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Período Imediato

 Importância da hora de ouro como incentivo para amamentação.

( Foto: reprodução / Shutterstock )

O QUE É A GOLDEN HOUR?


Golden Hour (hora dourada) ou Magic Hour (hora mágica), momento de extrema importância
para o bebê, é o período que vai desde o nascimento até completar os primeiros 60
minutos de vida do recém-nascido junto da mãe. Ele merece toda atenção sob aspectos
familiar, emocional, psicológico e físico. Nesta fase é fundamental oferecer uma transição
mais humanizada e leve para o bebê. Afinal, um momento muito esperado, lindo e
aguardado durante os nove meses para finalmente conhecer o filho (a) merece todo
cuidado e humanização da equipe assistente.
O que se faz nesta primeira hora?

O recém-nascido, em condições adequadas de saúde, deverá ser colocado de imediato, ou


o quanto antes possível, em contato íntimo com a pele da mãe (tórax ou abdômen), a fim
de reforçar o vínculo materno-fetal iniciado na gestação e que traz inúmeros benefícios.

Ela dura exatamente uma hora?

Não necessariamente. A Golden Hour é “dentro da primeira hora”. O mais importante é


respeitar a primeira hora, tempo em que o bebê está mais desperto, mas não
necessariamente o tem que ficar com a mãe durante 60 minutos. No entanto, quanto
maior for esse tempo, maior estímulo ao vínculo materno-fetal.

OS BENEFÍCIOS DA GOLDEN HOUR PARA AS MÃES


Os benefícios vão da esfera física à emocional. Primeiro, a liberação do hormônio ocitocina
(hormônio do amor), que ocasiona entre outras coisas a contração do útero, diminuindo o
sangramento, facilitando a descida do leite, reduzindo o estresse e provocando a liberação
da prolactina (hormônio responsável pela produção do leite). Em segundo lugar, mas não
menos importante, dentre os benefícios emocionais está a redução do risco de depressão
pós-parto e abandono do recém-nascido.
OS BENEFÍCIOS DA GOLDEN HOUR PARA OS BEBÊS
Entre eles, a melhora no desenvolvimento e crescimento da criança; facilitação da
amamentação exclusiva nos seis primeiros meses; diminuição das infecções; melhora na
adaptação ao meio extra-uterino; além da redução da mortalidade no primeiro ano de
vida.
Incentivar o início da amamentação dentro da primeira hora de vida oferece maior
tranquilidade a esse bebê. O colostro – aquela primeira secreção mais líquida e amarelada
em sua maioria, rica em vitaminas, proteínas, carboidratos, anti-microbianos e anti-
nflamatório – proporciona defesa em geral ao bebê (considerada a primeira vacina), além
de facilitar o funcionamento do intestino.
Outro benefício deste contato entre mãe e filho é o favorecimento de uma melhor
transição do comportamento do bebê ao sair do ambiente intrauterino (mais aquecido)
quando colocado pele a pele, oferecendo assim um melhor ajuste dos batimentos
cardíacos, uma manutenção da temperatura corporal e uma melhora da estabilização da
glicemia fetal, reduzindo hipoglicemia entre outras complicações. Sentir o cheiro da mãe e
estar em contato acalma esse bebê, reduzindo inclusive o choro.

Por que alguns bebês vão para o colo ainda com o cordão umbilical  ligado
à mãe e outros não?

O ato de clampear e seccionar o cordão umbilical só deve ser feito após o término dos
batimentos do mesmo, que normalmente ocorre entre 1 e 5 minutos após o nascimento.
Isso oferece menor risco de anemia e carência de ferro na infância. E como estamos
“correndo contra o tempo” para garantir uma Golden Hour completa, o bebê pode. sim, ir ao
encontro do mãe com o cordão ainda intacto.
Tudo isso depende de como o bebê nascer. Nascendo bem, respirando sem dificuldades e
estando corado, ele deverá, sim, ser colocado diretamente no colo materno, e só depois a
neonatologista o examinará. Quem define esse passo é sempre a neonatologista, porém
todos esses sinais (respirando bem, estar corado, com bom tônus, frequência cardíaca
adequada) já são avaliados de imediato pela equipe obstétrica no nascimento e pela
neonatologista (são sinais clínicos que observamos, e que não precisam de nenhum
aparelho).
Este fluxo, no entanto, não ocorre em todas as maternidades. Nos hospitais “amigos” da
criança são onde mais ocorre. Por isso, muitas famílias acabam não tendo a Golden
Hour adequada ou da forma que esperavam. Hospitais com grandes volumes de partos,
carência de funcionários, pouca estrutura, equipes não bem treinadas terão menores
índices de sucesso da tão esperada Golden Hour, deixando de oferecer todos os benefícios
inerentes a este período.

