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Parte I

A hora de ouro
Já ouviu falar em Golden Hour?
A Golden hour é a primeira hora da mãe com o recém-nascido. Com certeza, é
o momento mais aguardado desde a confirmação da gestação. Assim que o
bebê nasce deve ir para o colo da mãe, antes mesmo de fazer os exames
neonatais, ficar em contato pele a pele com a mãe e mamar ainda na primeira
hora de vida. Essa conexão nos primeiro minutos de vida do bebê fortalece
vínculos, diminui riscos à saúde do bebê e auxilia no sucesso da
amamentação.
Durante o parto, o recém-nascido passa por uma brusca mudança de
temperatura, o ambiente quente dentro útero é agora substituído pela
temperatura ambiente, o que pode levar a hipotermia, quando o bebê é
colocado em contato com a mãe há uma estabilização da temperatura e alguns
outros parâmetros importantes para garantir a segurança e saúde do bebê.
O bebê tem então nessa primeira hora de vida, a oportunidade de sentir o calor
e o cheiro da mãe, fortalecendo o vínculo entre eles. Algumas pesquisas
mostram que os bebês submetidos a esse processo, tem menos risco a
infecções e mais chance de serem amamentados nos seis primeiros meses de
vida apenas com o leite materno.
Após alguns minutos no colo da mãe, a tendência é que o bebê procure o peito
da mãe, isso não significa que o recém-nascido irá mamar, mas a tentativa ira
auxiliar na liberação de prolactina, hormônio relacionado ao aleitamento.
Sugar é um hábito que o bebê já tem dentro da barriga, podemos observar em
vídeos e fotos de ultrassonografias que o bebês sugam o dedo antes mesmo
de nascer.
Quanto mais o bebê mama na primeira hora, mais ocitocina é produzida,
hormônio que auxilia na recuperação do útero ao seu tamanho normal, e está
ligado a redução do estresse.
A amamentação durante a Golden hour pode acelerar a expulsão da placenta,
reduzindo o risco de hemorragia pós-parto.
Porém em alguns casos não é possível que o bebê vá diretamente para o peito
da mãe imediatamente após o nascimento. Bebês que nascem prematuros ou
com certos problemas de saúde geralmente precisam de cuidados médicos
mais avançados nas primeiras horas de vida.

Golden hour independe do tipo de parto.


Seja cesaria ou normal, se o bebê está saudável a Golden hour é possível.
Parte II
Amamentando o recém-nascido: o leite
Assim que o bebê nasce, surge uma mãe protetora e cuidadosa que deseja
alimentar o seu filho. É normal que durante essa nova experiência surjam
dúvidas e alguns receios. Afinal, a mãe pode se perguntar: “será que vou
conseguir amamentar?”, “Será que vou produzir leite o suficiente?’, “Será que
meu leite é forte para nutrir o bebê?”, “Será que eu vou sentir dor?”
Assim que o bebê nasce, independente se o parto é normal ou cesária a mãe
não apresenta leite imediatamente. O colostro é o primeiro leite que a mãe
produz quando amamenta, e é o alimento ideal para o recém-nascido. O
colostro é rico em calorias e nutrientes, é de fácil digestão contribuindo para o
desenvolvimento do sistema gastrointestinal do bebê. No primeiro dia você
poderá notar o leite com um aspecto amarelo e de certa foram espesso, não se
preocupe, é perfeitamente normal.
Muitas mães ficam preocupadas, achando que o bebê não está mamando a
quantidade adequada, porém logo ao nascer, o estômago do bebê é muito
pequeno, a cada mamada ele comporta de 5 a 7 ml de líquido e tem o tamanho
equivalente a uma cereja pequena.
De dois a cinco dias depois do nascimento de seu bebê, você notará que o leite
se torna mais cremoso. Esse leite é produzido na transição do colostro para o
leite maduro. O leite materno maduro começa a ser produzido dias após o
nascimento de seu bebê e entra em produção completa no final da segunda
semana. O leite maduro é mais claro e ralo do que o colostro, e no início –
chamado leite anterior – é semelhante ao leite desnatado, mas ele fica mais
cremoso ao longo da mamada, ou seja, é o leite posterior.
Conforme os dias vão passando o bebê aprende a sugar mais, agora ele ingere
cerca de 45 a 60 ml e o estômago tem o tamanho de uma ameixa.
Após um mês de vida, em geral cabem de 80 a 150 ml e o tamanho equipara-
se ao de um ovo.
Essa variação ocorre por que o bebê ainda está aprendendo a ordenhar e a
pega correta faz toda a diferença nesse processo.
Amamentando o recém-nascido: a prática.
Tenho certeza que você já ouviu relatos de pessoas que tiveram uma
experiência muito dolorosa e sofrida com amamentação, certo? E talvez, esse
seja o maior motivo dos seus medos relacionados ao tema. Mas não precisa se
preocupar, o conteúdo que separamos pra você contém muitas dicas para que
na prática a amamentação seja prazerosa para você e para o seu bebê.
Quando falamos sobre amamentar sem dor, é importante entender que é
natural que no inicío do aleitamento materno a mãe sinta um leve desconforto,
mas não é natural que a mãe tenha rachaduras, fissuras, machucados e sofra
para amamentar o bebê. Todos esses sofrimentos podem e devem ser
evitados com alguns ajustes na hora de amamentar.

