. Essa
recomendação se dá pelo fato de o aleitamento possuir inúmeros benefícios,
como diminuir a incidência de alergias, desenvolver o cérebro da criança e
aumentar o seu QI e proteger contra infecções respiratórias e gastrointestinais.
A produção de leite ocorre em um sistema de feedback positivo a partir da
sucção, visto que esse ato estimula a hipófise materna, a qual produzirá e
lançará na corrente sanguínea hormônios (ocitocina e prolactina) responsáveis
pela produção e secreção desse alimento.
Durante e após a gravidez, mudanças nas mamas maternas ocorrem. Sendo
assim, entre o segundo e quinto dia após o parto, as mamas ficam endurecidas
e quentes- a chamada “apojadura”, visto que essa está se preparando para
produzir um volume maior de leite. Dito isso, é necessário haver a drenagem
desse líquido, portanto estimular mamadas frequentes, massagear a aréola,
realizar uma pequena expressão manual e fazer a ordenha podem auxiliar.
Assim como essas estruturas, o próprio leite sofre mudanças- primeiramente é
um líquido mais amarelado e rico em proteínas e células de defesa, em
seguida, após cerca de 6 a 14 dias, tem-se o leite de transição, o qual é mais
denso e volumoso, sendo rico em gorduras e carboidratos. Finalmente, tem-se
o leite maduro, que aparece por volta do 25º dia, que é mais consistente e
esbranquiçado, rico em nutrientes, bem como proteínas e carboidratos. Dessa
forma, essas mudanças ocorrem a partir das necessidades do RN.
Além disso, vale ressaltar que durante a própria mamada, o leite muda de
características, sendo que no início satisfaz a sede do neném (possui água,
proteínas e sais minerais) e, posteriormente, a fome (maior quantidade de
gordura)
Nesse sentido, como afirmado anteriormente, deve-se haver orientações para
as mães no que se referem às formas de amamentação, pois a pega adequada
do bebê é essencial. Desse modo, existem várias posições para esse
momento, como a tradicional- mãe sentada e neném no colo, a invertida- bebê
posicionado com os pés voltados para a cabeceira da cama com a mãe o
segurando na cabeça, a “cavalinho”- a mãe apoia a cabeça do neném com
uma mão e com a outra, posiciona a mama, entre outras. Ademais, em caso de
gêmeos, também existem posições específicas, a exemplo da tradicional,
sendo um deles no colo da mãe e o outro tendo sua cabeça apoiada e os pés
voltados para a cabeceira.
Com relação às posições, a mulher escolherá aquela que for mais confortável
para ela e para o RN. No entanto, alguns cuidados como buscar locais
tranquilos e usar poltronas com braços altos podem auxiliar muito.
Embora se pense muitas vezes o contrário, a pega não deve gerar dor (no
início é comum, mas se persistir, deve-se tentar uma mudança de posição).
Ademais, é importante que logo após o parto a mãe ofereça livre demanda
para o bebê, pois dessa forma ele se sentirá seguro. Nesse cenário, é possível
que o RN adormeça durante a amamentação, logo existem algumas técnicas
para o despertar, como trocar a fralda e clarear o quarto.
Ainda assim é importante verificar se o neném está realmente conseguindo
realizar a sucção, logo, após o aleitamento pode-se verificar se houve um
esvaziamento da mama, por exemplo. Dessa forma, é possível observar
também o número de vezes que ele urina por dia, considerando-se normal por
volta de 5 a 6 vezes, bem como a evolução do peso.
Existem inúmeros mitos que muitas vezes amedrontam as mães que devem
ser esclarecidos, por exemplo: a prótese de silicone não atrapalha a
amamentação, não é necessário limpar as mamas a cada mamada, basta que
passe um pouco de leite na região da aréola e mamilo (para manter a
hidratação) e não tem mulheres que produzem leite fraco, cada uma produz de
acordo com as necessidades de seu filho. No entanto, existem algumas