É POSSÍVEL TER GOLDEN HOUR EM CESÁREA?


Tanto parto vaginal (normal ou fórceps) quanto parto cesárea ou cesáreo podem
proporcionar a Golden Hour. Talvez, a grande diferença esteja naqueles partos vaginais
naturais (espontâneo e sem anestesia) onde a mãe tem toda mobilidade preservada já que
não foi anestesiada, facilitando ainda mais esse momento.
Assim e diante de todas essas afirmações positivas baseadas em evidências e
recomendado tanto pela OMS (Organização Mundial de Saúde) quanto pela AAP
(Associação Americana de Pediatria), não há dúvidas de que toda equipe multidisciplinar
de assistência ao parto deverá oferecer à parturiente e família o atendimento mais
humanizado possível.

GOLDEN HOUR PARTO NORMAL

BENEFICIOS MAE

- Esse primeiro momento onde o bebe vai para o peito da mãe e de extrema importância.
Quando falamos ir para o peito não está relacionado a amamentar de inicio e sim permanecer
ali com o contato com a mãe, não por segundos apenas para tirar foto mais por algum tempo
com uma pessoa amparando, ajudando se for necessário, esse momento pele e contato com o
bebe, isso faz com que a mãe produza muito mais OCITOCINA( função de promover as
contrações musculares uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação)
depois que o bebe nasce eu preciso que a ocitocina estejam funcionando e contraindo o meu
útero com vontade para que eu possa esta evitando a hemorragia pós parto.

Na Golden HOUR o bebe no colo da mãe aumenta a ocitocina exógena, permite que essa
mulher se proteja de hemorragia pós parto de uma forma extremamente fisiológica.

BENEFICIOS BEBE

É extremamente importante para uma regulação de temperatura, uma conexão de mãe para
bebe essa sensação de segurança e uma transição mais tranquila. Então a em vez deu sair da
barriga e ir direto para um monte de procedimento, eu vou para o colo da minha mãe (a gente
nunca pode dizer que um parto fisiológico que não precisa de maiores atenções a não ser os
habituais é o ENCONTRO) e o que a gente precisa fazer e proteger esse encontro, nos como
profissionais da saúde, como cuidadores, como acompanhantes, é proteger esse encontro para
que ele aconteça da melhor forma possível.

CESARIO

A MAE TEM ESSE DIREITO NORMALMRNTE , A NÃO SER QUE TENHA INTERCORRENCIAS COM O
BEBE EX: APOIO PARA RESPIRAR , REANIMAÇÃO, QUANDO ELE NÃO PRECIDA DE
INTERVENÇOES QUE NÃO PODE ESPERAR, ELE PODE FICAR NO COLO DA MAE. NÃO FAZ
SENTINDO EU TER QUE TIRAR DO COLO DA MAE POR CONTA QUE TENHO QUE PESAR O BEBE
OU DA VACINA. SÃO EXEMPLOS QUE PODEM ESPERAR.

SANAR

Esse momento requer do profissional da saúde a identificação de riscos potenciais ao


neonato e a parturiente, preservando as práticas baseadas em evidências científicas,
estimulando a humanização no parto e o contato prolongado entre mãe e filho. Você
sabia que esses 60 minutos mágicos, podem favorecer no desenvolvimento do vínculo
entre eles?