Vamos começar falando sobre a pega correta, já ouviu falar?

A pega correta nada mais é do que, a forma que o bebê abocanha o bico do
peito e a aréola da mãe para mamar. Se a pega estiver incorreta machuca o
peito da mãe, abrindo fissuras e prejudicando a amamentação, assim o bebê
não consegue ordenhar adequadamente e não consegue se alimentar.
Antes de aprender como é a pega correta, vamos observar os sinais que
indicam que a pega do bebê está incorreta.
X O queixo do bebê está afastado do peito e o nariz do bebê “afundado” no
seio da mãe;
X O Rosto e o corpo do bebê não estão virados para o corpo da mãe. (Imagine
o bebê deitado no colo da mãe com a barriga pra cima e a cabeça virada para
amamentar);
X A boca do bebê está mais fechada (dessa forma o bebê não abre a boca o
suficiente para abocanhar o peito da mãe de forma correta);
X O lábio inferior do bebê está virado pra dentro (dessa forma o bebê não faz a
sucção de forma adequada, não ordenha e consequentemente machuca o bico
do peito da mãe);
X Grande parte da auréola está para fora da boca do bebê (isso significa que o
bebê está pegando apenas o bico do peito);
X O bebê faz esforço com a bochecha e a bochecha acaba afundando no
momento em que ele está mamando.
X O bebê produz pequenos estalos enquanto está mamando.
X A mãe sente dor ao amamentar, principalmente no bico do peito.
Após identificar a pega incorreta, veja alguns ajustes para a pega correta:

V O queixo do bebê deve estar encostado no peito da mãe e o nariz do bebê


não pode estar “afundado” no seio da mãe. (o nariz pode até encostar no peito
da mãe, mas não afundar e a testa deve estar um pouco inclinada para trás);
V O rosto e o corpo do bebê virados para o corpo da mãe. (Quando os corpos
estão alinhados, barriga com barriga é mais fácil para amamentação deste
bebê);
V A boca do bebê deve estar aberta e se possível com os lábios para fora
como se formasse o bico de um peixinho;
V A pega formato peixinho é feita com o lábio superior e inferior do bebê
virados para fora;
V Quando o bebe abocanha o bico e a aréola (dessa forma o bebê consegue
ordenhar com sucesso);
V O bebê abocanha mais a parte de baixo da aréola e menos a parte de cima;
V O bebê não produz som ao mamar;

A mãe pode com o dedo polegar em cima da mama e os outro dedos em baixo
da mama fazer um movimento de encaixe na boca do bebê para auxiliar na
pega. Quanto melhor o bebê pegar, mais fácil para sugar e ordenhar, mais leite
sai, melhor se alimenta e mais leite produz. A pega correta garante o sucesso
na amamentação.
Amamentando o recém-nascido: Rotina com livre demanda

A amamentação em livre demanda é o hábito de dar de mamar sem hora


marcada, ou seja sempre que o bebe quiser ele vai mamar. Você já deve ter
ouvido falar que o bebê precisa mamar de 3 em 3 horas, que é mais ou menos
o tempo que o bebê leva pra sentir fome e caso o bebe chore neste intervalo a
mãe deve esperar o tempo certo para amamentar, para organizar a rotina do
bebê.
Algumas pessoas criticam a livre demanda justamente por pensar que o bebê
não terá uma rotina desta forma, porém alguns estudos nos mostram o
contrário. O fato do bebê decidir quando mama dá para a mãe uma
tranquilidade e desapego com relação ao relógio, evitando estresse que pode
prejudicar diretamente a amamentação.

Vamos ver alguns benefícios da livre demanda?

O bebê define os horários de mamada conforme a necessidade dele;


Estimula a produção de leite;
Deixa o bebê e mãe mais tranquilos com relação a rotina regrada ao relógio;

Além de amamentar o bebê sempre que ele sentir fome, é importante deixar
que esvazie a primeira mama antes de oferecer a outra, se ele quiser. O leite
do início da mamada tem mais água e mata a sede. Já o do fim da mamada
tem mais gordura, mata a fome e faz com que ganhe peso. Por isso, a mãe
deve começar cada mamada pelo peito em que o bebê mamou por último na
mamada anterior.