verdades que devem ser reafirmadas, como o fato de não haver necessidade
de dar água para o bebê com aleitamento materno exclusivo, já que esse já o
hidrata e a questão de a cirurgia de redução mamária dificultar a
amamentação.
É comum que algumas mães desenvolvam certas fissuras nas mamas por
conta da pega incorreta do bebê, que faz a sucção dos mamilos ao invés da
aréola. Portanto, posicionar o neném de modo que ele fique próximo aos seios,
não oferecer chupetas e conseguir a pega correta são formas de evitar esse
problema. No entanto, caso já tenham aparecido fissuras, pode-se realizar o
tratamento fazendo a higiene das mamas apenas durante o banho,
amamentando a criança pelo lado não ferido e aplicar o leite materno na região
da aréola e mamilo (como citado anteriormente), entre outras técnicas.
Principalmente após o período da licença maternidade surgem muitas vezes a
necessidade de armazenar o leite. Sendo assim, é possível fazer a ordenha
manual ou com ajuda da bomba (não se deve usar se as mamas estiverem
feridas), mas em ambos casos é essencial uma boa higienização das mãos e
massagem das mamas. Logo, para armazenar recomenda-se um recipiente
transparente com tampa de plástico, de forma que fique no máximo 12 horas
na geladeira ou 15 dias no congelador. Para descongelar ou aquecer é
necessário o fazer em banho-maria, lembrando que nunca se deve reutilizar o
leite que já fora aquecido.
Em casos de bebês internados na UTI, mesmo que a mãe não possa realizar o
aleitamento, é de extrema importância que, se possível, ela retire o leite para
alimentar seu filho, dado seu alto valor biológico e imunológico.
Dado o exposto, embora sejam necessários vários cuidados com a criança
durante esse período, também é essencial que a mulher esteja saudável e bem
nutrida. Por isso recomenda-se que consuma bastante líquido, evite alimentos
ricos em sódio, evite o consumo excessivo de produtos com cafeína e não
restrinja calorias (mas claro, sem exageros), além de outras recomendações.
Sendo assim, é necessária uma alimentação equilibrada com leite e derivados,
proteínas, verduras, legumes, frutas, cereais, carboidratos, óleos e até mesmo,
açúcar (mas com a devida moderação).
Além disso, a família também possui papel imprescindível nesse processo,
mas é preciso que saiba lidar com a situação, uma vez que é um momento
delicado e de muito cansaço para a mãe. No entanto, é preciso uma
cooperação mútua, pois de acordo com estudos, crianças cuja família participa
da sua vida possuem melhor desenvolvimento em várias áreas. Desse modo,
essas pessoas podem ajudar com tarefas domésticas, palavras de cuidado,
dando banho no neném, bem como auxiliar no próprio momento de
amamentação- por isso é necessário que haja uma educação em conjunto
sobre essa fase.
Finalmente, com a chegada de um neném, a casa precisa passar por
mudanças, a fim de que esse seja um ambiente de segurança e conforto para
todos que ali habitam, em especial a criança, visto sua fragilidade. Portanto,
alguns cuidados como sempre colocar o RN para dormir de barriga para cima,
trocar frequentemente a fralda, realizando a limpeza com algodão e água
morna e preferir por um local arejado e na presença de luz solar são
essenciais.
Dito isso, a amamentação será um momento mais tranquilo e proveitoso para
todos os envolvidos.

REFERÊNCIAS:
1.
CARTILHA DE AMAMENTAÇÃO TU DO QU E VOC Ê PREC I SA SAB ER
SOB RE ALEITAM ENTO M ATERN O FOTO DIVULGAÇÃO: FOTÓGRAFA
ELLEN BRITO ® [Internet]. Available from: https://santajoana.com.br/site/wp-
content/uploads/2021/03/Cartilha-Amamenta%C3%A7%C3%A3o_Santa-
joana.pdf

2.
Leite materno passa por transformações de acordo com cada etapa de
desenvolvimento do bebê [Internet]. Secretaria de Atenção Primária à Saúde.
Available from: https://aps.saude.gov.br/noticia/18377

Você também pode gostar