Antigamente, o bebê nascia e os profissionais de saúde o levavam para longe da mãe


para realizar as avaliações, pesagem e outros procedimentos que são necessários, porém
na grande maioria poderão aguardar para ser desempenhadas após 60 minutos. A Hora
Mágica é por muitas vezes impossibilitada por intercorrências maternas ou neonatais e
sobretudo por rotinas institucionais.

Agora vamos falar sobre três práticas simples que irá possibilitar ao binômio mãe e filho
benefícios a curto e longo prazo:

1. Contato Pele a Pele Imediato e Contínuo ente Parturiente e Neonato

O Contato Pele a Pele (CPP) executado na primeira hora de vida promove a redução da
incidência de hipotermia nas primeiras 48 horas de vida causada pela troca brusca de
temperatura do útero quentinho para o ambiente fora dele e auxilia também na
estabilidade cardiorrespiratória.

Com os neonatos atermos, além de favorecer o controle de temperatura corporal, se


estabelece o equilíbrio hemodinâmico, redução do choro e promove a exclusividade e
maior lactação, falaremos melhor sobre isso no próximo tópico (MOORE et al, 2012).
Esta prática é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1996 e
pelas Diretrizes Nacionais do Parto Normal, publicado pelo Ministério da Saúde em
2017.

Contudo, para a realização com êxito dessa prática nos esbarramos com dois problemas:
 A mulher apresenta o desejo de realizar o CPP com o neonato, mas não ocorre, pois, a
equipe de saúde retira a criança para realização de procedimentos de rotina (SOUZA,
2017).
 A instituição tem como o CPP procedimento de rotina, mas sem o consentimento da
parte materna, onde a mesma tem desejos, medos e sentimentos ignorados, além da
prática ser mecanizada (SANTOS, 2014).

2. Início Precoce do Aleitamento Materno Exclusivo

A criança ao nascer está mais ativa, por isso a primeira tentativa de aleitamento deve
ocorrer nesse momento, já que depois a criança entra em um período de sonolência onde
será mais difícil realizar as mamadas ao seio.

Após o nascimento, caso não tenha nenhuma intercorrência com a parturiente ou o


neonato, a criança deve ser colocada no abdômen ou mais próximo do peito da mãe e
pode ser realizado inclusive em partos cesariana. A criança então terá o primeiro
estimulo de sucção ao seio, mesmo que não realize a mamada (não deve ser forçado a
mamada caso não ocorra naturalmente nesse momento) só a aproximação e a tentativa
de sugar estimula os receptores do seio e desencadeia a liberação de prolactina, o
hormônio responsável pela produção de leite materno.

O início imediato do aleitamento materno oferece a criança o recebimento do colostro, o


leite rico em proteína e rico em nutrientes, com baixo teor de gordura. Possui um
importante fator imunológico, agentes antimicrobianos e anti-inflamatórios.

A lactação de forma precoce permite uma maior possibilidade de a criança receber o


aleitamento materno exclusivo e pelo período recomendado pela Organização Pan-
Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS):

 O aleitamento materno como forma exclusiva de alimentação até os seis meses de


idade;
 O aleitamento materno de maneira completar, até os dois anos.

Um importante benefício para a mãe é que durante a aleitação, os receptores do seio,


estimulam a produção de ocitocina, o hormônio responsável pela contração intrauterina
e assim possibilitando uma melhor recuperação para ela e além disso esse hormônio
reduz o estresse materno.

3. Clampeamento Tardio do Cordão Umbilical

O clampeamento é o corte do cordão umbilical. O momento ideal para o corte é quando


a circulação do cordão umbilical cessou, ele está achatado e sem pulso. Esse
procedimento de forma tardia aumenta o volume sanguíneo do recém-nascido e assim
eleva o nível de suas reservas de ferro ao nascer. Segundo Venâncio 2008, o
procedimento pode se constituir em uma estratégia para prevenir a deficiência de ferro
em lactentes.

Após visualizarmos tantos benefícios e entendermos a importância desse momento para


o neonato e a parturiente, temos o dever como profissionais da área da saúde promover
e estimular essa hora mágica na vida de ambos.
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