Assim, o bebê terá a oportunidade de esvaziar bem as duas mamas ao longo


do dia, matando sede e fome. Para a mãe, isso também será positivo, já que
sua produção de leite será melhor incentivada.

Por fim, o tempo de permanência em cada mama não deve ser fixado. O tempo
para esvaziá-la varia de acordo com o organismo da mãe e da criança, da fome
sentida pelo bebê, do intervalo transcorrido entre uma mamada e outra, do
volume de leite armazenado e assim por diante.
Devo amamentar mesmo de madrugada?

Algumas mulheres pensam em evitar amamentar de madrugada, dando


prioridade apenas nos primeiros meses de vida do bebê e logo após deixar de
amamentar durante o meio da noite, pensando em evitar acordar o bebê de
madrugada. Na verdade, os primeiros meses de vida a amamentação não é só
importante por conta da do ganho de peso, é também por que o horário da
madrugada é o horário de maior produção de leite, mais do que durante o dia.

Quanto tempo deve durar a mamada?


Antes de falar sobre o tempo da mamada é necessário entender que o leite
muda do inicio da mamada ao final, o leite anterior é o leite do começo da
amamentação, com maior quantidade de água, e com menos gordura. O leite
posterior é rico em gordura e tem menor quantidade de água, encontrado no
final da mamada, por isso não se fala mais na troca de mama durante a mesma
mamada, para que o bebê mame o leite anterior e posterior.
Quando o bebê está com fome, ele fica tenso, afoito, sobrancelhas geralmente
arqueadas, e a medida que vai ficando satisfeito vai relaxando. Até chegar um
ponto da mamada que ele extrai quase todo o leite do peito, o bebe fica mole,
sonolento e a mãe entende que chegou o fim da mamada.
Sempre em caso de dúvida converse com o pediatra do seu bebê.
Amamentando o recém-nascido: Machucados
Não existe preparo mamário durante o pré-natal, a não ser para as mulheres
que tenham algumas má formações de mamilo, que tenha que preparar para a
amamentação.
Não existe uma receita milagrosa para evitar fissuras e rachaduras no bico
peito durante a amamentação. O bico do peito e a aréola tem uma pele
sensível e é normal que machuque com a movimentação do bebê durante a
mamada. Porém, existem alguns cuidados que podemos ter durante a
gestação que faz com que amenize o problema.
O banho de sol
A gestante expõe os seios ao sol durante 30 minutos ao dia pelo menos por
três meses com protetor solar. O horário ideal é antes das 10h ou após as 16h.
A luz solar em contato com a aréola e o bico peito melhora a qualidade dessa
pele.
O banho de Luz
se você trabalha o dia todo fora e não consegue tomar sol durante o dia, você
pode tomar um banho de luz com uma lâmpada de 40 a 60 watts, mantendo
uma distância de 15 cm do seio durante 15 a 20 minutos em cada seio.

Não faça isso:


Não use cremes e pomadas, se você hidrata a pele se torna mais fina e
sensível por isso a dica é não usar nenhum creme hidratante;
Não use concha de amamentação durante a gestação, se você estiver usando
a concha pra ajudar no bico do seio é uma coisa, porém para evitar fissuras
não funciona. Por que a concha abafa o peito, umidifica a região, esquenta e
torna a área ainda mais sensível;
Não use buchas ou puxe o bico do seio, é uma prática antiga que dizia que
tornava o bico mais resistente, porém não funciona.
A mesma coisa que você faz pra evitar é o que deve ser feito para tratar, ou
seja, se surgirem fissuras durante a amamentação os cuidados devem ser os
mesmos feitos durante a gestação.
Por isso, mantenha uma higienização adequada e delicada, na hora do banho
não esfregue, para não retirar a lubrificação natural que as glândulas em volta
do mamilo produzem para proteger essa área.
Durante a gestação a concha de amamentação não é indicada, porém na
amamentação se você utilizar por um pequeno período de tempo não vai
prejudicar, pelo contrário, vai ajudar. Por que o formato da concha protege o
atrito entre o bico do peito e o sutien ou qualquer outra peça de roupa, com a
concha aquele seio que está sensível fica protegido. O ideal é não utilizar
concha por muito tempo pelo mesmo motivo já citado anteriormente, abafa o
peito, umidifica a região tonando ainda mais sensível.
Uma alternativa à concha é fazer um rolinho com uma fralda de tecido, no
formato circular e encaixar o bico do seio para protege-lo.
E a utilização de pomadas? Bom, no início da gestação não pe indicado o uso
de pomadas, conforme mencionamos anteriormente, porém se durante a
amamentação, após o nascimento do bebê, o seu peito está machucado a dica
é utilizar pomadas com lanolina.
A pomada com lanolina não precisa ser retirada do peito na hora de
amamentar, então basta passar na camada bem fina que a pele vai absorver e
depois o bebê pode mamar sem a necessidade de retirar a pomada. E por que
fazer o uso de uma pomada que não precisa ser retirada? Justamente por que
na retirada com um pano, algodão, ou lenço pode machucar mais ainda o bico
do peito.
A última dica e talvez a mais poderosa de todas elas, é usar o próprio leite para
tratar as fissuras, utilizar algumas gotas do leite materno no bico e na aréola
antes e após amamentar.
Amamentando o recém-nascido: Mastite
Uma outra questão que também pode atrapalhar a amamentação nos primeiros
três meses de vida, é a mastite. A mastite é quando a mãe produz um volume
grande de leite que não é extraído pelo bebê, então aquele leite acumula
gerando uma infecção e inflamação na mama da mãe. E em alguns casos a
mãe acaba tendo que tomar antibiótico. A mastite chega atingir 10% das mães
que amamentam.
E como identificar a mastite? Quais os sintomas?
O seio incha,
aparente vermelhidão em volta do seio,
a mãe pode apresentar febre de 38,5 C,
a mãe apresenta um forte cansaço e uma indisposição
e pode ter um calombo na mama ou seja ela sente uma bola por dentro, que é
quando o leite fica empedrado , fica entupido no ducto mamário e acaba
formando essa bola dentro do peito.
O leite pode ficar parado por alguns motivos:
1-ducto mamário entupido: o leite não consegue sair;
2- o bebê não está sugando todo leite que tem ali por não ter uma pegada
correta ou por algum outro motivo;
3- fissuras ou pequenos machucados por onde as bactérias entram gerando
uma infecção;
Algumas causas menos comuns são:
4- O leite desce em grande quantidade e o bebê ainda não tá acostumado a
mamar;
5- Amamentação dentro de horários muito rígidos, o bebê mama de 3 em 3
horas não mamando todo leite que é produzido, o leite fica parado dentro do
seio;
6- Quando a mãe para de amamentar repentinamente.

Quando pode ocorrer?


Em qualquer momento da amamentação, mas é mais comum que aconteça
nos três primeiros meses e mais comum ainda que aconteça na segunda ou
terceira semana da amamentação.
Como evitar a mastite?
O principal fator é o bebê ter uma pega correta para ordenhar adequadamente
a mama e retirar todo o leite produzido pela mãe. Utilize um sutien confortável,
descanse bastante e alimente-se bem.

Como tratar a mastite?


Assim que a mãe percebeu os sintomas da mastite, deve ir até o médico, que
pode ser o obstetra, o pediatra do bebê ou algum médico que possa
acompanha-la.
Geralmente o tratamento é feito com analgésicos, anti-inflamatório,
compressas e nos casos mais graves com antibiótico.

A mulher que estiver com mastite pode continuar amamentando, não existe
nenhum risco para o bebê.

DICA BÔNUS

O que não fazer durante a amamentação?


1- Ingerir álcool
A presença do álcool no leite materno interfere no sistema nervoso
central do bebê podendo causar irritabilidade e sonolência, pode ainda
prejudicar o desenvolvimento neurológico e psicomotor da criança,
ocasionando atraso na fala, atraso no desenvolvimento.

2- Fumar
Se o bebê for exposto as substâncias contidas no cigarro pode nascer
prematuramente, com baixo peso ou até mesmo correr o risco de morte.

3- Cafeína
O excesso de cafeína pode elevar o risco de problemas na gestação,
como aborto espontâneo, morte do feto, baixo peso ao nascer ou
tamanho pequeno para a idade gestacional.

4- Pintar o cabelo/ escova progressiva


A maioria das químicas possuem amônia e formol em sua composição.
Quando em contato com o couro cabeludo e consequentemente na
corrente sanguínea da mãe prejudica a formação do feto.
5- Usar medicamentos
Todo medicamento utilizado durante a gestação e amamentação deve
ter a autorização do seu médico.

6- Consumir produtos light ou diet


São substâncias industrializadas, contém componentes que não
garantem uma segurança para a criança. É melhor evitar durante a
amamentação.

7- Dieta rigorosa
Não faça dietas rigorosas e sem acompanhamento de um nutricionista,
nesse período o corpo consome uma quantidade maior de energia para
produzir o leite, e uma ingestão calórica muito baixa pode prejudicar o
organismo e a amamentação. O simples fato de amamentar, comendo
adequadamente já facilita o processo de emagrecimento.

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